Eurico dos Santos Granada nasceu na Pederneira a 11 de janeiro de 1910, tendo ido, com poucos meses. para Figueiró dos Vinhos, com os pais.
A convite de José Malhoa, seu pai foi trabalhar para a vila, como artífice do ferro. Aos 9 anos ficou orfão de pai, tendo por isso regressado à Nazaré, para casa dos uns tios paternos, com quem viveu uns anos.
Os tempos eram duros e por isso, depois de ter completado o ensino primário, veio com 14 anos trabalhar para Alcobaça, iniciando carreira comercial como empregado na firma João Ferreira da Silva. Alguns anos mais tarde foi admitido, como sócio.
Em 1933 casou-se com Olivia Isidoro, com quem partilhou mais de 60 anos de vida.
Na década de 1960, abriu com outros comerciantes, o primeiro supermercado em Alcobaça.
Foi um homem estimado pelos que com ele privaram, quer pela sua dignidade, quer pelo seu temperamento alegre e comunicativo. Apelidado de comerciante honesto e embaixador da alegria, percorreu durante anos como viajante, os concelhos de Alcobaça, Nazaré e Porto de Mós, onde grangeou amigos.
Era um contador de histórias. Os que melhor o conheciam, sabiam que muitas vezes era ele o protagonista dessas peripécias. Ator de teatro (amador) e declamador, participou em eventos de solidariedade, alguns destinados a juntar receitas para ajudar pessoas doentes, impedidas de trabalhar e sem meios de subsistência. Era frequentemente acompanhado nestes gestos solidários, pela filha mais velha, Julieta Granada, que cantava o fado.
Outras vezes, visitava a cadeia, levando um pouco de alegria, aos que estavam privados da liberdade.
Registe-se aqui o escrito em O Alcoa, de Orlando Pedrosa, de Eurico Granada se pode dizer ser uma figura popular inconfundível, possuindo aquela graça natural, que só os eleitos possuem.
Suas filhas, definem-no como homem de convicções democráticas, de coração aberto aos outros, abraçou a Fé em Cristo no final da sua vida. Um pai amoroso e querido, que de todos foi amigo. Solícito a ajudar, desfeito a desculpar, a confiar desmedido. Recordamos a ternura do seu olhar, seu ar de dança ao andar. Sempre alegre e a brincar, disfarçava as agruras, decerto para não chorar. Com ele, a vida era mais doce. Ensinou-nos, com seu sorriso amável, o valor incalculável do amor e da amizade.
Faleceu em 18 de outubro de 1997.
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