quinta-feira, 17 de janeiro de 2019







NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
30 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas


Coimbra Martins, António Antero, nasceu em Lisboa a 30 de janeiro de 1927.
Ocupou o cargo de Ministro da Cultura, no IX Governo Constitucional, de 9 de junho de 1983 a 6 de novembro de 1985, foi deputado por Vila Real em 1985, deputado europeu de 1986 a 1994 e fez parte do Grupo Socialista no Parlamento Europeu.
Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante e, pelo governo francês, Chevalier des Arts et des Lettres, Grand Officier de l'Ordre National du Mérite e Grand Officier de la Légion d'Honneur.
Temos, pois, Museu à vista. O Ministério da Cultura assume o compromisso para com Alcobaça. Repiquem os sinos de Cister, e seja em desconto dos nossos pecados, por intercessão benévola de São Bernardo de Claraval. Estas foram as palavras com que o Ministro da Cultura, Coimbra Martins, concluiu o seu discurso, proferido no local da Exposição Presença de Cister em Portugal, que esteve patente ao público ao longo de alguns meses na ala sul do Mosteiro de Alcobaça.
O Ministro, que veio em dezembro de 1984 a Alcobaça a convite do Presidente da Câmara, foi recebido no Edifício dos Paços do Concelho pelos respetivos autarcas, pela comissão organizadora do Museu e pelo Governador Civil de Leiria. Também esteve presente o Presidente do Instituto Português do Património Cultural, João Palma Ferreira.
A visita fora cuidadosamente preparada, o que aliado à existência de outras condições favoráveis, tal como a libertação de espaços na ala norte do Mosteiro onde se irá localizar o Museu (????), eram de molde a acreditar que o Ministro anunciaria a sua criação, facto que Alcobaça anseia há quase um século.
No local da exposição, encontravam-se presentes várias entidades locais, juízes e delegados do Ministério Público, o Padre Alexandre Siopa, presidente e membros da ADEPA, Conselhos diretivos das Escolas, diretores e responsáveis de várias instituições do Estado, tendo igualmente comparecido, correspondendo ao convite Maria de Jesus Barroso Soares, acompanhada de filha Isabel.
Alice Beaumont, diretora do Museu Nacional de Arte antiga e presidente da Comissão Organizadora do Museu, guiou a visita à exposição, tendo em seguida usado da palavra o Presidente da Câmara Municipal, Rui Coelho num discurso orientado no sentido da criação urgente do Museu. O Ministro, mostrou-se conhecedor da história da criação do museu, fazendo a sua apologia numa intervenção que mereceu fortes aplausos e onde deixou bem claro que a criação do museu é irreversível.
Aos Alcobacenses nomeadamente aos descendentes de Manuel Vieira Natividade, à Câmara Municipal, à Comissão Instaladora do Museu, eu desejo agradecer o empenho que puseram nesta indispensável criação, o trabalho que efetuaram e o ânimo que não fraquejou apesar dos sucessivos adiamentos.
O Presidente da Câmara, ofereceu a Medalha de Honra do Concelho, tendo o Presidente da ADEPA, Tarcísio Trindade, feito oferta ao Ministro e a outras individualidades, exemplares da última publicação daquela Associação, sobre o Convento de Coz.
A jornada terminou com uma visita ao Mosteiro e ao Lar Residencial de Alcobaça.
Colaço, Gabriel e Gilberto, são gémeos que desenvolvem o trabalho em conjunto.
Tendo nascido em 1975 na Nazaré, embora naturais de Benedita, iniciaram os estudos na Escola B 1 de Ribafria, na Escola EB 2 da Benedita (Frei António Brandão) e no Externato Cooperativo aí concluindo o 12º. ano em Artes.
Em 1995, ingressaram no curso de Artes Plásticas – Pintura, na Faculdade de Belas Artes, do Porto, que concluíram em 2000. Em 2005, efetuaram a pós-graduação em Desenho na Faculdade de Belas Artes, de Lisboa.
Gabriel Colaço vive e trabalha em São Brás de Alportel e Gilberto Colaço vive e trabalha em Lisboa. Desenvolvem o trabalho essencialmente sob o suporte do desenho, pintura e a instalação, tendo como referências e interesses, a identidade (retrato), o Homem e a Natureza, as relações entre o espaço privado e o espaço selvagem - representando espaços de território humano como as estruturas arquitetónicas, recolhendo como exemplos os abrigos, os refúgios e as barreiras.
Tem realizado muitas exposições e recebido prémios.
-Em Maio de 2013, abriram em parceria com Catarina Lira Pereira, o espaço de arte contemporânea a Galeria Bangbang  em Lisboa, onde apresentam propostas de novas estratégias de atuação, assentes na criatividade, sustentabilidade e nas mais variadas formas de expressão artística, da autoria de jovens artistas nacionais e internacionais.
Comprido Júnior, José Luíz, filho de José Luíz Comprido e de Justina dos Milagres Corado, nasceu a 29 de julho de 1916, na freguesia de São Quintino, concelho de Sobral de Monte Agraço.
Em jovem começou como talhante/cortador de carnes verdes e no início da II Guerra Mundial, trabalhou na Malveira e Ericeira. No início da década de 1940, veio para Alcobaça, ainda solteiro, a convite de António Casimiro Guerra, da Maiorga e de Nuno da Silva Branco, de Valado dos Frades, que já possuíam talhos, tendo-se hospedado na pensão Silva Rosa.
No dia sete de junho de 1943 na Malveira, casou com Vergelina Assunção Antunes, nascida a 19 de agosto de 1920, filha de Henrique Antunes e Margarida da Assunção, tendo após o casamento vindo de comboio para o Valado de Frades e depois de carro de cavalos de Dª. Francelina para Alcobaça, indo viver para a Travessa Miguel Bombarda, vulgo Beco do Zé do Castelo.
Em 1946, nasceu a filha Maria Margarida Antunes Comprido Belo Afonso e em 1954 o filho Henrique José Antunes Comprido, ambos residentes em Alcobaça
Em 1957, convidado para sócio de António Casimiro Guerra, constituiu a sociedade Casimiro & Comprido Ld.ª com o talho no Largo 5 de outubro nº 14 e 16. Posteriormente por convite de Nuno da Silva Branco foi constituída a Nuno & Comprido Ld.ª, com talho na Rua Araújo Guimarães nº. 31. Nos anos de 1960 adquiriu a exploração do talho da Câmara, sito na rua 16 de outubro nº 9. Com a construção do mercado municipal, os referidos talhos transitaram para o mercado.
-Nos anos de 1960, comprou uma casa na rua Frei Fortunato nº. 50, onde viveu até ao falecimento, em 8 de julho de 1982.
Conceição, Vítor Manuel Martins, nasceu a 27 de setembro de 1935, em Mira de Aire e terminou a Licenciatura em Medicina na Universidade de Coimbra, a 26 de julho de 1963.
Inscrito na Ordem dos Médicos em 5 de agosto de 1963, iniciou a seguir a prestação de serviço militar obrigatório, sendo colocado como Aspirante Miliciano Médico na Força Aérea, em Tancos e Lages, aí permanecendo até passar à disponibilidade em setembro de 1965. Durante esse período além de médico militar, desempenhou funções nos Serviços Médico-sociais na Praia da Vitoria e em diversas Casas do Povo da Ilha Terceira. A partir de novembro de 1965, foi colocado no Posto Clínico de Alcobaça dos Serviços Médico-sociais. Recorda que antes de vir viver para Alcobaça e tomar posse na Caixa de Previdência, como não conhecia ninguém na terra, deslocou-se à Farmácia Belo Marques, para junto do Dr. Hermínio Marques apurar como era o meio. Nessa altura, o Dr. Hermínio Marques avisou-o que em Alcobaça já havia muitos médicos, uns 8 ou 9, mas que haveria sempre lugar para mais um e que antes, teriam também estado em Alcobaça outros, que não se radicaram, foram embora, pois não se ambientaram.
Durante anos, exerceu funções como Professor Eventual de Higiene na Escola Técnica de Alcobaça, que acumulou com as de Médico Escolar (de abril de 1967 a julho de 1975), de agosto de 1967 a dezembro de 1975 como Subdelegado de Saúde (substituto) do Concelho de Alcobaça, entre março de 1967 e junho de 1990 como médico do Lar Residencial de Alcobaça, onde atingiu a categoria de Médico Especialista de Medicina Interna. Em junho de 1969 a Ordem dos Médicos reconheceu-lhe idoneidade para exercício de Medicina do Trabalho, tendo passado a trabalhar na SPAL como tal e, simultaneamente, como Médico de Medicina Curativa.
Desde que fixou residência em Alcobaça, exerceu atividade em consultório particular, tendo sido convidado e aceite para ali atender doentes dos Serviços Sociais do Ministério da Justiça, do Sindicato dos Bancários do Centro, da Caixa Geral de Depósitos, dos CTT e PT.
Em 1976, fez parte da lista do PPD para a eleição da Câmara Municipal, embora em lugar não elegível, que impôs como condição. Não exerceu mais atividade política ativa.
Em 31 de dezembro de 2013, muito respeitado, considerado profissional e socialmente, encerrou a atividade profissional.
Durante anos foi o decano dos médicos de Alcobaça.
-É casado com D. Idalina, não tendo filhos.
Cordeiro, Júlio Luís e Fernanda da Ajuda Oliveira Rosa, nascidos respetivamente em Aljubarrota a 26 de junho de 1936, e na Vestiaria a 18 de fevereiro de 1941.
Segundo a filha Anabela, o seu avô materno era muito conhecido por ser dono de um dos cafés e mercearias  mais antigos da Vestiaria, com a alcunha de O Pexim. Os meus Pais sempre os conheci a trabalhar em conjunto e a darem-se muito bem, há mais de 50 anos. Iniciaram as suas atividades profissionais muito cedo, cerca dos 14-15 anos  e conheceram-se já eram cabeleireiros ou melhor aprendizes da profissão, no salão do Sr. Manuel Catita.
Mais tarde, e pouco depois de se casarem em 3 de fevereiro de 1965, Júlio e Fernanda estabeleceram-se por conta própria.
Anabela nasceu 9 meses após o casamento dos pais, para grande susto da minha Mãe, dado estar no início da vida profissional e não querer ter filhos tão cedo, mas aconteceu.
Fernanda e Júlio Luís, em tempos áureos, terão sido os cabeleireiros mais afreguesados de Alcobaça e arredores, quem penteavam as noivas.
Havia alturas que trabalhavam das 5h à meia-noite, o que lhes permitiu dar às duas filhas uma boa educação.
De acordo com as informações da filha Anabela os meus Pais, embora reformados, ainda exercem a profissão de cabeleireiros, mantendo  as clientes mais antigas e porque, pelo menos o meu Pai não sabe viver sem o salão, ao contrário da minha Mãe que já há alguns anos, por ela, estaria descansadinha em casa. 
Cordeiro, Pedro, autodidata, nascido em Ataíja de Cima/Aljubarrota, em 10 de setembro de 1948, cantor e escritor de canções, foi fundador em 1992 do grupo Banda do Maltês , com quem gravou a coletânea É tão bom ser pequenino, ao lado de nomes como Sérgio Godinho e Jorge Palma, fundador em 1996 do grupo Odagaita, que foi finalista no concurso Reis do Estúdio, da RTP.
Em 1998, gravou o CD Odagaita, em 2001 o CD Histórias de viajantes, para o qual escreveu as letras.
Em 2014, voltou a reativar a Banda do Maltês.
-Durante a década 2004 – 2014, Pedro Cordeiro esteve envolvido em outros projetos, atuando a solo, duo, ou trio, em formações itinerantes, como os Indigo,e os Agogo.
Cordeiro, Sílvia Monteiro Duarte, estudante de 17 anos, com as magníficas medidas 84-66-89, 52 quilos e 1,66 de altura, foi eleita Miss Pataias, no decorrer de um espetáculo que teve lugar na sede do Grupo Desportivo Pataiense, organizado pelo clube e pela Junta de Freguesia e em que 14 concorrentes disputaram o título.
A organização esmerou-se na preparação e o público compareceu em número significativo, para assistir a um animado espetáculo.
Sílvia Cordeiro foi a última a entrar na corrida ao título de Miss Concelho de Alcobaça, disputado no dia 29 de novembro de 1997.
Vanessa Monteiro Ribeiro, de 15 anos, foi eleita Primeira-dama de Honor e Elisabete Sofia Martins, de 13 anos, Segunda-dama de Honor. As concorrentes elegeram entre si Sónia Maria Soares Monteiro, de 17 anos, como Miss Simpatia e Nélia Filipa Lourenço, de 16 anos, foi eleita Miss Fotogenia.
O júri foi constituído por António Ascenso, presidente da Junta de Freguesia de  Pataias, Joaquim Costa, presidente do Grupo Desportivo Pataiense, António Castanheiro, Herminio Gonçalves, Marina Santos e Vera Santos.
Um cenário bem decorado, uma extensa e bem decorada passerelle, com iluminação adequada e boa sonorização, foram ingredientes que deram corpo a este espetáculo, que terminou cerca das duas horas.
Depois dos desfiles e enquanto se aguardava a decisão do júri, teve lugar a atuação da cançonetista pimba Rute Marlene, intérprete de Pisca, Pisca, Dez Mandamentos, Só à Estalada, Amor Antigo e Não me Peças mais Entre Outros.
O espetáculo encerrou com a coroação de Miss Pataias, entre fortes aplausos e  emoção (choro incluído) da recém coroada.
Correia, Deonilde da Luz Elias, nasceu no Bárrio aonde estudou, vive e trabalha como empresária da restauração (restaurante e pastelaria).
Foi candidata em lista do PPD/PSD à Presidência Junta de Freguesia em 1979, tendo perdido para a lista encabeçada por José Aníbal Soares Sousa (PS). Neste executivo assumiu as funções de Secretária, sendo Tesoureiro Joaquim Veigas Alexandre.
Pessoa dinâmica, desempenhou funções de Direção, na Associação de Regantes da Cela.
-Situado no centro da freguesia do Bárrio o seu restaurante A Prensa é um espaço cuidado, com ambiente selecionado, decorado com motivos rústicos, outrora uma adega com lagar.
A prensa do lagar ainda lá está, integrada no centro de uma mesa, como decoração, num restaurante que abriu ao público em 31 de julho de 1994. Na ementa, o visitante pode encontrar, cozido à portuguesa, bacalhau com batata a muro, ensopado de borrego, papas com bacalhau assado, arroz de cabidela e galinha caseira, etc.. Nos doces, além das trouxas-de-ovos existem as famosas Queijadas do Bárrio, uma especialidade da casa, vendidas tanto para consumo no local como por encomenda.
-Deonilde Correia, proprietária do restaurante, nasceu na freguesia da Cela, mas aos dois anos de idade foi morar para o Bárrio, onde criou raízes, empenhou-se na vida local, passou pela Junta de Freguesia, em vários mandatos. Quanto à sua atividade na restauração diz sorrindo que faço isto porque gosto, o que lhe têm valido uma casa que se impõe pela qualidade e ambiente.

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