A “nossa”
FAMÍLIA ESTÁ EM MUDANÇA
Fleming de Oliveira
Mundialização ou globalização são
expressões que os portugueses se tem habituado a ouvir. Procuram descrever o processo,
aparentemente inelutável, de uniformização planetária (isto é para além da própria EU), enfim, da economia, da política, da
cultura, do direito, da moda, dos costumes, etc.
Se a mundialização ou glabalização dos mercados encerra
ainda grandes incógnitas, mesmo para “doutos” professores, pois alimentam muitas
e variadas dúvidas e expectativas que não sabem responder, a generalizada
globalização da vida fomenta concretos efeitos lesivos para o homem e sociedade.
Nesta viragem do milénio, as incertezas assaltam,
justamente, muitos portugueses, não necessariamente conservadores. Está em voga
a ambígua expressão “crise de valores”,
para exprimir a perturbação que sofrem a sociedade e a família nuclear (dois pais e filhos), secularmente o suporte da nossa
sociedade e do ser, dito, português.
Tivemos governantes e políticos que tomaram e alegadamente
propuseram (por
descargo de consciência?)
medidas para proteger a família nuclear. Embora positivas e interessantes, não
passaram todavia de débeis paliativos, pois não atacarem as causas que minam esta
célula, base da sociedade. E a verdade é que depressa deram lugar a contra-medidas,
em que a família desagregada foi objeto de benefícios fiscais e das
preferências fraturantes e gratuitas do socialismo do Senhor Engenheiro, enquanto a família nuclear sofreu,
cocomitantemente, os efeitos de um inexorável processo de ataque e demolição.
A família monoparental em Portugal tem
vindo a assumir grande relevância, famílias com apenas um dos progenitores, a
coabitar sós com os filhos. Esta situação de monoparentalidade pode decorrer de
vários motivos, seja porque um dos progenitores abandonou o lar e o outro não
voltou a casar, a mãe solteira ficou com o filho nos braços ou adotou uma
criança (monoparentalidade
por rutura conjugal). Por sua
vez, a monoparentalidade tradicional explica-se normalmente por três causas,
como o falecimento de um dos cônjuges, o celibato associado à procriação de
filhos fora do matrimónio e a/ou
ausência (por exemplo, emigração ) do cônjuge.
Creio que a monoparentalidade é em Portugal, uma
situação ainda essencialmente vivida no feminino, podendo ser concetualizada como uma dimensão da atual fragilidade
social das famílias tradicionais/nucleares.
Percebi por experiência profissional
e social que em Portugal o perfil da família monoparental, com o decorrer do
tempo cada vez menos estigmatizada, encontra-se próximo do dos países da Europa
(latina), onde muitos pais e mães se
encontram sós a viver com os filhos, e colhem necessariamente o apoio da
familia tradicional para que possam ser inseridas, nomeadamente, no mercado de
trabalho.
Existe hoje em dia uma nova consciência da vida
familiar, fruto de uma maior fragilidade nas relações, por sua vez decorrente
da “separação” familiar. A monoparentalidade deixou de ser sentida/ entendida
como um fracasso, que acarretava um processo de marginalização com reflexos num
sentimento de inferioridade e de desvalorização pessoal e, por acréscimo,
social. Esta fragilidade emocional não é de forma alguma sentida apenas pela
mulher, como muitas vezes se calcula erradamente. A figura paterna encontra-se
com frequência ausente nestas famílias, porque abdicou das suas funções devido
ao afastamento voluntário ou imposto (como castigo!!!!) pela mãe ou respetiva família materna.
No entanto, parece-me importante salientar aqui, que a
família monoparental não é necessariamente de risco, nem tão pouco os seus
membros estão sujeitos a fatores a ele inerentes. Tudo depende do modo como a
rutura é gerida pelos cônjuges (e respetivas famiiias nucleares) e ainda de outras problemáticas
sociais que aumentam o seu grau de vulnerabilidade, como a precariedade
económica.
A “nossa”
FAMÍLIA ESTÁ EM MUDANÇA
Fleming de Oliveira
Mundialização ou globalização são
expressões que os portugueses se tem habituado a ouvir. Procuram descrever o processo,
aparentemente inelutável, de uniformização planetária (isto é para além da própria EU), enfim, da economia, da política, da
cultura, do direito, da moda, dos costumes, etc.
Se a mundialização ou glabalização dos mercados encerra
ainda grandes incógnitas, mesmo para “doutos” professores, pois alimentam muitas
e variadas dúvidas e expectativas que não sabem responder, a generalizada
globalização da vida fomenta concretos efeitos lesivos para o homem e sociedade.
Nesta viragem do milénio, as incertezas assaltam,
justamente, muitos portugueses, não necessariamente conservadores. Está em voga
a ambígua expressão “crise de valores”,
para exprimir a perturbação que sofrem a sociedade e a família nuclear (dois pais e filhos), secularmente o suporte da nossa
sociedade e do ser, dito, português.
Tivemos governantes e políticos que tomaram e alegadamente
propuseram (por
descargo de consciência?)
medidas para proteger a família nuclear. Embora positivas e interessantes, não
passaram todavia de débeis paliativos, pois não atacarem as causas que minam esta
célula, base da sociedade. E a verdade é que depressa deram lugar a contra-medidas,
em que a família desagregada foi objeto de benefícios fiscais e das
preferências fraturantes e gratuitas do socialismo do Senhor Engenheiro, enquanto a família nuclear sofreu,
cocomitantemente, os efeitos de um inexorável processo de ataque e demolição.
A família monoparental em Portugal tem
vindo a assumir grande relevância, famílias com apenas um dos progenitores, a
coabitar sós com os filhos. Esta situação de monoparentalidade pode decorrer de
vários motivos, seja porque um dos progenitores abandonou o lar e o outro não
voltou a casar, a mãe solteira ficou com o filho nos braços ou adotou uma
criança (monoparentalidade
por rutura conjugal). Por sua
vez, a monoparentalidade tradicional explica-se normalmente por três causas,
como o falecimento de um dos cônjuges, o celibato associado à procriação de
filhos fora do matrimónio e a/ou
ausência (por exemplo, emigração ) do cônjuge.
Creio que a monoparentalidade é em Portugal, uma
situação ainda essencialmente vivida no feminino, podendo ser concetualizada como uma dimensão da atual fragilidade
social das famílias tradicionais/nucleares.
Percebi por experiência profissional
e social que em Portugal o perfil da família monoparental, com o decorrer do
tempo cada vez menos estigmatizada, encontra-se próximo do dos países da Europa
(latina), onde muitos pais e mães se
encontram sós a viver com os filhos, e colhem necessariamente o apoio da
familia tradicional para que possam ser inseridas, nomeadamente, no mercado de
trabalho.
Existe hoje em dia uma nova consciência da vida
familiar, fruto de uma maior fragilidade nas relações, por sua vez decorrente
da “separação” familiar. A monoparentalidade deixou de ser sentida/ entendida
como um fracasso, que acarretava um processo de marginalização com reflexos num
sentimento de inferioridade e de desvalorização pessoal e, por acréscimo,
social. Esta fragilidade emocional não é de forma alguma sentida apenas pela
mulher, como muitas vezes se calcula erradamente. A figura paterna encontra-se
com frequência ausente nestas famílias, porque abdicou das suas funções devido
ao afastamento voluntário ou imposto (como castigo!!!!) pela mãe ou respetiva família materna.
No entanto, parece-me importante salientar aqui, que a
família monoparental não é necessariamente de risco, nem tão pouco os seus
membros estão sujeitos a fatores a ele inerentes. Tudo depende do modo como a
rutura é gerida pelos cônjuges (e respetivas famiiias nucleares) e ainda de outras problemáticas
sociais que aumentam o seu grau de vulnerabilidade, como a precariedade
económica.
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