quinta-feira, 6 de maio de 2010

BANDAS DE MÚSICA EM ALCOBAÇA

NO TEMPO DE SALAZAR, CAETANO E OUTROS
Bandas de Música em Alcobaça




.Em Alcobaça sempre existiram agrupamentos musicais.
Vejamos alguns mais relevantes, não esquecendo as extintas Bandas de Turquel e Pataias.

A Banda de Alcobaça, que renasceu há anos, foi fundada por Eurico Pereira de Araújo, João Sanches da Silva, Alberto Rodrigo Aurélio, Artur Rodrigues de Oliveira, António Martins Marques, José dos Santos Calçada, Estevão Soares Prudêncio e Joaquim Silvério de Carvalho, segundo reza a história, no dia 19 de Março de 1920.
Inicialmente era composta por cerca de vinte alunos, e integra hoje mais de quarenta elementos. A Banda de Alcobaça surgiu depois de desaparecidas em 1912 a Filarmónica Alcobacense e a Real Fanfarra, que nunca teve vida fácil, trajava a rigor a farda à maruja, na tradição da Real Fanfarra, e desfilava garbosamente pelas ruas da vila.

Na Vestiaria, também existe boa e bastante música, pois foi fundada a 1 de Junho de 1906, a Banda Filarmónica Vestiariense Monsenhor José Cacella, formada por dissidentes da Real Fanfarra de Alcobaça.
O seu nome pretendeu ser uma homenagem ao pároco daquela freguesia, que foi regente da banda entre 1908 e 1910, sendo sua a iniciativa da construção da colectividade.
Teve como primeiro maestro José Filipe e, mais tarde, o filho Joaquim Filipe, aos quais sucederam outros, provenientes das bandas militares, salientando-se Marques Figueiredo que impulsionou a fundação da escola de música, constituída, na sua maioria, por elementos masculinos.
Inicialmente, a Banda era composta por doze músicos, contando actualmente mais de quarenta, muitos dos quais femininos.
Em 1961, obteve o ponto mais alto do seu longo historial ao posicionar-se no primeiro lugar da terceira categoria do Concurso Nacional de Bandas. Sob a orientação do capitão Hélio Luís Salsinha Murcho, chefe da Banda da Força Aérea Portuguesa, internacionalizou-se, em 1993, em França, na Côte d'Azur. Usa uma farda composta por casaco, calça, gravata e boné azuis escuros e camisa branca, para os homens.
As senhoras, vestem saia, casaco, gravata e chapéu azuis escuros e blusa branca. Os apoios auferidos pela banda, vêm da Câmara Municipal, Governo Civil de Leiria, massa associativa, peditórios e festas. Na Vestiaria, existe ainda uma Orquestra Ligeira Juvenil. A ideia da formação da orquestra surgiu no ano de 1982, por sugestão do professor da escola de música, Álvaro Guimarães. A primeira apresentação pública, verificou-se no dia 20 de Maio de 1984. Previamente, tinha já sido criada pela direcção de 1982/83, a Escola de Música (o que nunca tinha existido na colectividade) e que veio formar as bases musicais dos jovens executantes.
Desde a sua formação, a Orquestra Vestiariense, tem recebido, sempre importantes manifestações de solidariedade da parte da população da freguesia, porque para além da sua função Cultural/Recreativa, a Orquestra representa também, um meio de ocupação dos tempos livres. Para os jovens, a Orquestra Juvenil tem objectivos multifacetados que vão desde o prazer de a integrar, de praticar em conjunto a arte que é a música, passando pela salutar e pura convivência onde amizade é a palavra de ordem até à alegria de poder mostrar nos espectáculos que realiza, o trabalho desenvolvido. O estilo é a música ligeira e vai desde Glenn Miller, Beatles até ao estilo Doug Beach. As principais actuações já realizadas, foram, no ano de 1985, na Feira das Regiões da Fil (Lisboa), como representante do concelho de Alcobaça, dois concertos no Mosteiro de Alcobaça a convite da Câmara Municipal, deslocações a Tarouca, Arganil, Pombal e Marinha Grande.
Em 1996 deslocou-se a França, à região de Côte d' Azur, a convite da Câmara de Cogolin. A Orquestra Juvenil e os músicos, não recebem cachets pelas suas actuações, mas apenas importâncias para fazer face às despesas da sua manutenção.

A Banda da Maiorga apresentou-se pela primeira vez em público no dia 1 de Janeiro de 1884. De então para cá, participou em milhares de Festas, Encontros de Bandas, Touradas e Concertos Musicais, dentro e fora do país. Entre os locais mais importantes por onde passou, destacam-se Paris e a Côte D'Azur e, em Portugal, entre outras, as cidades de Lisboa, Tarouca, Almeirim, Azeitão. A Banda teve como Presidente António Barbosa Guerra e como maestro Joaquim Fernando Caineta. Este último, natural de Azeitão, iniciou a sua actividade musical com apenas 7 anos de idade, estando, hoje em dia, a exercer a profissão de professor de Educação Musical, no Ciclo Preparatório e a dirigir as bandas da Maiorga, Santiago do Cacém e o Coral de Azeitão. Anteriormente, passou pela Banda Militar, pela Banda da Armada, tendo feito parte de orquestras ligeiras de teatro, rádio e televisão. Grande parte dos elementos tem somente a formação musical que adquiriram na escola de música da Banda. Contudo, outros há que estudam no Conservatório, são professores de música, maestros, havendo até quem toque na Banda da Força Aérea.

As bandas de música são um fenómeno genuíno do nosso imaginário, da cultura popular e espiritual portuguesa. Nos últimos dois séculos, as bandas de música através das respectivas escolas, foram os conservatórios populares, responsáveis pela preservação dum importante património e pela uma elevação da cultura musical de um povo que desta forma teve acesso a um bem artístico e musical de uma qualidade acima da média e, mormente a um repertório constituído por obras, que por vezes eram originalmente compostas para formações orquestrais e que não estavam ao alcance das bandas filarmónicas. Essas obras, uma vez sujeitas a arranjos e transcrições adequadas, permitiram a sua execução pelas formações de carácter filarmónico. O povo estimava a banda.

As pessoas (durante muito tempo apenas os homens) faziam questão de tocar na banda. A banda era o orgulho da terra, uma vaidade assumida, do jornaleiro ao lavrador, passando pela doméstica e criançada. Era a nossa Banda de Música. que não tinha igual num raio de vinte léguas.

E o pessoal da banda abalava pela rua, tocando vibrantemente. E o povo seguia atrás, numa pândega procissão de tangos, rumbas, passe dobles ou valsas, de cintilantes e garbosos instrumentos amarelos, a correr a terra por entre um foguetório de contentamento, até assentar a pauta no coreto. Não há procissão que se preze se não tiver umab banda e não havia festa grande sem banda. Como é ainda hoje uma delícia ver a banda passar e tocar com os músicos aprumados e bem vestidos, coordenados pelo um maestro vaidoso Nas festas populares de antanho, sempre que havia mais do que uma banda, era comum organizar-se um despique no coreto, em que cada uma procura tocar melhor que a outra.

Na Vestearia e Maiorga, os ex-libris são a banda. A integração numa banda filarmónica além de ser uma forma de ocupar o tempo dos mais jovens e menos jovens, é uma oportunidade de enriquecimento cultural, de afirmação de uma localidade e de um nome. As bandas são tanto escolas de aprendizagem de música como de de vida, pois permitem cultivar o espírito de grupo, a solidariedade, o sentimento de pertença a uma comunidade.

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