quinta-feira, 17 de janeiro de 2019




NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas


Galinha, Luís Tinta, nasceu a 14 de fevereiro de 1937 na Moita do Poço, filho de Joaquim Ferreira Galinha, proprietário de uma oficina de sapataria e agricultor mediano, por conta própria.
Fez a Escola Primária até à 4ª. classe em Lagoa do Frei João, na vulgarmente chamada Escola Camões. Posteriormente, inscreveu-se no Instituto Industrial de Lisboa, cujo curso não acabou, pelo que iniciou à noite o Curso de Topografia em Coimbra, que concluído lhe permitiu começar a efetuar trabalhos na zona de Alcobaça. Ligada de certo modo a esta atividade, teve uma empresa de construção civil, aliás a primeira do ramo, legalizada em Turquel.
Pessoa ativa, conceituada, educada e com interesses variados, teve intervenção na fundação do Hóquei Clube de Turquel, de que foi Presidente e membro dos corpos sociais durante 22 anos. Foi fundador de algumas coletividades desportivas da freguesia.
Tem muito orgulho em ter sido um fundador da Casa do Rapaz, instituição de ligada à Igreja, para dar apoio social, desportivo e religioso aos jovens.
Após o 25 de abril de 1974, foi o primeiro Presidente eleito para a Junta de Freguesia (1976/1979), em lista do PPD.
Luís Galinha considera que a realização mais importante desse mandato na Junta, consistiu no alargamento e alcatroamento das ruas, que em geral se encontravam em muito mal estado, e especialmente a que liga Turquel a Carris de Évora.
Sempre ligado ao PPD/PSD, é um dos seis militantes mais antigos do núcleo de Alcobaça com quotas em dia e na plenitude dos direitos e, como tal, já foi homenageado em cerimónia, com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa.
-Luís Galinha, voltou a concorrer pelo PSD à liderança da JF de Turquel (acompanhando de certo modo Sapinho que se candidatou a um 3º e último mandato) contra José Diogo Ribeiro Tóbio (recandidato numa lista de independentes). O PSD esperava recuperar a Junta de Freguesia de Turquel e assim jogou forte. Turquel é, aliás, uma freguesia onde tradicionalmente o PSD ganha, mas desta vez isso não se confirmou, o que nada diminuiu este candidato.
Galvão de Melo, Carlos, nasceu na Figueira da Foz, Buarcos a 4 de Agosto de 1921 e faleceu no Estoril, Alcabideche, a 20 de Março de 2008.
A 4 de Outubro de 1959 foi inaugurada a Base Aérea Nº 5 (Monte Real), de que foi o 1º Comandante.
Em 1974 integrou a Junta de Salvação Nacional, sendo muito contestado pela esquerda e excluído da dita Junta, na sequência do 28 de Setembro de 1974  (manifestação da Maioria Silenciosa e demissão de Spínola).
Galvão de Melo foi candidato nas eleições presidenciais de 1980, após ter sido deputado (independente) pelo CDS, na Assembleia Constituinte.
Foi presidente da Associação de Amizade Portugal-Indonésia (em tempo que entre estes dois países não mantinham relações diplomáticas) e da Associação Portugal-Iraque.
A convite de um grupo de amigos/apoiantes esteve em Alcobaça no dia 20 de abril de 1980 num almoço que terá juntado ao que se disse cerca de 500 pessoas, realizado na Quinta do Reforteleiro, tendo visitado duas unidades industriais.
Nas eleições presidenciais de 1980, na freguesia de Alcobaça, Galvão de Melo recolheu 71 votos e no Concelho 501. A nível nacional obteve 48.468 votos a que correspondeu 0,84% do total.
Gameiro, Raúl dos Reis, nasceu a 26 de julho de 1921, em Argea/Torres Novas, tendo aí completado a instrução primária.
Começou a sua vida profissional a trabalhar para a CP, no Entroncamento e, em julho de 1946, veio para Alcobaça a fim de chefiar a central que efetuava a ligação (transporte de mercadorias) à estação de caminho-de-ferro da CP em Valado de Frades, propriedade da Sociedade de Automóveis Cruz de Cristo, Ld.ª. De facto, desde 15 de abril de 1929, havia carreiras de camionetas para transporte de mercadorias entre o Valado de Frades e Alcobaça, fazendo o serviço combinado com a CP e entre a Vila (Alcobaça) e a Benedita. Mais tarde, por causa das dificuldades do tempo da guerra, a Cruz de Cristo vendeu a concessão das carreiras.
Francelina Canha Piedade (mulher de negócios, com boné e por vezes de gravata posta, ar encorpado, andava sempre atarefada. Já pela década de 1920 ganhava a vida, em Alcobaça, a conduzir automóveis de aluguer), dona da Cruz de Cristo, Ld.ª, convidou Gameiro para sócio e gerente, numa altura em que esta empresa se passou a dedicar à distribuição de gás em botija e canalizado, bem como à venda de eletrodomésticos, pesticidas e outros.
No ano de 1968, após a saída de dois sócios, entrou para a sociedade Fernando Raposo Magalhães e depois os empregados Mário Sineiro e António Rocha (sendo que este embora reformado continua a trabalhar). A Cruz de Cristo foi parcialmente adquirida em abril de 1993 por Antero de Campos, mas António Rocha, permaneceu sócio. A empresa que durante muitos anos esteve sediada no Rossio de Alcobaça, veio a ser transferida para um espaço desafogado na Av. Vieira Natividade.
Sempre muito ativo, Raúl Gameiro pertenceu aos corpos sociais de quase todas as instituições de Alcobaça, como o Ginásio, Grémio de Comércio, CEERIA, Hospital da Misericórdia, Orquestra Típica, ADEPA, Banda de Alcobaça, Associação de Chiqueda, Associação para o Desenvolvimento de Alcobaça, Clube Rotário (refundado) e Bombeiros Voluntários. 
Também participou nas comissões organizadoras de várias edições da Feira de S. Bernardo, na Homenagem ao Maestro Belo Marques e à cantora Maria de Lurdes Resende, na Comissão Promotora da Elevação de Alcobaça a Cidade.
Pessoa de temperamento e discurso, por vezes muito inflamados, foi homenageado em 1995 por amigos com um jantar de reconhecimento profissional.
-Faleceu em 10 de junho de 2016.
Gaspar, Ana Margarida, com 16 anos de idade, natural de Pataias, foi eleita no sábado, dia 30 de novembro de 1966, Miss Pataias 96, em desfile que teve lugar na sede do Clube Desportivo Pataiense.
A sede do Clube encheu para ver desfilar as dezasseis jovens concorrentes, oriundas dos diversos lugares da freguesia e todas com idades compreendidas entre os 15 e os 21 anos.
Lara João, de 17 anos, residente nos Pisões, foi eleita Primeira-dama de Honor e Nélia Augusto, de 21 anos, natural de Pataias foi eleita Segunda Dama de Honor. Como Miss Simpatia foi eleita Sónia de 18 anos, residente na Burinhosa e Ana Margarida Gaspar acumulou o título de Miss Freguesia de Pataias com o título de Miss Fotogenia.
Tendo como pano de fundo o Rossio de Pataias, as aspirantes ao título da noite, apresentaram-se em três momentos distintos. Desfilaram, num primeiro contacto em roupa desportiva. Seguiu-se um intervalo, durante o qual atuaram Os Mareantes, grupo recém-formado de música popular portuguesa. Sempre ao som do DJ Sérgio Ribeiro, o espetáculo prosseguiu, com um segundo desfile, desta vez em fato de banho. Seguiu-se mais um intervalo que contou com uma demonstração de aeróbica pelo Ginásio Kulto.
-Miss Pataias 96, classificou a deslocação ao Palácio de Belém e à Assembleia da República, proporcionada no dia 9 de abril de 1997, a todas as concorrentes a Miss Pataias 96 como um prémio original diferente.
O prémio cultural prometido pela Junta de Freguesia no desfile que teve lugar em finais de novembro de 1996 concretizou-se agora, aproveitando-se  as férias da Páscoa pelo que quase todas as concorrentes a misses participaram no passeio. O objetivo, era segundo António Ascenso, Presidente da Junta de Freguesia, levar as concorrentes a conhecer os locais onde funcionam estes dois órgãos de soberania.
De acordo com o prometido, a visita começou com uma deslocação ao Palácio de Belém, residência oficial do Presidente da República, onde as visitantes puderam conhecer ao vivo alguns dos espaços frequentemente mostrados pela televisão. Seguiu-se um almoço convívio oferecido pela Junta de Freguesia num restaurante da capital, findo o que a comitiva se deslocou até Assembleia da República, onde era aguardada pelo deputado alcobacense Arnaldo Homem Rebelo.
A comitiva, composta pelas participantes no  desfile, elementos da Direção do Clube Desportivo Pataiense e Junta de Freguesia, visitou depois a Assembleia da República e puderam assistir ao início de uma sessão do Plenário.
Gaspar, Luís Nuno Ferreira Pessoa, nasceu na Figueira da Foz em 30 de junho de 1971, no seio de uma família conhecida e respeitada, tendo aí feito os estudos não universitários.
Licenciado pela FDUL Lisboa em 1994, efetuou pós graduação em Direito do Trabalho, pelo IDET/FDUC, em 2013. Encontra-se inscrito na Ordem dos Advogados, desde 04.11.1996.
Exerce advocacia, preferencialmente na Figueira da Foz, embora também tenha escritório em Alcobaça.
Advogou 5 anos em Lisboa com Veiga Gomes, Bessa Monteiro, Marques Bom, Vítor Cruz e Associados.
Em 2000, abriu escritório na Figueira da Foz e em Alcobaça, neste último caso com Fleming de Oliveira, seu sogro.
Foi presidente de diversas assembleias gerais de sociedades anónimas, das quais salineta, Saprogal Portugal, S.A., Sapropor, S.A.,Thanda Vantu SGPS, S.A., Sintagma, S.A., Alberto Gaspar, S.A., neste último caso de que foi, igualmente, administrador por 3 anos.
É Presidente da Assembleia Geral de DSP, S.A.
A advocacia que exerce, aliás de forma muito distinta, destina-se, essencialmente, à assessoria preventiva a empresas nas áreas do direito de trabalho e comercial.
É vogal do Conselho de Deontologia do Conselho Regional da Ordem dos Advogados de Coimbra e foi reeleito para o triénio (2017/2019).
O ténis tem sido o desporto favorito, sendo que desde 2014 é federado. Em 2016  ocupa o nº 15 nacional de mais de 40 anos. É campeão regional de mais 45 anos, nas modalidades de singulares, pares mistos e inter-equipas.
O runing e a participação em meias e minis maratonas (como  a de São Silvestre), são a segunda paixão desportiva.
Não substitui uma boa tarde de campo, por uma vida citadina. Gosta de boa companhia dos amigos.
-Aprecio um espumante e bom vinho tinto e acredito que a juventude é um estado de espirito.
Gedeão, Aníbal Franco, filho de Manuel Gedeão e de Joaquina Franco Gedeão, casou com Graciette da Silva Figueiredo.
Graças à profissão do pai, militar profissional do Exército, estudou e viveu em localidades como Leiria, Figueira da Foz e Coimbra, tendo terminado o curso do liceu no Colégio Correia Mateus, em Leiria. Licenciou-se em Medicina e Cirurgia pela Universidade de Coimbra, em 1951. Exerceu clínica geral em consultório particular, de 1952 a 2004, sito na Rua Alexandre Herculano, Alcobaça, fez estágio  de  pneumo-tisiologia no  Sanatório de ANT/Coimbra e o Curso de Ciências Pedagógicas na Universidade de Coimbra nos anos de 1963/1964.
Foi médico da Santa Casa da Misericórdia de Aljubarrota de 1953 a 1966, do Hospital de Nossa Senhora da Nazaré de 1955 a 1969, da Clínica D. Dinis, na Marinha Grande, de 1969 a 1978, do Hospital Concelhio de Alcobaça de 1967 a 1976, serviço que interrompeu de 1972 a 1974.
Em todos estes hospitais, teve funções de clínica geral, pequena cirurgia, ajudante de cirurgião, obstetrícia e traumatologia.
Foi instrutor dos Cursos de Socorrista da DCT, médico escolar na Escola Técnica de Alcobaça /E.T.A. de 1963 a 1967, legista e perito de exames forenses do Tribunal de Alcobaça de 1969 a 1985 e especialista de Medicina Interna do Lar Residencial de Alcobaça de 1981 a 1997.
Aníbal Gedeão foi incorporado a 10 de agosto de 1952 e passou à disponibilidade em novembro de 1974. Fez recruta na Escola Prática de Infantaria, foi médico interno no Hospital Militar Regional nº.2/Coimbra e durante 13 anos médico militar como Capitão miliciano/Chefe dos Serviços de Saúde do Regimento de Infantaria nº 5, onde foi alvo de 4 louvores, Tenente Coronel miliciano/Chefe dos Serviços de Saúde dos Serviços de Saúde do Setor A de Moçambique/Niassa e Diretor da 1ª. Enfermaria Regional, também do Setor A, alvo de louvor pelos serviços prestados aos militares e à população do distrito de Vila Cabral.
Faleceu no Hospital da Universidade de Coimbra a 15 de junho de 2006, tendo nascido em Leiria a 30 de janeiro de 1927.
-Gedeão, nasceu em janeiro de 1927 em Leiria, dois dias antes do tempo previsto.
Segundo contou ao Região de Cister, a mãe preparava-se para ir ter o bébé em casa da avó, na Cela. Ao entrar no carro tropeçou e bateu com a barriguita e eu nasci nessa noite, em Leiria, acidentalmente.
No entanto, fui batizado na Cela, como várias gerações de antepassados.
O pai era militar, o que fez com que a família tivesse vivido nos locais para onde era deslocado. Assim, esteve em Leiria até à 2ª classe da instrução primária, depois na Figueira da Foz e daí seguiu para Coimbra.
Da cidade universitária, só partiu após concluir o curso de medicina contrariamente ao que tinha pensado em rapaz, para a sua carreira profissional. Efetivamente sempre tinha estudado no sentido de seguir engenharia, mas ao efetuar o exame de aptidão à Universidade, reprovou.
Dois dias depois fez o exame de recurso para entrar em medicina. Disciplinas eram idênticas como física, química, matemática e ciências que contribuíram, assim, para a passagem do exame. Medicina seria o curso que o acompanharia ao longo da vida. Em 1951, terminou a Licenciatura de Medicina Cirúrgica. Mais não escapou ao Ultramar (Moçambique), onde a Frelimo lhe atribuiu um louvor, pela maneira como tratou a população.
-Gedeão dizia que não gostav de política, considerando-se apartidário. Futebol também não apreciava especialmente, embora tenha jogado, na Académica de Coimbra, enquanto júnior.
Com origens rurais, sentia-me muito ligado à terra tendo havido uma altura em que fui mesmo lavrador.
Quanto aos amigos, dizia que não s«era capaz de os consultar/medicar, enquanto médico.
Reformado da função pública continuou a exercer no consultório privado na Rua Alexandre Herculano, Alcobaça.
-Espingardas, pistolas, punhais e outros tipos de armas, fazem parte da coleção de Aníbal Gedeão, que afirmava que tenho aqui peças que contam a história da evolução das armas.
Colecionador apaixonado, Aníbal Gedeão, reuniu exemplares, entre os quais um bacamarte do tempo das invasões napoleónicas, uma clavina do Zé do Telhado, uma pistola de João Brandão, outra do Remexido, um trabuco espanhol, uma espingarda de pederneira. Só não tenho uma G3 porque não quero.
A coleção, cuja visita era inicialmente reservada a amigos, abriu-se em 1996 ao público. Aníbal Gedeão, ao pegar em cada uma das armas fornecia explicações pormenorizadas, mostrando que para além da medicina, também tinha conhecimentos em instrumentos bélicos e da história de cada um. Dizia que começou a colecionar armas, sem nunca ter comprado alguma.
Muitas das que estão em seu poder, são do tempo das invasões francesas. Afirmava que as pessoas que as tinham escondiam-nas, por exemplo, entre os barrotes dos telhados e se esqueciam delas. Só mais tarde começaram a aparecer. Depois, tudo foi uma questão de gosto por preservar, recuperar e guardar as armas, todas sem munições e desativadas, como determina a lei.
Assim formou uma coleção, que ocupa duas salas do piso térreo e que daria um interessante museu.
Gerardo, António Carvalho, conhecido como Cuco, nasceu em Chiqueda a 15 de junho de 1937 e faleceu a 30 de janeiro de 2012.
Cuco é uma alcunha muito antiga e de família, que vem do tempo de seu pai José. Cuco, porque este quando apascentava cabras em Chiqueda e ouvia cantar um cuco, imitava-o muito razoavelmente passando a ser conhecido desta maneira.
Foi uma pessoa consensual e especialmente estimada em Alcobaça, transversal a idades, políticas e meio social.
Aquando do falecimento, a imprensa de Alcobaça não deixou de lhe dar o devido destaque, pelo que se irá aqui invocar os depoimentos de JERO (in O Alcoa) e Jorge Barros (in Voz de Alcobaça).
Não é fácil falar deste homem sem esconder emoção. Visitámos a sua última casa em vida, há cerca de mês e meio.
O Gerardo, que foi toda a vida um homem pacífico e bom, vivia revoltado nos meses que antecederam a sua partida.
Com a ajuda da Diretora Maria da Luz conseguimos estar à conversa com o António durante uns minutos. Oferecemos-lhe um livro que, entre várias histórias, recordava os jogos do Cabeço. Quando lhe recordámos que ele jogava a avançado-centro em cima da linha de baliza do adversário, de imediato se lembrou do Palma Rodrigues, o guarda-redes. Juntamente com o Provedor João Carreira falámos de outros tempos e o Gerardo deu resposta certa e imediata a vários temas: "Paguei 12 contos para o Carlos Lopes correr em Alcobaça", foi uma das suas "tiradas".
Saímos do seu quarto sentindo que toda aquela gente que o rodeava, o estimava e o tratava o melhor possível.
Foi uma "despedida".
Até sairmos da Misericórdia não nos foi possível deixar de lamentar, com quem nos acompanhou na visita, como a vida estava a ser cruel para um homem tão bom.
A história de vida do António Carvalho Gerardo atingiu alguns patamares invulgares.
Nasceu em Chiqueda de origens humildes e 3 décadas depois de ter ingressado na Resinagem Nacional, como moço de recados, sentava-se à mesa de reuniões da empresa como adjunto da administração!
Em 12 de fevereiro de 1982 foi organizado em sua honra um almoço de homenagem. Em Santo Antão, na Batalha, 125 amigos elegeram-no como o carola nº. 1 de Alcobaça.
O Alcoa publicou então 3 artigos onde se referia a presença imprescindível de António Gerardo  em comissões organizadoras das Feiras de São Bernardo, no Carnaval, nas festas dos Santos Populares, na Volta à Portugal em Bicicleta, nos Grandes Prémios de Atletismo, nos jogos de Andebol, no Futebol de Salão, no Tiro aos Pratos, etc, etc..
Durante anos e anos pertenceu a direções dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça. Era carinhosamente tratado pelo Bombeiro "18A".Também aí foi distinguido e homenageado como Bombeiro Honorário.
Permaneceu solteiro e pode-se dizer que dedicou a sua vida a causas sociais da sua Alcobaça.
O Carola nº. 1 deixou em aberto um lugar muito difícil de preencher.
Alcobaça fica-lhe a dever muito.
Adeus Amigo.
E mais uma vez muito obrigado por tudo quanto fizeste pela nossa Alcobaça.
-No referido almoço, a esse digno e exemplar cidadão, foi oferecido um trofeu com a legenda Ao Carola nº1-Alcobaça agradecida, trofeu instituído pela primeira (e única) vez.
-Jorge Barros, no Voz de Alcobaça, de 27 de dezembro de 2012 (aliás o último número do jornal que a seguir encerrou) contou que na manhã de um de julho de 1958 iniciei o meu primeiro emprego apadrinhado pelo António para o substituir como paquete na Resinagem Nacional em virtude de ele ter sido apurado nas sortes para ingressar na tropa. “Oh pá não te esqueças de entrar aqui com o pé direito”, aconselhou-me precisamente quando se ouviam as nove badaladas nos melodiosos sinos das torres do Mosteiro. Na minha irreverência de cachopo, saltei a soleira da porta a pés juntos, o que o deixou desagradado e talvez desconfiado. Felizmente a tropa não o quis e voltou ao escritório. Trabalhámos juntos vários anos, com a particularidade de mantermos essa ligação no curso noturno da Escola Técnica que frequentávamos. Chegámos mesmo a atuar juntos numa récita, interpretando o papel dos diabos no Auto da Alma, de Gil Vicente. Essas festas proporcionavam uma convivência saudável entre professores e alunos de que nos ficou uma memória infinita. O António Gerardo foi conselheiro e confidente, protegendo-me de muitas diabruras de adolescente. Depois ainda que geograficamente distantes, mantivemos inalteráveis os laços da nossa ligação de sempre. Para a sociedade alcobacense e para as gentes da sua terra natal – Chiqueda – ele foi um cidadão dinâmico, dedicado e altruísta, nunca regateando o fervilhante entusiasmo, o vasto saber, a disponibilidade permanente e discreta, bem patentes do contributo dado a várias coletividades e iniciativas. Viveu amargurado uma doença que se recusou a aceitar, quase parecendo cultivar uma solidão interior que muitas vezes nem a companhia de familiares e amigos conseguia vencer.

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