terça-feira, 22 de janeiro de 2019


NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Zambujal, Mário Joaquim Marvão Gordilho, nasceu em Moura a 5 de março de 1936, e destacou-se tanto na literatura como no jornalismo e na área do desporto. Apresentou programas de televisão e rádio, foi diretor dos jornais Tal e Qual e Sete e algumas revistas.
O primeiro e o mais conhecido livro, Crónica dos Bons Malandros, foi publicado em 1980 e deu lugar a um filme com o mesmo título.
Entre os dias 1 e 10 de junho de 2015, realizou-se em Alcobaça a 2.ª edição do Festival Books&Movies, que tem como missão promover, divulgar e premiar a arte literária e a arte-vídeo, assumindo-se como espaço para a partilha entre leitores, autores, realizadores ou especialistas, professores ou alunos que, no contexto de ensino/aprendizagem atual, procurem descobrir mais sobre a produção literária e cinematográfica. Num clima de diálogo, de tolerância e de abertura, os artistas conversam sobre livros e filmes.
O evento é organizado pela Câmara Municipal de Alcobaça e decorre em vários espaços, inclusivamente esplanadas. À semelhança de 2014, o Festival Books&Movies apresentou em 2015 mais de uma dezena de escritores e de ilustradores, como Marc Parchow, David Machado, Isabel Stiwell, João Tordo e Mário Zambujal, este objeto de uma homenagem especial. Incluiu também sessões de cinema ETNO e ECO, bem como filmes em várias línguas, comentados por atores e realizadores. Contou com exposições, teatro, workshops e espetáculos de rua, como A Viagem do Elefante, a partir de obra homónima de J. Saramago.
Mário Zambujal, foi homenageado na edição de 2015 do Festival Books&Movies. O escritor e sua carreira são referências no panorama literário nacional e foram celebrados na Gala do Festival Books&Movies, realizada no Cineteatro de Alcobaça, a 7 de junho.  
No dia anterior à tarde, Zambujal esteve presente numa conversa intimista com os leitores, na esplanada do Taverna do Capador, frente ao Mosteiro.
Mário Zambujal que sucedeu, ao realizador Manuel de Oliveira como artista em destaque no Festival Books&Movies, prometeu ser um propagandista de Alcobaça.
O jornalista, que se disse encantado com uma cidade e uma região que muitos portugueses deveriam conhecer melhor, enalteceu a colaboração dos autores que participaram no festival, referindo o dever de ser portador do que faz em Alcobaça. Não sei se sou merecedor desta homenagem, mas já merecia um fim de semana tão bem passado como este, referiu o homenageado, que elogiou as praias, a gastronomia, os vinhos de Alcobaça e o silêncio do Mosteiro que vem do fundo dos séculos.
Mário Zambujal assinou um acrílico, que ficará exposto no Cineteatro de Alcobaça, à semelhança do que aconteceu no ano anterior com o cineasta Manoel de Oliveira.
Na gala, foi ainda atribuído o prémio monetário de 5 mil euros à vencedora do Prémio Internacional Books&Movies 2015, Helena Marina, que assinou o texto Correio Aéreo-Correspondência entre duas cidades-amantes, com o pseudónimo Francisca Nováliono. O júri, composto pela vereadora Inês Silva e pelos escritores Raquel Ochoa e Tiago Salazar, justificou a escolha de um roteiro de viagens original, que se confunde com uma antologia de cartas de amor, dirigidas a Curitiba e a Lisboa - cidades próximas quando o sol abre mas distantes em pequenos detalhes, como os azulejos das fachadas das casas de Lisboa e os sebos de Curitiba. É um texto claramente inspirado no mote do Município de Alcobaça - Dê lugar ao Amor, cidade dos eternos amantes Pedro e Inês
-Apresentada pela beneditense Diana Marquês Guerra, a Gala contou com a Orquestra Books&Movies, composta por elementos da Banda Sinfónica de Alcobaça, dirigida pelo maestro Rui Carreira.
Elementos da Academia de Dança de Alcobaça participaram no espetáculo, que teve casa cheia.
Zeferino Lucas, António Madaleno, comerciante em Alcobaça e pertencente a uma família conhecida e respeitada, viu a sua candidatura à Câmara Municipal de Alcobaça, dada a conhecer no dia em que Manuel Monteiro (Presidente do CDS com quem tinha relações especiais) visitou Alcobaça, e o convidou publicamente para encabeçar a lista do partido às eleições autárquicas, de 1993.
A proposta de Manuel Monteiro, foi reiterada no dia 18 de março de 1993, numa reunião em que a Comissão Política de Alcobaça deu o seu apoio a Zeferino Lucas, que assim viu o seu nome como o primeiro da corrida às autárquicas de 1993.
Segundo um comunicado da Comissão Politica Concelhia, esta é uma candidatura que promete influenciar o governo da autarquia.
O CDS/PP, alegadamente em maré de renovação da imagem, disse ter uma nova estratégia, negando lugares às pessoas que querem concorrer às Câmaras apenas para resolverem problemas pessoais, segundo enfatizou Manuel Monteiro.
António Zeferino Lucas, o cabeça de lista, foi considerado, pelo amigo Manuel Monteiro, a grande esperança do partido.
Esta decisão não foi aceite da forma pacífica dentro do partido, ainda que alguns  achassem que a candidatura seria o triunfo do renovado CDS-PP de Alcobaça.
-Foi durante um jantar-convívio realizado na Pensão Restaurante Corações Unidos, no dia 26 de outubro de 1993, que o CDS/PP divulgou as listas com que se vai apresentar ao eleitorado de Alcobaça, nas eleições autárquicas de 12 de dezembro de 1993.
Na ocasião, estiveram presentes o Secretário-Geral do partido, Gonçalo Ribeiro da Costa, o mandatário da campanha Manuel da Bernarda, os candidatos à Câmara e Assembleia Municipal de Alcobaça, António Zeferino Lucas e Paulo Bernardino, os candidatos às Assembleias de Freguesia, bem como uns tantos filiados e simpatizantes.
António Zeferino Lucas dirigiu-se aos presentes, corroborando a medidas preconizadas por Paulo Bernardino e, referindo-se ao executivo Camarário comparou-o com os anteriores do PSD, denunciou os responsáveis pelo marasmo em que Alcobaça se encontra. Criticou a falta de limpeza da Vila e a péssima solução encontrada para a recolha de lixo, colocando um ponto de interrogação quanto ao custo real das obras municipais adjudicadas por valores absurdos.Teve uma palavra ainda para agradecer o apoio de pessoas tradicionalmente não envolvidas na política, bem como simpatizantes de outros partidos que, sensatamente, resolveram optar pelos homens e não pelos partidos.
A finalizar tomou a palavra o Secretário-geral do Partido, e deputado eleito pelo Distrito de Leiria, Gonçalo Ribeiro da Costa, para dizer que o partido considera ter alcançado alguns dos seus propósitos ao concorrer a 251 das 305 das Câmaras Municipais de Portugal, número que ultrapassa largamente o das anteriores eleições autárquicas.
Zeferino Lucas não foi eleito e o  resultado muito dececionante, pois que nesse acto eleitoral, ganhou o candidato do PS, Miguel Guerra, por maioria absoluta.
Não voltou a ter ação política e de certo modo não se revê minimamente neste período de sua vida. Vive e trabalha em Lisboa.
-António Zeferino Lucas, Afonso Gonçalves da Silva, Leonel Agostinho e Jorge Malhó abriram em 1981 a Discoteca Princess, de certo modo a primeira casa do género, para muitos alcobacenses. Ao fim de algum tempo foi adquirida por Jorge Malhó.
-Joaquim Zeferino Lucas fundou, na década de 1930, na Avenida Bernardino Lopes de Oliveira uma oficina de móveis, cuja qualidade permitiu qualificá-la como um excelente estabelecimento, não apenas em Alcobaça, mas no País. Após a sua morte, o filho António criou o Armazém 25 para venda de réplicas de peças dos séculos XVIII e XIX. A Forma Interiores surgiu algum tempo depois, quase em frente ao Armazém 25, e dedicava-se à venda de moveis de estilo contemporâneo. Entretanto, encerraram ambas e António Zeferino Lucas vive em Lisboa.
-O jornal Público publicou a reportagem que, em parte, se vai transcrever.
A Casa Achilles tem uma coleção de moldes de ferragens de estilo, oficinas do início do século XX e um escritório saído de um livro de Dickens.
Quando António Zeferino Lucas abre a luz da cave da Casa Achilles, temos aquela sensação de que os museus vivem uma vida própria quando não estamos lá e, quando dão pela nossa chegada, as peças voltam a correr para os seus lugares e imobilizam-se, silenciosas mas de olhos muito abertos e com os corações de pedra e metal a bater, na esperança de que nós não reparemos em nada.
De dentro de uma caixa, espreita, melancólica, uma cabeça de águia que um dia terá adornado um braço de uma cadeira, e, quem sabe, terá sido afagada por muitas mãos durante conversas nervosas ou pacíficas. À volta dela espalham-se flores também de metal. Numa prateleira, alinham-se ameaçadoras garras de leão, com as unhas e os pelos cuidadosamente desenhados, libertas já do peso dos móveis de estilo que sobre elas descansaram. E, logo abaixo, bustos clássicos, alguns com ar egípcio, feições finas, cabelos elegantemente penteados — peças de adorno de cómodas, provavelmente. Encostadas a uma velha caixa de madeira estão três mulheres gregas de longas túnicas drapeadas que, com gestos delicados e indolentes, penteiam-se e ajustam as jóias. Os cabelos apanhados atrás caem com naturalidade sobre os pescoços, e as linhas ondulantes das túnicas acompanham os movimentos dos corpos.
É uma peça pequena de decoração de móveis, mas, como muitas outras guardadas nesta cave, é feita com um detalhe exaustivo. António Zeferino Lucas, sócio gerente da Casa Achilles, tenta explicar que o valor deste trabalho está precisamente na qualidade dos moldes, e que a coleção que se guarda nesta casa fundada em 1905 é, a esse nível, excepcional. Temos talvez cinco séculos de moldes dos grandes estilos europeus.
Vista de fora ninguém adivinha, mas a Casa Achilles — uma das fundadoras do projeto Lojas de Caráter e Tradição de Lisboa, uma iniciativa do Fórum Cidadania Lisboa para preservar este património em risco da cidade — é um labirinto de pequenos espaços cheios de tesouros. António Zeferino Lucas era cliente e, quando percebeu que a casa corria o risco de desaparecer, decidiu que isso não podia acontecer.
Hoje o trabalho de fundição já não se faz aqui, apesar de no chão ainda se poderem ver as marcas do local onde antigamente estavam os fornos que derretiam o latão em bruto, vazado depois para as formas. A Casa Achilles serve essencialmente para os acabamentos — as oficinas originais e o material de trabalho continuam exatamente como no início do século XX — e local de atendimento ao público. E funciona como um museu, que pode ser visitado (António Lucas tem todo o gosto em fazer visitas guiadas a todos os que desejarem) e que revela um mundo que conhecemos mal.
Temos em Portugal artistas fantásticos, diz o nosso anfitrião, enquanto explica que uma parte essencial deste trabalho é a criação do molde. Quanto mais minúcia e detalhe este tiver, maior é a qualidade.(…) Fechamos as luzes na pequena cave e subimos até às oficinas. Até há oito, dez anos, havia aqui pessoal a trabalhar, conta Zeferino Lucas. Agora é como se os atores tivessem saído de repente. E, de facto, os instrumentos de trabalho estão em cima das grossas mesas de madeira, como se esperassem que, a qualquer momento, os operários entrassem outra vez pela porta. Encostado a uma das paredes está um anexo com as paredes feitas de quadrados de vidro. Não é difícil imaginarmos um operário a bater num desses vidros, chamando a atenção do gerente, que lá dentro, no seu pequeno escritório, toma nota à mão, em letra desenhada, das encomendas, das despesas e dos lucros, à luz fraca de um candeeiro iluminando a enorme secretária de madeira que, juntamente com um armário-ficheiro, que ocupa praticamente todo o espaço.
E a ideia de que este é o cenário de uma peça sem os atores faz ainda mais sentido quando descobrimos que o fundador da loja era também um grande admirador de teatro. António Z. Lucas entra em mais uma sala deste pequeno labirinto e tira de uma prateleira um empoeirado livro com edições encadernadas do Jornal dos Teatros dos anos 1920 e 30. No cimo de algumas das páginas vê-se um anúncio antigo: Achilles Santos Frias. Com oficinas movidas a electricidade. Ferragens antigas para móveis em todos os estilos.
Regressamos à entrada da loja, a que António Lucas deu um ar mais parisiense, com um grande espelho e quadros mostrando a enorme variedade de modelos de ferragens, douradas e brilhantes. Será que, entretanto, lá em baixo, no escuro da cave, a quadriga guiada por uma figura clássica tocando lira se lançou já numa corrida louca, largando pelo ar o anjinho nu que tentava agarrar-se a ela, enquanto, na sua caixa, a águia melancólica lançava mais um longo bocejo?
Zeferino Lucas, Joaquim, nasceu em Alcobaça, a 4 de junho de 1918, no seio de uma família humilde, constituída pelos pais e 5 filhos, dos quais ele era o mais novo. 
Após a conclusão da 4ª. classe, foi aprender o ofício de marcenaria, na firma de José Neves, em Alcobaça, de onde saíu para se estabelecer por conta própria. Com 11 anos, realizou o primeiro negócio, a compra da madeira de um pinhal, tendo como fiador o  pai.
Desde cedo, Joaquim Zeferino Lucas, segundo refere a família, destacou-se por uma grande vivacidade intelectual, por vezes pautada por alguma inquietude, no pensar e no agir, que conseguiu gerir com ponderação. Curioso pelo que o rodeava, sempre manifestou abertura em conhecer outras culturas e aprofundar conhecimentos de história ou sobre a natureza. O sentido de humor, a alegria genuína, e o caráter humilde, combinavam com a capacidade inata de conquistar, de forma afetiva e efetiva, a amizade dos outros, que tão bem sabia honrar e respeitar.
O espírito empreendedor, que não escondia uma certa ambição, não pelo brilho social mas apenas pelo desejo de consolidar a autonomia financeira e o bem-estar da família, evidenciou-se em áreas como a exploração de uma serração, de uma agência funerária que viria anos mais tarde a doar ao seu afilhado funcionário da firma, na produção de fruta e na exploração de uma fábrica e loja de mobiliário.
O casamento com Alice de Jesus da Silva, aos 26 anos de idade, mãe dos seus 6 filhos e pessoa com forte ligação à religião católica, viria a alterar significativamente a forma como Joaquim Zeferino Lucas passou a encarar a sua ação na vida dos que mais sofrem, pela carência económica e também espiritual, tendo essa vivência modelado a sua postura enquanto pai, marido, patrão e cidadão. De acordo com uma das filhas, a semente lançada pelo Evangelho, levou-o a frequentar os cursos de cristandade, a integrar a Conferência de S. Vicente de Paulo, a Pastoral Sócio Caritativa, e onde prestou um importante apoio pessoal, no terreno, na melhoria das condições de vida das pessoas. Durante vários anos, repartiu o seu espírito de cidadania por várias instituições, como a Santa Casa da Misericórdia de Alcobaça, o Centro de Educação Especial e Reabilitação Infantil de Alcobaça, a Cooperativa Agrícola de Alcobaça e a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo.
Conforme opinião familiar, embora sem aspirações no plano político, a idoneidade moral e o caráter consensual do seu perfil na comunidade de Alcobaça, acabou por levá-lo, nas eleições de 1980, ao cargo de Presidente da Junta de Freguesia, que procurou compatibilizar com a  atividade comercial.
 Nos últimos anos de vida, Joaquim Zeferino Lucas manteve a proximidade com a família, da qual se constituiu numa referência em termos de valores morais, de justiça e de honestidade, bem como com os amigos, que incluíam  todos os estatutos sociais e económicos, inclusive os ex-funcionários.
-Voltando atrás.
Na sequência dos incidentes que conduziram ao assalto e ocupação da Câmara Municipal de Alcobaça e da sede do PC realizou-se, no sábado, dia 26 de julho de 1975, um Plenário para a Freguesia de Alcobaça eleger o seu representante na nova CA da CMA. Nesse sábado ou porque as pessoas foram avisadas com pouca antecedência, ou por outro motivo qualquer, a sala reservada para o efeito, junto ao Tribunal, então no primeiro andar da ala norte do Mosteiro, registou escassas dezenas de pessoas, pelo que foi decidido adiar o Plenário para o dia seguinte, domingo, sendo que desta vez a sala encheu-se, com muita gente, ordeira e interessada, proveniente de todas as camadas sociais e mesmo de lugares do concelho. Após esclarecimentos por parte dos promotores da reunião, seguiu-se uma votação, onde não havendo listas, nem cadernos eleitorais, cada um, poderia votar em quem muito bem entendesse. Em votação secreta, os nomes mais votados foram, Joaquim Zeferino Lucas, Vítor Figueiredo, Manuel Alberto Tomás Correia, Augusto Simões, António Zeferino, Manuel da Bernarda, João Monteiro, Adão Nascimento Lameiras e José Carlos Teixeira. Estes começaram sucessivamente a declinar a responsabilidade, pelos mais variados motivos, familiares, políticos ou profissionais. Dado que nenhum parecia disposto a aceitar, a assembleia começou a protestar e exigiu que Joaquim Zeferino Lucas aceitasse o lugar. A escolha foi aprovada por aclamação.
Todavia, outro veio a ser o desenvolvimento deste assunto, como se pode ler com mais detalhe em No Tempo de Soares, Cunhal e Outros, de Fleming de Oliveira.
Tendo em conta a entrega às causas sociais e a disponibilidade para os outros, faz sentido o que Zeferino Lucas disse pela última vez aos familiares que o rodeavam, gostava de ver as pessoas felizes.
-Joaquim Zeferino Lucas, faleceu a 26 de outubro de 1996.


NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS

50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Ximenes Belo, (Bispo) Carlos Filipe, nasceu em Baucau, Timor (português), 3 de fevereiro de 1948.
Em fevereiro de 1989 D. Ximenes Belo escreveu a Mário Soares, ao Papa João Paulo II e ao Secretário-geral das Nações Unidas, Javier Pérez de Cuellar, reclamando por um referendo sob os auspícios da ONU sobre o futuro de Timor-Leste e pela ajuda internacional ao povo timorense que estava a morrer como povo e como nação. Quando a carta dirigida à ONU se tornou pública em abril, D. Ximenes Belo tornou-se figura pouco querida pelas autoridades indonésias. Esta situação veio a piorar, quando deu abrigo na sua casa a jovens que tinham escapado ao massacre de Santa Cruz, em 1991, e denunciou os números das vítimas mortais.
A sua obra corajosa em prol dos timorenses e em busca da paz e da reconciliação foi internacionalmente reconhecida quando, em conjunto com José Ramos-Horta, lhe foi entregue o Prémio Nobel da Paz em dezembro de 1996.
Após a independência de Timor-Leste, a 20 de maio de 2002, a saúde do Bispo começou a esmorecer, perante a pressão dos acontecimentos que tinha vivido. O papa João Paulo II aceitou a sua demissão como administrador apostólico de Díli em 26 de novembro de 2002. Após se ter retirado, Ximenes Belo viajou para Portugal para receber tratamento médico. No início de 2004, houve numerosos pedidos para que se candidatasse à presidência da república de Timor-Leste. No entanto, em maio de 2004 declarou à RTP que não autorizaria que o seu nome fosse considerado para nomeação, pois decidi deixar a política para os políticos.
-D. Ximenes Belo, cumpriu no dia 26 de julho de 2011, um antigo desejo, a visita ao Mosteiro de Alcobaça, onde celebrou missa na Capela do Senhor dos Passos, por ocasião dos 31 anos da sua ordenação.
Quero dar graças ao Senhor que realizou esta maravilha através dos frades de São Bernardo. Sempre gostei e estudei muito a origem e percurso da Ordem Trapista e de Cister, declarou o bispo, que entendeu a visita com uma romagem para agradecer a Deus e ver as maravilhas que estão aqui representadas nesta obra de arte que eu não conhecia e de que só tinha ouvido falar.
O diretor do Mosteiro, Jorge Pereira de Sampaio, considerou uma honra receber o Bispo da Paz, tendo em conta que, para além de pastor da Igreja Católica, é um prémio Nobel e um exemplo.
O presidente da Câmara de Alcobaça, sublinhou a importância da figura de D. Ximenes Belo, determinante no processo de autodeterminação de Timor-Leste.
Há na verdade, em Timor, uma Ordem Trapista, dos Cistercienses reformados da estrita observância, que vive em comunhão com os muçulmanos e em total isolamento. Vivem da agricultura e têm um especial gosto pela história de Alcobaça e do Mosteiro,
D. Ximenes Belo, por ocasião do massacre de Santa Cruz (12 de novembro de 1991), deu abrigo a mais de 250 pessoas.















NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Vitorino, Fernando Custódio, nasceu a 5 de maio de 1950, em Martingança Gare, onde vive, filho de comerciantes razoavelmente bem estabelecidos.
Frequentou a Escola Primária da Martingança, o Ciclo Preparatório em Caldas da Rainha, o Curso Formação Geral do Comércio na Marinha Grande, sendo Industrial de Mármores Artísticos com a Vitomarte, que fundou com a mulher Maria Adelina e que tem sede na Martingança - Gare.
Entre 1982 e 1985, foi Tesoureiro da Junta de Freguesia de Pataias sendo Presidente Turíbio Machado e entre 1985 e 2001, Presidente da Junta de Freguesia da Martingança (entretanto extinta/agregada) de cuja criação com Joaquim André Júnior, foi um dos promotores.
Gosta de colecionar as revistas semanais do Expresso, fotografias e de dar umas voltas nos seus dois automóveis de coleção, um Triumph Spitfire MK-4 e um MG 1100.
Preocupa-me conservar e rentabilizar, aquisições próprias e heranças dos avós e pais, com o estado de saúde dos colegas operacionais com doenças traumáticas, após comissão de guerra colonial no norte de Moçambique que, no seu caso, cumpriu entre 12 janeiro de 1972 e 21 de abril de 1974, com a extinção da Freguesia de Martingança (foi extinta /agregada, em 2013, no âmbito da reforma administrativa nacional, tendo sido agregada à freguesia de Pataias, para formar nova freguesia, denominada União das Freguesias de Pataias e Martingança, com sede em Pataias), com a falta de apoio autárquico às 50 indústrias do setor de Moldes, Plásticos, Vidros e Restauração, dispersas em bolsas industriais na União de Freguesias.
Por ter regressado, são e salvo, da guerra em Moçambique, os pais (foi filho único) ofereceram-lhe um carro desportivo amarelo (Triumph Spitfire), que custou 115 contos e que ainda hoje o conserva com muita estima e usa com regularidade.
-Um dos palácios reais da Arábia Saudita, está ornamentado com colunas produzidas na Vitomarte.
A fábrica, que se dedica a transformar mármores e granitos em peças artísticas de decoração e para a construção civil, tem seus produtos no Koweit, Luxemburgo, Suíça, Alemanha, França, Espanha. As peças chegam aos clientes estrangeiros através de intermediários portugueses.
Criada em 1969, a Vitomarte chegou a ter 22 operários. Hoje, são menos os que dão vida ao vidraço dos Moleanos, aos mármores e granitos de Vila Viçosa, Estremoz e Borba.
A redução do número de funcionários é resultado, entre o mais, da concorrência da indústria cimenteira, que coloca no mercado colunas para a construção civil a metade do preço.
Para além da construção, o principal destino do trabalho da Vitomarte é o da arte funerária, que utiliza sobretudo mármores para ornamentar as campas.
Fernando Vitorino, hoje reformado, garante que se trata da única empresa do género no país, havendo outros negócios similares de caráter familiar. Aliás, é a esposa que se encontra à frente desta empresa. A par dos Moleanos e do Alentejo, a matéria-prima que alimenta as máquinas da empresa da Martingança-Gare, provém também de Évora e Trás os Montes.
-Na noite de 4 de Outubro de 2010, realizou-se uma sessão solene com a presença de três ex-presidentes da Câmara de Alcobaça, Miguel Guerra, Rui Coelho e Gonçalves Sapinho e o atual, Paulo Inácio.
No seu aniversário e com a sala da Assembleia de Freguesia repleta, a Junta presenteou autarcas, ex-autarcas e instituições.
Seguiu-se a apresentação do livro encomendado a Luís Pereira Martingança - Factos e Memórias, jantar e atuação da Banda de Alcobaça. 
Vladimirovna, (Grã Duquesa da Rússia) Maria, nascida em Madrid a 23 de dezembro de 1953, é uma das pretendentes ao trono russo, desde 1992.
Tem vindo a usar o título de Grã-Duquesa como título de pretensão com o estilo de Alteza Imperial, apesar do direito a usá-lo tenha sido disputado. É descendente da rainha Vitória de Inglaterra através da sua avó, a grã-duquesa Vitória Melita da Rússia, e também do czar Alexandre II.
A sua visita a Portugal, de 6 a 9 de novembro de 2003, foi inserida nas comemorações do nascimento de D. Afonso Henriques.
A Grã-Duquesa, é trisneta do czar Alexandre II e a mais próxima parente do czar Nicolau II, último da Rússia e assassinado pelo Bolcheviques depois da revolução. Veio a Portugal acompanhada pelo seu chefe de gabinete Estanilau Domin, pelo Conde de Rio Grande e por Carlos Evaristo, da Fundação Histórico-cultural Oureana. No dia que esteve em Fátima, Batalha e Nazaré veio a Alcobaça, tendo sido recebida no Mosteiro pelo diretor, Jorge Pereira de Sampaio.





NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas

Vieira, Luís Filipe, Presidente do Benfica e da respetiva SAD, assinou no dia 6 de julho de 2004, um protocolo com o Ginásio Clube de Alcobaça e Hotel Rural Quinta do Pinheiro, que iria permitir a criação de uma escola de futebol do clube lisboeta na região, destinada a rapazes dos 8 aos 14 anos. Para Vieira, a abertura desta escola em Alcobaça é o resultado de grande aposta do clube na formação qualificada de atletas, cuja política está a ser desenvolvida por António Carraça, diretor de formação do Clube da Luz.
Acontece que este projeto não teve desenvolvimento e o Hotel da Quinta do Pinheiro entretanto encerrou.
-Vieira, foi o convidado de honra no dia 22 de outubro de 2005 na cerimónia de inauguração da nova sede da Casa do Benfica.
Nesse dia, foi recebido na Câmara por Carlos Bonifácio, devido à ausência do país de Gonçalves Sapinho. A casa do Benfica em Alcobaça que, comemorou cinco anos, iniciou uma nova etapa visando ser um ponto de encontro para os benfiquistas da região.
No discurso, Luís Filipe Vieira recordou Cavém, jogador do Benfica e bicampeão europeu, falecido em Janeiro de 2005 em Alcobaça e abriu porta a um novo mandato à Presidência no Benfica, nas eleições de 2006. Comparando o clube a uma árvore que murchou mas recuperou vitalidade, Vieira fez apelo ao voto afirmando que os benfiquistas sabem que é possível ter um Benfica com paixão e coração sem deixar cair na demagogia e na mentira. Hoje é fácil saber onde votar.
-Luís F. Vieira no dia 4 de abril de 2006, veio inaugurar em Pataias, a Casa do Benfica a convite de José Manuel Trindade. Após o ato, os benfiquistas reuniram-se num almoço muito concorrido na Quinta da Boubã. Aliás, a Casa do Benfica estava em atividade desde 2000.
-Vieira visitou no dia 24 de outubro de 2009 a Casa do Benfica, em Pataias, numa iniciativa englobada no projeto de uniformização da imagem das Casas do Clube. Cerca de duas centenas de adeptos marcaram presença na cerimónia, na qual Válter Ribeiro elogiou o Presidente da Casa, Abílio Castanheiro. Esta é uma instituição recente que tem crescido muito. O Abílio tem dado tudo por esta casa, destacou Válter Ribeiro, Presidente da Junta e da Assembleia Geral da Casa do Benfica.
-Vítor Martins, foi homenageado, no dia 15 de outubro de 2016, durante o almoço de comemoração do 16.º aniversário da Casa do Benfica, em Alcobaça. O ex-futebolista, é o único alcobacense que representou o SLB, ao mais alto nível.
Durante a cerimónia, Vítor Martins recebeu a Medalha do Município. É uma lembrança simbólica mas sentida, não é todos os dias que temos um conterrâneo que se tornou uma figura cimeira de uma grande instituição como é o Sport Lisboa e Benfica, referiu Paulo Inácio.
Luís Filipe Vieira, esteve presente na festa comemorativa do aniversário da Casa do Benfica, em Alcobaça, entregando uma peça comemorativa aos dirigentes da associação.
Retirado da prática do futebol, o ex-futebolista Vítor Martins é funcionário do Benfica na área de prospeção de jovens talentos.
Villa-Nova, António Alberto Maia, nasceu a 22 de novembro de 1947, em Alcobaça, filho do Juiz Silvino Villa-Nova e de Maria Adriana Neves Maia.
Fez estudos em Porto de Mós, em Vila Franca de Xira e Aveiro, pois o pai era Magistrado e ia sucessivamente passando por várias comarcas. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa em 1972, fez estágio para Advocacia com o Dr. Sidónio Rito, advogado de Lisboa. Advogou com escritório em Alcobaça a partir de 1976 e extra profissionalmente colaborou com o jornal Voz de Alcobaça. Pertenceu ao Conselho Fiscal do CEERIA e fez o serviço militar na Comissão de Extinção da PIDE/DGS. 
Aprecia música e é colecionador de boa cerâmica de Alcobaça, que já tem exposto ao público.
Encontra-se reformado da Ordem dos Advogados e vive em Lisboa, vindo todavia regularmente a Alcobaça.
Villa-Nova, Silvino Alberto, nascido na Rua Palmira, freguesia dos Anjos, Lisboa, em 5 de fevereiro de 1920, filho de Bernardo Henriques Villa-Nova e Júlia de Jesus Pereira Lopes Villa-Nova, foi uma figura de relevo na Magistratura Portuguesa, e na cultura de Alcobaça no seu tempo.
Casou em 31 de julho de 1943 com Maria Adriana Neves Maia Villa-Nova, tendo tido desse casamento dois filhos, sendo um deles António advogado em Alcobaça.
Frequentou o Colégio Castro Rodrigues, no Largo de Santa Bárbara, Lisboa, tendo aí concluído a instrução primária e prosseguido estudos nos Liceus Gil Vicente e Luís Camões. Cursou a Faculdade de Direito de Lisboa e licenciou-se na vertente de Ciências Histórico-Jurídicas em 1942.
Subdelegado do Procurador da República e Delegado do Procurador da República em tribunais como Lisboa, Castelo de Vide, Sintra e Leiria, e depois de transitar para a Magistratura Judicial, com 29 anos de idade (o mais jovem com que até então se verificara essa ascensão), exerceu funções de Juiz de Direito nas Comarcas de Sabugal, Porto de Mós, Vila Franca de Xira e Aveiro. Como Juiz Corregedor ou de Círculo exerceu na Guarda e Lisboa. Ascendeu ao Tribunal da Relação de Lisboa em 12 de fevereiro de 1975. Foi convidado para Inspetor Judicial e nomeado adjunto do Juiz Conselheiro Relator do Supremo Tribunal Militar (iniciou funções a 29 de dezembro de 1981). Continuando como Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal Militar (substituído em 1983, pelo Juiz Conselheiro Manuel Maia Gonçalves) foi nomeado Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, onde desempenhou o cargo de Presidente da Secção de Jurisdição Criminal (23 de março de 1982) e fez parte da Comissão de Informatização.
Além de articulista em jornais locais, colaborou em exposições como Alcobaça-Figuras e Factos e As Pedras e as Gentes, e nas conferências O Rossio através dos Tempos, O Hospital na História de Alcobaça e Da vida e obra de Joaquim Vieira Natividade.
No início da década de 1980, foi cofundador da ADEPA, do REBATE, Presidente das Comissões de Honra de Alcobaça-Que museus?, bem como das Comemorações dos 20 anos de 25 de Abril, no Cineteatro.
É autor de vários livros, bem como de outros em colaboração com Bernardo Henriques Vila Nova.
-Faleceu em Lisboa a 9 de julho de 2011 com 91 anos, após doença prolongada.
Vilhena, Maria Celeste, nasceu a 22 de setembro de 1942 em Freixeda do Torrão/Figueira de Castelo Rodrigo.
Em 1973 foi colocada em Alcobaça, no Serviço Social do Trabalho então nas instalações disponibilizadas pelo Grémio da Lavoura. Fez parte (indicada pelo MDP/CDE) da 2ª Comissão Administrativa da CMA após o 25 de abril liderada por José Pinto (indicado pelo PC). As sessões semanais eram à noite, abertas ao público, alegadamente para a população poder participar.
-Não cumpriu o mandato até ao fim, porque em julho de 1975 a CA da CMA foi destituída pela população que a repudiava. Ao Voz de Alcobaça, José Pinto declarou que, quando tocou a sirene encontrava-me no gabinete com a vereadora Celeste Vilhena, cuja camaradagem aproveito para enaltecer. (…) Quiseram que abrisse a Sala das Sessões e acedi ao desejo. Antes de abrir, na entrada, pedi-lhes apenas que nada destruíssem. Se quisessem destruir, destruíssem- me a mim, os bens eram património de todos nós. Celeste Vilhena não fugiu. A sirene a que José Pinto se referia é a dos Bombeiros Voluntários e terá funcionado como senha para o ataque popular à Câmara Municipal, com vista à destituição da Comissão Administrativa, como veio a acontecer.
Leia-se Fleming de Oliveira em No Tempo de Soares, Cunhal e Outros e aqui José Pinto.
Vinagre, João Lourenço, nasceu a 4 de janeiro de 1910 na Benedita, filho de um pequeno empreiteiro da construção civil.
Estudou até à 4ª. Classe na Benedita e com cerca de 13 anos foi trabalhar como pedreiro com o pai e seus três irmãos rapazes. Em fins da década de 1940, fundou com um irmão a Carpintaria e Serração Mecânica da Benedita, a qual ao fim de pouco tempo ficou sua, por compra da quota ao irmão e se tornou uma referência no Concelho de Alcobaça.
Vinagre construiu por todo o concelho e em alguns pontos do País, tendo mesmo edificado o Edifício dos Correios, nos Restauradores/Lisboa, isto antes de fundar a Carpintaria e Serração Mecânica da Benedita.
João Vinagre participou durante anos, muito ativamente no desenvolvimento da Benedita, através de obras, doação de terrenos e intervenção em corpos sociais de instituições de caráter associativo, incluindo uma participação na Junta de Freguesia.
Foi um dos fundadores do ECB, pelo que há quem diga que teve mais herdeiros que os familiares.
-Faleceu a 18 de dezembro de 1992, na Benedita.


NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Vicente, Maria, é nome que partilha com a avó.
Está igualmente inserido no seu, entre o primeiro e o último nome, pelo que não é um pseudónimo, fazendo parte integrante da sua identidade. Nasceu em 1967 na Vestiaria, cursou e concluiu Línguas e Literaturas na Universidade Clássica de Lisboa, sendo desde 1983 Professora no Ensino Básico e Secundário. Nos últimos tempos, tem se dedicado à formação de adultos em contexto prisional.
Em criança sentiu vocação para o ensino e escrita e começou a escrever textos. No seu percurso de formação cultural teve mestras da vida e de sensibilização estética, professoras que a ensinaram e encorajaram a escrever. No dia-a-dia a leitura, atividade de prazer, conhecimento e estudo, constitui uma potencial oficina de escrita considerando esta como um impulso vital.
Vicente, Silvestre Luís Rodrigues, faleceu a 30 de setembro de 2003, vítima de acidente de viação.
Pessoa muito conhecida e estimada, mesmo para além do seu meio social e de residência, foi fundador e grande dinamizador da Bandinha da Alegria e de outros grupos musicais que interpretavam principalmente música portuguesa com sucesso nas festas populares.
Músico e apreciador de coisas nacionais, foi um grande impulsionador da Banda Filarmónica de Turquel.
Comece-se por dizer que os seus membros fazem todos, e com muito gosto, parte da chamada terceira idade. O grupo teve a sua origem em 5 irmãos Vicente, naturais de Turquel, que se juntaram fundando o Conjunto Irmãos Vicente. Todos eles eram músicos da Filarmónica de Turquel, que tinha sido criada pelo patriarca da família. Começaram por animar os bailes da terra e localidades vizinhas e com o decorrer dos anos outros músicos se lhe juntaram.
Mais tarde, os filhos formados no Conservatório de Lisboa, juntaram-se aos pais e alteraram o nome do grupo que passou a chamar-se Vicente Band. Mas a nostalgia dos Irmãos Vicente foi mais forte e por isso o núcleo fundador, agora com mais alguns amigos vindos das bandas filarmónicas da região, passou definitivamente a Bandinha da Alegria, convidada para animar a Expo98, acontecimentos por todo o Portugal e mesmo para França, para emigrantes portugueses.
-A Bandinha da Alegria, animou o certame no dia da inauguração da Feira de S. Bernardo de 2002. Contudo o programa recreativo, pouco benéfico para a cultura popular, não contou nesse ano com o habitual Festival de Folclore e a atuação dos ranchos do concelho. A música tradicional da região, por naturais do concelho, ficou de fora dando lugar a artistas nacionais pagos a peso de ouro, muitos de qualidade duvidosa.
-A TVI esteve frente ao Mosteiro de Alcobaça a fazer emissão em direto do programa Olá Portugal, apresentado por Manuel Luís Goucha, na manhã do dia 24 de setembro de 2002, onde se falou só de Alcobaça. Um dos intervenientes em destaque foi a Bandinha da Alegria, cujos músicos são aplaudidos em todo o país. Numa terra de fortes tradições musicais, nasceu este grupo peculiar que defende com unhas e dentes a música popular portuguesa. Tocou três modas e teve a honra de encerrar o programa televisivo emitido com êxito para todo o país. O seu dinamizador, Silvestre Vicente, foi entrevistado. Manuel Luís Goucha gostou tanto que convidou a Bandinha a voltar à TVI em programa a realizar nos estúdios no Porto, no dia 2 de outubro seguinte.
-A Bandinha da Alegria, já sem Silvestre Vicente, foi convidada a participar na Praça da Alegria, da RTP1, no dia 11 de março de 2004, programa emitido diariamente e de manhã a partir do Porto, com a participação de alguns dos melhores apresentadores da televisão portuguesa, como a bonita Sónia Araújo, Jorge Gabriel e Hélder Reis. Este programa recria as típicas praças existentes na Ribeira do Porto e a música portuguesa encontra um espaço privilegiado de divulgação.
-A Bandinha da Alegria, atuou na RTP no programa Praça da Alegria, conduzido por Jorge Gabriel e Sónia Araújo. no dia 5 de janeiro de 2005, onde tocou um número, pondo os assistentes a dançar durante alguns minutos. Finalizada a bonita e ritmada melodia, Jorge Gabriel reuniu os músicos da Praça com os da Bandinha para executarem em conjunto um número musical.
-No dia 9 de janeiro de 2006, a Bandinha da Alegria foi atuar de novo na Praça da Alegria, abrindo o programa com um pasodoble, pondo os assistentes em movimento a condizer com o alegre número. O conjunto alcobacense encerrou a atuação com a popular melodia Ó Senhor de Matozinhos, tema conhecido da música tradicional portuguesa.
-No dia 18 de abril de 2008, a Bandinha da Alegria, abriu o programa de a Praça da Alegria com música do seu variado repertório, seguida de ginástica com todos os presentes no programa fazendo o que o professor brasileiro indicava. O programa terminou ao fim da manhã com outro tema musical da Bandinha.
Vieira, Alberto, natural da Maiorga, nasceu a 6 de outubro de 1933 e faleceu a 22 de outubro de 2015, vítima de problemas de saúde que o afetavam e se agravaram, causando-lhe bastante sofrimento.
-Membro empenhado na sua paróquia, foi dirigente de várias coletividades dos concelhos de Alcobaça e da Nazaré.
-A nível jornalístico, além de correspondente de O Alcoa, por mais de cinco décadas, foi colaborador do Diário de Leiria, da Rádio Cister e da Rádio Benedita FM, correspondente em Alcobaça da Gazeta dos Desportos, quando o Ginásio disputou a 1.ª Divisão, em 1982/83.
-A. Vieira, esteve ligado ao projeto da requalificação da antiga moagem de Leiria.
-Nos últimos anos, foi representante em Portugal do comendador Armando Lopes, empresário natural de Ourém, há décadas emigrado em França, responsável pela construção do Edifício 2000 e promotor do projeto de requalificação do edifico da antiga moagem de Leiria, cujas obras haviam começado recentemente. Estava marcada para o dia 28 de outubro, a apresentação pública do empreendimento, mas, a sessão foi cancelada devido ao falecimento.
-Alberto Vieira tinha 82 anos e residia há várias décadas em Valado dos Frades, onde casou, constituiu família e foi sepultado. Praticou futebol na BIR e fez parte da equipa que garantiu o apuramento para a 3.ª Divisão nacional, em 1958/59.
Amante do desporto, acompanhou o Ginásio Clube de Alcobaça, clube do coração, durante várias décadas, fazendo relatos para a Cister FM e Benedita FM e assinando a página desportiva de O Alcoa. A ligação aos azuis compreendeu o desempenho de funções de dirigente, tendo sido presidente da Assembleia Geral. Também foi dirigente da Associação de Dadores de Sangue do Concelho da Nazaré.
Vieira, Carlos, uma das vozes mais conhecidas da Rádio Alfa/Paris, morreu no dia 9 de março de 2013, em Portugal, onde se encontrava de férias, vítima de ataque cardíaco fulminante. O funeral teve lugar em Valado de Frades, de onde era originário.
-Carlos Vieira aprendeu a arte da rádio com o pai, em Portugal, mas emigrou para França na década de 1980. Primeiro começou por ser empregado bancário na região de Bordeaux, antes de seguir para Paris onde foi trabalhar para uma empresa de Armando Lopes, o patrão da Rádio Alfa, ainda antes de este a ter comprado. Carlos Vieira estava praticamente todos os dias na rádio, reservando para si apenas as quartas-feiras para passar com o filho. Na semana anterior, despediu-se da antena, no programa Alô Paris que animava todos os dias, das 14h00 às 17h00 e foi passar as férias escolares do filho, em Portugal.
Carlos Vieira era muito conhecido e estimado em Alcobaça e sempre que possível divulgava a região aos microfones da estação parisiense, cujo auditório é fundamentalmente de portugueses ou luso-descendentes.
Efetuou programas em direto a partir de Paris conjuntamente com a Benedita FM e Rádio Cister.
Vieira, Fernando da Conceição, nasceu a 12 de janeiro de 1948 em Alformegel/Almoster. Começou por correr em festas, tendo ingressado como popular no Sporting Clube de Alverca, onde ganhou diversas provas. Passou em seguida para o Benfica, tendo ainda representado a Âmbar. Foi campeão regional de Rampa sendo a sua especialidade as provas clássicas como Porto/Lisboa e Lisboa/Porto que venceu, Camisola Amarela em diversos prémios e ganhou alguns circuitos. Participou na Volta a Espanha e em diversas Voltas a Portugal. Obteve um quarto e um sexto lugar na Volta à África do Sul. Foi terceiro classificado na Volta aos Açores. Fundador e posteriormente Presidente do Alcobaça Clube de Ciclismo, foi um dos homenageados no dia 4 de novembro de 2006 no Mosteiro de Alcobaça na Grande Gala do Ciclismo.
Ex-ciclista de alta competição e conhecedor da modalidade, Fernando Vieira ainda vibra com os êxitos do ciclismo e sofre os problemas a fundo.
-Radicado em Alcobaça desde 1974, tem a vida repartida entre os automóveis que tem que vender por dever profissional e a paixão pelo ciclismo.
Nasceu a 1948 em Alforgemel, e ali fez os estudos primários. Aos 11 anos, teve a sua primeira ocupação como guardador de rebanhos e dois anos depois foi aprender o ofício de bate-chapas para Santarém. Deslocava-se de bicicleta perfazendo 40 quilómetros diários, que lhe deram preparação física e fizeram nascer o gosto pelas bicicletas. Foi por essa altura que começou a participar nas corridas que se faziam nas festas das aldeias vizinhas.
Apaixonado pelo ciclismo o gosto aumentou quando anos depois, aos 500 escudos que tinha amealhado juntou outros mil que lhe foram dados pelo pai e irmão e comprou a primeira bicicleta. O serviço militar aos 19 anos levou-o para a Força Aérea em Alverca, onde se inscreveu na equipa de ciclismo daquela localidade, revelando capacidade. Um ano depois, ingressou no Benfica na categoria de amador, aí permanecendo vários anos, participando em provas. Em 1973 abandonou o Benfica e passou a correr pela Ambar. Em 1975 regressou ao Benfica onde ficou até 1977, altura em que abandonou o ciclismo de alta competição.
A partir daí, o seu contributo pelo desenvolvimento da modalidade revelou-se no apoio à formação de várias equipas.
Alguns circuitos da região de Alcobaça têm contado com a sua ajuda, nomeadamente o Circuito (anual) de Ciclismo de S. Bernardo, integrado nas festas do concelho.
-Em 1970, durante um estágio, os ciclistas do Benfica, pernoitaram na extinta Pensão Primorosa, em Alcobaça. Ali Fernando Vieira conheceu Margarida Areias com quem viria a casar em 1974, fixando residência em Monte de Bois. Com duas filhas, tornou-se alcobacense por adoção.
-É proprietário de uma oficina de reparações automóveis, em Monte de Bois.
Vieira, Joaquim Carvalho, nascido a 3 de junho de 1927, desde muito cedo se dedicou às causas públicas da sua terra, Cela Velha. Abraçou de corpo e alma o folclore inventariando as danças e cantares perpetuando-os para que não se perdessem. A par disso, soube de forma autodidata desenvolver um notável trabalho de pesquisa e recolha de danças, cantigas, modinhas, trajes, objetos, utensílios, tradições gastronómicas, que caracterizam a povoação da Celha Velha e o seu quotidiano ao longo dos tempos. Legou-nos todo esse trabalho, que ficou preservado no acervo daquilo que deveria ser um museu popular e agrícola da Cela Velha, bem como na atividade do Rancho Folclórico e Etnográfico “Papoilas do Campo”.
Pela sua mão, o Rancho da Cela Velha levou e elevou o nome da Freguesia pelo País fora, conquistou o estatuto de coletividade de utilidade pública e o melhor galardão de qualidade que foi a sua admissão como membro da Federação Portuguesa do Folclore.
A sua notável dedicação fez dele não só um dedicado dirigente do Rancho da Cela Velha, mas um notável folclorista e um etnógrafo popular de inestimável valor.
Veio a falecer em 29 de Setembro de 1997, deixando na Cela Velha um valioso património com o qual enriquece o prestígio da nossa freguesia.
Por conseguinte, entende a Freguesia, através dos seus órgãos autárquicos (Junta e Assembleia de Freguesia), homenagear um dos seus mais diletos e ilustres fregueses, através da atribuição do seu nome a uma rua daquela localidade, hoje denominada Rua da Nazaré.
Um gesto simples, que nada mais pretende senão honrar a sua memória que com simplicidade ergueu feitos grandiosos.
Entregamos esta proposta a V. Exª Presidente da Assembleia de Freguesia da Cela para consideração, aceitação e posterior discussão e votação neste fórum.
(conforme proposta de 10 de abril de 2008, subscrita por Dulce Alves/PSD, João Fã/PS, Joaquim Olímpio/CDU e Joaquim Marques/independente, aprovada por unanimidade).
-Joaquim Carvalho Vieira, faleceu ao final da tarde do domingo 28 de setembro de 1997, com 70 anos de idade, deixando mais pobre o folclore da região de Alcobaça e o Rancho Folclórico e Etnográfico Papoilas do Campo, da Cela Velha. O funeral constituiu uma profunda manifestação de pesar na qual se incorporaram centenas de pessoas, entre os componentes do Rancho Folclórico que dirigiu, familiares, e muitos amigos e admiradores.
O Executivo da Câmara de Alcobaça encerrou os trabalhos mais cedo para se associar ao cortejo fúnebre, onde marcaram também presença ex-presidentes da Câmara de Alcobaça como Rui Coelho, Joaquim Augusto de Carvalho, presidentes de juntas de freguesia do concelho, a viúva de Humberto Delgado e filha Iva, Álvaro Laborinho Lúcio, representantes de ranchos folclóricos e de outras instituições.
Vieira, José Ribeiro, de 68 anos, faleceu no dia 20 de janeiro de 2012, após a luta mais difícil e inglória que travou ao longo da vida.
Um problema de saúde interrompeu o percurso empresarial e cívico, iniciado há mais de quatro décadas. Como considerou alguns meses antes, foi reformado pela natureza. Será ela que me mandará parar.
José Ribeiro Vieira, era um insatisfeito por natureza e terá sido essa característica que o levou até à Academia Militar e ao Instituto Superior Técnico, numa época e num contexto em que não era muito comum prolongar os estudos. Mais tarde, já na carreira militar com a patente de Major e com um percurso seguro e tranquilo pela frente, decidiu lançar-se no imprevisível mundo empresarial, nomeadamente na imprensa.
-Natural de Cortes, freguesia rural de Leiria, Ribeiro Vieira era oriundo de uma família de agricultores, pessoas simples, com algumas posses, mas de pouca instrução