quinta-feira, 22 de setembro de 2011

ADEQUAR OS SONHOS E ASPIRAÇÕES


Caros leitores, sou Advogado há muito anos, comecei a vida profissional como Magistrado (fiz alguma política que me deixou um sabor agridoce) e sei bem que o meio profissional aonde trabalhei tem fama.
Boa?
Nem sempre, tal como o da política. Muitas vezes temos a sorte de nos deparar com colegas generosos, com climas de trabalho bons, onde todos sentem prazer em exercer o ofício e atingir o bem comum, e isso traz alento, até porque por vezes a compensação financeira deixa algo a desejar. Outras vezes o clima é outro, pois dá para sacar energia de inveja, permeando amigos, clientes ou futuros clientes. Diz-se Você esteve muito bem no processo de (…), quando a expressão facial camufla um Grande cretino que não sabes ler, nem escrever, nem como ousas dizer que tiveste um bom resultado?
Esse tipo de energia há muito não me incomoda, mas atrapalha o andamento do trabalho de um caloiro e muitas vezes contribui para o fracasso de algo que poderia ser sucesso, pois o palco reflecte muito do que vem dos bastidores. É um sentimento corrosivo, tanto para quem o nutre, quanto para quem é vítima dele.
O que fazer numa hora dessas?
Defumação?
Vista grossa?
Arredar para atrás da orelha?
Fazer apelo a S. Miguel Arcanjo para vir com sua espada impiedosa?
Todas estas opções seriam de ter em conta, mas hoje acho que um sorriso quase sempre surte efeito, porque desarma o espírito, até de um invejoso.
Há tendência no ser humano em achar a galinha do vizinho melhor que a nossa e se qualquer um pode ser alvo da inveja, não precisa ser ou Bill Gates, Lady Gaga ou Madonna. Esse tipo de inveja, todos estão sujeitos a senti-la, inveja eventual e passageira, diria até branca, sem querer ser politicamente incorrecto.
Existem porém, os invejosos crónicos de plantão que têm tanta dificuldade em se aceitar, que precisam querer tudo!
A presença deles, drena energia, porque vampirizam querendo saber tudo, onde comprei os sapatos, com quem estive ontem. se já recebi a tal nota de honorários, e mesmo que não digam nada, o olhar dele exaura de cobiça.
Acho triste a condição do invejoso, pois todos têm algo único e a própria trajectória a cumprir, como decorre da lei da física, impede dois corpos de ocuparem o mesmo espaço ao mesmo tempo. Citei o meio profissional, pois que é o que conheço melhor, mas a verdade é que qualquer um está sujeito a isso, em qualquer ambiente como o político.
Por vezes, causa inveja mostrar bom serviço no trabalho, na ação política, uma dieta bem sucedida, um carro novo, um sorriso largo demais, enfim, meramente o respirar e existir. O contentamento em vestir a própria pele, a expressão de uma latente felicidade é algo que parece incomodar, mas é o que todas as pessoas deveriam sentir!
O meu recado para o invejoso é: Sente-se inadequado, não gosta? Esse corpo é o único que tem para ocupar, sem direito a mudar, é esse que vai ocupar até o fim. Ela (a sua vida) está a acontecer, aceite-a e molde-a gosto, pois é essa matéria-prima que lhe foi oferecida, não tem outra!
Mas eu não gosto de me ver ao espelho…, péssima desculpa, penso eu!
É gordo e odeia-se?
O Fernando Mendes também o é e não o repudia. Ate faz vida disso. É baixinho e gordinho? Outros também o foram e tinham tanta auto-estima ou alta-estima, que viraram mitos! Não que todos tenham qde ser celebridades para ser felizes, mas estes meros exemplos servem de lição de superação de tudo que para o lugar comum são dificuldades e limitações. Para vc. que fica a procurar pretextos para adiar as realizações, enquanto cobiça o que é do outro, olhe-se ao espelho, se não gostar do que vê e achar que não é caso de bisturi, de ginástica ou de mudança de corte de cabelo, ajuste esse o olhar, porque creio que muitas vezes há que adequarmos os sonhos e aspirações e não eles a nós.
Sonhe caro leitor, mas um sonho que esteja ao seu alcance! Portanto, você invejoso crónico, corra e comece a viver a sua vida, antes que o tempo se esgote. Um dia poderá dar-se conta de que passou, querendo adquirir um fato que viu alguém usar, uma promoção no emprego para tomar o lugar de alguém, uma namorada que já foi de outro, mas o seu precioso tempo se foi e não volta mais… talvez então, você sinta uma inveja alheia de si mesmo (se é que isso é possível) por não ter aproveitado melhor o que sempre lhe pertenceu.
Um dia morrerá, literalmente, até de inveja!

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