terça-feira, 22 de janeiro de 2019




NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Vazão de Almeida, José, a filha Maria de São José Vazão Sousa, residente em Alcobaça, elaborou o seguinte depoimento:
Meu Pai foi o 2º. filho de Diamantino Romão de Almeida (oriundo da Cela) e de Cândida Faria Vazão de Almeida (de Alcobaça), nasceu a 25 de junho de 1918 (em Alcobaça assim como os seus dois irmãos), e faleceu a 9 de janeiro de 1992.
O seu irmão mais velho chamava-se Sebastião Vazão de Almeida e o mais novo Diamantino Vazão de Almeida.
Casou em 22 de abril de 1950, em Aljubarrota, com Marília do Laço de Sousa Mendonça e Olivença Trindade (nascida em Alcobaça), os quais tiveram dois filhos, Maria de São José (nasci a 19 de março de 1951) e Henrique José Trindade Vazão de Almeida (nasceu em 15 de março de 1955, falecieu em 28 de setembro de 1993), ambos nascidos em Alcobaça.
No que diz respeito ao seu percurso académico, frequentou, sempre com aproveitamento o Ensino Oficial Primário e Secundário em Alcobaça e concluiu este último grau académico no Liceu Nacional de Santarém.
Na companhia de sua Mãe e irmãos foi para Lisboa onde ingressou na Universidade Técnica, na Escola Superior de Medicina Veterinária tendo aí feito a Licenciatura em Ciências Médico-Veterinárias que concluiu em 11 de novembro de 1944.
Foi incorporado no Serviço Militar em 24 de outubro de 1939 em Mafra na Escola de Instrução de Oficiais, onde fez a recruta e foi promovido a Tenente Miliciano de Infantaria, passando à situação de reserva territorial em 1942.
Em 1958, obteve o Diploma do Curso Técnico-Prático de Rádio, Televisão e Eletrónica  da National Schools, de Los Angeles Califórnia.
Frequentou e concluiu o Curso de Fisiopatologia da Reprodução Animal promovido pela Direção dos Serviços Pecuários na Estação de Estudos de Reprodução Animal, em 1968.
Frequentou e concluiu o Curso de Reciclagem em Cirurgia dos Grandes Animais e o Curso de Aperfeiçoamento em Fisiopatologia da Reprodução em janeiro 1979, promovido pelo Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários.
Trabalhou, na qualidade de independente, como Médico Veterinário, desde a formatura até ao falecimento.
Foi responsável pela filial do armazém e loja do seu Pai (desde 1943) e nos anos de 1950 passou a sócio da firma “Diamantino Romão e Filhos Ld.ª .
Após a morte de seu Pai em 1964, herdou a dita filial, situada na Praça D. Afonso Henriques, que se especializou na venda de eletrodomésticos, material elétrico e reparações. Foi nesta loja que, por sua iniciativa, se comprou a primeira televisão que foi estreada em casa de sua sogra em Aljubarrota (único lugar onde se captavam as emissões, por ser ponto mais elevado). A população de Alcobaça foi, por ele, convidada para o visionamento desta emissão inaugural, transmitida a partir dos estúdios da Feira Popular de Lisboa.
Foi nomeado em 13 de Novembro de 1969 e exerceu o cargo, como Veterinário Municipal Interino da Câmara Municipal de Alcobaça.
Trabalhou como veterinário no Grémio da Lavoura da Região de Alcobaça desde 2 de novembro 1969 até 17 de maio de 1975, data em que foi despedido no PREC pela Comissão Liquidatária alegando falta de verba.
Exerceu funções docentes na Escola Secundária de Alcobaça como professor do Grupo-B do Ensino Agrícola durante dois anos (1979/80).
Vazão de Almeida, Sebastião, nasceu em 23 de fevereiro de1917.
Formou-se em Económicas e Financeiras na Faculdade de Economia de Lisboa.
Tendo começado a dar aulas na sua casa, na Praça D. Afonso Henriques, foi fundador do Ensino Técnico em Alcobaça.
Possuidor de brevet de piloto da Força Aérea, tornou-se notado pelas suas acrobacias em que, segundo contava (e constava), passou com um pequeno avião entre as duas torres do Mosteiro de Alcobaça.
Trabalhou nos serviços alfandegários de vários pontos do país, e esteve destacado em Barca d’Alva, no tempo em que aí havia paludismo bem como na CUF e Tabaqueira e administrador da Philip Morris, em Portugal.
A Câmara Municipal homenageou-o em 1999, pelo contributo na criação do ensino técnico em Alcobaça, homenagem na qual participaram antigos alunos, tendo sido atribuído o seu nome a uma rua e colocada uma placa evocativa à porta do prédio onde viveu e funcionou a Escola Técnica de Alcobaça/ETA nos primeiros anos.
Também por este motivo, foi homenageado pelo Rotary Clube de Alcobaça, em 14 de janeiro de 2012.
De acordo com o filho Pedro, era uma pessoa extremamente humana e solidária lembrado, aqui, o episódio de visitar frequentemente um ermita (Crisântemo Farinha) que vivia numa cabana perto da antiga alfândega, em Salir do Porto, para o ajudar.
Nessa linha merece também destaque o ato solidário para com uma família judia que fugia do nazismo durante a II Guerra Mundial e que, na véspera de Natal do ano de 1940, passou por Alcobaça, o que levou que com o irmão José Vazão de Almeida, fosse referenciado no livro A Drive to Survival, escrito pelo filho da família Joseph Shadur, que relata a frase marcante dos irmãos Sebastião e José, quando viram a família estacionada num automóvel de marca Buic em frente ao Mosteiro e se lhes dirigiram a indagar da situação.
Os cidadãos de Alcobaça não permitem que estrangeiros passem o natal na rua.
Assim, os judeus foram instalados a expensas da Câmara, na Pensão Corações Unidos.
-Em 1954, o Diário Popular publicou uma notícia sobre a presença de um charuto voador, sobre S. Martinho do Porto. Cerca das 18h, do dia 17 de outubro, observou-se sobre a vila de S. Marinho do Porto, um objeto esquisito, com a forma de um charuto, que se movia lentamente segundo uns, rapidamente de acordo com outros em direção ao norte. A essa hora, muitas centenas de pessoas testemunharam o facto, pois o charuto voador esteve visível, durante cerca de 10m. Entre essas pessoas, contavam-se o Dr. Domingos Cabrita (Diretor do Externato Alcobacense), o Dr. Sebastião Vazão de Almeida, e o Professor Doutor José Carlos Nascimento e Silva (do Instituto Superior Técnico). Sebastião Vazão de Almeida, afirmou ter visto o objeto, que emitia reflexos avermelhados, ia a grande altura, mas era bem visível, apesar da velocidade que o animava.
O testemunho do Dr. Vazão de Almeida, por se tratar de um antigo aviador, foi particularmente interessante e relevante. Afirmou ter a certeza que não se tratava de um avião de carreira ou de outro tipo, mesmo jato. Não podia porém precisar quanto tempo demorou a passagem, bem como a distância que vai do ponto onde estava, até ao farol de S. Martinho do Porto, aonde o perdeu de vista.
-Faleceu em 4 de maio de 1986.
Vazão, Levi Duarte de Campos, nasceu em Alcobaça a 13 de julho de1939, aonde estudou, tem sempre vivido e trabalhado.
Seu pai, também de nome Levi, foi comerciante com estabelecimento na Praça Afonso Henriques, tal como o avô António, a quem sucedeu no mesmo local e o fundou em 1885, pelo que é, sem dúvida, o mais antigo de Alcobaça, sempre em atividade e na mesma família.
Inicialmente o estabelecimento dedicava-se à venda de mercearias e artigos variados. Com Levi (pai), enveredou pela a venda de louça regional e antiguidades, sendo que nos tempos que correm, aquele é o único ramo de atividade, embora ainda disponha em stock de algumas antiguidades interessantes.
Tendo nascido por alturas do início da II Guerra, Levi Vazão recorda-se de alguns tempos e incidentes de vida difícil, como o racionamento de produtos alimentares (batata, arroz, café e outros), quando ia a mando da mãe às compras a Raimundo e Maia, colocando-se pacientemente na fila e utilizando senhas.
Vazão, Mário Duarte de Campos, nascido em Alcobaça em 10 de novembro de 1934, filho de Levy de Campos Vazão e de Aurora Dias Duarte Vazão, é casado com Maria Júlia Ferreira Calçada de Campos Vazão e pai de Paulo Jorge.
Licenciado em História pela Universidade de Coimbra, foi fundador e professor nos (antigos) Externato D. Afonso Henriques e Instituto de S. Bernardo, ambos em Alcobaça e durante 30 anos, entre 1964 e 1995, docente no Externato Cooperativo da Benedita. Aposentou-se em 1995, quando tinha atingido o escalão máximo na carreira.
Foi diretor do jornal O Alcoa. No número de 26 de fevereiro de 1972, consta que assumiram respetivamente as funções de diretor de O Alcoa, que passou de semanário a quinzenário, Mário de Campos Vazão, e editor o Pe. Alexandre Siopa, que rendeu o Cap. Ribeiro Giraldez, mantendo-se como secretário da redação Sousa Coelho.
Segundo Mário Vazão, assumi a direção de O Alcoa por convite do Reverendo Padre Alexandre Siopa, que queria alguém independente para que O Alcoa deixasse de ser o jornal do Padre, para em conjunto vermos se conseguíamos que o jornal não acabasse. Não havia dinheiro, havia dívidas na tipografia, não havia móveis, não havia arquivo, não havia máquinas, havia uma única máquina de escrever, poucos anunciantes e só alguns pagavam, os assinantes andavam pelos 900 e quase todos tinham as contas atrasadas. Em suma, segundo Mário Vazão, a situação do jornal era muitíssimo crítica e parecia não haver ninguém que quisesse continuar. Os poucos colaboradores da altura tinham resolvido irem-se embora. Com Adélio Maranhão saiu um pequeno grupo de colaboradores mais diretos, uns cinco ou seis, não sei se por solidariedade política ou por não gostarem da minha pessoa. Comigo nunca falaram. Nós com um pouco de sorte e muito trabalho, conseguimos equilibrar a situação económica e relançar O Alcoa e atingir uma tiragem invejável.
Continuando a citar Mário Vazão, antes do 25 de abril só se publicava aquilo que eles queriam. O Alcoa praticamente, e comigo, não teve grandes preocupações com a censura que, antes de os jornais saírem à rua, eram lidos por pessoas da confiança do regime, em Leiria, que não deixavam passar nada que fosse contra o regime, e também descrições de crimes violentos, suicídios, pornografia ou ideologia comunista. Como sabíamos o que a casa gastava, tínhamos que ter cuidado com o que se enviava para publicação, pois um corte pela censura, ocasionava-nos perdas de tempo, despesas e atrasos.
Aproveitando a expansão do jornal começou o seu gosto por viajar, pelo que orientou e organizou inúmeras viagens pelo mundo, destinadas aos seus leitores. Assim, visitaram quase toda a Europa, Índia, China, Brasil, Tailândia, Singapura, México, Nepal, Japão, Estados Unidos e Caraíbas. Por estes cinco continentes e nas deslocações, utilizou todos os meios de transporte como o avião, comboio, navios, camelo (Tunísia) e elefante (Índia e Tailândia).
Como diretor de O Alcoa, com o decorrer dos anos e o auxílio de bons colaboradores, o jornal atingiu a tiragem de 8500 exemplares em edição normal, uma das maiores do país na imprensa regional.
Hoje em dia é diretora deste jornal Ana Caldeira e editor o Pe. Ricardo Cristóvão, Pároco de Alcobaça, mas ao que consta a tiragem e o número de assinantes tem diminuído, possivelmente por se assumir como jornal da Igreja, ter concorrência e  menos assinaturas de emigrantes.
-Nos tempos que correm, de boa saúde, leva uma vida sossegada, dedica-se à leitura na Biblioteca Municipal e em casa, sem prejuízo de continuar a gostar de passear. Os dois netos, aliás com idades bem diferentes, são o seu gosto e a respetiva educação, é um assunto que muito lhe interessa, tal como à sua mulher.
Leia-se Fleming de Oliveira em No Tempo de Salazar, Caetano e Outros e No Tempo de Soares Cunhal e Outros.
Veloso, António Augusto da Silva, nasceu em São João da Madeira a 31 de janeiro de 1957 .
Veloso começou a carreira de futebolista na Sanjoanense, clube da sua cidade de origem.
Em 1978, passou a representar o Beira Mar. Facilmente se impôs no clube de Aveiro, onde evidenciando bastante talento para um jovem, despertou o interesse do Benfica, transferindo-se para o clube da Luz em 1980/1981.
Jogador de grande entrega e espírito de luta, ganhou rapidamente lugar na equipa, sagrando-se Campeão Nacional e vencedor da Taça de Portugal, logo na época de estreia.
Exemplo de humildade, profissionalismo e dedicação, nunca esmoreceu perante os obstáculos, puxando muitas vezes pela equipa quando esta jogava menos bem.
Capitaneou os encarnados durante 7 anos, revelando segurança e robustez no seu espaço de ação.
Disputou a final da Taça UEFA em 82/83 e foi finalista da Taça dos Campeões Europeus em 1988 e em 1990. Realizou 40 jogos pela Seleção Nacional. Com a camisola do Benfica, venceu 7 Campeonatos Nacionais e 6 Taças de Portugal.
--Eusébio e António Veloso, estiveram em Alcobaça na sexta-feira dia 4 de setembro de 1997, para uma visita que os levou a passar pela Câmara Municipal, pela Escola Secundária D. Inês de Castro e que terminou num jantar nas Tasquinhas do Vimeiro.
Atendendo a um convite de Manuel Constantino, um emigrante do Vimeiro com ligações à Casa do Benfica, em Aubergenville, nos Estados Unidos, as duas glórias do Benfica, foram recebidas nessa sexta-feira em frente ao edifício da Câmara Municipal pelo Presidente da autarquia e benfiquista assumido, Miguel Guerra, por outra velha glória do Benfica, residente em Alcobaça, Cavém e por algumas crianças, que procuravam uma recordação do Re como uma foto ou autógrafo.
Os ex-futebolistas foram depois recebidos nos Paços do Concelho onde receberam lembranças e assinaram o Livro de Honra, a que se seguiu uma sessão de autógrafos e oferta de camisolas (benfiquistas) às crianças presentes.
Venceslau, Bernardo Pereira, sagrou-se Campeão Nacional de Danças de Salão. O feito foi alcançado no escalão de adultos pré-open e a competição decorreu, no dia 6 de março de 2016, em Vagos.
O alcobacense esteve, também inscrito na competição standart, mas uma lesão agravada pelas rondas do escalão de adultos pré-open, afastaram Bernardo Venceslau da modalidade.
Atualmente a representar o Clube Desportivo e Recreativo do Fogueteiro/Setúbal, o alcobacense faz par com Maira Caires, natural da Ilha da Madeira. Bernardo Pereira representou, até 2015, a equipa de danças de salão do HCTurquel.
Também a participar na competição em Vagos, o par Miguel Luís e Camila Alexandre, a representar o HCTurquel, ficou em 4.º lugar no escalão Juventude Pré-Open.
Recorde-se que em 27 de setembro de 2014, em Lisboa, disputou-se uma das mais importantes jornadas do calendário nacional de Dança Desportiva, o Portugal Open.
A Academia de Dança do Hóquei Clube de Turquel fez-se representar por oito pares, que conseguiram excelentes resultados.
O grande destaque, ao tempo, foi para Tiago Henriques e Andreia Marques que se sagraram campeões nacionais das 10 danças na categoria de juventude intermédios, e Gonçalo Marques e Vitória Costa que obtiveram o mesmo sucesso na categoria de Seniores 1 Intermédios.
Relevo mereceu também o par Bernardo Venceslau e Jéssica Silva, Vice-campeões na muito mais exigente e disputada categoria de Juventude Open.
Para além disso, foi o único par com acesso à competição internacional, competindo com os Adultos da WDSF, onde, apesar da diferença de idades, conseguiram um honroso 38º lugar, entre mais de 50 competidores.
O preconceito, Bernardo Venceslau sentiu-o ainda menino. Apesar de não ter sido muito fácil, uma vez que alguns colegas de escola achavam que a dança é só para meninas, deixei a dança cerca de um ano, mas quando resolvi voltar foi de vez e não houve nada que fizesse desistir do meu sonho.
Foi essa luta que tornou Bernardo um campeão, pelo que os palcos vão continuar a ve-lo brilhar, esperando muito em breve atuar sob as cores da Bandeira Nacional.
-Bernardo Pereira Venceslau e Maira Caires atuaram, no sábado 13 de agosto de 2016, no Dance With Us, espetáculo que teve lugar, na Sociedade Filarmónica Vestiariense. Além do par de dança, o evento contou com a participação de Carla Roxo, Francisco Peças, Inês André e da Orquestra Ligeira da Vestiaria. O evento teve como objetivo a angariação de fundos para aqueles conseguirem representar Portugal nos campeonatos do Mundo de sub-21 em dança desportiva, o que aconteceu sem de destaque.
-Bernardo Venceslau e o seu par Maria Caires conquistaram, no dia 3 de setembro de 2016, o 69.º lugar no Campeonato Mundial sub-21 latino em dança desportiva, que decorreu em Praga, na República Checa. Ao todo, contaram-se 78 pares na competição, nesta categoria. A dupla de dançarinos portugueses participou, também no Open de Praga, na categoria mundial de adultos (latina), arrecadando o 60.º lugar na competição, entre 79 pares.
Ventura, Franklim de Sousa, era o presidente da Junta de Freguesia da Moita, aquando da sua transferência de Alcobaça, para o Concelho da Marinha Grande e um dos principais responsáveis.
 A 4 de outubro de 1985, a Moita que pertencia a Pataias, tornou-se freguesia autónoma, através da Lei n.º114/85, publicada no Diário da República n.º229 - I Série.
A nova Freguesia com uma área de 8,4087 km2, era formada pelos lugares de Moita, Brejo de Água, Figueira de Gomes, Almoinha Velha e Vale.
Entre os lugares existentes ao redor do pinhal de Leiria, a Moita é seguramente a povoação que mais atribulações e indefinições administrativas tem sofrido ao longo da História.
Encravada nos confins dos concelhos de Alcobaça e Leiria, chegou a incorporar o primeiro concelho da Marinha Grande, entre 1836 e 1838, que integrava a freguesia de Carvide e a Moita.
Retornou a Alcobaça, anexada à Junta da Paróquia de Pataias, após ter pertencido durante algum tempo à Paróquia da Maceira, devido à extinção do concelho da Marinha Grande, em 1838.
Durante anos, a Moita reivindicou a saída do Concelho de Alcobaça, tendo as lutas populares com vista à sua reintegração no município marinhense acontecido especialmente nas décadas de 1930, 1940 e 1970. Face à realidade existente, era necessário uma tomada de posição que desse cobertura legal ao que já se verificava na prática e daí o pugnar pela integração da Moita no Concelho da Marinha Grande.
Em 1999 foi, constituída uma Comissão que englobava cidadãos das mais diversas profissões e ideologias políticas, denominada Amigos da Moita com o objetivo de elaborar um documento reivindicativo do que se considerava ser o mais elementar e legítimo direito. O movimento reuniu parecer favorável dos organismos concelhios da Marinha Grande e da Assembleia Municipal de Alcobaça, bem como dos vários partidos políticos, não tendo todavia conseguido obter o parecer favorável da Câmara de Alcobaça, que, por quatro votos contra e três a favor, chumbou a pretensão de transferência de concelho.
Este percalço não foi tido em conta pelo movimento, que por via do Deputado do PS, José Miguel Medeiros, viu em 4 de Maio de 2000, pelas 15H40, dar entrada na Mesa da Assembleia da República, o Projecto-Lei, que foi aprovado por unanimidade em 19 de Abril de 2001, promulgado a 7 de Junho de 2001 e publicado no DR a 12 de Julho de 2001, pela Lei nº28/2001.
A festa de cariz popular, que assinalou a passagem oficial, ocorreu a 9 de Setembro de 2001, tendo o evento sido promovido pela Câmara Municipal da Marinha Grande, Junta de Freguesia da Moita, Comissão Amigos da Moita e Clube Desportivo Moitense.
-O Presidente da Assembleia de Freguesia da Moita, apresentou requerimento ao Tribunal Constitucional, em que, ao abrigo da Lei nº 49/90, de 24 de Agosto, pediu para autorizar e legalizar a realização de uma consulta local sobre a adesão da população da freguesia à sua desanexação do concelho de Alcobaça e respectiva mudança para o concelho da Marinha Grande. 
Além de documentação pertinente, foi remetido ao Tribunal a informação que a questão a colocar aos cidadãos eleitores será: Concorda com a mudança da freguesia da Moita para o concelho da Marinha Grande? 
Depois de várias considerações e ao abrigo do disposto no artº 12º/3/a) da Lei nº 49/90, de 24 de Agosto, o Tribunal Constitucional decidiu não admitir o requerimento de apreciação da constitucionalidade e da legalidade do referendo local que a assembleia de freguesia da Moita, em sessão extraordinária deliberou realizar, sobre a desanexação dessa freguesia do respetivo Município e a sua anexação ao Município da Marinha Grande. 
-Apesar do Acórdão do Tribunal Constitucional não ter considerado legal o referendo levado a cabo na Moita, a fim de saber a vontade da população em relação à mudança de concelho, o processo de desanexação do Município de Alcobaça continuou a avançar.
Franklim Ventura, garantiu que a Comissão de Amigos da Moita já tinha conhecimento da deliberação tomada pelos 12 juízes conselheiros, no 22 de setembro de 1999 e publicado no Diário da República a 14 de outubro.
Contudo, o autarca defendeu que o processo para a desanexação da Moita do concelho de Alcobaça vai seguir em frente, pois o acórdão conclui que a criação, a extinção e modificação das autarquias locais e respetivos regimes é uma competência exclusiva da Assembleia da República, onde já deu entrada no requerimento, no passado dia 26 de agosto de 1999.
-Franklin Ventura, desde jovem tem tido empenhamento político, mas recusa ser tido como personagem da História. Os heróis estão mortos. Eu participei nas coisas, porque elas me aconteceram.
Como muitos jovens do tempo, Franklin estava descontente com a repressão, com a falta de liberdade, as prisões arbitrárias, a perseguição nos locais de trabalho e nas escolas. Tudo isto levou-me, naturalmente, a ajudar a combater a ditadura. A minha consciência de classe surgiu quando andava na escola secundária na Marinha Grande. Depois, comecei a fazer aquelas pinturas nas paredes, as palavras de ordem, as manifestações, até que me tornei adepto das alas revolucionárias, a Luta Armada do Proletariado, um partido que defendia o fim da ditadura pela força.
Contou numa entrevista ao jornal Região de Cister que, o meu pai chegou a ser alertado para o fato de o filho andar em companhias menos próprias.
Franklin Ventura acompanhou de perto um dos episódios emblemáticos da revolução, a tomada da Rádio Clube Português, uma das duas únicas estações de rádio privadas.
No dia 24 de abril, à tarde, soube, juntamente com mais um punhado de homens, entre os 3.000 que se encontravam em Santa Margarida, que algo se preparava. Reunidos numa sala, com o rádio a tocar, distribuímos tarefas, delineámos estratégias. Não sabíamos o que ía acontecer, era preciso prever tudo. A canção E Depois do Adeus, foi o mote para a partida. Cada um foi fazer o seu serviço. Uns foram assaltar o paiol, outros buscar viaturas. A mim coube-me a tarefa de chamar os soldados e carregar munições. Na altura, apenas dissemos que era uma instrução noturna com bala real, e que ninguém podia fazer barulho. Saímos pelas traseiras do campo militar e fomos tomar as antenas da Rádio Clube Português, no Porto Alto. Os trabalhadores não mostraram resistência e nós tomámos aquilo. Dali partia a informação para o povo português, e era a forma de conseguirmos o apoio popular.
Passados alguns dias, partiu para Moçambique para participar nas negociações com os guerrilheiros. Tenho na minha consciência que fiz aquilo que podia em prol da descolonização. Bem ou mal, não me pronuncio. Foi a descolonização possível.
-Franklim Ventura, relativamente ao ano de 1997, gostava de salientar que o melhor que lhe aconteceu como Presidente da Junta foi a população ter ficado satisfeita com as obras levadas a cabo, o que se traduziu no excelente resultado eleitoral em dezembro, desse ano. Nesse sentido destacou a entrega de habitações sociais a famílias carenciadas e a construção de acessos às mesmas.
-Ventura, conseguiu conquistar nas eleições de 1997, à semelhança das três anteriores, os votos da maioria dos eleitores de Moita. O reeleito presidente da Junta situada afirmou que os resultados não o surpreenderam, visto serem semelhantes aos alcançados há quatro anos atrás.
Com uma ligeira descida de votos, Franklin prometeu continuar a gerir a sua Freguesia a bem das populações, como o vem fazendo desde há doze anos, sob a bandeira Socialista.
-Magda Coelho dos Santos, 16 anos, simpática estudante, foi eleita Miss-Moita97 no decorrer de um espetáculo que teve lugar no sábado, dia 20 de outubro de 1997, no Clube Desportivo Moitense. Magda Santos foi ainda eleita Miss Fotogenia, enquanto Catarina Amado, de 13 anos, foi eleita Dama de Honor.
As concorrentes efetuaram quatro passagens pela passerelle. Na primeira,  apresentaram-se em calças de ganga e t-shirt, com os logótipos da Junta de Freguesia e do Clube Desportivo Moitense. Seguiram-se depois passagens em roupa desportiva, fatos de aeróbica e na última passagem em bikini.
O espetáculo, promovido pela Junta de Freguesia, com a colaboração do Clube Desportivo Moitense, contou ainda com um desfile de moda infantil, com o apoio de um Minimercado em que um grupo de pequenos e animados manequins, encantaram a plateia com a naturalidade e graciosidade.
A animação musical esteve a cargo da divertida banda Trovas com a interpretação de diversos números musicais.
-A Câmara Municipal de Alcobaça, quer ser ressarcida pelos investimentos que realizou na Freguesia da Moita, que se mudou, há quase onze anos, para o concelho da Marinha Grande.
O pedido de Alcobaça ocorreu durante uma reunião em que a Marinha Grande pediu os processos de construção para puder atualizar o Imposto Municipal sobre Imóveis e entregar o processo às Finanças, disse Álvaro Pereira, presidente da Câmara da Marinha Grande.
O presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, falou, nesse encontro, da intenção do Município vir a acordar com a Marinha Grande uma compensação pela perda de vários equipamentos públicos, nomeadamente os de investimentos efetuados no saneamento básico, nas habitações sociais e também na escola primária.
Álvaro Pereira sem adiantar qualquer juízo de valor sobre o processo, disse apenas que espera sentar-se à mesa e discutir o assunto.
O Presidente da Junta de Freguesia da Moita, Álvaro Martins, comentou que não faz sentido, passada uma década da transferência da freguesia, pedir indemnizações.

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