quinta-feira, 3 de abril de 2014

-VEÍCULOS A GASOGÉNIO EM ALCOBAÇA-

 
-VEÍCULOS A GASOGÉNIO EM ALCOBAÇA-

-Fleming de Oliveira-


Há muita gente de Alcobaça, que se recorda ainda dos veículos movidos, a gasogénio.
A difícil situação económica que se vivia, impunha o aguçar do engenho. A gasolina era pouca e difícil de obter. Pelo facto de o parque automóvel privado ser muitíssimo escasso, havia alguns táxis, como os do Campos, para pequenas deslocações, muito concretamente para o caminho de ferro em Valado de Frades ou médico. O gasogénio foi uma solução encontrada, também, por outros profissionais de transportes, como os dos autocarros ou camiões, normalmente a partir da queima de combustíveis sólidos como o carvão (croque ou antracite) ou lenha (madeira velha, cascas ou mesmo frutos secos), a qual produz gases que fazem funcionar os motores de explosão, de modo semelhante à gasolina, embora com menos potência (aproximadamente 30%) devido ao diferente e respetivo poder calorífico e muito mais mal cheirosa.

Na acentuada subida de Alcobaça para a Vestiaria, era frequente as pessoas terem de se apear dos carros, para os empurrar e ajudar a seguir.
José Fernando Lopes, recorda-se que chegava a fazer em bicicleta o percurso Alcobaça-Caldas ou vice-versa sem encontrar um automóvel.
Ouvi várias vezes referir a pessoas de Montes, que no tempo da II Guerra, dado a falta de combustíveis e o racionamento generalizado, havia que ir buscar lenha aos pinhais, que abundam em Alpedriz e arredores.
Como o largo da Capela do Santíssimo, em Alpedriz, de que já falámos a propósito das invasões francesas, era muito apertado, as camionetes carregadas com madeira tinham dificuldade em fazer a manobra, pelo que com esse pretexto e alegando que a pequena capela se encontrava em ruínas, foi decidida a sua demolição, apenas dela se tendo aproveitado um curioso relógio de sol e o sino.
         NOTA-cfr. o nosso, NO TEMPO DE SALAZAR, CAETANO E OUTROS.



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