A PROPÓSITO DE
TOLERÂNCIA…
FLeming de OLiveira
Caro leitor, será que
admite mesmo que no seu meio social, profissional ou familiar se pense e tenha
atitudes diferentes das suas? Será mesmo que nunca se permitiu ter uma opinião
diferente da que tinha há dois minutos antes, que nunca teve de recuar, ainda
que a desgosto?
Podia
suscitar, preliminarmente, estas e outras questões (sempre sem pretender dar
conselhos descomprometidos, o que é
muito fácil ainda que remunerados, como na minha atividade profissional o que também
não é o presente caso), como ser tolerante
a ponto de ver adiado um montão de coisas a necessitar de mudança, com o
argumento expedito de não ter conseguido resolver ainda tudo de uma única vez.
A minha ideia, a propósito de ser tolerante,
passa por admitir que cada um de nós tem a sua identidade, o seu caminho e uma
maneira muito própria de pensar como o atingir (com regras e obviamente com
balizas).
Há
quem se louve, aliás menos tolerantemente,
ser mais rápido em chegar a uma conclusão sobre um determinado assunto. Mas se
este tema não pertencer à sua própria vida, então é melhor que permita que o
outro faça as descobertas à sua maneira.
É
bom também entender que sempre que alguém nos pede um conselho, uma ajuda, não
precisamos de sair a carregar com o problema ou com a própria pessoa. Porque, afinal,
todos nascemos com capacidade de aprender a lidar com a vida.
Ser
tolerante com o que temos internamente,
é a chave para mais paz interior. Entender que cada um está numa caminhada de
aprendizagem (e não há dois casos semelhantes,
mesmo quando isso se nos afigura) é uma dádiva que faz mudar o mundo que nos
envolve.
Uma
vez, um amigo muito pragmático, deu-me o exemplo do que é o andar pela rua,
vendo o outro como um amigo que segue
por um caminho semelhante, embora
diferente. E isso é tão saudável que acarreta uma serenidade (assegurava-me)
que aumenta cada vez que se começa a pensar com maior intensidade.
Mesmo
em situação de conflito, ao manter a força de tolerância, vamos compreender melhor, ter mais tranquilidade na
hora de resolver o problema. Porque, afinal, se aceitamos que o outro erre,
também que o que disputa algo connosco pode ter as suas falhas.
Será
que entendemos que a atitude do mundo, depende muito da maneira como vemos esse
mesmo mundo? Se o vemos como um espaço de guerra, vai ser mesmo de guerra. Mas
ao sermos tolerantes com os outros,
aprendemos a fazer circular na nossa vida um fluxo de boa energia.
Há
pessoas que passam a vida sem nunca ter sentido isso. É, certamente, esta
sensação tão maravilhosa, que nos permite constatar que não estamos sozinhos
sem os nossos verdadeiros amigos por
perto.
Afinal,
nos sentimos fazendo parte de um grande todo.
Em
política estas considerações tem de ser entendidas cum grano salis.
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