quarta-feira, 8 de março de 2023

O dia da asneira

 

 

Antes de mais vou esclarecer que sou a favor do “dia da asneira”. Ontem fui levado a isso. Não existia nenhum evento importante, como um aniversário ou um almoço de família, nem era fim-de-semana, mas apetecia-me algo específico que não fizesse “sentido” com a rotina alimentar.

A minha Mulher talvez supõe que o meu entendimento do “dia da asneira” consiste em aceitar cometer algum excesso alimentar, seja pela qualidade nutricional ou pela quantidade alimentar. Embora tenha razão em muitíssimas coisas (as Mulheres sabem muito), não é este o caso.

Reconheço que há dias em que “estou com desejos”, pretendo matar saudades, sair do modo corrente, sem prejuízo de reiniciar logo a seguir uma semana de dieta cuidada e normal.

Segundo o meu médico esta pontual quebra na rotina, restrita a uma refeição “sem ou menos regras”, não tendo impacto negativo, tem o mérito de poder socializar sem a Mulher ou Filhos estarem a perguntar se estou (ou já não estou) a fazer dieta.

Além disso, como também diz o meu médico que é um bom nutricionista e psicólogo, essa quebra é emocionalmente uma mais-valia, me confere a boa sensação de que, sem descurar estar no caminho para dispor de uma vida saudável, sei que, afinal “posso fazer um pouco de tudo, ainda que não de tudo todos os dias”.

O “meu dia da asneira” não é um excesso concentrado num almoço, mas algo como manter o prato de dieta recomendado, com o acrescento pontual de uma entrada ou sobremesa, um copo de vinho do Douro ou ter à disposição batatas fritas quentinhas e a estalar.

Afinal o “meu dia da asneira”  não é, nem de perto muito menos de longe, um dia a cometer loucuras gastronómicas, mas sim, uma refeição algo diferente da habitual, eventualmente com maior teor calórico e quantidade, mas sem prejuízo de comprometer os objetivos que tenho em mente e a minha Mulher carinhosamente controla de perto.

 

 

 

 

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