segunda-feira, 16 de setembro de 2019


E ENTÃO…
SEREMOS TODOS INTELIGENTES
(Inteligência artificial)
FLeming de OLiveira

(II)



Há dilemas éticos que se afiguram, por enquanto, irresolúveis. O algoritmo, pode ser contaminado/condicionado pelas características/ideologia/condição do criador/programador? Calculo que sim…
Para que a inteligência humana e as máquinas inteligentes possam coexistir pacífica e eficazmente, existem desafios a superar, desde logo a regulação, com a criação de leis, bem como a atualização das existentes, que acompanhem o ritmo da mudança tecnológica, destacando-se a criação de um código de ética para IA, acompanhados por regras concretas e melhores práticas no desenvolvimento e utilização de máquinas inteligentes.
O neurocientista António Damásio, defende que, “o risco principal é o perigo das pessoas não compreenderem que a IA é de facto artificial e muito diferente daquilo que é a inteligência humana. A inteligência humana é um derivado da biológica ( …) os medos são um bom exemplo de uma reação normal que vem do desenvolvimento biológico. Uma forma de defesa, que todos os organismos a partir de um certo nível de complexidade têm. Respondem de forma a defender a integridade do seu corpo e a integridade da sua vida”.
Se não é possível evitar o rumo à IA, a definição dos seus limites éticos parece imprescindível, para o mundo novo que se desenha. Cientistas afirmam a necessidade do estabelecimento de regras quanto a aplicação da IA em questões militares, pois já existem estudos e usos com armas, aviões e sistemas de defesa para a seleção e eliminação de inimigos, sem a condução direta de pessoas.
A tensão suscitada pelas inovações tecnológicas sempre existiu. O uso em massa da tecnologia pode ameaçar empregos e eliminar o envolvimento do ser humano em diversas funções, além do perigo de a Inteligência Artificial conseguir superar o mercado financeiro ou manipular líderes mundiais.
O desenvolvimento integral da IA pode implicar o “fim” da raça humana, defendeu Stephen Hawking adiantando temer que a IA evolua mais rapidamente do que os seres humanos, limitados que estão pela biologia. Importa não perder de vista a lição da energia atómica, que começou por ser pensada para fins pacíficos. Aquando da II Guerra experienciou-se a necessidade do avanço tecnológico para fornecer mais e melhores instrumentos no combate bélico. O dinheiro de pesquisas científicas estava à disposição dos cientistas, que se preocuparam em breve em desenvolver a mecanização da morte pelo poder tecnológico.
O crescente uso da IA na rotina das pessoas, desencadeou uma série de debates. Cientistas como estes, não estão a dizer, se bem entendi, que a máquina vai colonizar os seres humanos e dominar a Terra. O que afirmam é que a IA, até agora, tem sido usada de forma aparentemente inofensiva, mas tudo indica que não será assim ao longo dos anos.
De facto constata-se que diversas tecnologias transformarem a vivência da humanidade, como a televisão, o desenvolvimento da internet e as comunicações em geral.

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