NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Aurélio, António
Alberto, faleceu no Rio de Janeiro, vítima de doença, no dia 26 de
dezembro de 1987.
A
infausta notícia cedo se tornou conhecida em Alcobaça, causando o maior pesar.
Era filho de António Rodrigues Aurélio e Maria José Hipólito Aurélio, e irmão
do Escultor José Manuel Aurélio.
No
Brasil, para onde tinha ido após as contingências do 25 de Abril, o Arq.º
Aurélio casou com Norah Braga, com quem teve uma menina.
Enquanto
esteve em Lisboa, exerceu o cargo de Arquiteto-Chefe da Administração-Geral do
Porto de Lisboa e no Brasil era Consultor da Electro-Brás.
Além
da prática de arquitetura, António Aurélio dedicou-se durante muitos anos à
fotografia, tendo realizado exposições individuais em Lisboa, São Paulo e Rio
de Janeiro. Como pintor, participou na 6ª, 7ª e 10ª Geral de Artes Plásticas da
Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, na II Exposição da Fundação
Calouste Gulbenkian e na VI Bienal de São Paulo, entre outras
Em
novembro de 1987, António Aurélio tinha estado em Alcobaça Lisboa na
inauguração da Exposição de Pintura da Gulbenkian.
Aurélio, António
Rodrigues, nasceu em Alcobaça em junho de 1902, filho de Elisa
Silvério Aurélio e de Alberto Rodrigues Aurélio.
Seguindo
a tradição familiar na construção civil, profissão que também tiveram seu pai e
avô, trabalhou desde muito novo na empresa de seu pai, tendo, por volta da
década de 1920, acompanhado várias obras públicas no norte do país, após a
empresa que geria, ter ganho aí diversas obras, nomeadamente várias pontes de
caminho-de-ferro, sobre o Rio Douro.
Deslocava-se
de moto, para acompanhar as obras em curso, contactar o pessoal deslocado e resolver
os problemas que iam suscitando. Por andar quase sempre de mota, vestia calças
à golf e bota alta, o que lhe valeu o epítome de homem das botas altas.
Tendo
o pai morrido em novo, assumiu a gerência da empresa, continuando a construir
em Alcobaça e várias zonas do País, apenas deixando de trabalhar bastante
tarde.
Teve
a seu cargo as obras de reposição da traça primitiva do Mosteiro de Alcobaça,
dado o prestígio que gozava junto dos Monumentos Nacionais.
Homem
bom, era senhor de uma palavra, que tinha o valor de escrita. Foi pai de dois filhos, o Arquiteto
António Alberto Aurélio, falecido no Brasil, e do Escultor José Aurélio, que
reside em Alcobaça.
-Faleceu
aos 82 anos.
Aurélio, José Manuel,
nasceu em Alcobaça a
25 de março de 1938.
Estudou
em Alcobaça, Tomar e Lisboa. Artista plástico com obra diversificada em várias
locais do País, fundou O Armazém das
Artes, em Alcobaça.
-Na Cela
Velha, ergue-se um monumento a Humberto Delgado, inaugurado a 22 de julho
de 1976, da autoria de José Aurélio (tenta
representar a luta e a vitória contra as forças opressoras, representadas por
um bloco que é fragmentado pela força da liberdade) com o objetivo de homenagear
esta figura que ousou desafiar Salazar, quando se candidatou às eleições para a
Presidência da República de 1958.
-No
dia 10 de maio de 1978, foi inaugurado no Rossio, um Obelisco da autoria de
José Aurélio, a assinalar, a ação civilizadora, cultural, progressiva e cristã,
que os frades de S. Bernardo desenvolveram em Os Coutos de Alcobaça,
Pelas
15h.30m horas, a Corporação dos Bombeiros Voluntários dirigiu-se para o local,
onde se viriam a juntar muitas pessoas, aguardando a chegada das entidades
oficiais. Foram convidados, para presidir ao ato, o Presidente da República,
que se fez representar pelo Ministro das Obras Públicas, e o Cardeal Patriarca,
que se fez representar pelo Arcebispo de Mitilene, os quais eram aguardados
pelo Presidente da Câmara, Miguel Ferreira Guerra e vereadores, e o padre
Alexandre Siopa.
Estiveram
igualmente presentes o Diretor dos Monumentos Nacionais, o Presidente da
Assembleia Municipal, bem como representantes das diversas autarquias locais do
concelho e outras entidades.
À
hora exata repicaram os sinos, saudando as visitas e dando um ambiente festivo
à vila de Alcobaça.
Falou
em primeiro lugar o Presidente da Câmara que apresentou cumprimentos e formulou diversos pedidos ao Governo, por
intermédio do Ministro das Obras Públicas Seguiu-se no uso da palavra Rui
Rasquilho, Presidente da Associação para a Defesa e Valorização do Património
Cultural da Região de Alcobaça, que enalteceu
a obra cisterciense e fez um apelo ao interesse, esforço e união de todos os
alcobacenses na defesa deste património.
A
encerrar as cerimónias, falou o Arcebispo de Mitilene.
-Uma
exposição de José Aurélio foi inaugurada no dia 16 de janeiro de 1997, em
Lisboa, na Casa Fernando Pessoa, que
esteve patente ao público, até ao dia 20 de março 1997.
A
exposição consistiu numa intervenção artística em três espaços da Casa Fernando
Pessoa na sala, no quarto, no sótão.
Surgiu na sequência de um convite lançado ao escultor há dois anos.
A criação artística e a criação poética
estão lado a lado,
escreveu João Soares, presidente da Câmara de Lisboa, no catálogo editado para
esta exposição, onde afirma que aquela casa é um espaço aberto de diálogo entre a obra do poeta e os criadores
contemporâneos por isso aquele espaço está aberto periodicamente a novas
leituras.
Comecei a conhecer Pessoa quando era
jovem, escreveu o
escultor que adiantou fascinou-me e
continua a fascinar-me a aparente facilidade com que o poeta joga com o sentido
das palavras, obrigando-me a percorrer caminhos inimagináveis que traça nesta
exposição com as suas obras.
-José
Aurélio, ficoubastante incomodado com o
esquecimento a que foi votada, pela Câmara de Alcobaça, a proposta que um grupo
de alcobacenses fez para comemorar os 25 anos do 25 de abril.
A
proposta, consistia num monumento construído por José Aurélio a ser colocado na
rotunda em frente da Câmara Municipal. Se a autarquia não tivesse condições
financeiras para custear a obra, esses cidadãos estariam na disposição de a
pagar. A oferta foi feita no dia 14 de janeiro de 1999 e ainda não havia
resposta. E a data aproximava-se. Ou
assume um não assume, agora não pode estar nesta indefinição, acusou José
Aurélio. Para o escultor bastaria que a Câmara autorizasse a colocação do
monumento em qualquer lado. Esta obra é discreta,
sossegada e tranquila e José Aurélio considera que este projeto possui muita dignidade, ou não fosse o seu
autor.
Seja
como for, a escultura foi feita e colocada na rotunda em frente à Câmara.
-A peça Os Sete
Difusores Cósmicos, de José Aurélio, esteve patente ao público de 8 a 16 de
Julho de 2000, no Adro da Igreja, em Reguengos de Monsaraz.
Aurélio recebeu o convite da Câmara Municipal, a entidade
organizadora do evento que teve a denominação de museu aberto, onde durante oito dias artistas nacionais e
internacionais animaram a vila com atividades, como teatro, música, ballet e
diversas exposições.
José Aurélio, mostrou-se satisfeito com o convite, pois sou um defensor da descentralização cultural
e considero muito importante que este tipo de eventos se realizem fora dos
locais habituais.
Fazer uma peça que
transmitisse a minha ideia sobre o Alentejo foi um grande desafio,
revelou o escultor. E acrescentou que, o
Alentejo sempre foi uma região que me fascinou pela sua dimensão e
tranquilidade, que leva à meditação.
Como proposta estética, o conjunto das sete peças dos sete difusores cósmicos correspondem à incessante busca de respostas às minhas
inquietações metafísicas, explicou o escultor. Os sete difusores colocados
no Adro da igreja de Monsaraz, chamavam a atenção para os fenómenos que
decorrem da meditação e facilitam o
entendimento da nossa realidade como ínfimas partículas cósmicas que somos,
explicou José Aurélio.
-A Máquina de Fazer Leite, peça da autoria
de José Aurélio, foi leiloada a favor da Assistência
Médica Internacional, no dia 30 de setembro de 2006, no Pavilhão de
Portugal, Parque das Nações, revertendo a receita para a residência hospitalar que aquela fundação
estava a recuperar na Ilha Terceira.
A máquina de fazer leite, foi uma das 101 vacas em fibra de
vidro, pintadas nas mais diversas formas, que integraram a Cow Parade, expostas em locais estratégicos de Lisboa.
-Mário
Soares, Mário Vieira de Carvalho e Rui Vieira Nery, Secretário de Estado da
Cultura e Ex-Secretário de Estado da Cultura respetivamente estiveram em
Alcobaça no dia 31 de março de 2007 para a inauguração do Armazém das Artes a
que acorreram milhares de pessoas. Aurélio lembrou que a decisão de transformar
a adega de vinhos que pertenceu ao avô, num armazém
de artes, visou combater o ostracismo
cultural que se faz sentir na região. Inicialmente o espaço foi pensado
para ser um de habitação e comércio, mas o
amor pela terra e pelas artes levou José Aurélio a abdicar desse projeto e
avançar para um espaço cultural.
É a concretização de um sonho e espero
que apreciem esta Casa.
-Em
2005, participou nas Comemorações
Nacionais dos 650 Anos da Morte de Inês de Castro, tendo realizado uma
escultura em cristal alusiva à efeméride a convite da fábrica de cristal
francesa DAUM e foi agraciado pelo Presidente da República do Chile, com a Ordem de Bernardo O´Higgins/Grau de
Comendador, pelo desempenho nas comemorações do centenário do nascimento de
Pablo Neruda.
-Por
ocasião do seu quarto aniversário, o Armazém
das Artes apresentou, nos dias 18 e 19 de Março de 2011, às 21h30, o
espetáculo Brilharetes, de João de Brito e Tiago Nogueira, com a colaboração de
Jorge Silva Melo.
Mas sabes tudo o quê? as palavras quem
tem sou eu, o que é que tu pensas, que a mim me faltam as palavras? eu a esse
gajo vou-lhe dar a volta com palavras, vou gozá-lo que é um mimo, vai ser uma
brincadeira: vou envolvê-lo de conversas vais ver: que eu não estou acabado, tu
é que não tens um pingo de confiança em mim e achas que já estou como hei-de
ir. António Tarantino,
Brilharetes.
-Em
Santa Maria da Feira no dia 27de março 2015, José Aurélio foi homenageado, pela
respetiva Câmara. Vivi um dia muito
feliz, não só pela prova de amizade, como também pelo reconhecimento do
trabalho feito durante décadas, testemunhou.
Ao
longo da vida, José Aurélio tem espalhado obras por Portugal e pelo mundo. Quem vive em Alcobaça já se habituou que os
reconhecimentos vêm sempre de fora. Não estou à espera de nada, caso contrário
já me tinha ido embora, salientou o escultor.
-Se lhe passar pelas mãos uma moeda de dois
euros com a Ponte 25 de Abril estampada, saiba que foi José Aurélio quem a
desenhou. Coube-lhe trabalhar uma moeda de dois euros, que assinalasse os 50
anos da Ponte 25 de Abril. O escultor juntou-se ao belga Luc Luycx para
desenhar uma moeda para entrar em circulação no mês de julho de 2016. A outra
moeda comemorativa a entrar em circulação, celebra a participação de Portugal,
nos Jogos Olímpicos, que teve lugar em 2016 no Rio de Janeiro, e foi desenhada
por Joana Vasconcelos.
Os
temas e as características das moedas, são propostos pela Casa da Moeda à
Secretaria de Estado do Tesouro, ficando cada país da zona euro autorizado a
cunhar duas moedas correntes comemorativas, por ano.
-O
vídeo José (Au) Vento, um
documentário sobre José Aurélio, produzido e realizado pelos alcobacenses
Gonçalo Tarquínio e Rita Pimenta, foi o vencedor do Prémio Internacional
Books&Movies 2016, que premeia os melhores trabalhos na modalidade de vídeo
cujas temáticas se relacionem com
Alcobaça, a sua história e cultura. Esta é a primeira vez que artistas
alcobacenses conquistam o prémio do festival. Tudo no documentário é made in Alcobaça.
-José
Aurélio foi o autor do memorial que a Câmara de Lisboa colocou na Praça Duque
de Saldanha para homenagear João Manuel Serra, mais conhecido como o Senhor do Adeus, que faleceu em 2010.
Esta pedra, colocada no piso, convida
todos os lisboetas a fazer o que o João fez durante tantos anos: cumprimentar quem
por ali passa, defendeu Filipe Melo, amigo do Senhor do Adeus A peça, de
forma circular, com um metro de diâmetro e 10 cm de espessura foi feita com
pedra Ataíja Rija, oriunda da Serra dos Candeeiros.
-Sobre
si próprio, J. Aurélio diz que, não há
limite para o encantamento que quase tudo em mim provoca! Como é bom descobrir
a beleza contida na agulha de um pinheiro, no caprichoso desenho de um
opérculo, na estrutura de uma pena ou no brilho dos olhos da minha gata, no
rigor de um triângulo, na perfeição de uma esfera.
Oh! Como eu gosto da densidade das
formas, das que encontro das que imagino das que modelo, sentir a energia
cósmica quando olho a lua, as estrelas, o infinito das que modelo, sentir a
energia cósmica quando olho a lua, as estrelas, o infinito ou simplesmente a
brisa que passa sem se ver!
Como é bom percorrer a História e
imaginar o Homem em todas as situações da sua vivência, inventando em cada
momento e simultaneamente os meios para a conquista do Conhecimento em cada
tempo e em cada espaço.
Como eu gosto de máquinas, de
engrenagens, de tudo o que de algum modo evidencia a inteligência do homem, a
música, a poesia a metafisica, os mitos, ouvir o silencio, penetrar as
penumbras, ler nas sombras, olhar os ruídos do mar e os mistérios.
Como é bom ser um átomo de um cosmos
formado por milhões de milhões de minúsculos cosmos interdependentes e ter a
consciência da sua complementaridade.
Da roda ao parafuso, quanta energia no
pensar, no fazer, no experimentar, no aperfeiçoar. Do fole que deu origem às
primeiras forjas e fundições, aos fornos que permitem as fundições mais
sofisticadas quanta energia consumida na conquista do domínio sobre os metais.
Do torno rudimentar da Idade Média aos centros de maquinagem dos nossos dias,
quanto saber acumulado. Da descoberta da eletricidade aos circuitos integrados
quando progresso cientifico e tecnológico.
A energia que faz pulsar o universo,
omnipresente em quantidades impossíveis de quantificar de tao astronómicas, vai
empurrando a matéria e o espirito para renovadas aventuras, tornando realidade
os sonhos em permanente ebulição.
Do sonho de Ícaro, passando pelas belas
máquinas voadoras visionadas por Leonardo, quanta energia para inventar o
avião.
Materialização do milenar sonho de
voar, o avião é certamente das máquinas inventadas pelo homem, aquela que mais
energia concentrada evidencia, não só no conhecimento aerodinâmico como na
elaboração de componentes motores e combustíveis que garantam a maior
fiabilidade, exigência extrema para o domínio do espaço.
Por tudo isto e também por uma paixão
que nasceu em mim julgo que aos sete anos, quando comecei a fazer e a lançar
papagaios da pedra
grande do castelo de Alcobaça, passando
pelas memorias da guerra onde os aviões foram os grandes heróis, pelo
aeromodelismo num tempo em que os modelos eram construídos peça a peça e pelas
idas ao aeroporto de Lisboa ver chegar e partir os aviões, esta norma acontece
com uma grande naturalidade, na sequência de uma serie de acasos (ou não), como
corolário de um percurso coerente, em que a minha criatividade sempre esteve
ligada a outras atividades e a objetos recuperados como forma de os dignificar
ou salvar de um fim que não merecem.
É que muitos dos objetos que já não
servem por estarem velhos ou ultrapassados, são ainda património, pois para
além de toda a carga energética que contem um objeto nessas condições, ele
representa sempre uma fase, uma etapa de um processo evolutivo quer do ponto de
vista técnico quer do ponto de vista funcional e humano.
Sem perder a consciência de que apenas
consigo ter acesso a uma ínfima parte do saber, que estou limitado a conhecer
apenas aquilo que o acaso coloca no meu caminho e a minha capacidade de
entendimento permite, vou continuando a responder aos estímulos que o fascínio
da vida me provoca.
-É filho do anterior
referenciado.
Leia-se aqui ainda Vasco Graça Moura.
Aurélio, Julieta, de 18
anos, estudante, foi eleita Miss Chita
2016, no Baile da Chita que decorreu, no 27 de maio de 2016, no Clube
Desportivo Pataiense.
O
evento, organizado pela União de Freguesias de Pataias e Martingança, reuniu
candidatas das freguesias de Alcobaça/Vestiaria, Bárrio, Cela, Évora de
Alcobaça, Aljubarrota, Pataias/Martingança e Maiorga.
Cláudia
Bernardes, de 33 anos, de Évora de Alcobaça, venceu na categoria de Miss
Freguesia, o que valeu àquela freguesia a incumbência de organizar o evento no
ano seguinte.
Além
da Miss Chita e da Miss Freguesia, Mariana André de 18 anos, da freguesia de
Aljubarrota, foi eleita a 1.ª Dama de
Chita, Catarina Eusébio de 20 anos, em representação da freguesia da Cela,
conquistou o prémio Vestido Original
Feminino, enquanto Vítor Rocha de 45 anos, da Maiorga, arrecadou o prémio
de Fato Original Masculino.
Na
categoria de Princesas e Príncipes,
meninos até 12 anos, foi vencedora Eliane Silva, de 4 anos, de Pataias. O
evento, foi abrilhantado pela Orquestra Juvenil do Bárrio, freguesia madrinha
dos bailes de chita, e pelo grupo de teatro da Universidade Sénior de Pataias e
teve como jurados Florbela Costa, Hermínio Rodrigues, Jorge Pereira de SampaioeJero.
Sem comentários:
Enviar um comentário