terça-feira, 28 de março de 2023

Amílcar Pereira de Magalhães

 

Amílcar Pereira de Magalhães, nasceu em 22 de setembro de 1909, no lugar de Porto do Carro/Leiria, no seio de uma família de posses, antes de a vida de seus pais ter dado algumas reviravoltas.

Teve dois irmãos mais novos, sendo um Advogado e outro industrial de cerâmica.

Muito jovem foi viver para os Montes, aonde veio a casar a 6 de janeiro de 1943 com Ana Salgueiro Antunes. A devido tempo, com os pais a viver em Coimbra (o pai foi archeiro na Universidade), depois de ter estudado no Liceu de Leiria, licenciou-se em 1936 na Faculdade de Direito, tendo como colegas de curso e amigos (Dr. Henrique Trindade Ferreira, de Alcobaça, seu companheiro de casa), os Drs. Fernando Maia de Carvalho, Manuel Casanova, Antão Santos da Cunha e José Guilherme Melo e Castro, sendo este que vindo a Alcobaça por indicação de Marcelo Caetano, lhe fez convite para as eleições de 1969 para a Assembleia Nacional (X Legislatura, de 1969 a 1973), onde fez parte da Comissão de Obras Públicas e Comunicações, com várias intervenções interessantes.

Era um distinto e exemplar advogado, embora com pouco ar de tribuno. Pessoa de temperamento aparentemente frio, cristão mas não praticante, prezava o estilo da oratória do Dr. Salazar, que achava adequada para o País.

Foi Membro do Conselho Municipal de Alcobaça, Presidente do Grémio da Lavoura de Alcobaça e Vogal da Direção da Federação da Lavoura da Província da Estremadura, Presidente do CAAC/Círculo Alcobacense de Arte e Cultura, numa altura de grande pujança desta instituição e da sua Orquestra Típica e Coral.

Amílcar Magalhães era do tempo em que, uma frase bem elaborada, escrita ou falada, correspondia a uma pessoa de educação e cultura humanista, onde os clássicos não tinham desaparecido dos vícios de leitura ou dos manuais escolares. Embora sendo apoiante do regime nunca fez parte da UN, embora em 1969 tenha concorrido na versão caetanista.

Não sendo salazarista, tendo sobrevivido alguns anos à revolução do 25 de abril, poucas vezes dividiu redutoramente o mundo português em esquerdas e direitas. Apreciava, em Salazar a capacidade intelectual e de mestre jurista, e condescendia com o seu dedo em riste, apontado ao ouvinte ou interlocutor, para vincar a ideia. Todavia, não aceitou que essa oratória ou a praxis política, por mais bonitas ou empolgantes que fossem as intervenções ou palavras, fundamentasse um pretexto de violentar o cidadão.

Faleceu a 21 de fevereiro de 1982.

 

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