quinta-feira, 22 de setembro de 2011

LIÇÕES (benévolas) PARA A FELICIDADE (I)


Aquele professor no início de carreira, foi destacado para trabalhar para uma terra onde toda a gente comia cebola e alho. Por isso, todos exalavam cheiro a alho e cebola.
A princípio estranhou e chegou a reclamar. Mas como acabar com esse costume tão arraigado? Era impossível.
Falou com um amigo de Alcobaça (pessoa prudente e astuta como, em geral os que de cá são, se reclamam…) que lhe sugeriu também passar a comer alho e cebola. Mesmo sem bacalhau!
No começo, teve repugnância. Acostumou-se porém, e assim deixou de sentir o mau odor de cebola e alho que exalava dos seus circunstantes.
LIÇÃO A REGISTAR: A boa convivência vale mais do que um hábito inofensivo que se tenta combater.

Quanto tudo esta bem, não há nada a dizer, salvo que está tudo bem.
A história compõe-se de descompassos, solavancos, idas e vindas, temores e coragem, factos que ganham sentido na medida das suas causas e consequências, que geram depois mais factos com mais causas e consequências. O movimento está sempre presente, muitas vezes imposto por nós mesmos, mesmo nesta pachorrenta Alcobaça.
As pessoas com uma vida tranquila, como se costuma dizer, não têm muito que contar. Isto é uma dádiva, pois se tudo esta bem, então para que relatar uma trajectória, que seria a esperada?
Mas a verdade é que não há história de destino esperado.
Sou pessoa com histórias, mas intuí ultimamente que isso não é tão involuntário como pensava. Escolhi ser um contador de histórias e acabei por fazer da vida um roteiro.
Um dia destes, marquei um encontro com um tipo muito vivido e interessante, mas entretanto dei conta que tinha criado a situação e que dessa vez, bem como de todas as vezes daí para frente, não queria mais criar situação alguma. Desmarquei o almoço, embora talvez tenha perdido uma nova história, a qual eu iria escrever.
Não quero mais escrever guiões como personagem principal, fazendo laboratório comigo, sempre exagero no drama.
LIÇÃO A REGISTAR:Cheguei a um ponto, onde quero apenas sentar-me a beira do caminho, assistir as histórias alheias (de preferência com pessoas das nossa terra), e se for convidado para participar de alguma, quem sabe se eu me interesso pelo guião feito por outro e me deixo levar pela novidade.
Um menino de doze anos pulou uma cerca do Jardim Zoológico, e viu-se logo atacado por dois enormes ursos pretos.
O guarda, advertido pelos gritos de outras crianças, pulou imediatamente na área, afastou os ursos e retirou o menino, são e salvo.
Mais tarde, numa entrevista à SIC, o director do Jardim Zoológico explicou por que o garoto escapou com vida:
LIÇÃO A REGISTAR:-Porque não se defendeu!

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