segunda-feira, 21 de janeiro de 2019



NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS


50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas


Sá Carneiro, Francisco Manuel Lumbrales de, em finais de 1979, criou a Aliança Democrática, uma coligação entre o PPD/PSD, o  CDS, o PPM e alguns independentes. A coligação venceu as eleições legislativas desse ano, com maioria absoluta.
-Sá Carneiro veio a Alcobaça em campanha eleitoral pela AD para as eleições legislativas de outubro de 1980, tendo em setembro jantado com militantes, dirigentes, candidatos do PSD e CDS (de Alcobaça e Distrito de Leiria) e imprensa, no Restaurante Corações Unidos, acompanhado de Snu Abcassis.
Sá Gomes, Rui José Simões Bayão de, natural de Lisboa, nascido 25 de janeiro de 1960, é licenciado e mestre em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa.
Foi nomeado diretor-geral dos Serviços Prisionais, em agosto de 2006, altura em que estava a ser estudado o projeto de revisão do Parque Penitenciário, que previa a redução para metade do número de prisões em Portugal.
Oficializada por decreto-lei a extinção das prisões de Castelo Branco, Portimão e Santarém e a transformação do estabelecimento de Évora em cadeia de alta segurança e de reclusão para elementos das forças de segurança, no âmbito da remodelação e modernização das penitenciárias, Rui Sá Gomes, transitou da Direção-Geral dos Serviços Prisionais, para Secretário de Estado da Administração Interna.
-Nesta qualidade, presidiu no dia 5 de março de 2009, no Auditório da Biblioteca Municipal, com pompa e circunstância, à assinatura do Protocolo para a Construção do Destacamento da GNR de Alcobaça.
O Destacamento iria agrupar e tutelar os concelhos de Alcobaça (quarteis da GNR de Alcobaça, Benedita, Pataias e S. Martinho do Porto) e Nazaré (Valado dos Frades), que sairia deste modo da alçada do Destacamento de Caldas da Rainha.
A construção das novas instalações a localizar na Quinta das Freiras, nas imediações da EPADRC e da Nova Alcobaça, ficaria a cargo do Município que seria oportunamente reembolsado.
O Município, todavia, nunca foi reembolsado, porque este Protocolo, não passou do papel, como muitas retumbantes iniciativas do governo de José Sócrates.
Sá Natividade, Irene de, mais conhecida como Irene Sá, nasceu no Porto em 28 de novembro de 1900 e faleceu a 15 de julho de 1995 em Alcobaça.
A partir dos 3 anos viveu em Alcobaça, e cedo manifestou tendências artísticas que mais tarde, como esposa do Prof. J. Vieira Natividade (com quem casou em 1923), iria desenvolver em convívio artístico-literário com personalidades de relevo, como Afonso Lopes Vieira, Alberto de Sousa e Sousa Lopes. Em 1916, começou a pintar aguarela e óleo. Dedicou-se à cerâmica, a partir de 1925.
A pintura e a tapeçaria de Irene Sá Natividade foram admiradas em várias exposições e exaltadas pelas críticas mais exigentes.
Em 1951, realizou a sua primeira exposição em Alcobaça. Um ano mais tarde, seis das suas mais ricas e belas tapeçarias foram expostas no Secretariado Nacional da Informação. Em 1954, expôs no Porto. Anos depois, uma das salas do Museu José Malhoa, em Caldas da Rainha, foi emoldurada por uma das melhores coleções de tapeçaria jamais vista na cidade. Encontra-se representada com duas aguarelas, na sala II do Museu de José Malhoa. Outras obras, encontram-se em instituições públicas e coleções privadas.
-Antigamente as senhoras estudavam em casa. Fui autodidata, aprendendo e aperfeiçoando à minha custa, comprando imensos livros.
As pinturas a óleo, aguarelas, trabalhos em seda e lã, pinturas de peças de faiança artística e as  tapeçarias, levaram-na a ocupar um lugar de relevo nas artes. As suas tapeçarias retratam cenas rurais, com características populares de Alcobaça e da Madeira.
Em Alcobaça expôs os seus trabalhos em 1988, data em que vendeu uma tapeçaria, por mil contos, a um particular da terra.
-O seu nome e obra são referidos em vários livros estrangeiros e, em 1979, foi nomeada pela Accademia Italia della Arti e del Leavoro, Accademician d’Italie avec Medaille d’Or.
Em 1990, Irene de Sá doou o património artístico e recheio da sua casa ao IPPAR, para integrar a Casa-Museu Vieira Natividade.
Passados alguns anos, Irene Natividade, não estava arrependida, mas desiludida porque pensou que ainda iria ver o museu Vieira Natividade aberto ao público, mas depois começou a descrer.Mas isso não aconteceu. Era uma pessoa reservada e simples, mas com convicções fortes.
Sales, António Manuel Patrício de Aboim, nasceu em Lisboa a 11 de janeiro de 1950.
Estudou no Liceu Camões, no Colégio Valsassina e no Liceu Gil Vicente. Depois trabalhou como Chefe de Departamento de Divulgação do Instituto da Vinha e do Vinho. Há uns 20 anos, fixou-se no Ardido/Turquel, onde adquiriu uma casa antiga que recuperou. Desde então, passa o tempo entre Odemira, para dirigir propriedades familiares e o Ardido no seu atelier de pintura e, quando está inspirado, dedica-se a escrever poesia.
-Sales, disse que deve a influência e o gosto pela pintura à mãe e o da escrita ao pai, médico de profissão, que era leitor compulsivo e o iniciou na leitura dos clássicos.
A sua pintura tem evocação dos trópicos, imagens e tonalidades quentes que nos transportam para um por-do-sol alentejano ou para uma baía de Moçambique. A sua obra tem sido exposta em galerias da zona de Lisboa, e aí vendido quadros.
Salgueiro, Artur Santos, conhecido por Quinas, era o único moleiro da freguesia de Pataias.
A poucos dias de completar 69 anos, A. Salgueiro, ainda possuía dois moinhos de tipo artesanal a laborar, um junto a sua residência (em Pataias Gare) e outro arrendado junto as ruinas da antiga Indústria Vidreira de Pataias.
Do património deste moleiro, constava ainda um moinho elétrico (implementado nos anos 1970) e um outro artesanal nos Pisões, desativado.
-Nascido dia 10 de outubro de 1943, na aldeia de Pisões, Artur Salgueiro é descendente de uma família de moleiros. Desde muito cedo ajudou os pais na moagem de cereais e, já durante o seu percurso escolar, possuía um moinho a seu encargo.
Após a conclusão da 4ª classe, dedicou-se exclusivamente a moagem de cereais, não conhecendo outra profissão.
Salgueiro, Fernando Vieira, nasceu nos Montes a 27 de abril de 1943 e aí faleceu a 22 de julho de 2013, de doença prolongada e onde se encontra sepultado.
Fernando Vieira (como era mais conhecido) foi um criativo muito hábil.
Na infância, os seus brinquedos eram os mais conseguidos da terra e incluíam, por via de regra, um dispositivo complementar, da própria lavra, que lhes simplificava o uso ou permitia novas aplicações. Tal vocação, ditou-lhe a profissão e a qualidade de desempenho: construiu uma oficina (que o filho Pedro mantém) onde reparava quase todo o tipo de equipamentos e melhorava outros. Na cabeça, fervilhavam projetos de novos equipamentos, em correspondência com a fase etária, de que nem 10% puderam ter concretização.
Iniciou-se com a reparação de motores e alfaias agrícolas, bem com a venda de motorizadas. Depois passou para a agricultura e indústria, fabricou calibradores de fruta quando a agricultura estava em grande expansão. Também desenvolveu trabalhos na construção de estruturas metálicas (como o cais de recolha de uva da Cooperativa Agrícola de Alcobaça)  e telhados de barracões, destinados a frigoríficos de fruta em Montes. Com o declínio da agricultura tradicional, virou-se para a indústria como a cerâmica e terracota, fabricação de moldes e assistência mecânica às máquinas da região, assim como a assistência a fabricas de madeiras e de pedra. Além do desenvolvimento do calibrador de maçã que teve grande sucesso, desenvolveu outras máquinas para a agricultura, preparoui um carro todo terreno para apanha de fruta e poda, assim como desenvolveu ume máquina de descasque da casca verde das nozes máquina desenvolvida com base numa de origem francesa que operava com pregos no interior. Nesta adaptou uma rede no interior, desenvolvida por si, evitando assim a quebra das nozes em grande quantidade. Esta máquina ainda é fabricada nos dias de hoje na sua oficina que continua a trabalhar, propriedade da viúiva e sendo gerida pelo filho mais velho. 
-Criatividade análoga tinha no futebol (segundo os amigos), com fintas e fintinhas, tipo brinca-na-areia, que desesperava adversários e, por vezes, os da própria equipa, quando a progressão era frustrante.
Para as brincadeiras de criança adoptou um grito de guerra que o deliciava, bem como aos companheiros como Francisco Machado: ao ataque, ao ataque...fujam, fujam .
-Fez parte da Junta de Freguesia de Alpedriz de que foi presidente, e um dos principais responsáveis pela criação da efémera Freguesia de Montes, a cuja comissão  instaladora pertenceu. Aliás, anos antes da criação da freguesia de Montes, existiu um movimento de recolha de assinaturas que esmoreceu, mas veio a ser recuperado por Fernando Salgueiro, ainda sendo Presidente da Junta de Alpedriz, o que não o constrangeu minimamente.

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