sábado, 23 de dezembro de 2023

HAJA NATAL!

 

HAJA NATAL!

FLeming de OLiveira

 

 

É vulgar dizer-se que “Natal é quando o Homem quiser” no seguimento da poesia do versátil e irreverente Ary dos Santos e da canção que lhe deu voz.

Na verdade, é rotundamente falso do ponto de vista cristão, que o Natal seja quando o Homem quiser pois, foi uma vez só e apenas quando Deus quis.

Então porque dizer que o “Natal é quando o Homem quiser”, se sabemos que é incorreto?

Não deixa de ser curioso que, enquanto no pecado original Adão culpou a mulher pela sua falha, no nascimento de Cristo é uma mulher que assume o projeto de Deus e a ele se mantém fiel, enquanto vários homens, nomeadamente os Apóstolos fogem.

Se aquela asserção não significa literalmente o que diz, todavia contem algo correto, no sentido que é ocasião, assim queira a liberdade do Homem, de tornar presente a mensagem, de fazer o bem, de levar a paz. Os cristãos antigos pensaram acertadamente quando acharam que o Natal é sempre e não apenas um dia em cada ano.

Infelizmente, as mais recentes gerações de cristãos onde me incluo, parecem transformar o Natal num culto pagão, desprovido do real significado e reduzindo-o a um dia, por sinal, repleto de distrações.

O Natal transformou-se num dia de família, quando é um dia de Igreja, num dia de dar presentes, quando é dia de agradecer o presente de Deus, num dia de comer e beber, quando é dia de partilhar com os que menos têm, num dia de ficar em casa, quando é dia de celebrar comunitariamente, num dia de fuga do Mundo, quando é dia de encontro com o outro.

O nascimento de Jesus, não deveria ser momento de enfeites para esconder podridões, mas de mergulhar na sujidade do eu e do mundo e, aí, estabelecer uma luz e um lugar de renovação.

O Natal tem perdido sentido, não por causa dos “Leiria Shopping” ou “Colombo” e do consumismo associado, mas pela ausência de liberdade e de consciência dos cristãos em relação à própria Liturgia.

 

Caros leitores, o Natal é mesmo quando cada um de nós quiser, assevero eu!

Não claramente o primeiro há mais de 2.000 anos, mas aquele de que o mundo precisa, seja na Ucrânia, Gasa ou Alcobaça.

 

Haja Natal em ti ou mim, para que cada dia seja Natal para os demais.

 

 

 

 

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