BUSTO DA REPÚBLICA E ALCOBAÇA
Com a República, houve que
encontrar outros Símbolos Nacionais.
A questão dos símbolos
foi controversa e a ela o Governo Provisório deu imediata atenção. Se queria cortar com os
símbolos do anterior regime, criar fraturas culturais, nunca esteve em causa
deixar de manter viva a ideia de uma Nação com um passado glorioso e tradição a
respeitar.
Simões
d’Almeida (sobrinho) artista de Figueiró dos Vinhos, modelou o Busto da
República em 1908, dois anos antes da proclamação da República. E nem o concurso público lançado pela Câmara
Municipal de Lisboa em 1910, visando a criação de uma imagem oficial que
representasse a República, a ser utilizada nas cerimónias pelo novo regime – e
cujo prémio foi conquistado por Francisco Santos – retiraria ao busto de 1908 a
aura e a fama popular que granjeara. Seria o busto de Simões d’Almeida que
contínua e profusamente se difundiria para fins propagandísticos, bem como o
que figuraria em todas as reproduções oficiais ou oficiosas.. A partir de 1912, o Busto da República, da autoria de Simões de Almeida, tornou-se um padrão
oficial da imagem da República Portuguesa e a ser considerado um dos símbolos
nacionais, tal como o retrato do Chefe de Estado, o Brasão de Armas, a Bandeira e o Hino. Chegou a ser
obrigatório a existência de uma reprodução do Busto da República, em local bem
visível, nos edifícios públicos. Todavia, ao invés do que aconteceu com os
demais símbolos, o uso deste foi caindo em desuso, sendo, hoje, raro
encontrá-lo.
O Busto da República, original de 1908, foi oferecido pelo autor em 1911 a um clube da
sua terra natal – Figueiró dos Vinhos –, o Clube Figueiroense
Esse busto, o original, assinado e datado por Simões d’Almeida (sobrinho),
encontra-se exposto no Gabinete da Presidência da Câmara Municipal de Figueiró
dos Vinhos.
Em junho
de 1910, o fotógrafo alcobacense Carlos Gomes reproduziu fotograficamente o
Busto da República, que se encontrava exposto no Quartel, vendendo cada
reprodução ao preço de 500 reis. Na montra da Farmácia Campeão, veio a ser exposto
um Busto da República, numa reprodução em bronze que, segundo os devotos
republicanos, constituía um elegante adorno de sala, tão perfeita era a modelação, tão
bem lançada e artística é a cabeça altiva e insinuante. Encarregava-se do
seu fornecimento a Casa Catalá, de Lisboa, que tinha como proprietário o
alcobacense António Lopes de Oliveira, custando cada exemplar a módica quantia de 12$500 Reis. Na Sessão de 2 de Fevereiro de
1914, foi autorizada a Comissão Executiva da Câmara Municipal a adquirir um
Busto da República para a sua Sala das Sessões, sendo o mesmo que ainda lá se
encontra. O Centro Republicano também adquiriu um exemplar, tendo feito uma
subscrição.
Também
foi dada muita importância à Bandeira verde e vermelha – hasteada pela primeira vez na Festa da
Bandeira, a 1 de Dezembro de 1910 –, ao Escudo – com 5 quinas e 7 castelos, à Esfera
Armilar, ao Hino Nacional - A Portuguesa , à Moeda– o escudo –, ao Calendário
– com os feriados, festas nacionais e municipais–, à Divisa – Saúde e
Fraternidade –, à Festa da Árvore, ao Panteão Nacional – a Igreja de Santa
Engrácia foi escolhida como monumento para o instalar –, às condecorações – a
Torre e Espada foi a única Ordem que se manteve –, à Toponímia, à Numismática
ou à Filatelia.
Oportunamente
continuaremos este tema.
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