sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Boa Sorte, Mariana

Mariana Carreira Bernardo, nasceu a 5 de maio de 1999, no Hospital de Leiria, por não haver maternidade em Alcobaça, embora a família resida desde sempre em Alcobaça. Fez a escola primária no Carvalhal de Aljubarrota frequentando, hoje em dia, o 12º ano na Escola Secundária Dona Inês de Castro/ESDICA, em Línguas e Humanidades.

Trata-se de uma boa aluna, que também ocupa o tempo em questões de âmbito social, fez parte do Grupo de Jovens de Alcobaça (participação em atividades da paróquia) e do Projeto Com Arte (grupo de jovens que se dedicavam à música e à representação) e da Associação de Estudantes. Em part-time dá apoio a Fleming de Oliveira.
Questionada sobre o que gostaria de um dia vir a ser, esclareceu que o futuro é incerto e, nos tempos de hoje, nada (e absolutamente nada), é garantido. Pensar numa profissão para toda a vida já é algo do passado: Tanto podemos conseguir arranjar trabalho na nossa área como não. Aliás, as probabilidades não estão a favor para quem acha que conseguirá trabalho fixo na sua área para toda a vida.
Olhando para o mundo de hoje, compreendemos que o mundo do mercado é rigoroso e que exige, muitas vezes, mais do que os indivíduos estão dispostos a dar. O mundo do mercado evoluiu, tornou-se mais rigoroso e, em certas partes, mais “comichoso”. Este mundo, ou por outras palavras, os empregadores, buscam pessoas únicas; Pessoas que não se atrapalham; Pessoas que, se não têm, arranjam; Pessoas que se não sabem, aprendem. Pessoas que não se contentam com metade e que buscam a perfeição; Pessoas que fazem a diferença; Pessoas que querem deixar uma marca positiva no mundo e que o querem tornar mais rico. E, acredito plenamente, que neste mundo do trabalho, só essas pessoas é que atingirão o verdadeiro sucesso. Por essa razão, não considero adequado responder à questão “O que é que queres ser?” com o nome de uma profissão pois o mundo está sempre a mudar e o que estou a fazer hoje, posso não estar a fazer amanhã. Não só por essa razão, mas também pelo facto de que o que eu quero ser não se limita a uma profissão pois considero que uma pessoa é bem mais do que a profissão/ o trabalho que desempenha. Então, nesta perspetiva, o que é que eu quero ser? Bem, eu tenho bem a noção da pessoa que me quero tornar; Eu quero ser alguém humilde; Alguém corajoso. Alguém viajado e, por isso, sábio. Eu quero ser alguém que dá tudo quando a vida parece não querer dar nada. Eu quero ser alguém que transmita simpatia; Alguém que transmita segurança. Eu quero ser alguém que inspire a mudança; Eu quero ser alguém que cause uma mudança.
Não quero ser só uma pessoa de palavras, mas também uma pessoa de ações; Desejo ser, não só uma pessoa que desempenha profissão x, mas um ser humano completo; Justo, sincero e sábio. Quero ser uma pessoa positiva; Uma pessoa sorridente; Uma pessoa persistente. Quero ser uma pessoa dinâmica; uma pessoa “com pica”; Uma pessoa confiante. Quero, acima de tudo, ser uma pessoa que “arrisca e petisca”.
Se me perguntarem “Qual a profissão que gostarias de ter?” a minha resposta já irá ser diferente. E quanto a esta pergunta, só me surge uma resposta: “Leitora de livros para sempre”. Como esta profissão não existe, tentei arranjar uma idêntica e achei que, para quem ama ler como eu, a profissão de editor de livros era perfeita. Mas sossegue quem pensa que eu quero ser uma simples editora de livros: Pois bem, isso não é verídico; Não quero ser uma profissional que se limita a fazer o mínimo do seu trabalho. Eu quero mudar o mundo! Sim! Quero mudar o mundo! Não, não estou a ser demasiado ambiciosa. Quero, pelo menos, mudar um pouco o mundo que me rodeia. Quero deixar uma pegada de como estive e vivi neste mundo. Quero mostrar que o mundo da literatura é um mundo fantástico! Que há tanto mais nos livros do que simples letras, do que simples frases, do que simples textos. Quero promover a leitura; Quero mudar mentalidades; Quero mostrar que certos livros (a maioria, para ser mais exata) são bem mais interessantes que o Secret Story, que o Facebook e que qualquer outra coisa que faz concorrência à literatura! Tal como os grandes homens que foram (e são) Pessoa e Camões, tenho o sonho de acordar os portugueses e de os fazer levar pela maravilha que é a literatura.
Não quero só mudar mentalidades que não leem, mas também mentalidades que leem mas que só leem o que é estrangeiro e que têm na sua cabeça que o que é estrangeiro é que é bom! Tenho o sonho de que Portugal, com isto quero dizer, a população portuguesa apoie o que é nacional e que entenda que o que é português também é bom! Novamente, tal com os grandes senhores, quero que Portugal valorize os seus “cantores”, os seus escritores; Quero que a população da qual faço parte seja conhecida por uma população sábia; Uma população talentosa; Uma população que se orgulha dos seus escritores e que os valoriza. Quero que Portugal recupere aquela sua glória que em tempos o distinguia. Quero que Portugal seja reconhecido como um povo com caracter; Um povo original; Um povo corajoso. Quero que Portugal recupere a sua glória.
Posso parecer sonhadora demais, mas, como o grande John Lennon um dia referiu, não sou a única. Porque o que eu “quero ser” passa por várias etapas. Porque eu não me quero limitar a ser só mais uma no sistema. Não me quero limitar a ser como certas pessoas que se limitam a existir e não a viver.
Porque o mundo pertence a quem se atreve. E eu quero atrever-me a mudar o mundo.