É CRIME, SIM SENHOR E
CONTRA A HUMANIDADE !!!
(A AMAZÓNIA)
FLeming de OLiveira
1)-Inúmeras vezes,
quando somos confrontados com questões ambientais, deparamo-nos com abordagens
muito especializadas, com que vagamente nos identificamos, mas que nos leva a
sentirmo-nos marginalizados. Não esqueço que tratar o tema com alguma
profundidade pressupõe conhecimentos científicos que cobrem diferentes disciplinas
que não estão ao alcance do leigo.
No
entanto, se formos capazes de centrar como primeiro objetivo a questão
ambiental nas pessoas e na sua qualidade de vida e bem-estar, estamos a contribuir
para uma vida responsável, face a recursos deterioráveis, assumindo uma
responsabilidade social, com reflexos diretos e prontos o ambiente, na
economia, em suma, no desenvolvimento sustentável.
Falar
de ambiente, parece hoje uma questão de “moda”.
Mas não é, outrossim uma imperiosa necessidade de consciencialização que não pode
depender de mais ou menos conhecimentos técnico-científicos.
As
empresas, as famílias, e o Estado são os atores do desenvolvimento sustentável,
o qual implica modernização, otimização tecnológica, meios, conhecimento e
sobretudo, bom senso e sentido da responsabilidade.
2)-A água é
seguramente o recurso mais precioso do planeta, pois todos os seres vivos dependem
dela. A Terra é conhecida por Planeta Azul, porque vista do espaço,
assemelha-se a uma grande esfera azul, cor que decorre de cerca de dois terços
da sua superfície estar coberta por água. A quase totalidade da água é salgada,
encontra-se nos oceanos, e apenas 1% é doce e está nos rios, lagos e poços
subterrâneos. Apesar disso, muitas pessoas e empresas ainda poluem essa fração,
deitando lixo para os rios e lagos, e produtos químicos nos solos, no que tudo acabará
por contaminar a água subterrânea.
Durante
muito tempo, o homem atuou como se a água fosse um bem ilimitado, de tal
maneira que os processos que dela dependem aumentaram os consumos seja para
fins domésticos, agrícolas ou industriais. Todavia, e por causa do uso
excessivo, este recurso ultrapassou a sua capacidade de renovação dos sistemas
naturais. Apesar da água ser um recurso renovável a nível global, é menos renovável
a uma escala local, como consequência das alterações climáticas, e de um
aumento cada vez maior de atividades económicas, domésticas e industriais.
3)-Temos da Amazónia a ideia um enorme e vasto manto
verde, de águas e florestas sem fim, onde as copas de árvores escondem o sol e
o nascimento, reprodução e morte de mais de um terço das espécies que vivem
sobre a Terra.
Num território de 4. 196.943 km2, crescem 2.500
espécies de árvores, onde inclui um terço de toda a madeira tropical do mundo,
e 30 mil espécies de plantas.
A bacia amazónica é a maior bacia hidrográfica do
mundo, pois cobre cerca de 6 milhões de km2 e tem 1.100 afluentes. O seu principal
rio, o Amazonas, atravessa essa a região para desaguar no Atlântico, lançando
ao mar cerca de 175 milhões de litros d’água a cada segundo.
Os
seus recursos naturais, que além da madeira incluem enormes reservas de
borracha, castanha, peixe e minérios, representam uma abundante fonte de
riqueza, que tem sido protegida através do uso e forma tradicionais de a
explorar sem esgotar, nem destruir o habitat natural. Mas essa grandeza não
esconde a fragilidade do seu ecossistema. A floresta vive a partir de seu
próprio material orgânico, e seu equilíbrio é extremamente sensível a quaisquer
interferências. Para além
da madeira, as árvores na Amazónia são cortadas para plantar soja ou para abrir
caminho para pastagens de gado. As queimadas são muito usadas para rapidamente
eliminar árvores e tal como os incêndios que assolam Portugal, embora em escala
incomparável, muitos começam pela mão humana dolosa ou negligentemente, mas
depois descontrolam-se.
A riqueza natural da Amazónia contrapõe-se aos
baixos índices socioeconómicos da região, de baixa densidade demográfica e crescente
urbanização, pelo que o uso dos recursos florestais é estratégico
para o desenvolvimento da região. Dilema preocupante para o capitalismo.
Na Amazónia, os fogos tem ocorrido este
ano com tanta intensidade que o fumo cobriu as cidades próximas e mesmo mais
afastadas, com uma nuvem negra.
Afirmam os cientistas/ambientalistas que
é consequência do recente aumento da desflorestação.
Os ambientalistas tem chamado
veementemente a atenção para os problemas da desflorestação, desde que Jair
Bolsonaro, foi eleito em 2018, tanto mais que parte da sua campanha eleitoral
assentou na abertura da Amazónia à exploração empresarial. E quando chegou ao
poder, cumpriu o que prometeu.
De acordo com os mesmos cientistas, nos
anos anteriores os incêndios estavam normalmente correlacionados com a falta de
chuva, mas este ano tem sido muito húmido, pelo que são levados a concluir que
os fogos se devem à desflorestação. A desflorestação seca a região, potencia a
perda florestal, pois grande parte da chuva amazónica é gerada pela própria
floresta. Os especialistas temem que esta espiral descendente possa secar a
floresta até ao ponto de não retorno, e a Amazónia vir a acabar mais parecida
com uma savana do que com uma floresta tropical.
A proteção da Amazónia é muitas vezes
apontada como uma das formas mais eficazes de mitigar o agravar das alterações
climáticas. Anualmente, o ecossistema amazónico absorve milhões
de toneladas de emissões de carbono.
Quando as suas árvores são cortadas ou queimadas, não só libertam o carbono que
armazenam, como a humanidade concomitantemente perde um meio de absorção de
carbono.
Não será preciso ser cientista diplomado
para perceber que floresta destruída é uma ameaça à biodiversidade e às pessoas
que dela dependem (afinal todos nós e não apenas os brasileiros) e que se o
mundo quiser evitar os maléficos efeitos das alterações climáticas, não pode
perder as florestas.
A não ser assim, será uma tragédia, um
Crime contra o Planeta, um Crime contra a Humanidade.
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