terça-feira, 28 de março de 2023

MÁRIO AUGUSTO FLEMING DE OLIVEIRA

 MÁRIO AUGUSTO FLEMING DE OLIVEIRA, nasceu em 24.2.1921 em Matosinhos e aí faleceu no dia 15.2.2017. Casou em 17.12.1942 com MARIA CÂNDIDA MACHADO PINTO HENRIQUES (FLEMING DE OLIVEIRA), nascida em 9.7.1922, falecida a 12.2.2011.  

Desportista eclético, foi guarda-redes de futebol no Leixões Sport Clube e meritório cavaleiro tauromáquico amador, com atuações em praças como  Espinho, Póvoa de Varzim e Viana do Castelo, nos anos de 1950.

Dedicou a atividade profissional ao comércio e indústria têxtil.

Desx

LÍCIA PEREIRA DE VASCONCELOS FLEMING DE OLIVEIRA

 

LÍCIA PEREIRA DE VASCONCELOS FLEMING DE OLIVEIRA, nasceu em 18.2.1898, casou civilmente em 6.11.1916 e no dia seguinte na Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, com AUGUSTO JOHNSTON DE OLIVEIRA, nascido em 23.5.1881 e falecido a 19.12.1962 em Matosinhos.

Lícia Pereira de Vasconcelos Fleming de Oliveira, faleceu em 26.1.1993 com 95 anos, em Santo Tirso.

Dedicou a vida ao apoio a crianças desfavorecidas, criando o Lar de Santa Cruz (apoio a raparigas) conjuntamente com Arminda Begonha e a Obra do Padre Grilo, instituição de apoio a rapazes.

Foi agraciada com o título de Cidadão Honorário de Matosinhos e em 1983 com a Medalha de Ouro da Cidade de Matosinhos pelo apoio que prestou aos mais desfavorecidos.

 

Fernando Augusto Fleming de Oliveira

 

FERNANDO AUGUSTO FLEMING DE OLIVEIRA, nasceu em 20.9.1918 e faleceu em 17.12.1994.

Casou em 13.5.1944 com MARIA CÂNDIDA DA COSTA CARNEIRO FERREIRA (FLEMING DE OLIVEIRA), nascida em 26.7.1924 e falecida em 21.12.2008 no Porto.

Licenciado em 1941 pelo Instituto Industrial do Porto, com o Curso de Construções Civis, Obras Públicas e Minas, foi em tempo da II Guerra Diretor Técnico de várias minas. Pai de 5 filhos ingressou na Hidro Elétrica do Douro e foi trabalhar na Barragem de Picote enquanto estudava Direito, como voluntário.

Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra em 17.7.1956, exerceu advocacia no Porto e foi Consultor Jurídico na EDP até à aposentação em 1984.

Editou, para família e amigos, em 1992 o livro Parentes Meus onde apresentou a árvore genealógica dos seus parentes nos vários ramos.

 

Amílcar Pereira de Magalhães

 

Amílcar Pereira de Magalhães, nasceu em 22 de setembro de 1909, no lugar de Porto do Carro/Leiria, no seio de uma família de posses, antes de a vida de seus pais ter dado algumas reviravoltas.

Teve dois irmãos mais novos, sendo um Advogado e outro industrial de cerâmica.

Muito jovem foi viver para os Montes, aonde veio a casar a 6 de janeiro de 1943 com Ana Salgueiro Antunes. A devido tempo, com os pais a viver em Coimbra (o pai foi archeiro na Universidade), depois de ter estudado no Liceu de Leiria, licenciou-se em 1936 na Faculdade de Direito, tendo como colegas de curso e amigos (Dr. Henrique Trindade Ferreira, de Alcobaça, seu companheiro de casa), os Drs. Fernando Maia de Carvalho, Manuel Casanova, Antão Santos da Cunha e José Guilherme Melo e Castro, sendo este que vindo a Alcobaça por indicação de Marcelo Caetano, lhe fez convite para as eleições de 1969 para a Assembleia Nacional (X Legislatura, de 1969 a 1973), onde fez parte da Comissão de Obras Públicas e Comunicações, com várias intervenções interessantes.

Era um distinto e exemplar advogado, embora com pouco ar de tribuno. Pessoa de temperamento aparentemente frio, cristão mas não praticante, prezava o estilo da oratória do Dr. Salazar, que achava adequada para o País.

Foi Membro do Conselho Municipal de Alcobaça, Presidente do Grémio da Lavoura de Alcobaça e Vogal da Direção da Federação da Lavoura da Província da Estremadura, Presidente do CAAC/Círculo Alcobacense de Arte e Cultura, numa altura de grande pujança desta instituição e da sua Orquestra Típica e Coral.

Amílcar Magalhães era do tempo em que, uma frase bem elaborada, escrita ou falada, correspondia a uma pessoa de educação e cultura humanista, onde os clássicos não tinham desaparecido dos vícios de leitura ou dos manuais escolares. Embora sendo apoiante do regime nunca fez parte da UN, embora em 1969 tenha concorrido na versão caetanista.

Não sendo salazarista, tendo sobrevivido alguns anos à revolução do 25 de abril, poucas vezes dividiu redutoramente o mundo português em esquerdas e direitas. Apreciava, em Salazar a capacidade intelectual e de mestre jurista, e condescendia com o seu dedo em riste, apontado ao ouvinte ou interlocutor, para vincar a ideia. Todavia, não aceitou que essa oratória ou a praxis política, por mais bonitas ou empolgantes que fossem as intervenções ou palavras, fundamentasse um pretexto de violentar o cidadão.

Faleceu a 21 de fevereiro de 1982.

 

UMA JANELA SOBRE O PASSADO

 

Se alguns insistem em a gesta portuguesa haver iluminado o mundo, outros, “iluminados”, contrapõem com a flagelação do passado de vários séculos.

Isto leva-me a questões ligadas à incapacidade de ver o passado no seu contexto ou à insistência nesse mal do nosso tempo que corre, que é o “presentismo”. Tenho defendido que é necessário olhar para o contexto, pois só ele permite explicar a coisa. Isto é tão válido para os conceitos, como para os símbolos, para as mais várias situações. A História nunca se repete, contrariamente ao que é vulgar ouvir debitar em políticos que a desconhecem. As situações têm de ser analisadas em função da mentalidade da época, do respetivo momento histórico. É tão errado olhar hoje, como se não tivesse havido ontem, como errado é olhar o passado com os olhos de hoje. Evidentemente não há outros olhos a não ser os de hoje, mas olhar para os homens e mulheres do passado em função dos valores de hoje, conduz a manifesto erro, porque não são intemporais. Se no séc. XVI, XVII e XVIII os valores eram uns, hoje vamos tendo outros.

Quando falo em “presentismo” não esqueço a importância, nomeadamente, na avaliação dos conflitos. Isso ocorre com a interpretação da Guerra na Ucrânia. Na Europa, em África, na América Latina, tudo tem a ver com o contexto que remete para a História, pois esses conflitos dispõem de uma “genealogia” que cumpre conhecer, sob pena de se olhar para o que está a acontecer como se não houvesse passado.

Que fique claro, não tenho dúvidas quanto ao meu alinhamento ocidental. Gosto de comparar a História com a Genealogia (matéria a que tenho dedicado tempo). Quando se olha para um território, se a geografia permite ver o que está á superfície, a geologia permite conhecer o que está no subsolo. Olhando para um conflito vemos, redutora e imediatamente, como está a decorrer, como ou quem o originou. Mas tem um historial, por vezes, secular. E se não o compreendermos, se não fizermos o diagnóstico, não há terapêutica ajustada. O problema é ver os sintomas e não a doença a tratar.

 

Sei que é difícil, mas há que fazer um esforço de objetividade. Não pretendo entrar no debate infindo, sobre o que é a Verdade. A História baseia-se em fontes e o historiador (pelo menos o de nível local, como me reputo), tem de as interrogar, estudar e interpretar, embora muitas vezes elas o enganem. No caso de escassez de fontes, quando há apenas um elemento ou outro, um indício ou outro, é-me difícil tirar conclusões. Mas tenho que fazer um esforço. Um livro para promover ou registar um assunto é um livro de História.

 

Volto ao assunto da gesta colonial (como quase um milhão de rapazes passei por África como militar), para dizer que entendo que há muito ativismo, que se traduz em atitudes tão básicas como devolver artefactos ou reclamar reparações por causa da escravatura, exploração do território ou defesa de um conceito de Portugal. Se o passado não pode ser alterado, há que assumi-lo, dele não me envergonho e estudá-lo. Não posso elogiar coisas, mesmo as que quando feitas, não eram consideradas crime ou violência. Não assumo o passado de forma tão crítica que permita pensar que pode ser alterado retroativamente, eliminando vestígios como a queima de livros de História.

 

        

quarta-feira, 8 de março de 2023

O dia da asneira

 

 

Antes de mais vou esclarecer que sou a favor do “dia da asneira”. Ontem fui levado a isso. Não existia nenhum evento importante, como um aniversário ou um almoço de família, nem era fim-de-semana, mas apetecia-me algo específico que não fizesse “sentido” com a rotina alimentar.

A minha Mulher talvez supõe que o meu entendimento do “dia da asneira” consiste em aceitar cometer algum excesso alimentar, seja pela qualidade nutricional ou pela quantidade alimentar. Embora tenha razão em muitíssimas coisas (as Mulheres sabem muito), não é este o caso.

Reconheço que há dias em que “estou com desejos”, pretendo matar saudades, sair do modo corrente, sem prejuízo de reiniciar logo a seguir uma semana de dieta cuidada e normal.

Segundo o meu médico esta pontual quebra na rotina, restrita a uma refeição “sem ou menos regras”, não tendo impacto negativo, tem o mérito de poder socializar sem a Mulher ou Filhos estarem a perguntar se estou (ou já não estou) a fazer dieta.

Além disso, como também diz o meu médico que é um bom nutricionista e psicólogo, essa quebra é emocionalmente uma mais-valia, me confere a boa sensação de que, sem descurar estar no caminho para dispor de uma vida saudável, sei que, afinal “posso fazer um pouco de tudo, ainda que não de tudo todos os dias”.

O “meu dia da asneira” não é um excesso concentrado num almoço, mas algo como manter o prato de dieta recomendado, com o acrescento pontual de uma entrada ou sobremesa, um copo de vinho do Douro ou ter à disposição batatas fritas quentinhas e a estalar.

Afinal o “meu dia da asneira”  não é, nem de perto muito menos de longe, um dia a cometer loucuras gastronómicas, mas sim, uma refeição algo diferente da habitual, eventualmente com maior teor calórico e quantidade, mas sem prejuízo de comprometer os objetivos que tenho em mente e a minha Mulher carinhosamente controla de perto.