terça-feira, 22 de janeiro de 2019


NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS

50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Ximenes Belo, (Bispo) Carlos Filipe, nasceu em Baucau, Timor (português), 3 de fevereiro de 1948.
Em fevereiro de 1989 D. Ximenes Belo escreveu a Mário Soares, ao Papa João Paulo II e ao Secretário-geral das Nações Unidas, Javier Pérez de Cuellar, reclamando por um referendo sob os auspícios da ONU sobre o futuro de Timor-Leste e pela ajuda internacional ao povo timorense que estava a morrer como povo e como nação. Quando a carta dirigida à ONU se tornou pública em abril, D. Ximenes Belo tornou-se figura pouco querida pelas autoridades indonésias. Esta situação veio a piorar, quando deu abrigo na sua casa a jovens que tinham escapado ao massacre de Santa Cruz, em 1991, e denunciou os números das vítimas mortais.
A sua obra corajosa em prol dos timorenses e em busca da paz e da reconciliação foi internacionalmente reconhecida quando, em conjunto com José Ramos-Horta, lhe foi entregue o Prémio Nobel da Paz em dezembro de 1996.
Após a independência de Timor-Leste, a 20 de maio de 2002, a saúde do Bispo começou a esmorecer, perante a pressão dos acontecimentos que tinha vivido. O papa João Paulo II aceitou a sua demissão como administrador apostólico de Díli em 26 de novembro de 2002. Após se ter retirado, Ximenes Belo viajou para Portugal para receber tratamento médico. No início de 2004, houve numerosos pedidos para que se candidatasse à presidência da república de Timor-Leste. No entanto, em maio de 2004 declarou à RTP que não autorizaria que o seu nome fosse considerado para nomeação, pois decidi deixar a política para os políticos.
-D. Ximenes Belo, cumpriu no dia 26 de julho de 2011, um antigo desejo, a visita ao Mosteiro de Alcobaça, onde celebrou missa na Capela do Senhor dos Passos, por ocasião dos 31 anos da sua ordenação.
Quero dar graças ao Senhor que realizou esta maravilha através dos frades de São Bernardo. Sempre gostei e estudei muito a origem e percurso da Ordem Trapista e de Cister, declarou o bispo, que entendeu a visita com uma romagem para agradecer a Deus e ver as maravilhas que estão aqui representadas nesta obra de arte que eu não conhecia e de que só tinha ouvido falar.
O diretor do Mosteiro, Jorge Pereira de Sampaio, considerou uma honra receber o Bispo da Paz, tendo em conta que, para além de pastor da Igreja Católica, é um prémio Nobel e um exemplo.
O presidente da Câmara de Alcobaça, sublinhou a importância da figura de D. Ximenes Belo, determinante no processo de autodeterminação de Timor-Leste.
Há na verdade, em Timor, uma Ordem Trapista, dos Cistercienses reformados da estrita observância, que vive em comunhão com os muçulmanos e em total isolamento. Vivem da agricultura e têm um especial gosto pela história de Alcobaça e do Mosteiro,
D. Ximenes Belo, por ocasião do massacre de Santa Cruz (12 de novembro de 1991), deu abrigo a mais de 250 pessoas.














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