terça-feira, 22 de janeiro de 2019


NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Vicente, Maria, é nome que partilha com a avó.
Está igualmente inserido no seu, entre o primeiro e o último nome, pelo que não é um pseudónimo, fazendo parte integrante da sua identidade. Nasceu em 1967 na Vestiaria, cursou e concluiu Línguas e Literaturas na Universidade Clássica de Lisboa, sendo desde 1983 Professora no Ensino Básico e Secundário. Nos últimos tempos, tem se dedicado à formação de adultos em contexto prisional.
Em criança sentiu vocação para o ensino e escrita e começou a escrever textos. No seu percurso de formação cultural teve mestras da vida e de sensibilização estética, professoras que a ensinaram e encorajaram a escrever. No dia-a-dia a leitura, atividade de prazer, conhecimento e estudo, constitui uma potencial oficina de escrita considerando esta como um impulso vital.
Vicente, Silvestre Luís Rodrigues, faleceu a 30 de setembro de 2003, vítima de acidente de viação.
Pessoa muito conhecida e estimada, mesmo para além do seu meio social e de residência, foi fundador e grande dinamizador da Bandinha da Alegria e de outros grupos musicais que interpretavam principalmente música portuguesa com sucesso nas festas populares.
Músico e apreciador de coisas nacionais, foi um grande impulsionador da Banda Filarmónica de Turquel.
Comece-se por dizer que os seus membros fazem todos, e com muito gosto, parte da chamada terceira idade. O grupo teve a sua origem em 5 irmãos Vicente, naturais de Turquel, que se juntaram fundando o Conjunto Irmãos Vicente. Todos eles eram músicos da Filarmónica de Turquel, que tinha sido criada pelo patriarca da família. Começaram por animar os bailes da terra e localidades vizinhas e com o decorrer dos anos outros músicos se lhe juntaram.
Mais tarde, os filhos formados no Conservatório de Lisboa, juntaram-se aos pais e alteraram o nome do grupo que passou a chamar-se Vicente Band. Mas a nostalgia dos Irmãos Vicente foi mais forte e por isso o núcleo fundador, agora com mais alguns amigos vindos das bandas filarmónicas da região, passou definitivamente a Bandinha da Alegria, convidada para animar a Expo98, acontecimentos por todo o Portugal e mesmo para França, para emigrantes portugueses.
-A Bandinha da Alegria, animou o certame no dia da inauguração da Feira de S. Bernardo de 2002. Contudo o programa recreativo, pouco benéfico para a cultura popular, não contou nesse ano com o habitual Festival de Folclore e a atuação dos ranchos do concelho. A música tradicional da região, por naturais do concelho, ficou de fora dando lugar a artistas nacionais pagos a peso de ouro, muitos de qualidade duvidosa.
-A TVI esteve frente ao Mosteiro de Alcobaça a fazer emissão em direto do programa Olá Portugal, apresentado por Manuel Luís Goucha, na manhã do dia 24 de setembro de 2002, onde se falou só de Alcobaça. Um dos intervenientes em destaque foi a Bandinha da Alegria, cujos músicos são aplaudidos em todo o país. Numa terra de fortes tradições musicais, nasceu este grupo peculiar que defende com unhas e dentes a música popular portuguesa. Tocou três modas e teve a honra de encerrar o programa televisivo emitido com êxito para todo o país. O seu dinamizador, Silvestre Vicente, foi entrevistado. Manuel Luís Goucha gostou tanto que convidou a Bandinha a voltar à TVI em programa a realizar nos estúdios no Porto, no dia 2 de outubro seguinte.
-A Bandinha da Alegria, já sem Silvestre Vicente, foi convidada a participar na Praça da Alegria, da RTP1, no dia 11 de março de 2004, programa emitido diariamente e de manhã a partir do Porto, com a participação de alguns dos melhores apresentadores da televisão portuguesa, como a bonita Sónia Araújo, Jorge Gabriel e Hélder Reis. Este programa recria as típicas praças existentes na Ribeira do Porto e a música portuguesa encontra um espaço privilegiado de divulgação.
-A Bandinha da Alegria, atuou na RTP no programa Praça da Alegria, conduzido por Jorge Gabriel e Sónia Araújo. no dia 5 de janeiro de 2005, onde tocou um número, pondo os assistentes a dançar durante alguns minutos. Finalizada a bonita e ritmada melodia, Jorge Gabriel reuniu os músicos da Praça com os da Bandinha para executarem em conjunto um número musical.
-No dia 9 de janeiro de 2006, a Bandinha da Alegria foi atuar de novo na Praça da Alegria, abrindo o programa com um pasodoble, pondo os assistentes em movimento a condizer com o alegre número. O conjunto alcobacense encerrou a atuação com a popular melodia Ó Senhor de Matozinhos, tema conhecido da música tradicional portuguesa.
-No dia 18 de abril de 2008, a Bandinha da Alegria, abriu o programa de a Praça da Alegria com música do seu variado repertório, seguida de ginástica com todos os presentes no programa fazendo o que o professor brasileiro indicava. O programa terminou ao fim da manhã com outro tema musical da Bandinha.
Vieira, Alberto, natural da Maiorga, nasceu a 6 de outubro de 1933 e faleceu a 22 de outubro de 2015, vítima de problemas de saúde que o afetavam e se agravaram, causando-lhe bastante sofrimento.
-Membro empenhado na sua paróquia, foi dirigente de várias coletividades dos concelhos de Alcobaça e da Nazaré.
-A nível jornalístico, além de correspondente de O Alcoa, por mais de cinco décadas, foi colaborador do Diário de Leiria, da Rádio Cister e da Rádio Benedita FM, correspondente em Alcobaça da Gazeta dos Desportos, quando o Ginásio disputou a 1.ª Divisão, em 1982/83.
-A. Vieira, esteve ligado ao projeto da requalificação da antiga moagem de Leiria.
-Nos últimos anos, foi representante em Portugal do comendador Armando Lopes, empresário natural de Ourém, há décadas emigrado em França, responsável pela construção do Edifício 2000 e promotor do projeto de requalificação do edifico da antiga moagem de Leiria, cujas obras haviam começado recentemente. Estava marcada para o dia 28 de outubro, a apresentação pública do empreendimento, mas, a sessão foi cancelada devido ao falecimento.
-Alberto Vieira tinha 82 anos e residia há várias décadas em Valado dos Frades, onde casou, constituiu família e foi sepultado. Praticou futebol na BIR e fez parte da equipa que garantiu o apuramento para a 3.ª Divisão nacional, em 1958/59.
Amante do desporto, acompanhou o Ginásio Clube de Alcobaça, clube do coração, durante várias décadas, fazendo relatos para a Cister FM e Benedita FM e assinando a página desportiva de O Alcoa. A ligação aos azuis compreendeu o desempenho de funções de dirigente, tendo sido presidente da Assembleia Geral. Também foi dirigente da Associação de Dadores de Sangue do Concelho da Nazaré.
Vieira, Carlos, uma das vozes mais conhecidas da Rádio Alfa/Paris, morreu no dia 9 de março de 2013, em Portugal, onde se encontrava de férias, vítima de ataque cardíaco fulminante. O funeral teve lugar em Valado de Frades, de onde era originário.
-Carlos Vieira aprendeu a arte da rádio com o pai, em Portugal, mas emigrou para França na década de 1980. Primeiro começou por ser empregado bancário na região de Bordeaux, antes de seguir para Paris onde foi trabalhar para uma empresa de Armando Lopes, o patrão da Rádio Alfa, ainda antes de este a ter comprado. Carlos Vieira estava praticamente todos os dias na rádio, reservando para si apenas as quartas-feiras para passar com o filho. Na semana anterior, despediu-se da antena, no programa Alô Paris que animava todos os dias, das 14h00 às 17h00 e foi passar as férias escolares do filho, em Portugal.
Carlos Vieira era muito conhecido e estimado em Alcobaça e sempre que possível divulgava a região aos microfones da estação parisiense, cujo auditório é fundamentalmente de portugueses ou luso-descendentes.
Efetuou programas em direto a partir de Paris conjuntamente com a Benedita FM e Rádio Cister.
Vieira, Fernando da Conceição, nasceu a 12 de janeiro de 1948 em Alformegel/Almoster. Começou por correr em festas, tendo ingressado como popular no Sporting Clube de Alverca, onde ganhou diversas provas. Passou em seguida para o Benfica, tendo ainda representado a Âmbar. Foi campeão regional de Rampa sendo a sua especialidade as provas clássicas como Porto/Lisboa e Lisboa/Porto que venceu, Camisola Amarela em diversos prémios e ganhou alguns circuitos. Participou na Volta a Espanha e em diversas Voltas a Portugal. Obteve um quarto e um sexto lugar na Volta à África do Sul. Foi terceiro classificado na Volta aos Açores. Fundador e posteriormente Presidente do Alcobaça Clube de Ciclismo, foi um dos homenageados no dia 4 de novembro de 2006 no Mosteiro de Alcobaça na Grande Gala do Ciclismo.
Ex-ciclista de alta competição e conhecedor da modalidade, Fernando Vieira ainda vibra com os êxitos do ciclismo e sofre os problemas a fundo.
-Radicado em Alcobaça desde 1974, tem a vida repartida entre os automóveis que tem que vender por dever profissional e a paixão pelo ciclismo.
Nasceu a 1948 em Alforgemel, e ali fez os estudos primários. Aos 11 anos, teve a sua primeira ocupação como guardador de rebanhos e dois anos depois foi aprender o ofício de bate-chapas para Santarém. Deslocava-se de bicicleta perfazendo 40 quilómetros diários, que lhe deram preparação física e fizeram nascer o gosto pelas bicicletas. Foi por essa altura que começou a participar nas corridas que se faziam nas festas das aldeias vizinhas.
Apaixonado pelo ciclismo o gosto aumentou quando anos depois, aos 500 escudos que tinha amealhado juntou outros mil que lhe foram dados pelo pai e irmão e comprou a primeira bicicleta. O serviço militar aos 19 anos levou-o para a Força Aérea em Alverca, onde se inscreveu na equipa de ciclismo daquela localidade, revelando capacidade. Um ano depois, ingressou no Benfica na categoria de amador, aí permanecendo vários anos, participando em provas. Em 1973 abandonou o Benfica e passou a correr pela Ambar. Em 1975 regressou ao Benfica onde ficou até 1977, altura em que abandonou o ciclismo de alta competição.
A partir daí, o seu contributo pelo desenvolvimento da modalidade revelou-se no apoio à formação de várias equipas.
Alguns circuitos da região de Alcobaça têm contado com a sua ajuda, nomeadamente o Circuito (anual) de Ciclismo de S. Bernardo, integrado nas festas do concelho.
-Em 1970, durante um estágio, os ciclistas do Benfica, pernoitaram na extinta Pensão Primorosa, em Alcobaça. Ali Fernando Vieira conheceu Margarida Areias com quem viria a casar em 1974, fixando residência em Monte de Bois. Com duas filhas, tornou-se alcobacense por adoção.
-É proprietário de uma oficina de reparações automóveis, em Monte de Bois.
Vieira, Joaquim Carvalho, nascido a 3 de junho de 1927, desde muito cedo se dedicou às causas públicas da sua terra, Cela Velha. Abraçou de corpo e alma o folclore inventariando as danças e cantares perpetuando-os para que não se perdessem. A par disso, soube de forma autodidata desenvolver um notável trabalho de pesquisa e recolha de danças, cantigas, modinhas, trajes, objetos, utensílios, tradições gastronómicas, que caracterizam a povoação da Celha Velha e o seu quotidiano ao longo dos tempos. Legou-nos todo esse trabalho, que ficou preservado no acervo daquilo que deveria ser um museu popular e agrícola da Cela Velha, bem como na atividade do Rancho Folclórico e Etnográfico “Papoilas do Campo”.
Pela sua mão, o Rancho da Cela Velha levou e elevou o nome da Freguesia pelo País fora, conquistou o estatuto de coletividade de utilidade pública e o melhor galardão de qualidade que foi a sua admissão como membro da Federação Portuguesa do Folclore.
A sua notável dedicação fez dele não só um dedicado dirigente do Rancho da Cela Velha, mas um notável folclorista e um etnógrafo popular de inestimável valor.
Veio a falecer em 29 de Setembro de 1997, deixando na Cela Velha um valioso património com o qual enriquece o prestígio da nossa freguesia.
Por conseguinte, entende a Freguesia, através dos seus órgãos autárquicos (Junta e Assembleia de Freguesia), homenagear um dos seus mais diletos e ilustres fregueses, através da atribuição do seu nome a uma rua daquela localidade, hoje denominada Rua da Nazaré.
Um gesto simples, que nada mais pretende senão honrar a sua memória que com simplicidade ergueu feitos grandiosos.
Entregamos esta proposta a V. Exª Presidente da Assembleia de Freguesia da Cela para consideração, aceitação e posterior discussão e votação neste fórum.
(conforme proposta de 10 de abril de 2008, subscrita por Dulce Alves/PSD, João Fã/PS, Joaquim Olímpio/CDU e Joaquim Marques/independente, aprovada por unanimidade).
-Joaquim Carvalho Vieira, faleceu ao final da tarde do domingo 28 de setembro de 1997, com 70 anos de idade, deixando mais pobre o folclore da região de Alcobaça e o Rancho Folclórico e Etnográfico Papoilas do Campo, da Cela Velha. O funeral constituiu uma profunda manifestação de pesar na qual se incorporaram centenas de pessoas, entre os componentes do Rancho Folclórico que dirigiu, familiares, e muitos amigos e admiradores.
O Executivo da Câmara de Alcobaça encerrou os trabalhos mais cedo para se associar ao cortejo fúnebre, onde marcaram também presença ex-presidentes da Câmara de Alcobaça como Rui Coelho, Joaquim Augusto de Carvalho, presidentes de juntas de freguesia do concelho, a viúva de Humberto Delgado e filha Iva, Álvaro Laborinho Lúcio, representantes de ranchos folclóricos e de outras instituições.
Vieira, José Ribeiro, de 68 anos, faleceu no dia 20 de janeiro de 2012, após a luta mais difícil e inglória que travou ao longo da vida.
Um problema de saúde interrompeu o percurso empresarial e cívico, iniciado há mais de quatro décadas. Como considerou alguns meses antes, foi reformado pela natureza. Será ela que me mandará parar.
José Ribeiro Vieira, era um insatisfeito por natureza e terá sido essa característica que o levou até à Academia Militar e ao Instituto Superior Técnico, numa época e num contexto em que não era muito comum prolongar os estudos. Mais tarde, já na carreira militar com a patente de Major e com um percurso seguro e tranquilo pela frente, decidiu lançar-se no imprevisível mundo empresarial, nomeadamente na imprensa.
-Natural de Cortes, freguesia rural de Leiria, Ribeiro Vieira era oriundo de uma família de agricultores, pessoas simples, com algumas posses, mas de pouca instrução



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