Mariana
Carreira Bernardo, nasceu a 5
de maio de 1999, no Hospital de Leiria, por não haver maternidade em Alcobaça,
embora a família resida desde sempre em Alcobaça. Fez a escola primária no
Carvalhal de Aljubarrota frequentando, hoje em dia, o 12º ano na Escola
Secundária Dona Inês de Castro/ESDICA, em Línguas e Humanidades.
Trata-se de
uma boa aluna, que também ocupa o tempo em questões de âmbito social, fez parte
do Grupo de Jovens de Alcobaça
(participação em atividades da paróquia) e do Projeto Com Arte (grupo de jovens que se dedicavam à música e à
representação) e da Associação de
Estudantes. Em part-time dá apoio a Fleming de Oliveira.
Questionada
sobre o que gostaria de um dia vir a ser, esclareceu que o futuro é incerto e, nos tempos de hoje, nada (e absolutamente nada),
é garantido. Pensar numa profissão para toda a vida já é algo do passado: Tanto
podemos conseguir arranjar trabalho na nossa área como não. Aliás, as
probabilidades não estão a favor para quem acha que conseguirá trabalho fixo na
sua área para toda a vida.
Olhando para o mundo de hoje,
compreendemos que o mundo do mercado é rigoroso e que exige, muitas vezes, mais
do que os indivíduos estão dispostos a dar. O mundo do mercado evoluiu,
tornou-se mais rigoroso e, em certas partes, mais “comichoso”. Este mundo, ou
por outras palavras, os empregadores, buscam pessoas únicas; Pessoas que não se
atrapalham; Pessoas que, se não têm, arranjam; Pessoas que se não sabem,
aprendem. Pessoas que não se contentam com metade e que buscam a perfeição;
Pessoas que fazem a diferença; Pessoas que querem deixar uma marca positiva no
mundo e que o querem tornar mais rico. E, acredito plenamente, que neste mundo
do trabalho, só essas pessoas é que atingirão o verdadeiro sucesso. Por essa
razão, não considero adequado responder à questão “O que é que queres ser?” com
o nome de uma profissão pois o mundo está sempre a mudar e o que estou a fazer
hoje, posso não estar a fazer amanhã. Não só por essa razão, mas também pelo
facto de que o que eu quero ser não se limita a uma profissão pois considero
que uma pessoa é bem mais do que a profissão/ o trabalho que desempenha. Então,
nesta perspetiva, o que é que eu quero ser? Bem, eu tenho bem a noção da pessoa
que me quero tornar; Eu quero ser alguém humilde; Alguém corajoso. Alguém
viajado e, por isso, sábio. Eu quero ser alguém que dá tudo quando a vida
parece não querer dar nada. Eu quero ser alguém que transmita simpatia; Alguém
que transmita segurança. Eu quero ser alguém que inspire a mudança; Eu quero
ser alguém que cause uma mudança.
Não quero ser só uma pessoa de
palavras, mas também uma pessoa de ações; Desejo ser, não só uma pessoa que
desempenha profissão x, mas um ser humano completo; Justo, sincero e sábio.
Quero ser uma pessoa positiva; Uma pessoa sorridente; Uma pessoa persistente.
Quero ser uma pessoa dinâmica; uma pessoa “com pica”; Uma pessoa confiante.
Quero, acima de tudo, ser uma pessoa que “arrisca e petisca”.
Se me perguntarem “Qual a profissão
que gostarias de ter?” a minha resposta já irá ser diferente. E quanto a esta
pergunta, só me surge uma resposta: “Leitora de livros para sempre”. Como esta
profissão não existe, tentei arranjar uma idêntica e achei que, para quem ama
ler como eu, a profissão de editor de livros era perfeita. Mas sossegue quem
pensa que eu quero ser uma simples editora de livros: Pois bem, isso não é
verídico; Não quero ser uma profissional que se limita a fazer o mínimo do seu
trabalho. Eu quero mudar o mundo! Sim! Quero mudar o mundo! Não, não estou a
ser demasiado ambiciosa. Quero, pelo menos, mudar um pouco o mundo que me
rodeia. Quero deixar uma pegada de como estive e vivi neste mundo. Quero
mostrar que o mundo da literatura é um mundo fantástico! Que há tanto mais nos
livros do que simples letras, do que simples frases, do que simples textos.
Quero promover a leitura; Quero mudar mentalidades; Quero mostrar que certos
livros (a maioria, para ser mais exata) são bem mais interessantes que o Secret
Story, que o Facebook e que qualquer outra coisa que faz concorrência à
literatura! Tal como os grandes homens que foram (e são) Pessoa e Camões, tenho
o sonho de acordar os portugueses e de os fazer levar pela maravilha que é a
literatura.
Não quero só mudar mentalidades que
não leem, mas também mentalidades que leem mas que só leem o que é estrangeiro
e que têm na sua cabeça que o que é estrangeiro é que é bom! Tenho o sonho de
que Portugal, com isto quero dizer, a população portuguesa apoie o que é
nacional e que entenda que o que é português também é bom! Novamente, tal com
os grandes senhores, quero que Portugal valorize os seus “cantores”, os seus
escritores; Quero que a população da qual faço parte seja conhecida por uma
população sábia; Uma população talentosa; Uma população que se orgulha dos seus
escritores e que os valoriza. Quero que Portugal recupere aquela sua glória que
em tempos o distinguia. Quero que Portugal seja reconhecido como um povo com
caracter; Um povo original; Um povo corajoso. Quero que Portugal recupere a sua
glória.
Posso parecer sonhadora demais, mas,
como o grande John Lennon um dia referiu, não sou a única. Porque o que eu
“quero ser” passa por várias etapas. Porque eu não me quero limitar a ser só
mais uma no sistema. Não me quero limitar a ser como certas pessoas que se
limitam a existir e não a viver.
Porque o mundo pertence a quem se
atreve. E eu quero atrever-me a mudar o mundo.