segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

-SÃO PROPOSTAS VISIONÁRIAS? -O BOM AMBIENTE CLIMÁTICO, -O FADO ALCOBACENSE


-SÃO PROPOSTAS VISIONÁRIAS?
-O BOM AMBIENTE CLIMÁTICO,
-O FADO ALCOBACENSE

FLeming de OLiveira


1)-Eventos climáticos como a Amazónia e agora a Austrália, inquietam-nos tal como os recordes de temperatura superados a cada ano que decorre. Ao observar a temperatura da Terra e a concentração de gás carbónico a aumentar disparadamente, interrogamo-nos se o aquecimento global tem solução.
A Terra é aquecida pela luz solar e o calor que é absorvido pela superfície é reenviado para o espaço. Gases de efeito estufa, principalmente o carbónico, absorvem parte desse calor, o que contribui para o aquecimento da atmosfera. Portanto, as duas principais maneiras conhecidas de diminuir o aquecimento seriam criar condições para que a Terra absorva menos luz solar e diminuir a quantidade de gás carbónico.
2)-Para elaborar este apontamento, quiçá ousado ou visionário, fui consultar um Amigo, professor reformado da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova.
A “geoengenharia solar” tem como objetivo refletir para o espaço, uma parte da luz que chega à Terra, o que iria diminuir o aumento da temperatura. Algumas técnicas passariam pela a inserção de aerossóis, pequenas partículas em suspensão na atmosfera, capazes de refletir a luz solar antes de atingir a superfície terrestre, tal como o enxofre faz na estratosfera.
E o aumento da cobertura de nuvens? Fantasia? Ficção, questionei? Explicou-me então que sendo as nuvens boas refletoras da luz solar, a intenção será introduzir em algumas regiões específicas vapor de água e partículas de aerossóis, que servem como núcleos de condensação e são os principais componentes de formação de nuvens.
As “boas” ideias não se ficam por aqui, pois admite-se colocar refletores de luz solar na órbita terrestre, o que bloquearia a passagem de uma pequena proporção da luz solar incidente.
O meu Amigo que não é um cientista louco, nem tem cabelo desgrenhado (talvez apenas visionário…), assegurou-me que cedo ou tarde é possível deixar as nuvens oceânicas ainda mais brancas, o que as tornaria melhores refletoras da luz solar, utilizando navios que borrifariam água marinha no ar, fazendo com que a concentração de sal aumente e haja maior condensação de vapor de água nas nuvens, o que as tornariam maiores e mais brancas.
Neste mini, acelerado e sem diploma curso de “Geoengenharia do carbono, fiquei a saber ainda que se admite a “fertilização” dos oceanos através de nutrientes, como o ferro, que estimulariam os fitoplânctons, algas microscópicas capazes de absorver o gás carbónico da atmosfera, como já abordei aqui de uma outra vez.
Nestas antevisões, ainda me referiu a construção de máquinas capazes de capturar o gás carbónico da atmosfera e armazená-lo no interior da Terra ou dos oceanos.
3)-Não haverá, soluções que os meus leitores e eu possamos compreender e aplicar, sem ter de ir à Universidade?
Creio que sim, utilizando árvores que, sendo grandes absorvedoras de gás carbónico, vão reflorestar áreas que tiveram vegetação e florestar outras sem vegetação, como os desertos.
Apesar das “boas” intenções da “geoengenharia climática”, a maioria nunca foi testada e as consequências são mais que incertas.
Projetos como a “fertilização” dos oceanos poderão desestabilizar o respetivo ecossistema, prejudicando áreas que já estão ameaçadas pelas mudanças climáticas, como a grande barreira de coral da Austrália.
Muitas questões ainda terão de ser resolvidas, mas enquanto isso não acontecer, a redução dos gases de efeito estufa, como o carbónico gerado pela queima de combustíveis fósseis, é a primeira medida para impedir o avanço do aquecimento global. Pelo menos é o que diz, o nosso Governo e concretamente propõe o Município de Lisboa.
4)-Os lisboetas, os portugueses passaram a ter a sua “Capital Verde Europeia” durante o ano de 2020, dando aí início a um extenso programa. É o reconhecimento do trabalho feito, e um “compromisso de futuro”. Entre outras iniciativas prevê-se a “maior plantação de árvores de sempre”, já que cerca de 20 mil espécimes vão ser espalhados por quatro pontos da capital. O objetivo é somar mais 100 mil árvores até ao fim do ano às 800 mil já existentes. Lisboa não foi escolhida pelos estrangeiros como “Capital Verde Europeia” por ser a cidade mais sustentável, mas por seriamente pretender ser resiliente às alterações climáticas o que faz, por exemplo, com áreas verdes e plantação de árvores.  Mas não só. A autarquia comprometeu-se a rever o plano do ruído e “georreferenciar” as árvores de Lisboa, “pelo menos as mais importantes”.
5)-Há tempos referi que no mandato de Paulo Inácio, sem grandes marcas no terreno, o “Parque Verde Urbano” aparece com destaque, embora aos “soluços”.  Câmara Municipal de Lisboa tem a oportunidade de mostrar o que de positivo se pode fazer no resto do país, Alcobaça incluída que é o caso que me interessa neste momento, revendo o persistente défice global o nosso “fado alcobacense”.


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