Fleming de Oliveira apresentou dicionário de personalidades alcobacenses

“No tempo de gente importante como nós”

Fleming de Oliveira apresentou dicionário de personalidades alcobacenses

JERO, Fleming de Oliveira, Natércia Inácio e Piedade NetoO livro “No tempo de gente importante como nós”, da autoria de Fleming de Oliveira, foi apresentado, no dia 18 de novembro, na Biblioteca Municipal de Alcobaça. Estiveram presentes José Eduardo Reis de Oliveira (JERO) e Piedade Neto, jornalistas locais e amigos do autor, e Natércia Inácio, presidente da Associação Amigos das Letras, que enalteceram o labor do autor na compilação deste dicionário de personalidades do concelho de Alcobaça do último meio século. Natural do Porto, o advogado e ex-deputado do PSD, de 72 anos, radicou-se em Alcobaça por alturas do 25 de Abril, tendo iniciado a sua vida política com a Revolução dos Cravos.    Fernando Fleming de Oliveira, o mais velho de oito irmãos, licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, tendo cumprido o serviço militar na Guiné. Foi subdelegado do Procurador da República, no Tribunal Cível do Porto e delegado do Procurador da República nas comarcas de Vila Franca do Campo (Açores), Cinfães e Arraiolos.    Fundador do PPD/PSD de Alcobaça e Leiria, Fleming de Oliveira foi eleito para a Câmara Municipal de Alcobaça para o mandato 1976-1979, onde exerceu as funções de vice-presidente, presidente da Assembleia Municipal de 1979 a 1981, deputado à Assembleia da República de 1980 a 1983 e deputado municipal de 1985 a 1989.    Fleming de Oliveira não se assume como historiador local, embora já tenha escrito alguns livros sobre temáticas locais (No tempo de Mata-Frades, Visconde de Seabra e Outros”, "No tempo de Salazar, Caetano e Outros - Alcobaça e Portugal" e “No tempo de Soares, Cunhal e Outros. O PREC também passou por Alcobaça”, preferindo definir-se como um contador de histórias locais.    O autor admite que a escolha das personalidades foi arbitrária, mas garante que “ninguém foi excluído por razões políticas, sociológicas, de género ou profissionais”, estando todos os extractos profissionais representados. O autor assegura que “não houve censura nenhuma”, mas admite que pode ter havido lapsos, nomeadamente, emails e ficheiros com informação enviada perdidos inadvertidamente.    “Alcobaça não me deve nada”, afirmou Fleming de Oliveira, garantindo ter uma relação, pelo menos cordial, com todos os alcobacenses. O autor reconhece estar grato a Alcobaça pelo tratamento caloroso das gentes alcobacenses, sendo este trabalho de dois anos uma forma de retribuir a amizade que recebeu no último meio século.    Segundo o historiador Rui Rasquilho, uma das personalidades constantes desta obra, este livro é um dicionário precioso de consulta de história contemporânea e permite até uma análise sociológica por época, cruzando as biografias constantes da obra.    Por sua vez, Pedro Tavares, outra das personalidades referenciados no livro, considerou que “este livro, escrito com brilho, faz brilhar também todos os que constam do livro.”    O livro, que se encontrou à venda na Biblioteca Municipal de Alcobaça, já esgotou a primeira edição, devendo em breve sair uma segunda edição. Mário Lopes