segunda-feira, 21 de janeiro de 2019


NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS

50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas


Quaresma, Sofia Edra, nasceu a 20 de março de 1975 em Leiria, frequentou a escola primária de Martingança, freguesia onde viveu até aos 18 anos mas, devido à proximidade à Marinha Grande, ali estudou do 5º ao 12º ano.
A Marinha Grande foi de certo modo a sua terra durante anos, até porque o avô materno foi vidreiro na fábrica Ricardo Gallo e a avô empalhadeira na IVIMA. Os pais também trabalhavam na Marinha Grande, pelo que Alcobaça foi  terra onde, por vezes, passeava ao fim de semana. O contacto com o concelho de Alcobaça foi sempre muito forte, especialmente a  norte, na faixa litoral, nos pinhais, na Lagoa de Pataias e nos campos agrícolas, principalmente nos pomares da família materna. Graças a esse conhecimento, cedo lhe surgiu o gosto pela Natureza, aliás reforçado pelas raízes paternas, que se situam no eixo Manteigas-Guarda. Entre os nevões de Inverno, uivos dos lobos que ainda recorda e que muitas vezes lhe tiraram o sono, viagens pelas centenas de curvas Mondego acima, os mergulhos no Zêzere gélido no Verão, se iam passando as temporadas na Serra da Estrela.
Ingressou em Coimbra em 1993, em Biologia, onde concluiu os 2 Ramos da Licenciatura (Ramo Científico e Ramo Educacional), sendo que no último ano já se encontrava a lecionar em escolas públicas. Os primeiros trabalhos de investigação que realizou em Coimbra foram em botânica seguindo-se a ecologia, com a Lagoa de Pataias como objeto.
O interesse pela Educação Ambiental foi-se revelando nos 5 anos de docência e o gosto pelo rico e diversicado  Concelho de Alcobaça, levou-a a ingressar como Bióloga em 2003 no Município. Já nesse cargo e, como trabalhadora estudante, adquiriu em 2008 o grau de Mestre em Biologia da Conservação, pela Universidade de Lisboa. Estagiou na Alemanha, durante a elaboração da tese sobre o estado trófico das águas interiores (comparando lagos de igual origem e perturbação e, sempre com a Lagoa de Pataias como objecto de estudo).  Desde 2003 desempenha funções no Município de Alcobaça em atividades de sensibilização ambiental e de divulgação científica.
Sofia gosta de escrever e ainda guarda composições da escola primária onde já se notava esse gosto e a professora, a senhora dos 3 M, sempre a incentivou.
Em 2008, findo o mestrado, tinha na cabeça muitos livros para crianças e rascunhou vários, pois os anos de docência  permitiram-lhe contactar com muitos meninos que conheciam zebras e leões mas, desconheciam as lontras e guarda-rios do Alcoa. Meninos que só conheciam os golfinhos do Jardim Zoológico mas, não os sabiam ao largo de São Martinho em grandes grupos, nem tão pouco mortos nas praias do concelho. Assim, publicou 3 livros didáticos destinados a um público infanto-juvenil. Tem, desde 2009 prontos 2 outros livros para crianças, um sobre a interação pescadores-golfinhos e outro que sobre o carvalho-português.
Desde 2004, Sofia Quaresma percorre as escolas de Alcobaça e no Outono, realiza com os alunos do 1º ciclo, sementeiras de bolotas das espécies locais. Atualmente (2016), prepara uma Tese de Doutoramento sobre o património arbóreo do concelho onde, uma dezena de espécies monumentais, são destacadas. Sempre gostou de árvores e, coincidência ou não, nasceu a 20 de março, dia em que começa a Primavera, celebrando-se o dia da Árvore e da Floresta a 21 de Março. Recorda, com pesar, o corte de plátanos da estrada entre Martingança e Marinha GrandeTinha uns 10 anos mas, ainda se lembra de ir colada ao vidro e ver aqueles gigantes caírem. Em algumas partes da estrada, já faziam um túnel que atravessava diariamente com os pais.
Com os livros, Sofia procura contribuir para a literacia científica dos mais novos.
Para além de escrever, gosta de estar dentro de água (é do signo Peixes), de fotografia e adora viajar para ilhas, contando já com 16. Agradece a amigos e família que a receberam nessas paragens e destaca as muitas férias no Porto Santo e uma estadia de 11 dias no Corvo. Depois da viagem a São Tomé escreveu uma crónica, nunca publicada. 


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