Fleming de OLiveira
Amigo,
Por que te preocupas, tão sem motivo?
A quem temes, tão sem razão?
Quem te poderia fazer mal,
Mesmo matar?
A Alma não nasce, nem morre.
Qualquer coisa que aconteça,
Acontecerá para teu bem.
O que vai acontecer,
Acontecerá para o teu bem.
Não lamentes o passado.
Não o deves porém esquecer,
Nem te preocupar com o futuro,
Pois ele está a acontecer ...
Que perda te faz chorar?
Amigo,
Não me fales em crise.
O que trouxeste contigo,
É o que achas que ontem perdeste?
O que produziste,
E supunhas destruído?
Não me deste nada,
Nem nada trouxeste ,
Qualquer coisa que possuas,
Aqui a recebeste,
Mesmo que suponhas que ganhaste,
Com o suor do teu rosto,
Que não,
Não é uma maldição divina.
O que te tenham dado,
Ele te deu.
Chegaste de mãos vazias,
E assim retornarás,
Sempre de mãos nuas.
Amigo,
Tudo que tens,
Pertenceu já a outro,
E pertencerá, inexoravelmente, a outro,
Num amanhã qualquer.
Erradamente desfrutaste a ideia,
Que isto te pertence mesmo.
Esta felicidade falsa,
É causa dos teus pesares.
A mudança é lei imutável.
O que consideras como morte,
É, na realidade, a vida.
Em qualquer momento
Podes ser um milionário.
E, no seguinte,
Cair em extreme pobreza.
Por isso não me fales,
Em direitos adquiridos.
Teus e meus,
São tão só grandes ou pequenas expectativas.
Amigo,
Apaga depressa essa ideia.
Então, tudo te pertencerá,
E serás dono.
Esse corpo te pertence,
Embora não sejas desse mesmo corpo.
O corpo é fogo, água, ar, terra e éter,
E a eles retornará.
Mas a Alma é permanente.
(OFICINA DE POESIA)
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