terça-feira, 22 de janeiro de 2019


NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Tempero, José Ferreira, nasceu a 26 de novembro de 1932 em Alfeizerão, filho de um comerciante e de uma doméstica, sendo o mais novo de quatro irmãos.
A filha Sofia (aliás única) sobre o pai que, desde sempre revelou uma personalidade invulgar, lembra que da sua infância e juventude a família recorda a peculiar atração pela aventura, o espírito curioso e intrépido que sempre o levaram a explorar novos caminhos e experiências. Ao tempo, a pedagogia escolar revelou-se incapaz de o cativar, pelo que apenas completaria o ensino primário. Seguiu-se inevitavelmente o primeiro contacto com o quotidiano no estabelecimento comercial do pai (mercearia e drogaria), contudo, este viria a tornar-se num obstáculo para a sua juventude ávida de liberdade e sem responsabilidades.
A perda dos progenitores entre os 17 e 18 anos, comprometeria o futuro trocando a pequena aldeia de Alfeizerão pela animada Nazaré, onde vingava a mercearia e padaria dos seus tios António Coelho e Idalinda (tia materna). Na nova função viria a aprender uma série de tarefas associadas à produção de pão, e à aquisição e venda de bens alimentares. O contacto com a população local, recheada de histórias de vida singulares que tanto admirava, permitiram-lhe desenvolver várias, profundas e longas amizades.
Grande apaixonado pela cultura popular, na gente da Nazaré reconheceu uma identidade própria, tornando-se um perscrutador que ouvia atentamente histórias e memórias que os antigos lhe confessavam à beira mar. Entretanto, os bailes e convívios entre amigos preenchiam a agenda social do jovem Zé Tempero, cujo caráter comunicativo e afável, porte elegante e de olhos verdes, atraiam as atenções do género oposto.
A busca de independência, fê-lo percorrer outros caminhos, tornando-se caixeiro-viajante ao serviço de empresas e armazéns da região. A sua simpatia e invulgar cortesia, conjugadas com os seus dotes inatos de bem convencer, mereceram reconhecimento imediato na venda de produtos alimentares, tratores e máquinas agrícolas, entre outros.
Será nesta época (contando 25 anos) que algumas peripécias sucederam a propósito das suas semelhanças físicas com um dos galãs do cinema português. Relatava o próprio, que por vezes fora interrogado pelas nazarenas sobre se ele era mesmo o conhecido ator Virgílio Teixeira, ao que lhes confirmava, pedindo discrição (consciente da reação contrária), justificando o trabalho de caixeiro como necessidade de subsistência. Naturalmente, em poucos minutos, o local ficava repleto de jovens desejosas de o observar.
Mais tarde, um amigo irá encaminhá-lo a uma empresa emergente, a Regisconta, especializada na venda direta de máquinas registadoras comerciais. O seu universo de vendas alargou-se, percorrendo o território nacional, incluindo as ilhas. Desbravando serras e atravessando planícies, levará aquela máquina aos pequenos lojistas de manga-de-alpaca e dinheiro na gaveta que, pela primeira vez, verão as suas contas melhor seguras e controladas. A sua paixão pelos objetos com história, a par do interesse pelas histórias dos objetos, irão enformar aquilo que chamou o meu vício saudável, a aquisição de automóveis antigos dispersos pelo país que ía conhecendo.
Será o matrimónio aos 34 anos com Maria da Glória, uma jovem lisboeta, que o levará a fixar residência em Alcobaça, prolongando aqui a sociedade com dois amigos e companheiros de profissão, com os quais já partilhava uma lavandaria em Caldas da Rainha. Surge então a Tribela (drogaria/perfumaria e brinquedos), sita na Rua Dr. Brilhante (confinando com a desaparecida sapataria Norte), local que ficaria a seu encargo, até ao trespasse nos anos de 1970. Será neste espaço, que granjeará amizades fiéis e grande popularidade.
Na década de 1970 em Alcobaça, a construção de um tanque para aprendizagem de natação, foi uma das suas batalhas. Superada a missão, novas preocupações foram surgindo, como a ampliação do parque de campismo, não sendo raras as vezes em que surgia nas reuniões públicas da Câmara Municipal apelando para execuções prementes, ou o seu contrário.
A sua opinião e conduta participativa geraram convites para organizar ou promover entidades e iniciativas. Entre várias, referem-se em Alcobaça, a Associação de Comerciantes, o Clube de Campismo, o Núcleo do Sporting. A merecer maior destaque o seu papel na COCA nascida em 1975, sucedendo à anterior experiência na organização do Carnaval das Caldas. Na COCA, onde revelava o seu perfil mais folião e criativo, proporá a formação do grupo de majoretes, o primeiro do país e que viveria sob a tutela do amigo Amadeu, chefe da fanfarra dos Bombeiros de Alcobaça, seu aliado nesta inspiração que perduraria.
A paixão pelos automóveis antigos, partilhada por mais dois amigos, irá dar origem ao NACA/ Núcleo de Amigos de Carros Antigos de Alcobaça, organização conjunta com Fleming de Oliveira e Carlos Ribeiro Claro. Juntos, viriam a concretizar vários encontros de automóveis, em colaboração com o Clube Português de Automóveis Antigos, alcançando a reposição da paragem em Alcobaça no âmbito do secular Raly Figueira da Foz-Lisboa.
Além das quatro rodas, o ciclismo foi o seu desporto preferido. Várias vezes se deslocou a França para acompanhar o Tour, seguindo as pedaladas de Joaquim Agostinho. Daí o seu envolvimento no Circuito S. Bernardo, onde chegou a ser o apresentador de serviço, sem nunca perder o olhar atento sobre a sua prova preferida, o contrarrelógio.
A sua cidadania foi posta ao serviço da cidade, quando no final da década de 1990 assumiu a presidência da Junta de Freguesia de Alcobaça (1997-2000), cargo que desempenhou com empenho e dedicação, cujas premissas ao servir a cidade e o cidadão, foram pautadas pela isenção e integridade, nos princípios da democracia e espírito comunitário. Da sua personalidade recordamos a eterna boa disposição, o seu peculiar e oportuno sentido de humor, a simpatia e afabilidade, a cortesia e sentido crítico que a par nunca o comprometiam, bem como o culto da amizade que valorizava e promovia.
A capacidade de criação poética, numa lógica de quadras e versos espontâneos ou por encomenda, emergia com facilidade envolta num prazer muito pessoal. Os resultados da sua veia poética, oferecidos a familiares e amigos em momentos evocativos mais ou menos sérios, remetem-nos para o que sempre presidiu na sua vida, o humor, a generosidade e um infinito romantismo.
Tempero era um conversador e contador de histórias, mais ou menos coloridas, mas sempre de salão, e poeta repentista, de rima fácil e oportuna, premiado em concursos de quadras populares.
Sofia Tempero, esclareceu que, fornecer dados para o texto supra, não foi tarefa fácil, desde logo por se tratar do pai, o que exigiu reflexão envolta em cinzenta nostalgia, colorida saudade, muita emoção e um processo de preparação emocional, havendo dias que não conseguia escrever.
-Uma única concorrente aderiu ao Concurso de Vestidos de Chita Alcobaça97, que teve lugar na Praça da República, com o apoio da Junta de Freguesia.
Tânia Cunha, natural do Casal da Areia e emigrante em França, foi a única que se inscreveu e arriscou participar no Concurso de Vestidos de Chita Alcobaça 97, apresentando um vestido confecionado pela costureira Teolinda Palmeira, da Nazaré.
A concorrente foi enquadrada por outras convidadas que desfilaram apresentando  vestidos que tinham sido usados em concursos anteriores. Sem concorrentes, o concurso foi assim substituído por um desfile. No entanto e apesar de ter sido um serão agradável, foi amargo para muitos que se sentiram enganados ao assistirem a um espetáculo anunciado como concurso, e que afinal foi apenas um desfile de fatos já vistos.
Salvou o espetáculo, a atuação do Rancho Folclórico Tá-Mar, da Nazaré que, com vibrantes e animadas danças, proporcionou uma atuação muito aplaudida.
-Do Brasil para o carnaval de 1999 em Alcobaça, veio o casal sensação do momento, Ronaldo e Susana que entusiasmaram os espetadores do corso de domingo.
Ele, Rei do carnaval, jogador do Milão e talvez o melhor do mundo, ela, Rainha do carnaval, seguramente modelo escultural e namorada, espalharam um misto de admiração e de frustração. Admiração por serem famosos e frustração por terem estado pouco tempo.
A Claustrofolia, com o apoio da Junta de Freguesia e da Câmara, marcou pontos. O Rei do Carnaval recebeu cerca de 9 mil contos, mais as despesas na deslocação. A verba acordada acabou por ser baixa tendo em conta o que Ronaldo recebe no futebol italiano. A vinda deste jogador a Alcobaça custou à  Claustrofolia cerca de 14 mil contos na totalidade, contado com a estadia e a viagem em voo charter. 18 mil contos foi o valor obtido com as vendas dos bilhetes para o recinto nos dois dias de festa, 8.600 pessoas compraram ingressos no domingo e 4.000 na terça-feira. Estes valores são inferiores aos do ano anterior em cerca de 10 mil contos.
Note-se que este Ronaldo, não é o português Cristiano Ronaldo, mas sim Ronaldo Luís Nazário de Lima, mais conhecido apenas como Ronaldo, nascido no Rio de Janeiro as 22 de setembro de 1976. É considerado por especialistas e fãs como um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos.
-Ronaldo foi homenageado pela Região de Turismo de Leiria-Fátima num almoço realizado no refeitório do Mosteiro de Alcobaça. Quatro presidentes de Câmara da região e diversos vereadores formaram a comissão de honra que recebeu o futebolista no dia 16 de fevereiro de 1999.
Como pano de fundo esteve a candidatura ao Euro2004 que Ronaldo fez questão de apoiar. Antes do almoço, o jogador visitou o Mosteiro de Alcobaça, que lhe motivou elogios. Fiquei surpreendido com a grandeza deste monumento.
-O dia 7 de abril de 2000 foi escolhido pelo Presidente e Junta de Freguesia de Alcobaça para homenagear os alcobacenses que se destacaram, em 1999, nas áreas da cultura, do desporto e das artes.
Cerca de 30 cidadãos, oito associações e um grupo musical, subiram ao pódio no Hotel Santa Maria, para receber uma medalha em honra ao modo como levaram longe o nome de Alcobaça.
Atletas do Clube de Natação, do Clube de Ténis, do Atletismo do Ginásio, do Karaté estiveram ao lado da Carpe Diem, Associação de Dadores Benévolos de Sangue, Clube de Campismo de Alcobaça, The Gift, Amadeu José Ferreira, Majoretes e Fanfarra de Alcobaça, Aníbal Freire, Hugo Matos,  Susana Santos.
Temos de dar valor às pessoas da terra, enfatizou José Tempero.
O primeiro a receber a placa de homenagem e o mais aplaudido, foi Ricardo Baptista Cunha, que mereceu palavras de agradecimento pelo que tem feito por Alcobaça, na música. Com 78 anos, Ricardo Cunha ensina graciosa e abnegadamente música aos jovens. Foi fundador e maestro da Orquestra Típica da Maiorga.
José Tempero explicou que, o valor da cerimónia não está na homenagem mas nas pessoas que têm representado esta cidade por todo o lado. Isto servirá de incentivo e estímulo para que os mais jovens sigam estes exemplos. Queremos “pagar”  o esforço e nobreza dos atos que praticaram.
A Claustrofolia foi a única associação ausente, porque quis estar representada por dez elementos, mas a Junta naturalmente só permitiu a presença de dois.
Tereso, José Carlos Mendes, Presidente da Junta de Freguesia de Turquel, empresário na área da suinicultura, tinha 50 anos e pôs termo à vida na manhã de sábado, dia 24 de Novembro de 2012, contando 50 anos.
-Para o Presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, com a morte de José Carlos Tereso, perde Turquel, perde Alcobaça e perde o poder local. O autarca lembrou um excelente presidente da Junta e um grande amigo, salientando que o turquelense era um dos mais reivindicativos presidentes de junta.
José  Carlos Mendes Tereso, fora eleito nas listas do PSD em Outubro de 2009. Nas cerimónias fúnebres participaram as diversas coletividades da freguesia. A Câmara Municipal de Alcobaça decretou dois dias de luto municipal, cumpridos a 26 e 27 de Novembro de 2012.
Tereso, José Costa, que nasceu em Turquel a 18 de junho de 1944 e aí se criou, é empresário agrícola (reformado).
Assumiu mais uma vez funções como Presidente da Junta de Turquel, em 16 de dezembro de 2012.
José Carlos Mendes Tereso, presidente da Junta de Freguesia de Turquel, empresário na área da suinicultura, com 50 anos, havia posto termo à vida na manhã de sábado, dia 24 de Novembro de 2012, contando 50 anos.
Em anos anteriores, José Costa Tereso já tinha sido Presidente de Junta. Agora, neste mandato que   foi concluir, era Secretário e sendo o número dois da lista, entrou em funções devido ao falecimento de José Carlos Mendes Tereso.  Eu já fazia parte do projeto Turquel não pode parar e estava dentro dos assuntos. Agora foi e é dar continuidade a esse trabalho.
José Costa Tereso, esteve emigrado em França, e dedicou parte importante da vida à suinicultura e à política local.
-Considera a indústria o pilar de crescimento da freguesia. O povo de Turquel é guerreiro, trabalhador e não desiste à primeira. E com trabalho tudo se consegue. Há uma empresa de grande nível que será o maior empregador da freguesia, que é a Dimatur. Mesmo noutros setores, enquanto umas empresas fecham, nascem outras. Turquel é um povo trabalhador, todos se esforçam e todos dão a mão, quando é preciso.
Ser autarca é gratificante, pois, gosto de conviver com as pessoas, saber as necessidades delas e tentar resolver. Claro que muitas vezes não sou capaz, mas é gratificante. Mais nada me envolve na política.
Mas não vai houve recandidatura. Quem venha que tenha sempre o bom senso de receber bem as pessoas e mesmo que às vezes custe, que não é o meu caso, que continue a lutar por Turquel, porque o povo de Turquel merece.
-Cerca de 92 assinaturas constaram do abaixo-assinado que pediu o escoamento de água e pavimentação da estrada de Orjo e Casal de Baixo, em Turquel, entregue na reunião da Assembleia Municipal de Alcobaça, que teve lugar no dia 29 de abril de 2016.
Há alguns anos que esta estrada se tem vindo a degradar, estando neste momento num estado lastimável, disse Bruno Silva, representante dos cidadãos promotores do abaixo-assinado, temendo o próximo inverno, que trará incómodos acrescidos a toda a população que diariamente utiliza a estrada.
Segundo Bruno Silva, a estrada em questão é uma via bastante importante de utilidade pública pois faz a ligação da estrada nacional 8/6, desde a localidade do Orjo, passando pelo Casal de Baixo até à estrada do Casal da Lagoa, que, por sua vez, faz a ligação ao Itinerário Complementar (IC) 2.

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