quinta-feira, 6 de outubro de 2011

REGRAS (cínicas?) PARA A FELICIDADE

Fleming de Oliveira


Contrariando tudo o que muito cristãmente se possa dizer em prol do elogio da pobreza, permanece o facto de não ser possível viver uma vida bem sucedida, a menos que se disponha de posses.
Ninguém pode alcançar o mais alto nível de desenvolvimento, se não dispuser de dinheiro ou de meios. Para preencher a alma, desenvolver o talento, é imperioso ter muitas coisas para uso pessoal.
A pessoa progride intelectualmente, na alma, e no corpo fazendo uso das coisas, e na sociedade organizada da actualidade, o homem deve ter dinheiro para obter a posse das coisas.
Em consequência, a base do avanço e do progresso individual, passará pela ciência de saber ficar rico.

O objetivo das formas de vida é o desenvolvimento, e quem vive tem um direito inalienável ao (próprio) crescimento e desenvolvimento.
O direito do homem à vida significa, também, o direito ao uso livre das coisas que possam ser necessárias à sua expansão mental, espiritual, em suma, o direito de ser rico.

Não estou assim a referir-me à riqueza de forma figurada, pois ser mesmo rico não significa muito concretamente estar satisfeito ou contentar-se com pouco.
Ninguém deveria ficar satisfeito, apenas, com um pouquinho, quando é capaz de usar e apreciar muito mais. A finalidade da natureza é o avanço e a expansão da vida pelo que cada um deve ter o que poder contribuir para aumentar o seu poder, elegância, beleza, e riqueza da vida.
Estar satisfeito com o menos, é contrário à vida.

O homem que possuir o que quiser, para viver plenamente a vida que for capaz, é enfim o protótipo de um homem rico.
Mas, ninguém pode ter tudo o que quer, enquanto não tiver dinheiro suficiente.
A vida em sociedade avançou tanto e tornou-se tão complexa, que cada um precisa de uma quantidade grande de riqueza, para viver da maneira mais próxima da integridade.
Cada um quer naturalmente transformar-se naquilo em que for capaz de se tornar. Este desejo de realizar as possibilidades inatas, é inerente à natureza humana.

O sucesso na vida consiste em transformar-se na pessoa que se quer ser.
O meu Caro e Leitor, só pode transformar-se na pessoa que quer ser, se fizer uso das coisas, mas só pode ter o seu uso livre quando se tornar suficientemente rico para as obter.
Compreender a ciência de obter a riqueza é, consequentemente, o mais essencial de todos os conhecimentos.
Não há nada errado, em querer ser rico, como creio que se percebe do que venho referindo. O desejo de riqueza significa o desejo por uma vida mais rica, mais cheia, mais abundante e tal é digno de elogio. O homem que não deseja viver mais abundante é anormal, e o que não deseja ter o dinheiro bastante para comprar o quer, é anormal.
Há três motivos principais pelos quais vivemos ,isto é, pelo corpo, pela mente e pela alma. Nenhum deles é melhor ou mais importante que o outro. Todos são igualmente desejáveis, e nenhum pode viver inteiramente se qualquer outro dos demais for suprimido (brevemente) da vida e da expressão plena.
Não é correto, nem nobre, entendo eu, viver somente para a alma e negar a mente ou o corpo. É errado viver apenas para o intelecto e negar o corpo ou a alma.
A vida real significa enfim a expressão completa de tudo o que o homem pode manifestar com o corpo, a mente, e a alma. Apesar do que se possa dizer, nenhum homem pode ser realmente feliz ou satisfeito, a menos que o corpo esteja a viver cada função de forma plena, salvo se o mesmo forigualmente verdadeiro para a mente e para a alma. Onde quer que exista uma possibilidade não expressa, ou uma função não executada, lá está o desejo insatisfeito. O desejo é a possibilidade a procurar a própria expressão, ou a função procurar o desempenho. O homem não pode viver inteiramente no corpo sem bom alimento, roupa confortável, abrigo morno ou sem liberdade de trabalho excessivo. O descanso e o lazer são por isso necessários a vida física.
Não se pode viver inteiramente na mente, sem livros de cabeceira e hora para os estudar, sem oportunidade para obter um curso e fazer a observação ou sem companheirismo intelectual.
Para viver inteiramente na mente, o homem ou a mulher, deve ter preocupações intelectuais, e deve rodear-se de todos os objetos de arte e da beleza que for capaz de usar e de apreciar.
Para viver inteiramente na alma, o homem deve ter amor e a expressão do amor é negada pela pobreza.

A felicidade mais elevada da pessoa humana é encontrada na doação dos benefícios para aqueles a quem se ama, o amor encontra a expressão mais natural e mais espontânea em dar. A pessoa que não tem nada para dar, não pode preencher o lugar como marido ou esposa, como pai ou mãe, como cidadão... É no uso de coisas materiais que o homem encontra a vida cheia para o corpo, desenvolve a mente, e preenche a alma.

É, como vemos, consequentemente da importância suprema que o homem seja rico.


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