segunda-feira, 16 de maio de 2022

In memoriam - João Raposo de Magalhães

 

João Neves Raposo de Magalhães, nasceu em Alcobaça a 3 de julho de 1922, onde fez a Instrução Primária no Jardim-Escola João de Deus. Em Lisboa frequentou o Liceu Camões, onde concluiu o Curso Liceal. Neste período, foi eleito Presidente da Juventude Escolar Católica/JEC. Matriculou-se na Escola Superior de Agronomia, mas desistiu no princípio do quarto ano porque, entretanto, casou-se com Maria da Luz de Barros e Sá Abreu.

Quando ocorreu o golpe de 11 de Março de 1975, administradores dos diversos bancos privados foram presos à ordem do poder revolucionário/CR. Para o evitar, João R. Magalhães –Jana, como era também conhecido– saiu do País e  foi para Angola que abandonou ao fim de pouco tempo, pelas mesmas razões. Instalou-se durante algum tempo na África do Sul e depois rumou ao Brasil, onde António Champalimaud – com quem há muito vinha trabalhando –, estava a construir a maior fábrica de cimentos da América do Sul. Auxiliou-o na gigantesca tarefa, mantendo-se no Brasil durante cerca de dois anos. Aí, J. Magalhães encontrou Linda Shubert Reindfleich, com quem veio a casar e ainda é viva em Lisboa.

Pouco depois daquela fábrica de cimento ter arrancado, João Magalhães voltou a Portugal, e pretendendo acompanhar a idosa Mãe abandonou o Grupo Champalimaud e instalou-se em Alcobaça.

Por esta esta altura (1980), o PSD de Alcobaça – , em detrimento de Fleming de Oliveira que encabeçou a lista para a Assembleia Municipal e depois integrou a lista de deputados à Assembleia da República – convidou-o candidatar-se numa lista da AD, à Presidência da Câmara Municipal de Alcobaça, eleição que ganhou com maioria absoluta, vencendo Miguel Guerra (PS). Manteve-se em Alcobaça durante dois anos como Presidente da Câmara, mas não acabou o mandato.

António Champalimaud, de regresso a Portugal, resolveu investir nas empresas que tinham sido suas, readquirindo a Companhia de Seguros Mundial Confiança e o Banco Pinto & Sottomayor, e convidando-o a voltar a trabalhar com ele. João Raposo de Magalhães aceitou o convite e voltou ao Conselho de Administração de ambas as companhias. Mais tarde, com a aquisição do Banco Totta & Acores e o Crédito Predial Português, passou, também a integrar a sua Administração.

J. Magalhães, era amigo de António Champalimaud e seu homem de confiança. Quando este morreu, foi instituída uma Fundação com o nome de seus pais, para a qual João Magalhães foi convidado a integrar o Conselho Geral. Foi consultor do Banco Santander Totta, administrador de muitas outras empresas, sendo que a sua atividade primordial foi a banca e as empresas a ela ligadas. Refira-se apenas uma, por ser da família, a CRISAL, de que em dois períodos diferentes foi Administrador e também Presidente do Conselho de Administração.

Jana Magalhães vivia em Lisboa, deslocava-se ultimamente muito raramente a Alcobaça, onde mantém a casa que era dos pais.

Faleceu em Lisboa em 9 de Maio de 2022




 

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