segunda-feira, 14 de janeiro de 2019



NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS

50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas




Aurélio, António Alberto, faleceu no Rio de Janeiro, vítima de doença, no dia 26 de dezembro de 1987.
A infausta notícia cedo se tornou conhecida em Alcobaça, causando o maior pesar. Era filho de António Rodrigues Aurélio e Maria José Hipólito Aurélio, e irmão do Escultor José Manuel Aurélio.
No Brasil, para onde tinha ido após as contingências do 25 de Abril, o Arq.º Aurélio casou com Norah Braga, com quem teve uma menina.
Enquanto esteve em Lisboa, exerceu o cargo de Arquiteto-Chefe da Administração-Geral do Porto de Lisboa e no Brasil era Consultor da Electro-Brás.
Além da prática de arquitetura, António Aurélio dedicou-se durante muitos anos à fotografia, tendo realizado exposições individuais em Lisboa, São Paulo e Rio de Janeiro. Como pintor, participou na 6ª, 7ª e 10ª Geral de Artes Plásticas da Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, na II Exposição da Fundação Calouste Gulbenkian e na VI Bienal de São Paulo, entre outras
Em novembro de 1987, António Aurélio tinha estado em Alcobaça Lisboa na inauguração da Exposição de Pintura da Gulbenkian.
Aurélio, António Rodrigues, nasceu em Alcobaça em junho de 1902, filho de Elisa Silvério Aurélio e de Alberto Rodrigues Aurélio.
Seguindo a tradição familiar na construção civil, profissão que também tiveram seu pai e avô, trabalhou desde muito novo na empresa de seu pai, tendo, por volta da década de 1920, acompanhado várias obras públicas no norte do país, após a empresa que geria, ter ganho aí diversas obras, nomeadamente várias pontes de caminho-de-ferro, sobre o Rio Douro.
Deslocava-se de moto, para acompanhar as obras em curso, contactar o pessoal deslocado e resolver os problemas que iam suscitando. Por andar quase sempre de mota, vestia calças à golf e bota alta, o que lhe valeu o epítome de homem das botas altas.
Tendo o pai morrido em novo, assumiu a gerência da empresa, continuando a construir em Alcobaça e várias zonas do País, apenas deixando de trabalhar bastante tarde.
Teve a seu cargo as obras de reposição da traça primitiva do Mosteiro de Alcobaça, dado o prestígio que gozava junto dos Monumentos Nacionais.
Homem bom, era senhor de uma palavra, que tinha o valor de escrita. Foi pai de dois filhos, o Arquiteto António Alberto Aurélio, falecido no Brasil, e do Escultor José Aurélio, que reside em Alcobaça.
-Faleceu aos 82 anos.
Aurélio, José Manuel, nasceu em Alcobaça a 25 de março de 1938.
Estudou em Alcobaça, Tomar e Lisboa. Artista plástico com obra diversificada em várias locais do País, fundou O Armazém das Artes, em Alcobaça.
-Na Cela Velha, ergue-se um monumento a Humberto Delgado, inaugurado a 22 de julho de 1976, da autoria de José Aurélio (tenta representar a luta e a vitória contra as forças opressoras, representadas por um bloco que é fragmentado pela força da liberdade) com o objetivo de homenagear esta figura que ousou desafiar Salazar, quando se candidatou às eleições para a Presidência da República de 1958.
-No dia 10 de maio de 1978, foi inaugurado no Rossio, um Obelisco da autoria de José Aurélio, a assinalar, a ação civilizadora, cultural, progressiva e cristã, que os frades de S. Bernardo desenvolveram em Os Coutos de Alcobaça,
Pelas 15h.30m horas, a Corporação dos Bombeiros Voluntários dirigiu-se para o local, onde se viriam a juntar muitas pessoas, aguardando a chegada das entidades oficiais. Foram convidados, para presidir ao ato, o Presidente da República, que se fez representar pelo Ministro das Obras Públicas, e o Cardeal Patriarca, que se fez representar pelo Arcebispo de Mitilene, os quais eram aguardados pelo Presidente da Câmara, Miguel Ferreira Guerra e vereadores, e o padre Alexandre Siopa.
Estiveram igualmente presentes o Diretor dos Monumentos Nacionais, o Presidente da Assembleia Municipal, bem como representantes das diversas autarquias locais do concelho e outras entidades.
À hora exata repicaram os sinos, saudando as visitas e dando um ambiente festivo à vila de Alcobaça.
Falou em primeiro lugar o Presidente da Câmara que apresentou cumprimentos e formulou diversos pedidos ao Governo, por intermédio do Ministro das Obras Públicas Seguiu-se no uso da palavra Rui Rasquilho, Presidente da Associação para a Defesa e Valorização do Património Cultural da Região de Alcobaça, que enalteceu a obra cisterciense e fez um apelo ao interesse, esforço e união de todos os alcobacenses na defesa deste património.
A encerrar as cerimónias, falou o Arcebispo de Mitilene.
-Uma exposição de José Aurélio foi inaugurada no dia 16 de janeiro de 1997, em Lisboa, na Casa Fernando Pessoa, que esteve patente ao público, até ao dia 20 de março 1997.
A exposição consistiu numa intervenção artística em três espaços da Casa Fernando Pessoa na sala, no quarto, no sótão. Surgiu na sequência de um convite lançado ao escultor há dois anos.
A criação artística e a criação poética estão lado a lado, escreveu João Soares, presidente da Câmara de Lisboa, no catálogo editado para esta exposição, onde afirma que aquela casa é um espaço aberto de diálogo entre a obra do poeta e os criadores contemporâneos por isso aquele espaço está aberto periodicamente a novas leituras.
Comecei a conhecer Pessoa quando era jovem, escreveu o escultor que adiantou fascinou-me e continua a fascinar-me a aparente facilidade com que o poeta joga com o sentido das palavras, obrigando-me a percorrer caminhos inimagináveis que traça nesta exposição com as suas obras.
-José Aurélio, ficoubastante incomodado com o esquecimento a que foi votada, pela Câmara de Alcobaça, a proposta que um grupo de alcobacenses fez para comemorar os 25 anos do 25 de abril.
A proposta, consistia num monumento construído por José Aurélio a ser colocado na rotunda em frente da Câmara Municipal. Se a autarquia não tivesse condições financeiras para custear a obra, esses cidadãos estariam na disposição de a pagar. A oferta foi feita no dia 14 de janeiro de 1999 e ainda não havia resposta. E a data aproximava-se. Ou assume um não assume, agora não pode estar nesta indefinição, acusou José Aurélio. Para o escultor bastaria que a Câmara autorizasse a colocação do monumento em qualquer lado. Esta obra é discreta, sossegada e tranquila e José Aurélio considera que este projeto possui muita dignidade, ou não fosse o seu autor.
Seja como for, a escultura foi feita e colocada na rotunda em frente à Câmara.
-A peça Os Sete Difusores Cósmicos, de José Aurélio, esteve patente ao público de 8 a 16 de Julho de 2000, no Adro da Igreja, em Reguengos de Monsaraz.
Aurélio recebeu o convite da Câmara Municipal, a entidade organizadora do evento que teve a denominação de museu aberto, onde durante oito dias artistas nacionais e internacionais animaram a vila com atividades, como teatro, música, ballet e diversas exposições.
José Aurélio, mostrou-se satisfeito com o convite, pois sou um defensor da descentralização cultural e considero muito importante que este tipo de eventos se realizem fora dos locais habituais.
Fazer uma peça que transmitisse a minha ideia sobre o Alentejo foi um grande desafio, revelou o escultor. E acrescentou que, o Alentejo sempre foi uma região que me fascinou pela sua dimensão e tranquilidade, que leva à meditação.
Como proposta estética, o conjunto das sete peças dos sete difusores cósmicos correspondem à incessante busca de respostas às minhas inquietações metafísicas, explicou o escultor. Os sete difusores colocados no Adro da igreja de Monsaraz, chamavam a atenção para os fenómenos que decorrem da meditação e facilitam o entendimento da nossa realidade como ínfimas partículas cósmicas que somos, explicou José Aurélio.
-A Máquina de Fazer Leite, peça da autoria de José Aurélio, foi leiloada a favor da Assistência Médica Internacional, no dia 30 de setembro de 2006, no Pavilhão de Portugal, Parque das Nações, revertendo a receita  para a residência hospitalar que aquela fundação estava a recuperar na Ilha Terceira.
A máquina de fazer leite, foi uma das 101 vacas em fibra de vidro, pintadas nas mais diversas formas, que integraram a Cow Parade, expostas em locais estratégicos de Lisboa.
-Mário Soares, Mário Vieira de Carvalho e Rui Vieira Nery, Secretário de Estado da Cultura e Ex-Secretário de Estado da Cultura respetivamente estiveram em Alcobaça no dia 31 de março de 2007 para a inauguração do Armazém das Artes a que acorreram milhares de pessoas. Aurélio lembrou que a decisão de transformar a adega de vinhos que pertenceu ao avô, num armazém de artes, visou combater o ostracismo cultural que se faz sentir na região. Inicialmente o espaço foi pensado para ser um de habitação e comércio, mas o amor pela terra e pelas artes levou José Aurélio a abdicar desse projeto e avançar para um espaço cultural.
É a concretização de um sonho e espero que apreciem esta Casa.
-Em 2005, participou nas Comemorações Nacionais dos 650 Anos da Morte de Inês de Castro, tendo realizado uma escultura em cristal alusiva à efeméride a convite da fábrica de cristal francesa DAUM e foi agraciado pelo Presidente da República do Chile, com a Ordem de Bernardo O´Higgins/Grau de Comendador, pelo desempenho nas comemorações do centenário do nascimento de Pablo Neruda.
-Por ocasião do seu quarto aniversário, o Armazém das Artes apresentou, nos dias 18 e 19 de Março de 2011, às 21h30, o espetáculo Brilharetes, de João de Brito e Tiago Nogueira, com a colaboração de Jorge Silva Melo. 
Mas sabes tudo o quê? as palavras quem tem sou eu, o que é que tu pensas, que a mim me faltam as palavras? eu a esse gajo vou-lhe dar a volta com palavras, vou gozá-lo que é um mimo, vai ser uma brincadeira: vou envolvê-lo de conversas vais ver: que eu não estou acabado, tu é que não tens um pingo de confiança em mim e achas que já estou como hei-de ir. António Tarantino, Brilharetes.
-Em Santa Maria da Feira no dia 27de março 2015, José Aurélio foi homenageado, pela respetiva Câmara. Vivi um dia muito feliz, não só pela prova de amizade, como também pelo reconhecimento do trabalho feito durante décadas, testemunhou.
Ao longo da vida, José Aurélio tem espalhado obras por Portugal e pelo mundo. Quem vive em Alcobaça já se habituou que os reconhecimentos vêm sempre de fora. Não estou à espera de nada, caso contrário já me tinha ido embora, salientou o escultor.
-Se lhe passar pelas mãos uma moeda de dois euros com a Ponte 25 de Abril estampada, saiba que foi José Aurélio quem a desenhou. Coube-lhe trabalhar uma moeda de dois euros, que assinalasse os 50 anos da Ponte 25 de Abril. O escultor juntou-se ao belga Luc Luycx para desenhar uma moeda para entrar em circulação no mês de julho de 2016. A outra moeda comemorativa a entrar em circulação, celebra a participação de Portugal, nos Jogos Olímpicos, que teve lugar em 2016 no Rio de Janeiro, e foi desenhada por Joana Vasconcelos.
Os temas e as características das moedas, são propostos pela Casa da Moeda à Secretaria de Estado do Tesouro, ficando cada país da zona euro autorizado a cunhar duas moedas correntes comemorativas, por ano.
-O vídeo José (Au) Vento, um documentário sobre José Aurélio, produzido e realizado pelos alcobacenses Gonçalo Tarquínio e Rita Pimenta, foi o vencedor do Prémio Internacional Books&Movies 2016, que premeia os melhores trabalhos na modalidade de vídeo cujas temáticas se relacionem com Alcobaça, a sua história e cultura. Esta é a primeira vez que artistas alcobacenses conquistam o prémio do festival. Tudo no documentário é made in Alcobaça.
-José Aurélio foi o autor do memorial que a Câmara de Lisboa colocou na Praça Duque de Saldanha para homenagear João Manuel Serra, mais conhecido como o Senhor do Adeus, que faleceu em 2010.
Esta pedra, colocada no piso, convida todos os lisboetas a fazer o que o João fez durante tantos anos: cumprimentar quem por ali passa, defendeu Filipe Melo, amigo do Senhor do Adeus A peça, de forma circular, com um metro de diâmetro e 10 cm de espessura foi feita com pedra Ataíja Rija, oriunda da Serra dos Candeeiros.
-Sobre si próprio, J. Aurélio diz que, não há limite para o encantamento que quase tudo em mim provoca! Como é bom descobrir a beleza contida na agulha de um pinheiro, no caprichoso desenho de um opérculo, na estrutura de uma pena ou no brilho dos olhos da minha gata, no rigor de um triângulo, na perfeição de uma esfera.
Oh! Como eu gosto da densidade das formas, das que encontro das que imagino das que modelo, sentir a energia cósmica quando olho a lua, as estrelas, o infinito das que modelo, sentir a energia cósmica quando olho a lua, as estrelas, o infinito ou simplesmente a brisa que passa sem se ver!
Como é bom percorrer a História e imaginar o Homem em todas as situações da sua vivência, inventando em cada momento e simultaneamente os meios para a conquista do Conhecimento em cada tempo e em cada espaço.
Como eu gosto de máquinas, de engrenagens, de tudo o que de algum modo evidencia a inteligência do homem, a música, a poesia a metafisica, os mitos, ouvir o silencio, penetrar as penumbras, ler nas sombras, olhar os ruídos do mar e os mistérios.
Como é bom ser um átomo de um cosmos formado por milhões de milhões de minúsculos cosmos interdependentes e ter a consciência da sua complementaridade.
Da roda ao parafuso, quanta energia no pensar, no fazer, no experimentar, no aperfeiçoar. Do fole que deu origem às primeiras forjas e fundições, aos fornos que permitem as fundições mais sofisticadas quanta energia consumida na conquista do domínio sobre os metais. Do torno rudimentar da Idade Média aos centros de maquinagem dos nossos dias, quanto saber acumulado. Da descoberta da eletricidade aos circuitos integrados quando progresso cientifico e tecnológico.
A energia que faz pulsar o universo, omnipresente em quantidades impossíveis de quantificar de tao astronómicas, vai empurrando a matéria e o espirito para renovadas aventuras, tornando realidade os sonhos em permanente ebulição.
Do sonho de Ícaro, passando pelas belas máquinas voadoras visionadas por Leonardo, quanta energia para inventar o avião.
Materialização do milenar sonho de voar, o avião é certamente das máquinas inventadas pelo homem, aquela que mais energia concentrada evidencia, não só no conhecimento aerodinâmico como na elaboração de componentes motores e combustíveis que garantam a maior fiabilidade, exigência extrema para o domínio do espaço.
Por tudo isto e também por uma paixão que nasceu em mim julgo que aos sete anos, quando comecei a fazer e a lançar papagaios da pedra grande do castelo de Alcobaça, passando pelas memorias da guerra onde os aviões foram os grandes heróis, pelo aeromodelismo num tempo em que os modelos eram construídos peça a peça e pelas idas ao aeroporto de Lisboa ver chegar e partir os aviões, esta norma acontece com uma grande naturalidade, na sequência de uma serie de acasos (ou não), como corolário de um percurso coerente, em que a minha criatividade sempre esteve ligada a outras atividades e a objetos recuperados como forma de os dignificar ou salvar de um fim que não merecem.
É que muitos dos objetos que já não servem por estarem velhos ou ultrapassados, são ainda património, pois para além de toda a carga energética que contem um objeto nessas condições, ele representa sempre uma fase, uma etapa de um processo evolutivo quer do ponto de vista técnico quer do ponto de vista funcional e humano.
Sem perder a consciência de que apenas consigo ter acesso a uma ínfima parte do saber, que estou limitado a conhecer apenas aquilo que o acaso coloca no meu caminho e a minha capacidade de entendimento permite, vou continuando a responder aos estímulos que o fascínio da vida me provoca.
-É  filho do anterior referenciado.
Leia-se aqui ainda Vasco Graça Moura.
Aurélio, Julieta, de 18 anos, estudante, foi eleita Miss Chita 2016, no Baile da Chita que decorreu, no 27 de maio de 2016, no Clube Desportivo Pataiense.
O evento, organizado pela União de Freguesias de Pataias e Martingança, reuniu candidatas das freguesias de Alcobaça/Vestiaria, Bárrio, Cela, Évora de Alcobaça, Aljubarrota, Pataias/Martingança e Maiorga.
Cláudia Bernardes, de 33 anos, de Évora de Alcobaça, venceu na categoria de Miss Freguesia, o que valeu àquela freguesia a incumbência de organizar o evento no ano seguinte.
Além da Miss Chita e da Miss Freguesia, Mariana André de 18 anos, da freguesia de Aljubarrota, foi eleita a 1.ª Dama de Chita, Catarina Eusébio de 20 anos, em representação da freguesia da Cela, conquistou o prémio Vestido Original Feminino, enquanto Vítor Rocha de 45 anos, da Maiorga, arrecadou o prémio de Fato Original Masculino.
Na categoria de Princesas e Príncipes, meninos até 12 anos, foi vencedora Eliane Silva, de 4 anos, de Pataias. O evento, foi abrilhantado pela Orquestra Juvenil do Bárrio, freguesia madrinha dos bailes de chita, e pelo grupo de teatro da Universidade Sénior de Pataias e teve como jurados Florbela Costa, Hermínio Rodrigues, Jorge Pereira de SampaioeJero.

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