segunda-feira, 16 de setembro de 2019

É CRIME, SIM SENHOR E
CONTRA A HUMANIDADE !!!
(A AMAZÓNIA)

FLeming de OLiveira




1)-Inúmeras vezes, quando somos confrontados com questões ambientais, deparamo-nos com abordagens muito especializadas, com que vagamente nos identificamos, mas que nos leva a sentirmo-nos marginalizados. Não esqueço que tratar o tema com alguma profundidade pressupõe conhecimentos científicos que cobrem diferentes disciplinas que não estão ao alcance do leigo.
No entanto, se formos capazes de centrar como primeiro objetivo a questão ambiental nas pessoas e na sua qualidade de vida e bem-estar, estamos a contribuir para uma vida responsável, face a recursos deterioráveis, assumindo uma responsabilidade social, com reflexos diretos e prontos o ambiente, na economia, em suma, no desenvolvimento sustentável.
Falar de ambiente, parece hoje uma questão de “moda”. Mas não é, outrossim uma imperiosa necessidade de consciencialização que não pode depender de mais ou menos conhecimentos técnico-científicos.
As empresas, as famílias, e o Estado são os atores do desenvolvimento sustentável, o qual implica modernização, otimização tecnológica, meios, conhecimento e sobretudo, bom senso e sentido da responsabilidade.

2)-A água é seguramente o recurso mais precioso do planeta, pois todos os seres vivos dependem dela. A Terra é conhecida por Planeta Azul, porque vista do espaço, assemelha-se a uma grande esfera azul, cor que decorre de cerca de dois terços da sua superfície estar coberta por água. A quase totalidade da água é salgada, encontra-se nos oceanos, e apenas 1% é doce e está nos rios, lagos e poços subterrâneos. Apesar disso, muitas pessoas e empresas ainda poluem essa fração, deitando lixo para os rios e lagos, e produtos químicos nos solos, no que tudo acabará por contaminar a água subterrânea.
Durante muito tempo, o homem atuou como se a água fosse um bem ilimitado, de tal maneira que os processos que dela dependem aumentaram os consumos seja para fins domésticos, agrícolas ou industriais. Todavia, e por causa do uso excessivo, este recurso ultrapassou a sua capacidade de renovação dos sistemas naturais. Apesar da água ser um recurso renovável a nível global, é menos renovável a uma escala local, como consequência das alterações climáticas, e de um aumento cada vez maior de atividades económicas, domésticas e industriais.

3)-Temos da Amazónia a ideia um enorme e vasto manto verde, de águas e florestas sem fim, onde as copas de árvores escondem o sol e o nascimento, reprodução e morte de mais de um terço das espécies que vivem sobre a Terra.
Num território de 4. 196.943 km2, crescem 2.500 espécies de árvores, onde inclui um terço de toda a madeira tropical do mundo, e 30 mil espécies de plantas.
A bacia amazónica é a maior bacia hidrográfica do mundo, pois cobre cerca de 6 milhões de km2 e tem 1.100 afluentes. O seu principal rio, o Amazonas, atravessa essa a região para desaguar no Atlântico, lançando ao mar cerca de 175 milhões de litros d’água a cada segundo.
Os seus recursos naturais, que além da madeira incluem enormes reservas de borracha, castanha, peixe e minérios, representam uma abundante fonte de riqueza, que tem sido protegida através do uso e forma tradicionais de a explorar sem esgotar, nem destruir o habitat natural. Mas essa grandeza não esconde a fragilidade do seu ecossistema. A floresta vive a partir de seu próprio material orgânico, e seu equilíbrio é extremamente sensível a quaisquer interferências. Para além da madeira, as árvores na Amazónia são cortadas para plantar soja ou para abrir caminho para pastagens de gado. As queimadas são muito usadas para rapidamente eliminar árvores e tal como os incêndios que assolam Portugal, embora em escala incomparável, muitos começam pela mão humana dolosa ou negligentemente, mas depois descontrolam-se.
A riqueza natural da Amazónia contrapõe-se aos baixos índices socioeconómicos da região, de baixa densidade demográfica e crescente urbanização, pelo que o uso dos recursos florestais é estratégico para o desenvolvimento da região. Dilema preocupante para o capitalismo.
Na Amazónia, os fogos tem ocorrido este ano com tanta intensidade que o fumo cobriu as cidades próximas e mesmo mais afastadas, com uma nuvem negra.
Afirmam os cientistas/ambientalistas que é consequência do recente aumento da desflorestação.
Os ambientalistas tem chamado veementemente a atenção para os problemas da desflorestação, desde que Jair Bolsonaro, foi eleito em 2018, tanto mais que parte da sua campanha eleitoral assentou na abertura da Amazónia à exploração empresarial. E quando chegou ao poder, cumpriu o que prometeu.
De acordo com os mesmos cientistas, nos anos anteriores os incêndios estavam normalmente correlacionados com a falta de chuva, mas este ano tem sido muito húmido, pelo que são levados a concluir que os fogos se devem à desflorestação. A desflorestação seca a região, potencia a perda florestal, pois grande parte da chuva amazónica é gerada pela própria floresta. Os especialistas temem que esta espiral descendente possa secar a floresta até ao ponto de não retorno, e a Amazónia vir a acabar mais parecida com uma savana do que com uma floresta tropical.
A proteção da Amazónia é muitas vezes apontada como uma das formas mais eficazes de mitigar o agravar das alterações climáticas. Anualmente, o ecossistema amazónico absorve milhões de toneladas de emissões de carbono. Quando as suas árvores são cortadas ou queimadas, não só libertam o carbono que armazenam, como a humanidade concomitantemente perde um meio de absorção de carbono.
Não será preciso ser cientista diplomado para perceber que floresta destruída é uma ameaça à biodiversidade e às pessoas que dela dependem (afinal todos nós e não apenas os brasileiros) e que se o mundo quiser evitar os maléficos efeitos das alterações climáticas, não pode perder as florestas.
A não ser assim, será uma tragédia, um Crime contra o Planeta, um Crime contra a Humanidade.


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