sexta-feira, 4 de abril de 2014

A PORTARIA DOS SINOS, SALAZAR E A QUEDA DE UM GOVERNO


 
A PORTARIA DOS SINOS,  SALAZAR E A QUEDA DE UM GOVERNO

Fleming de Oliveira

A Portaria dos Sinos?
Em junho de 1929, uma portaria do Ministro da Justiça, mais tarde conhecida jocosamente como a Portaria dos Sinos, veio permitir a realização de procissões, situação que vinha do tempo da República. Esta decisão levou a uma reação de uma ala (maçónica?) do 28 de maio, com a demissão do Prof. Mário Figueiredo e o pedido de demissão, não aceite, de Salazar, que se encontrava em convalescença no hospital da Ordem Terceira, no Chiado, por ter partido uma perna. O Ministro da Guerra Morais Sarmento, orientou os protestos anticlericais no Conselho de Ministros.
Mário de Figueiredo pediu a demissão, no que não foi acompanhado por Salazar. Os dois não tiveram o apoio dos colegas do governo. O Presidente da República Óscar Carmona visitou Salazar no hospital, não lhe concedendo a demissão, mas aceitou a demissão coletiva do gabinete. Em 7 de julho, Salazar deu uma entrevista a O Século onde considerou que a demissão do gabinete se filiou em razões de ordem geral, e não apenas por causa da Portaria dos Sinos, assunto menor.
Segundo Bernardino Machado, o governo a que presidia o militarista Freitas caiu aos pés do seu verdadeiro chefe, o ungido do Senhor, o clerical Salazar. E a ditadura está como dantes o bronco capitão-mor governado pelo capelão, seu confessor.
NOTA-cfr. o nosso, NO TEMPO DE SALAZAR, CAETANO E OUTROS



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