terça-feira, 27 de setembro de 2011

SER ESTILO MACHÃO !!!


Fleming de Oliveira


Qualquer sonhador que se preze, já pensou, aturadamente, como seria a pessoa que gostaria de se assumir. Idealizou a roupa que usaria, os lugares onde iria, a música que gostaria de ouvir, como cortaria ou pentearia o cabelo, etc.
Eu nunca criei, nem em rapaz, um rigoroso padrão de pessoa, mas fiz, verdade seja dita, algumas condescendências.
Hoje, consigo enxergar similaridades nas pessoas que fui sendo e deparar com um padrão nos seus comportamentos e posturas.
Pensando bem, não sei até que ponto essas pessoas possuíam as qualidades ou mudaram a postura. Escolhi-as, porque eram assim ou simplesmente as transformei no que queria?

A melhor maneira de descobrir isso, é observar o que as pessoas se tornaram após se separarem de mim, embora com o risco, que a perda de intimidade e seus novos relacionamentos, possam contaminar o julgamento. Então, fico apenas com minha capacidade de observação, para poder teorizar.
Baseado nisso, deteto algumas coisas que tem maior ou menor possibilidade de pertencer a essas pessoas, para desenhar o que se pode parecer com a minha pessoa ideal. Evitando qualquer tipo de projecção ou comparação, vejo o que eu queria que mudasse ou não, nos antigos relacionamentos, cruzo informações e encontro pontos importantes nas relações que vivi, coisas que gostaria de ter independente da fase da vida ou da pessoa.
O físico, hoje em dia, importa-me pouco.
Não por ter hoje mais de sessenta anos, ou que ele e a correspondente atração sejam dispensáveis, mas não tenho preferência, inequívoca, por algum tipo específico masculino ou feminino.
Tenho amigos que namoraram com cópias de ex-namoradas. Uns namoraram só loiras, outros, só magricelas. Mas eu não, no meu tempo de rapaz em Coimbra namorei magricelas, gordinhas, loiras, morenas, altas ou baixinhas, nos bailes académicos e na bar das Letras. Reconheço que o que na verdade me importava, era o charme. A pequena até pode ser bem-feitinha, mas se não tiver charme, não me atrai, nem um pouco.
A cabeça sempre me importou, sobre tudo.
Não preciso que seja uma super dotada, mas nunca apreciei um cabo de vassoura. Interesso-me por muita coisa e quero sempre aprender, e se a que está do meu lado não demonstra interesse em nada, tenho sérios problemas em lidar com isso.
Afinal, reconheço que não sou como a maioria, tenho interesses específicos e aprofundo-me inexoravelmente neles. Sou o errado que quer saber de tudo.
A vaidade é primordial.
Não é segredo que sou vaidoso, tenho prazer em escolher a roupa que vou colocar de manhã, gasto uma fortuna para cortar o cabelo num lugar seleto em Lisboa, em vez de ir ao bom baeta da rua e necessito de uma boa conversa.
Por isso mesmo, para mim a mulher tem de ser vaidosa. Tem que saber, interessar-se, cuidar-se, mais, mais, do que eu. Não posso ser o mais vaidoso da relação.
Tudo isso, além de qualidades essenciais como lealdade, respeito, boa educação, fazem com que eu admire uma pessoa o suficiente para a querer vestir todos os dias.
Ainda que isso não seja prova de que, ao fim e ao resto, o desejado relacionamento dê certo.

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