OBRIGADO PAPA
FRANCISCO
FLeming de OLiveira
Como
cristão/católico e português sinto-me muito satisfeito, reconfortado e
orgulhoso pela forma como decorreu a “Jornada
Mundial da Juventude/Lisboa 2023”. Há 4 anos, poucos calculariam o enorme
sucesso em que se converteria.
Isto
recordou-me quando, a partir do Porto, com familiares e amigos (em 1993 ano de “Xacobeo” e em que ainda me movia bem), fiz
uma peregrinação a Santiago de Compostela. Nesse ano, o dia 25 de julho, coincidiu pois com um domingo. 25 de julho, é o dia de Santiago Maior,
cujos restos mortais supostamente se encontram na Catedral, o
que a converteu no principal destino de peregrinação cristã na Europa
durante a Idade
Média a seguir a Roma, através do chamado “Caminho de Santiago”,
uma rota iniciática que seguia a Via Láctea. Existem
registos de locais de peregrinação ofuscados pelo cristianismo, como o caso
da Santiago de Compostela, cuja
catedral pode ter sido construída onde passaria uma rota mais antiga, a
peregrinação a Finisterra
(fim-da-terra), para ver o deus Sol "morrer
no Ocidente" e no dia seguinte “ressuscitar
no Oriente”. A celebração do “Xacobeo”, “Ano Santo” ou “Año Jubilar” (na versão
espanhola), inicia-se
com a abertura da “Porta Santa” na tarde de 31 de dezembro do
ano anterior. Este evento não ocorre de 7 em 7 anos, os anos bissextos não
podem ser esquecidos, pelo que teremos apenas 14 jacobeus
por século. Como um símbolo da
dureza do “Caminho”, o Arcebispo de Santiago bate três
vezes com um martelo de prata do lado de fora no muro que veda o acesso. A “Porta” ficará aberta ao longo dos doze
meses seguintes e será o acesso que, segundo a tradição, os peregrinos devem
usar para entrar no Templo, como foi o nosso caso. As exigências formais para ganhar o “Jubileu” são simples, visitar a Catedral, rezar pelo menos uma
oração, fazer a confissão e receber
a comunhão no
dia da peregrinação ou quinze dias antes ou depois, sendo que estes sacramentos podem
ser cumpridos em qualquer lugar. Para mim e companheiros foi
um momento especial a peregrinação a Santiago de Compostela (aonde já tinha
estado várias vezes como turista), pois, para além da indulgência
plenária, a cidade está cheia de eventos e
celebrações e a atmosfera é única.
A um alcobacense ou amigo que hoje em dia visite o Porto e o Terreiro da Sé, informo que encontra um Marco
Jacobeu, uma peça de granito, que se coloca próximo de uma “Ruta
Xacobea”, para indicar aos peregrinos a direção correta e a
distância até Santiago e que contém dois dos símbolos mais reconhecidos do
Caminho, a seta amarela e a concha de vieira.
Foi nesta JMJ-2023 que ocorreu a
maior concentração de pessoas, que alguma vez aconteceu em Portugal. Mais,
bastante mais que em 1967 em Fátima aquando da visita de Paulo VI, e o Comício
da Fonte Luminosa em 1975 com Mário Soares.
O nome “Colina do Encontro” evoca o
encontro com Cristo Vivo, (objetivo primeiro da Jornada Mundial da Juventude-2023),
a experiência da Igreja jovem que em Lisboa quer sair ao encontro de todos, de
todos, e o encontro entre Maria e Isabel, enfim o verdadeiro encontro
intergeracional, marcado pela alegria.“Colina do Encontro” recorda
também o “encontro” em 1982 de João
Paulo II (fundador da JMJ) com Lisboa, no Parque Eduardo VII. Foi neste local
que os jovens se encontraram pela primeira vez com o Papa Francisco na JMJ-Lisboa
2023.
O Parque Eduardo VII de Inglaterra, como se
sabe, é o maior parque do
centro de Lisboa, sendo
usualmente conhecido apenas por “Parque Eduardo VII”, assim
denominado em 1903 em
honra de Eduardo VII, que havia visitado Lisboa
no ano anterior para reafirmar a aliança entre os dois países. Até então, era
designado como “Parque da Liberdade”. Tendo em conta a dimensão da JMJ-2023, o seu
significado imediato e efeitos expectáveis, veria com muito interesse e sem
favor que o Município de Lisboa lhe alterasse a denominação. Os Portugueses, os
lisboetas e os cristãos/católicos muito provavelmente estão de acordo com esta
ideia.
Se
tivesse tido oportunidade de me encontrar com o Papa e de lhe dizer alguma
coisa, seria apenas OBRIGADO PAPA FRANCISCO.
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