Amílcar Pereira de Magalhães
APONTAMENTO BIOGRÁFICO
Nasceu em 22 de setembro de 1909, no lugar de Porto do Carro/Leiria, no seio de uma família de posses, antes de a vida de seus pais ter dado algumas reviravoltas.
Muito
jovem foi viver para os Montes, aonde veio a casar a 6 de janeiro de 1943 com
Ana Salgueiro Antunes. A devido tempo, com os pais a viver em Coimbra (o pai
foi archeiro na
Universidade), depois de ter estudado no Liceu de Leiria, licenciou-se em 1936
na Faculdade de Direito, tendo como colegas de curso e amigos (Dr. Henrique
Trindade Ferreira, de Alcobaça, seu companheiro de casa), os Drs. Fernando Maia
de Carvalho, Manuel Casanova, Antão Santos da Cunha e José Guilherme Melo e
Castro, sendo este que vindo a Alcobaça por indicação de Marcelo Caetano, lhe
fez convite para as eleições de 1969 para a Assembleia Nacional (X Legislatura,
de 1969 a 1973), onde fez parte da Comissão de Obras Públicas e Comunicações,
com várias intervenções interessantes.
Era um
distinto e exemplar advogado, embora com pouco ar de tribuno. Pessoa de
temperamento aparentemente frio, cristão mas não praticante, prezava o estilo
da oratória do Dr. Salazar, que achava adequada para o País.
Foi
Membro do Conselho Municipal de Alcobaça, Presidente do Grémio da Lavoura de
Alcobaça e Vogal da Direção da Federação da Lavoura da Província da
Estremadura, Presidente do CAAC/Círculo Alcobacense de Arte e Cultura, numa
altura de grande pujança desta instituição e da sua Orquestra Típica e Coral.
Amílcar
Magalhães era do tempo em que, uma frase bem elaborada, escrita ou falada,
correspondia a uma pessoa de educação e cultura humanista, onde os clássicos
não tinham desaparecido dos vícios de leitura ou dos manuais escolares. Embora
sendo apoiante do regime nunca fez parte da UN, embora em 1969 tenha concorrido
na versão caetanista.
Não sendo
salazarista, tendo sobrevivido alguns anos à revolução do 25 de abril, poucas
vezes dividiu redutoramente o mundo português em esquerdas e direitas.
Apreciava, em Salazar a capacidade intelectual e de mestre jurista, e
condescendia com o seu dedo em riste, apontado ao ouvinte ou interlocutor, para
vincar a ideia. Todavia, não aceitou que essa oratória ou a praxis
política, por mais bonitas ou empolgantes que fossem as intervenções ou
palavras, fundamentasse um pretexto de violentar o cidadão.
Faleceu
a 21 de fevereiro de 1982.
Sem comentários:
Enviar um comentário