terça-feira, 8 de agosto de 2023

OBRIGADO PAPA FRANCISCO

 

OBRIGADO PAPA FRANCISCO

 

FLeming de OLiveira

 

Como cristão/católico e português sinto-me muito satisfeito, reconfortado e orgulhoso pela forma como decorreu a “Jornada Mundial da Juventude/Lisboa 2023”. Há 4 anos, poucos calculariam o enorme sucesso em que se converteria.

Isto recordou-me quando, a partir do Porto, com familiares e amigos (em 1993 ano de “Xacobeo” e em que ainda me movia bem), fiz uma peregrinação a Santiago de Compostela. Nesse ano, o dia 25 de julho,  coincidiu pois com um domingo. 25 de julho, é o dia de Santiago Maior, cujos restos mortais supostamente se encontram na Catedral, o que a converteu no principal destino de peregrinação cristã na Europa durante a Idade Média a seguir a Roma,  através do chamado “Caminho de Santiago, uma rota iniciática que seguia a Via Láctea. Existem registos de locais de peregrinação ofuscados pelo cristianismo, como o caso da Santiago de Compostela, cuja catedral pode ter sido construída onde passaria uma rota mais antiga, a peregrinação a Finisterra  (fim-da-terra), para ver o deus Sol "morrer no Ocidente" e no dia seguinte “ressuscitar no Oriente”.   A celebração do “Xacobeo”, “Ano Santo” ou “Año Jubilar” (na versão espanhola), inicia-se com a abertura da “Porta Santa”  na tarde de 31 de dezembro do ano anterior. Este evento não ocorre de 7 em 7 anos, os anos bissextos não podem ser esquecidos, pelo que teremos apenas 14 jacobeus por século. Como um símbolo da dureza do “Caminho”, o Arcebispo de Santiago bate três vezes com um martelo de prata do lado de fora no muro que veda o acesso. A “Porta” ficará aberta ao longo dos doze meses seguintes e será o acesso que, segundo a tradição, os peregrinos devem usar para entrar no Templo, como foi o nosso caso. As exigências formais para ganhar o “Jubileu” são simples, visitar a Catedral, rezar pelo menos uma oração, fazer a confissão e receber a comunhão no dia da peregrinação ou quinze dias antes ou depois, sendo que estes sacramentos podem ser cumpridos em qualquer lugar. Para mim e companheiros foi um momento especial a peregrinação a Santiago de Compostela (aonde já tinha estado várias vezes como turista), pois, para além da indulgência plenária, a cidade está cheia de eventos e celebrações e a atmosfera é única.

A um alcobacense ou amigo que hoje em dia visite o Porto e o Terreiro da Sé, informo que encontra um Marco Jacobeu, uma peça de granito, que se coloca próximo de uma “Ruta Xacobea, para indicar aos peregrinos a direção correta e a distância até Santiago e que contém dois dos símbolos mais reconhecidos do Caminho, a seta amarela e a concha de vieira.

Foi nesta JMJ-2023 que ocorreu a maior concentração de pessoas, que alguma vez aconteceu em Portugal. Mais, bastante mais que em 1967 em Fátima aquando da visita de Paulo VI, e o Comício da Fonte Luminosa em 1975 com Mário Soares.

Se tivesse tido oportunidade de me encontrar com o Papa e de lhe dizer alguma coisa, seria apenas OBRIGADO PAPA FRANCISCO.

SOBRE O QUE É IMPORTANTE

 

SOBRE O QUE É IMPORTANTE

FLeming de OLiveira

 

 

Nestes meus apontamentos para O ALCOA, tenho evitado abordar questões políticas tout court, sejam elas locais ou nacionais.

Desta vez, neste regresso ao trabalho e das férias que o jornal também usufruiu, vou fazer uma exceção (perdoem-me a nossa diretora Catarina Reis e os leitores), comentando o “tempo que passa por aí” e evitando vestir a camisola “laranja”, que gostosamente adquiri há perto de 50 anos e tenho na gaveta para utilizar em momentos especiais.

Como muitos portugueses e a maioria dos alcobacenses, entendo que o Governo Costa está a desperdiçar a maioria absoluta, por se centrar no imediato, no impacto da guerra na Ucrânia, sem revelar capacidade de, a par disto, se debruçar sobre questões de médio/longo prazo ou alcance, ao invés de procurar com idoneidade consensual as questões estruturantes, em suma, de intentar uma política consensualizada.

A Justiça, a Educação (sem esquecer a arrastada questão dos professores…e o veto presidencial), a Saúde, a Segurança Social, são matérias sobre as quais haveríamos que ter uma política consensualizada. Não quero dizer com isto que todos os partidos tenham que pensar ou propor o mesmo (PSD e PC ?), falar em uníssono, mas que tem que haver eixos estruturantes. Claro que a ideia não é nova, nem original, mas uma pecha nacional. É mau, muito mau mesmo para o País que, sempre que venha um novo governo, se confronte com o desfazer o que anterior andou a fazer. 

Neste sentido recordo um político, aliás comprometido com o partido do atual governo, que disse há dias que Portugal é uma cobaia.

Sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito  sobre a tutela e política de gestão da TAP, entendo que o essencial (“a gestão das empresas públicas, a situação da TAP e o seu futuro”)  não foi verdadeiramente discutido, pelo menos tendo em nota o que a televisão mostrou à saciedade e ad nauseam. A CPI foi alimentada com questões laterais, menos relevantes, afinal com a intriga política e as notícias sensacionalistas, fáceis de noticiar, de digerir e que dispensam análise por quem sabe e não se socorre do improviso.

Bom trabalho, paz e saúde, caros leitores, neste regresso ao quotidiano.

E deixemos a intriga.