-SÃO PROPOSTAS VISIONÁRIAS?
-O BOM AMBIENTE
CLIMÁTICO,
-O FADO
ALCOBACENSE
FLeming de OLiveira
1)-Eventos climáticos como a Amazónia e agora a Austrália, inquietam-nos
tal como os recordes de temperatura superados a cada ano que decorre. Ao
observar a temperatura da Terra e a concentração de gás carbónico a aumentar
disparadamente, interrogamo-nos se o aquecimento global tem solução.
A Terra é
aquecida pela luz solar e o calor que é absorvido pela superfície é reenviado para
o espaço. Gases de efeito estufa,
principalmente o carbónico,
absorvem parte desse calor, o que contribui para o aquecimento da atmosfera.
Portanto, as duas principais maneiras conhecidas de diminuir o aquecimento
seriam criar condições para que a Terra absorva menos luz solar e diminuir a quantidade de gás carbónico.
2)-Para elaborar este apontamento, quiçá ousado ou visionário, fui
consultar um Amigo, professor reformado da Faculdade de Ciências e Tecnologia
da Universidade Nova.
A “geoengenharia solar” tem como
objetivo refletir para o espaço, uma parte da luz que chega à Terra, o que iria
diminuir o aumento da temperatura. Algumas técnicas passariam pela a inserção
de aerossóis, pequenas partículas em suspensão na atmosfera, capazes de
refletir a luz solar antes de atingir a superfície terrestre, tal como o
enxofre faz na estratosfera.
E o aumento da cobertura de nuvens?
Fantasia? Ficção, questionei? Explicou-me então que sendo as nuvens boas refletoras da luz solar, a intenção será introduzir em
algumas regiões específicas vapor de água e partículas de aerossóis, que servem
como núcleos de condensação e
são os principais componentes de formação de nuvens.
As “boas” ideias não se ficam por aqui, pois
admite-se colocar refletores de luz solar na órbita terrestre, o que bloquearia
a passagem de uma pequena proporção da luz solar incidente.
O meu Amigo que não é um cientista louco, nem tem cabelo desgrenhado (talvez
apenas visionário…), assegurou-me que cedo ou tarde é possível deixar as nuvens
oceânicas ainda mais brancas, o que as tornaria melhores refletoras da luz
solar, utilizando navios que borrifariam água marinha no ar, fazendo com que a
concentração de sal aumente e haja maior condensação de vapor de água nas
nuvens, o que as tornariam maiores e mais brancas.
Neste mini, acelerado e sem diploma
curso de “Geoengenharia do carbono “, fiquei a saber ainda que se admite a “fertilização” dos oceanos através de nutrientes,
como o ferro, que estimulariam os fitoplânctons, algas microscópicas capazes de
absorver o gás carbónico da atmosfera, como já abordei aqui de uma outra vez.
Nestas antevisões, ainda me referiu
a construção de máquinas capazes de capturar o gás carbónico da
atmosfera e armazená-lo no interior da Terra ou dos oceanos.
3)-Não haverá, soluções que os meus leitores e eu possamos compreender e
aplicar, sem ter de ir à Universidade?
Creio que sim, utilizando árvores que, sendo grandes absorvedoras de gás carbónico, vão reflorestar
áreas que tiveram vegetação e florestar outras sem vegetação, como os desertos.
Apesar das “boas” intenções da “geoengenharia climática”, a maioria
nunca foi testada e as consequências são mais que incertas.
Projetos como a “fertilização”
dos oceanos poderão desestabilizar o respetivo ecossistema, prejudicando áreas
que já estão ameaçadas pelas mudanças climáticas, como a grande barreira de
coral da Austrália.
Muitas questões ainda terão de ser resolvidas, mas enquanto isso não
acontecer, a redução dos gases de
efeito estufa, como o carbónico gerado pela queima de combustíveis
fósseis, é a primeira medida para
impedir o avanço do aquecimento global. Pelo menos é o que diz, o nosso Governo
e concretamente propõe o Município de Lisboa.
4)-Os lisboetas, os portugueses passaram a ter a
sua “Capital Verde Europeia” durante
o ano de 2020, dando aí início a um extenso programa. É o reconhecimento do
trabalho feito, e um “compromisso de futuro”.
Entre outras iniciativas prevê-se a “maior
plantação de árvores de sempre”, já que cerca de 20 mil espécimes vão ser
espalhados por quatro pontos da capital. O objetivo é somar mais 100 mil
árvores até ao fim do ano às 800 mil já existentes. Lisboa não foi escolhida
pelos estrangeiros como “Capital Verde
Europeia” por ser a cidade mais sustentável, mas por seriamente pretender
ser resiliente às alterações climáticas o que faz, por exemplo, com áreas
verdes e plantação de árvores. Mas não só. A autarquia comprometeu-se a
rever o plano do ruído e “georreferenciar”
as árvores de Lisboa, “pelo menos as mais
importantes”.
5)-Há tempos referi que no mandato de Paulo Inácio, sem
grandes marcas no terreno, o “Parque
Verde Urbano” aparece com destaque, embora aos “soluços”. Câmara Municipal de Lisboa tem
a oportunidade de mostrar o que de positivo se pode fazer no resto do país, Alcobaça
incluída que é o caso que me interessa neste momento, revendo o persistente défice global
o nosso “fado alcobacense”.
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