segunda-feira, 21 de janeiro de 2019




NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas

Santana Lopes, Pedro Miguel de, Primeiro-ministro entre 2004 e 2005, visitou Alcobaça em 1 de setembro de 2004, onde presidiu à cerimónia de homologação de 26 contratos-programa entre a Administração Central e 19 autarquias abrangidas pelo Programa Operacional da Região de Lisboa e Vale do Tejo, num valor global de 50 milhões de euros.
Durante a cerimónia (que decorreu no Mosteiro) de homologação do contrato-programa para a requalificação urbana de Alcobaça, o Ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional (José Luís Arnault) salientou que estes projetos visam garantir os efeitos regeneradores de intervenções como a que vai requalificar a zona do Mosteiro, não se desvaneçam com o fim dos programas de investimento comunitário.
A obra de Requalificação da Zona Envolvente do Mosteiro, dado o volume financeiro, foi a mais expressiva de todas.
Santo, Álvaro Joaquim Loureiro, nasceu em julho de 1959, em Guadalupe/S. Tomé e Príncipe, filho de Lourenço Santo e Judite Gomes Loureiro.
O seu pai residiu em S. Tomé durante 33 anos, por motivos profissionais. Álvaro Santo veio para Portugal em abril de 1962. Frequentou a Escola Primária da Póvoa/Coz, o Ciclo Preparatório em Alcobaça e Porto de Mós, o 3º. ano do Liceu na Escola Técnica de Alcobaça, e nos dois anos seguintes o Externato D. Afonso Henriques, em Alcobaça.
Foi acólito na Paróquia de Stª. Eufémia de Coz, e pertenceu ao Corpo Nacional de Escutas/Agrupamento de Alcobaça, mais tarde Agrupamento 522 de Coz.
Cumpriu serviço militar na Força Aérea, na Base das Lages.
Terminado o serviço militar, esteve a trabalhar durante 3 anos como empregado de balcão, num stand e oficina de motos. 
Como tinha gosto pela agricultura e o pai e sogro tinham uns bocaditos de terra, pensei arranjar um emprego que me permitisse, ter algum tempo para os trabalhos agrícolas.
Assim, foi trabalhar num café da Póvoa/Coz, à hora do almoço, ao fim da tarde e noite, o que lhe permitiu ter tempo para a agricultura. Entretanto, sem prejuízo da atividade agrícola própria, foi convidado para constituir uma sociedade agrícola com mais três sócios, a qual veio a produzír pêssegos, peras e maçãs em Proteção Integrada, mais tarde a Produção Biológica.
Em 2000, Álvaro Santo concorreu na lista de Independentes por Coz à Junta de Freguesia de Coz. Nesse ano, também foi Festeiro e Juiz da Festa da Srª. da Graça, na Póvoa e eleito para um mandato de 4 anos como Presidente da Junta. Deste executivo fizeram parte Noel Rodrigues Branco como Secretário, e António Domingues Pires como Tesoureiro.
Com as eleições de 2005, o executivo de Coz manteve-se o mesmo, tanto mais que a lista de os Independentes por Coz obteve 82% dos votos apurados.
Neste mandato, a Câmara Municipal de Alcobaça iniciou as aquisições na zona envolvente do Mosteiro de Coz.
Em 2009, devido à Lei da Paridade, o executivo teve de incluir uma senhora, pelo que foi formado por Álvaro Santo/Presidente, Ana Sofia Raimundo/Secretária e António Domingues Pires/Tesoureiro. Nesta eleição, os Independentes por Coz obtiveram 84% dos votos.
Neste mandato, a Câmara Municipal, liderada por Paulo Inácio, procedeu a aquisição das três propriedades que permitiram libertar a fachada principal do Mosteiro de Coz e o claustro de edifícios velhos e a ruir.
No ano de 2012, ocorreu a agregação de freguesias, pelo que na elaboração da lista tendo sido considerado necessário ter alguém com experiência, daí a sua continuação como Presidente. Nasceu assim lista Independentes pela União das Freguesias de Coz, Alpedriz e Montes, que ganhou as eleições, desta vez sem maioria absoluta.
A sede da União é em Coz, mas foi mantida a secretaria a funcionar em Alpedriz, enquanto que o edifício dos Montes passou a ser utilizado para o atendimento mensal, para Assembleia Anual, para as reuniões da Comissão Social de Freguesia e variadas ações de formação, de certo modo como já vinha de antes.
-Em conjunto com a Câmara Municipal, a União das Freguesias de Coz, Alpedriz e Montes lançou a candidatura do Mosteiro de Coz a monumento nacional (neste momento -2016-é apenas monumento de interesse público), e acabar a aquisição das duas propriedades que faltam na sua zona envolvente, para no futuro ter condições para se inserir nas rotas turísticas que visitam Alcobaça.
Em junho de 2016, deu-se o último passo para a aquisição das sete propriedades contíguas ao Mosteiro de Coz. A autarquia pretende, depois de um trabalho de recuperação daquele espaço, tornar as ruínas do monumento cisterciense visitáveis. Para já deverá ser colocada uma estrutura por cima das ruínas, de forma a proteger e a manter o aspeto e essência em que estão, adiantou o presidente da Câmara de Alcobaça, na reunião pública do executivo municipal, onde foi aprovada, por unanimidade, a aquisição do último prédio urbano confinante ao Mosteiro de Coz, de 480 metros quadrados. A Câmara tem em curso uma candidatura de classificação da igreja de Santa Maria de Coz como Monumento Nacional, sustentada no interesse histórico e artístico do mosteiro classificado como Imóvel de Interesse Público, desde 1946.
As origens do Mosteiro de Coz remontam ao século XII, época em que o Mosteiro de Alcobaça adquiriu propriedades em Coz. Seria pela mão do Abade de Alcobaça, D. Fernando, que o convento inicial seria construído, destinando-se a acolher as viúvas que queriam ou tinham de levar uma vida religiosa. Em 1279 D. Fernando, Abade do Mosteiro de Alcobaça cumpriu uma cláusula do testamento de D. Sancho II e mandou construir este mosteiro para mulheres viúvas que levassem uma vida piedosa. Em 1531, recebeu do Abade comendatório D. Manuel, o hábito religioso, sendo então filiadas na Ordem Cisterciense tendo mantido a sua ligação à Ordem durante séculos e habitaram o mosteiro até à extinção das ordens  em 1834. O Mosteiro de Coz já existia antes de 6 de Maio da era de 1279, ano de Cristo de 1241, tendo sido D. Maria Peres I, a sua primeira Abadessa perpétua. Além do Mosteiro, existiam como dependências o celeiro, a adega e a fonte, que hoje se encontram na posse de particulares, na expetativa municipal de poderem vir a ser recuperados. 
-Os Forais Manuelinos , como se tem referido, afirmaram e reforçaram o exercício dos direitos autárquicos de Alcobaça, Alfeizerão, Aljubarrota, Alpedriz, Cela, Coz, Évora de Alcobaça, Maiorga, Paredes da Vitória, S. Martinho do Porto e Turquel.
Todos eles datam de 1 de outubro de 1514, exceto o de Alpedriz, que é de 20 de março de 1515.
A Câmara Municipal de Alcobaça recuperou o Foral de Turquel e o Foral da Cela, tendo adquirido em 2015 o Foral de Alpedriz. Os Forais Novos ou Manuelinos foram, um dos acontecimentos mais importantes da história destas localidades, uma vez que constituíram uma verdadeira base jurídica legitimadora da ação de cada município, dando-lhe mais autonomia no domínio político e administrativo, acrescentando-lhe também a garantia do usufruto de direitos e de privilégios dos seus habitantes. As suas gentes ficavam, assim, mais protegidas pelo poder régio de eventuais abusos do senhorio abacial alcobacense. Os Forais Manuelinos regulamentavam, em geral, a vida económica das populações, fixando os impostos devidos e uniformizando os padrões dos pesos e medidas. Afirmavam, ainda, as liberdades, as isenções e os privilégios de foro social e jurídico dos vizinhos de cada concelho. No âmbito das comemorações que se iniciaram em 2014, na Maiorga, houve várias iniciativas promovidas pelo Município de Alcobaça, Juntas de Freguesia e escolas do concelho, que incluiram uma dramatização alusiva à outorga dos forais por D. Manuel I, preparada pelos professores de História dos Agrupamentos de Cister, S. Martinho e Externato Cooperativo da Benedita.
-Passados 500 Anos da Outorga dos Forais do Concelho de Alcobaça por D. Manuel I, a Câmara Municipal de Alcobaça, com coordenação científica do Professor Saúl António Gomes, editou um livro que retrata o processo mais longo e abundante da história da concessão de forais do País. Alcobaça protagoniza o mais longo processo dos forais na história do municipalismo português, frisou Saúl António Gomes, considerando ser compensador dar um importantíssimo capítulo que faltava à história do concelho. Recordando que a Abadia de Alcobaça foi o maior senhor feudal de Portugal, o professor contou que nos terrenos vizinhos dos coutos de Alcobaça pagava-se um oitavo de imposto, enquanto a Abadia cobrava um quarto e, no entanto, devido à fertilidade dos solos, as pessoas preferiam mudar-se para esta região.
Para o historiador, que considera os pelourinhos do concelho os mais bonitos do País, o livro é essencialmente documental, mas conta muitas novidades etnográficas que os alcobacenses vão gostar de saber.
Para a vereadora Inês Silva, os ganhos desta obra e destas comemorações não se podem contabilizar.
O presidente da Câmara notou que, com a publicação desta obra, a autarquia cumpre o seu desígnio de contribuir para tornar perene um período essencial da história de Portugal, pois só compreendendo a nossa história poderemos evoluir como povo e como Nação.
-O Mosteiro de Coz está a atrair cada vez mais visitantes, tendo registado mais de 650 entradas desde o passado mês de agosto de 2016.
Um número que representa mais do dobro dos visitantes, em relação ao período em que o monumento só abria portas, mediante marcação. A informação foi avançada pelo presidente da União das Freguesias de Coz, Alpedriz e Montes, durante a apresentação do livro dos 500 Anos da Outorga dos Forais do Concelho de Alcobaça por D. ManuelI ,que decorreu no monumento cisterciense, no dia 22 de setembro de 2016.
O artesão Eurico Leonardo é o responsável pelas visitas guiadas, tendo sido contratado pela União das Freguesias e recebido formação da Câmara. Álvaro Santo referiu ainda que as receitas da loja de artesanato, que funciona na antiga adega das monjas, servirá de apoio na manutenção e na limpeza do monumento, bem como na sustentabilidade das visitas guiadas.
-Realiza-se normalmente em Junho aquela que é porventura a festa mais popular da Freguesia de Coz, o Corpo de Deus, também conhecida na sua vertente profana por Festa das Cerejas. Desde o século XII, quase não há em Portugal cidade ou lugar com alguma importância que prescinda da celebração da festa do Corpo de Deus, invocadora do triunfo do amor de Cristo pelo Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Ao longo dos tempos, estes festejos e a procissão que lhes corresponde são dos acontecimentos mais solenes e mais majestosos de quantos se realizam em Coz. É assim nesse dia em que a aldeia mais parece uma cidade, tantos são os visitantes que a procuram.
O Corpo de Deus, nas palavras de D. Jorge Ortiga, deveria comprometer-nos num trabalho sério e responsável para que nada falte nas mesas das nossas famíliasImporta, porém, alargar horizontes e reconhecer que a Eucaristia é sempre o pão partido para todos. Em certo sentido, ela permanece incompleta se na comunidade falta o pão duma vida digna para alguns.
-Álvaro Santo não é Presidente da Junta a tempo inteiro. Entende que o principal dos problemas que a freguesia enfrenta é o envelhecimento da população. Os jovens vão para foram estudar e já não regressam. Em termos turísticos, temos aumentado muito as visitas guiadas ao mosteiro, mas ainda há muito a fazer. O turismo tem que passar por criar outras condições de visita e é nisso que temos de melhorar. No que diz respeito aos projetos que considera mais relevantes destaca o Mosteiro de Coz com uma guerra de há já quinze anos. A zona envolvente está toda adquirida e a próxima luta é a cobertura e a classificação como Monumento Nacional. (…)Também estão previstas escavações arqueológicas porque, aquando do saneamento e da instalação do gás na estrada da Castanheira para Coz, houve descobertas e ainda há coisas enterradas por ali. Há muito trabalho arqueológico aqui à volta que falta fazer 

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