quinta-feira, 11 de outubro de 2012



A “nossa” FAMÍLIA ESTÁ EM MUDANÇA

Fleming de Oliveira

Mundialização ou globalização são expressões que os portugueses se tem habituado a ouvir. Procuram descrever o processo, aparentemente inelutável, de uniformização planetária (isto é para além da própria EU), enfim, da economia, da política, da cultura, do direito, da moda, dos costumes, etc.
Se a mundialização ou glabalização dos mercados encerra ainda grandes incógnitas, mesmo para “doutos” professores, pois alimentam muitas e variadas dúvidas e expectativas que não sabem responder, a generalizada globalização da vida fomenta concretos efeitos lesivos para o homem e sociedade.
Nesta viragem do milénio, as incertezas assaltam, justamente, muitos portugueses, não necessariamente conservadores. Está em voga a ambígua expressão “crise de valores”, para exprimir a perturbação que sofrem a sociedade e a família nuclear (dois pais e filhos), secularmente o suporte da nossa sociedade e do ser, dito, português.
Tivemos governantes e políticos que tomaram e alegadamente propuseram (por descargo de consciência?) medidas para proteger a família nuclear. Embora positivas e interessantes, não passaram todavia de débeis paliativos, pois não atacarem as causas que minam esta célula, base da sociedade. E a verdade é que depressa deram lugar a contra-medidas, em que a família desagregada foi objeto de benefícios fiscais e das preferências fraturantes e gratuitas do socialismo do Senhor Engenheiro, enquanto a família nuclear sofreu, cocomitantemente, os efeitos de um inexorável processo de ataque e demolição.
A família monoparental em Portugal tem vindo a assumir grande relevância, famílias com apenas um dos progenitores, a coabitar sós com os filhos. Esta situação de monoparentalidade pode decorrer de vários motivos, seja porque um dos progenitores abandonou o lar e o outro não voltou a casar, a mãe solteira ficou com o filho nos braços ou adotou uma criança (monoparentalidade por rutura conjugal). Por sua vez, a monoparentalidade tradicional explica-se normalmente por três causas, como o falecimento de um dos cônjuges, o celibato associado à procriação de filhos fora do  matrimónio e a/ou ausência (por exemplo, emigração ) do cônjuge.
Creio que a monoparentalidade é em Portugal, uma situação ainda essencialmente vivida no feminino, podendo ser  concetualizada como uma dimensão da atual fragilidade social das famílias tradicionais/nucleares.  
Percebi por experiência profissional e social que em Portugal o perfil da família monoparental, com o decorrer do tempo cada vez menos estigmatizada, encontra-se próximo do dos países da Europa (latina), onde muitos pais e mães se encontram sós a viver com os filhos, e colhem necessariamente o apoio da familia tradicional para que possam ser inseridas, nomeadamente, no mercado de trabalho.
Existe hoje em dia uma nova consciência da vida familiar, fruto de uma maior fragilidade nas relações, por sua vez decorrente da “separação” familiar. A monoparentalidade deixou de ser sentida/ entendida como um fracasso, que acarretava um processo de marginalização com reflexos num sentimento de inferioridade e de desvalorização pessoal e, por acréscimo, social. Esta fragilidade emocional não é de forma alguma sentida apenas pela mulher, como muitas vezes se calcula erradamente. A figura paterna encontra-se com frequência ausente nestas famílias, porque abdicou das suas funções devido ao afastamento voluntário ou imposto (como castigo!!!!) pela mãe ou respetiva família materna. 
No entanto, parece-me importante salientar aqui, que a família monoparental não é necessariamente de risco, nem tão pouco os seus membros estão sujeitos a fatores a ele inerentes. Tudo depende do modo como a rutura é gerida pelos cônjuges (e respetivas famiiias nucleares) e ainda de outras problemáticas sociais que aumentam o seu grau de vulnerabilidade, como a precariedade económica.

A “nossa” FAMÍLIA ESTÁ EM MUDANÇA

Fleming de Oliveira

Mundialização ou globalização são expressões que os portugueses se tem habituado a ouvir. Procuram descrever o processo, aparentemente inelutável, de uniformização planetária (isto é para além da própria EU), enfim, da economia, da política, da cultura, do direito, da moda, dos costumes, etc.
Se a mundialização ou glabalização dos mercados encerra ainda grandes incógnitas, mesmo para “doutos” professores, pois alimentam muitas e variadas dúvidas e expectativas que não sabem responder, a generalizada globalização da vida fomenta concretos efeitos lesivos para o homem e sociedade.
Nesta viragem do milénio, as incertezas assaltam, justamente, muitos portugueses, não necessariamente conservadores. Está em voga a ambígua expressão “crise de valores”, para exprimir a perturbação que sofrem a sociedade e a família nuclear (dois pais e filhos), secularmente o suporte da nossa sociedade e do ser, dito, português.
Tivemos governantes e políticos que tomaram e alegadamente propuseram (por descargo de consciência?) medidas para proteger a família nuclear. Embora positivas e interessantes, não passaram todavia de débeis paliativos, pois não atacarem as causas que minam esta célula, base da sociedade. E a verdade é que depressa deram lugar a contra-medidas, em que a família desagregada foi objeto de benefícios fiscais e das preferências fraturantes e gratuitas do socialismo do Senhor Engenheiro, enquanto a família nuclear sofreu, cocomitantemente, os efeitos de um inexorável processo de ataque e demolição.
A família monoparental em Portugal tem vindo a assumir grande relevância, famílias com apenas um dos progenitores, a coabitar sós com os filhos. Esta situação de monoparentalidade pode decorrer de vários motivos, seja porque um dos progenitores abandonou o lar e o outro não voltou a casar, a mãe solteira ficou com o filho nos braços ou adotou uma criança (monoparentalidade por rutura conjugal). Por sua vez, a monoparentalidade tradicional explica-se normalmente por três causas, como o falecimento de um dos cônjuges, o celibato associado à procriação de filhos fora do  matrimónio e a/ou ausência (por exemplo, emigração ) do cônjuge.
Creio que a monoparentalidade é em Portugal, uma situação ainda essencialmente vivida no feminino, podendo ser  concetualizada como uma dimensão da atual fragilidade social das famílias tradicionais/nucleares.  
Percebi por experiência profissional e social que em Portugal o perfil da família monoparental, com o decorrer do tempo cada vez menos estigmatizada, encontra-se próximo do dos países da Europa (latina), onde muitos pais e mães se encontram sós a viver com os filhos, e colhem necessariamente o apoio da familia tradicional para que possam ser inseridas, nomeadamente, no mercado de trabalho.
Existe hoje em dia uma nova consciência da vida familiar, fruto de uma maior fragilidade nas relações, por sua vez decorrente da “separação” familiar. A monoparentalidade deixou de ser sentida/ entendida como um fracasso, que acarretava um processo de marginalização com reflexos num sentimento de inferioridade e de desvalorização pessoal e, por acréscimo, social. Esta fragilidade emocional não é de forma alguma sentida apenas pela mulher, como muitas vezes se calcula erradamente. A figura paterna encontra-se com frequência ausente nestas famílias, porque abdicou das suas funções devido ao afastamento voluntário ou imposto (como castigo!!!!) pela mãe ou respetiva família materna. 
No entanto, parece-me importante salientar aqui, que a família monoparental não é necessariamente de risco, nem tão pouco os seus membros estão sujeitos a fatores a ele inerentes. Tudo depende do modo como a rutura é gerida pelos cônjuges (e respetivas famiiias nucleares) e ainda de outras problemáticas sociais que aumentam o seu grau de vulnerabilidade, como a precariedade económica.

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