O homem,
enquanto racional e culto, consegue discernir o certo do errado, a moralidade
da imoralidade, o bem do mal, pelo que é capaz de produzir tradições e
comportamentos que se consolidam enquanto cultura.
Por outras palavras,
a cultura é herança social de uma
comunidade que se transmite aos descendentes e à Humanidade, um forte agente de identificação
pessoal e social, um modelo de comportamento que integra segmentos sociais e
gerações.
Entendo que
cultura está intimamente ligada à ideia de política e a construção da região ou
da nação.
Uma região ou nação
não é apenas a ideia de extensão geográfica e de momentânea acumulação de
indivíduos, mas uma ideia de continuidade que se prolonga no tempo e em
números. Note-se, não se trata da eleição por um dia ou de um mero grupo de
pessoas. É, sobretudo, uma deliberada seleção de tempos e gerações formada por
circunstâncias peculiares, por ocasiões, temperamentos e disposições, por costumes
morais, civis e sociais, que se vão revelando ao longo do tempo.
O homem é,
concomitantemente, o ser mais sábio e mais ignorante. O indivíduo, enquanto
tal, pode ser idiota. A espécie, porém, é sábia e quando se lhe concede o tempo quase sempre atua de
maneira adequada.
A cultura
serve como tradição ou herança de um grupo ou de um povo que orienta o seu
comportamento, as suas ações e expectativas na convivência em sociedade, entre
si ou com culturas distintas.
A cultura ocidental assenta em três pilares: a
filosofia grega, o direito romano e a fé católica.
Entendo, pois,
a nossa cultura construída a partir das ações e interações fruto daqueles
pilares. As pessoas, fazendo parte de uma sociedade, interagem umas com as
outras, trocam ideias, conhecimentos, crenças, e desse relacionamento decorre a
cultura do povo. Juntas, constroem uma história de vida, onde hábitos e
costumes, manifestações, expressões e sentimentos se inserem, identificando
cada componente e influenciando o modo
de viver e de ser.
Cultura e
educação, são elementos que fundamentam/sedimentam a socialização, a formação
moral e intelectual do indivíduo, pelo que a formação da sua personalidade está
associada à aquisição de níveis cultura. O saber, a moral e os comportamentos
sociais guardam uma relação com a cultura, apoiam-se nela.
A cultura
relacionada diretamente à geração do conhecimento e ao exercício do
pensamento, valores essenciais para o
desenvolvimento da sociedade, é importante na formação pessoal, moral e
intelectual do indivíduo e no desenvolvimento da sua capacidade de
relacionar-se.
A cultura um
dos principais elementos que constituem a identidade de um sujeito e sua
inserção num povo, numa comunidade, região ou nação, é um elemento de coesão do
grupo e distingue-os dos demais. É ela que singulariza um grupo diante do mundo.
As raízes
culturais de um povo são primordiais para preservar as suas origens, para
afirmar a sua identidade e o engajamento. Essas raízes (culturais, sociais e
familiares) são nesse sentido elemento de importância na formação da identidade
e da personalidade do indivíduo.
Nada impede um
povo de procurar aprimorar a sua cultura, buscar inspiração, técnicas e
melhorias noutras culturas, assimilações
que acarretando melhores padrões de vida, não invalidam uma cultura e podem até
fortalecê-la.
Reconheço, que
há culturas que granjearam mais progresso do que outras, podendo
compartilhá-lo, não para anular a cultura cujo desenvolvimento é menos
evidente, mas para ajudá-la.
Língua,
religião e cultura são componentes de uma nação que podem sobreviver quando ela
chega ao termo da sua duração histórica. São valores, que, por servirem a Humanidade
e não somente ao povo em que se originaram, justificam que ele seja lembrado e
admirado por outros povos. Mas, se esses elementos podem servir à Humanidade, é
porque serviram eminentemente o povo que os criou.
A cultura é
uma herança e o seu estudo envolve a compreensão dos símbolos que povos,
indivíduos e civilizações deixaram registados na História e que, enfim, gosto
de evocar.
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