quinta-feira, 17 de janeiro de 2019




NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas




-Guerra, (Cónego) José Ferreira, tendo nascido em 17 de abril de 1929 em Pedra Redonda/Benedita, ordenado sacerdote em 29 de junho de 1956, celebrou Missa Nova em 1956.
Foi Vice-Reitor do Seminário de Santarém, Pároco de Caldas da Rainha desde 1970 e o primeiro Padre natural da freguesia da Benedita a ser nomeado Cónego.
-Faleceu em 7 de agosto de 2003.
-Lameiras, (Padre) Vítor, nasceu em Casal de Charneca, Évora de Alcobaça, esteve destacado durante cerca de 10 anos na região montanhosa de Laclubar/Timor Leste, onde em 2011 foi criado o primeiro centro de saúde mental deste país.
Vítor Lameiras, pertencente à Ordem Hospitaleira de São João de Deus, veio para Timor a convite do Bispo D. Basílio do Nascimento e foi um dos religiosos portugueses que trabalham em Timor que, em maio de 2012, foram agraciados pelo Presidente da República, Cavaco Silva, nas comemorações do décimo aniversário da independência daquele país asiático.
-Lopes, (Padre) Joaquim de Sousa, fez no dia 15 de agosto de 2007, 50 anos de ordenação sacerdotal e acedendo a uma sugestão da falecida irmã percorreu as paróquias onde esteve ao serviço. Desta vez foi a Paróquia de Turquel que festejou a data no dia 16 de setembro, com uma missa comemorativa e um almoço partilhado no Salão Paroquial de Turquel, a que se juntaram muitos turquelenses, que lhe ofereceram lembranças. O padre Joaquim Lopes doou à paróquia um paramento e umas galhetas e os paroquianos ofereceram-lhe um cálice e uma patena, que foram utilizados na Consagração na Missa.
O Padre Sousa Lopes nasceu no dia 23 de junho de 1931 e foi ordenado Padre no dia 15 de agosto de 1957. Depois de muitos anos como sacerdote na paróquia de Alcobertas, foi Pároco em Turquel de outubro de 1996 a outubro de 2000, em que promoveu a construção de anexos e úteis dependências da Igreja, a conservação e ampliação desta, a valorização do adro, e deixou saudades e amizades.
Após sair de Turquel, o Padre Joaquim Lopes foi fazer serviço pastoral na Igreja Paroquial dos Anjos, na Av. Almirante Reis, em Lisboa. Por duas vezes, um grupo de desconhecidos entrou pela parte superior da Igreja Nossa Senhora dos Anjos, à procura de dinheiro. Como não havia, passou à destruição. A primeira visita dos gatunos remontou na noite de 27 de novembro de 2004. Partiram os vidros da sacristia à procura de dinheiro, mas não havia, contou o padre Joaquim de Sousa Lopes. Os distúrbios que provocaram, foram mais caros que o que levaram. Ainda assim, os desconhecidos tentaram a sorte mais uma vez. Passados dois dias partiram as portas da sala de Acolhimento. Como só havia umas moedas, partiram a secretária toda. Os vidros já foram arranjados e terei que mandar pôr umas grades. São umas centenas de euros, disse o padre enquanto fazia contas por alto. Já estou habituado, nesta zona até o círio pascal me roubam, acrescentou.
-Luís, (Padre) Manuel, nasceu em Turquel a 8 de julho de 1926, no seio de uma família em que os pais se dedicavam à agricultura tradicional e tiveram também uma filha.
Dotado de inteligência superior era, todavia, pessoa de saúde débil. Após ter terminado a escolaridade em Turquel, tendo como professora a saudosa D. Maria de Deus, frequentou os Seminários de Santarém, Almada e Olivais, vindo a ser ordenado Presbítero a 29 de junho de 1951. Especialmente interessado por música e para ela vocacionado, foi enviado para Roma aonde durante vários anos estudou no Instituto Pontifício de Música Sacra, aí se diplomando em Canto Gregoriano e Composição de Música Sacra.
Regressado a Portugal em 1958, dirigiu o Coro Polifónico do Seminário dos Olivais, pois para aí foi lecionar entre 1969 e 1975. Esteve como Pároco na Sé de Lisboa e a partir de 1975 foi colocado na Paróquia das Mercês, ali vindo a falecer.
Sentindo o forte apelo das origens, vinha com frequência a Turquel, não apenas em férias.
Foi autor de uma vasta e magnífica obra musical e se não tivesse falecido tão cedo, com apenas 55 anos (1981), teria ainda enriquecido mais o seu valioso legado.
O padre Manuel Luís, foi homenageado num concerto, no dia 17 de julho de 2016, na Igreja de Santos-o-Velho, em Lisboa.
Integrado no Festival Sacro Sanctus, o concerto teve interpretação do coro Audite Nova, de Lisboa, a que se seguiu a conferência O estado atual da música litúrgica, pelo organista titular desta igreja, Ricardo Jorge Simões.
-Manuel, (Padre) Fernando, natural da freguesia de Alcobertas, nasceu a 22 de fevereiro de 1930.
Foi ordenado padre em Lisboa, pelo Cardeal Gonçalves Cerejeira, no dia 15 de agosto de 1961. O Padre Fernando Manuel foi coadjutor das paróquias de Muge e Benfica do Ribatejo, durante dois anos, tendo passado a maior parte dos anos da sua missão como pároco de Alvorninha. Foi também professor de Educação Moral Religiosa  Católica e de Educação Musical.
No dia 15 de agosto de 2011 (Assunção de Nossa Senhora), a paróquia da Benedita festejou dois aniversários na Missa das 11h30, a que se seguiu um almoço no Centro Comunitário. O Padre Fernando Manuel e a Irmã Trindade cortaram o bolo de parabéns.
Várias centenas de pessoas estiveram na Eucaristia, presidida pelo pároco Padre Armindo, e concelebrada pelo Padre Fernando Manuel e outros sacerdotes. O Padre Fernando pronunciou algumas palavras de Ação de Graças, durante a homilia, e a Irmã Trindade também falou, testemunhando a sua vocação.
Quase 200 pessoas estiveram no almoço, após a Missa. No final, foram declamados alguns versos em homenagem ao Padre Fernando Manuel e o Padre Maximino leu algumas reflexões sobre o sacerdócio.
Cantaram-se os parabéns ao Padre Fernando e à Irmã Trindade e cortou-se o bolo comemorativo. Ainda houve ocasião para o Padre Maximino alegrar ainda mais o ambiente tocando no acordeão melodias conhecidas de todos.
O Padre Fernando Manuel faleceu no dia 18 de outubro de 2015 com 85 anos.
Durante mais de 20 anos exerceu o seu ministério sacerdotal na região, na Benedita, Turquel, Vimeiro, Alcobaça e Évora de Alcobaça.
-O funeral realizou-se no dia 19, nas Alcobertas.
-Marques, (Padre) Carlos Manuel Martins, tomou posse como Pároco de Évora de Alcobaça, no dia 30 de setembro de 2006, na igreja de S. Tiago, em cerimónia presidida pelo Bispo D. Anacleto de Oliveira.
O Padre Fernando de Cima, passou-lhe o testemunho, perante mais 7 padres, 3 Diáconos, o Presidente da Junta de Freguesia (Joaquim Pego) e demais colaboradores, o vice-presidente da CMA (Carlos Bonifácio) e uma igreja repleta de fiéis.
D. Anacleto apresentou aos cristãos o Padre Carlos Marques e destacou o seu excelente trabalho anterior. O novo Pároco agradeceu e disse, entre o mais, que não fui eu que vos escolhi, mas foi Deus que nos escolheu. Para vós sou Padre, convosco sou Cristão.
Ao Padre Carlos Marques foi oferecida, pela Paróquia, uma imagem de S. Tiago com o símbolo da freguesia e flores, a D. Anacleto flores e aos restantes padres um ramo a cada um. No final da cerimónia, formou-se um cortejo com cânticos e palmas de aclamação. Todos os presentes foram convidados a participar num lanche-convívio no salão de festas da junta de freguesia.
Cerca de 200 pessoas da anterior paróquia, vieram acompanhar o Padre Marques até Évora de Alcobaça.
O Padre Carlos Marques, foi acumular as funções de novo Pároco das Paróquias de Turquel e Évora de Alcobaça a partir de outubro, que por isso vão ter uma mudança na liderança do serviço pastoral e uma nova experiência.
-O Padre Carlos Marques nasceu em 17 de fevereiro de 1971 e foi ordenado sacerdote em 29 de junho de 1996. Estava a residir na Malveira e era Pároco de Azueira, Santo Estêvão das Galés e de Enxara do Bispo e Vigário Adjunto da Vigararia/Arciprestado de Mafra. Irá ter o auxílio do Diácono permanente de Turquel, José Maria Vieira Gonçalves, que nasceu em 12 de outubro de 1941 e foi ordenado Diácono em 27de junho de 2004.
O sacerdote veio substituir em Turquel o Padre Francisco Cosme que é natural do Ramalhal (Torres Vedras), nasceu em 15 de julho 1934 e foi ordenado sacerdote em 15 de agosto de 1958. O Padre Cosme foi nos últimos anos Pároco de Turquel (dois apostolados, de fevereiro 1992 a outubro de 1996 e depois desde outubro de 2090), Vimeiro, Benedita e Vigário/Arcipreste da Vara Alcobaça-Nazaré. O Padre Fernando Antunes de Cima irá deixar as Paróquias de Évora de Alcobaça (chegou em outubro de 1999) e Alcobaça (Santíssimo Sacramento), partindo 7 anos depois de assumir o lugar. Capelão do Hospital de Alcobaça é natural de Fafe e nasceu em 17de agosto de 1942, sendo ordenado em 15de agosto de 1966. Esteve 22 anos à frente da Paróquia de Monte Abraão (Queluz).
Na sequência de um convite do Cardeal-Patriarca de Lisboa, o Padre Francisco Cosme ficou com duas paróquias, a cidade de Alcobaça e Vimeiro e o Padre Fernando de Cima com a paróquia de Casal de São Brás, Amadora, acedendo também à solicitação.
-Melícias Lopes, (Padre) Vítor José, nasceu no Ramalhal, 25 de julho de 1938 e é um religioso franciscano.
Ordenado sacerdote em 1962, Melícias é licenciado em Direito, pela Universidade de Lisboa, e em Direito Canónico, em Roma, onde foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Além do sacerdócio, exerceu funções num sem número de instituições de solidariedade social e associações de caráter diverso.
Foi agraciado com a Grande Oficial da Ordem de Benemerência, em 1983, o Prémio Nacional de Solidariedade, em 1986, e a Grã-cruz da Ordem do Mérito, em 1993.
Porque ninguém é uma ilha, nem pode realizar-se sem os outros no tempo de globalização em que vivemos, disse o padre Vítor Melícias, orador de uma palestra subordinada ao tema Associativismo, igualdade e solidariedade, realizada no Clube Desportivo Pataiense.
Diante de uma plateia composta por algumas dezenas de pessoas, Melícias sensibilizou para a necessidade da aproximação das pessoas, dos povos e das nações, no sentido da corresponsabilidade. Lamentando o facto de a globalização estar mais dominada por interesses comerciais e financeiros do que por valores, o orador apelou à solidariedade e ao sentido ético, que justificam cada vez mais o associativismo e a partilha das responsabilidades.
Ao longo da reflexão, o padre Melícias considerou ainda que, por interesses dos responsáveis mundiais e políticos, estamos num tempo em que ainda se morre por falta de alimentos. É preciso lançar o grito de que é necessário dar as mãos, concluiu Vítor Melícias.
-Morgado, (Padre) Duarte, nasceu a 16 de dezembro de 1987, e teve mais de mil pessoas a assistir, no dia 15 de julho de 2012, pelas 16h à sua Missa Nova, na Igreja do Mosteiro de Alcobaça.
O novo padre, com 14 anos, entrou no Seminário Menor de Penafirme para frequentar o ensino secundário na área de Humanidades. Ao fim de 3 anos transitou para o Seminário de Caparide onde frequentou o Ano Propedêutico e iniciou o estudo de Teologia na Universidade Católica Portuguesa.
Em 2008, ingressou no Seminário Maior de Cristo Rei dos Olivais, e aí terminou o estudo Teológico, com a apresentação da Tese de Mestrado Integrado em Teologia sobre o tema Arquitetura Cisterciense: Estética, Teologia e Espiritualidade. Desde 2013 é Vigário Paroquial de Fanhões, Bucelas, Santo Antão do Tojal, São Julião do Tojal e Loures.
Entretanto frequentou o curso de especialização de arquitetura de igrejas na Faculdade de Arquitetura de Lisboa e é doutorando em Teoria da Arquitetura pela Universidade de Sevilha.
O Padre Morgado não podia ter sido mais bem recebido na sua terra natal ou não fosse estimado e admirado pela humildade e simpatia. Para a memória, ficou uma grandiosa manifestação de religiosidade e uma prestação virtuosa do Padre Morgado, perante cerca de duas dezenas de padres e uma enorme plateia.
Depois do tradicional cortejo pelas ruas da cidade, acompanhado pelos Escuteiros e da Fanfarra dos Bombeiros, em guarda de honra, a celebração eucarística contou com a presença de dezenas de sacerdotes e diáconos da Diocese, o Presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, o diretor do Mosteiro, Jorge P. Sampaio e membros da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição.
Seguiu-se um jantar partilhado no pavilhão do Mercoalcobaça, dinamizado pelas comunidades paroquiais, com animação musical dos grupos, Sentinelas da Manhã de Alfeizerão, Rancho Folclórico dos Casais de Santa Teresa de Aljubarrota, Coro São Bernardo de Alcobaça e Grupo de Jovens, da paróquia local.
Duarte Morgado, realizou a formação cristã na Paróquia de Alcobaça, foi aluno do Seminário dos Olivais, em Lisboa, ordenado diácono no dia 27 de novembro de 2011, pelo cardeal patriarca de Lisboa, D. José da Cruz Policarpo e padre no dia 1 de julho de 2012.
Celebrar uma Missa Nova é a possibilidade de revermos aquilo em que acreditamos sempre que olhamos para um sacerdote. É óbvio que cada sacerdote tem um rosto, tem uma história e uma terra onde nasce, tem um percurso vocacional, e foi chamado por Deus para uma missão. O desafio é reconhecer que um homem apesar da sua fragilidade representa Cristo de forma sacramental, isto é, ele é sinal realmente vivo de que Cristo está presente no meio do seu povo. Estamos aqui hoje reunidos em primeiro lugar, não porque é a minha festa, mas porque é a festa da Igreja, por ver mais um pastor para a Igreja, foram as palavras do padre Duarte Morgado ao iniciar a sua Missa Nova.
-Neto, (Padre) Tiago Miguel Fialho, nascido 31 de agosto de 1981, é filho de Fernando Freire Neto e de Maria Natividade do Rosário Fialho Neto, residentes na Rua da Raposeira, Vimeiro/Alcobaça.
Tiago Neto, Diácono desde 27 de novembro de 2005, foi ordenado sacerdote em 2 de julho de 2006 no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, pelas 16 horas. Encheram-se dois autocarros com pessoas para assistirem às cerimónias. A Missa Nova, veio a realizar-se, ao ar livre, no adro da igreja de S. Sebastião do Vimeiro, paróquia que o viu nascer, no 16 de julho seguinte, quinze dias depois da ordenação.
No mesmo dia, foi também ordenado sacerdote o Diácono José Miguel, da freguesia da Vestiaria que é um oriundo pelo lado materno, de uma família natural do Vimeiro.
Não é preciso recuar muito no tempo para recordar que o Vimeiro é sensível às vocações que já deram vários sacerdotes e religiosos, principalmente num tempo não muito distante. O Tiago Neto e o José Miguel são fruto dessa sensibilidade religiosa, cuja doutrina beberam de seus pais e tem as suas raízes cristãs nas suas famílias.
-Portela, (Padre) Ramiro, nasceu nas Meirinhas/Pombal, a 30 de outubro de 1935 num casal de pequenos agricultores com sete filhos, em que o pai tinha uma vinha (que lhe permitia fazer cerca de 300 almudes de vinho), oliveiras (que davam azeite suficiente para casa) e milho (cerca de 300 alqueires) que era moído num moleiro vizinho. Ramiro Portela diz que foi alimentado e criado a broa, pois em casa só comia pão no Natal, Páscoa, Casamentos e Batizados. Às Meirinhas vai de vez em quando, pois aí ainda tem uma irmã, aliás a mais nova de todos.
Com quatorze anos, foi estudar para o Seminário de Leiria. Tendo sido ordenado padre em 1961, é Pároco de Aljubarrota, desde 7 de agosto de 1965, tendo aí chegado a 7 de agosto vindo de Porto de Mós, aonde esteve como Vigário Paroquial desde setembro de 1961 até agosto de 1965. Segundo revela, durante o seu tempo de formação e mesmo ainda antes da ordenação, não houve qualquer momento em que tivesse sentido hesitações, pois havia decidido desde jovem e a sério ser sacerdote, dado ser ali que estava a sua vocação. A Paróquia assinalou este cinquentenário na missa dominical de 9 de agosto de 2015, mas, segundo oportuna informação da diocese de Leiria-Fátima, em época de férias e muitas festas, a grande celebração terá lugar no dia 1 novembro de 2015, próximo da data do seu aniversário natalício, de modo a permitir o envolvimento de todas as forças vivas da comunidade e dos diversos serviços e movimentos da Paróquia. Assim aconteceu.
Em Aljubarrota, o Padre Ramiro dedicou-se com cuidado e persistência à remodelação dos lugares de culto, que encontrou muito degradados, sendo que construiu alguns de raiz. Desde 1969, até ao presente, as obras nunca pararam, pelo que até já lhe chamaram o Padre Arquiteto.
Em sua homenagem, à porta da Igreja de São Vicente, foi colocado um busto que perpetua a história deste homem, que dedicou as últimas cinco décadas à população.
Ramiro Portela, dava-se bem com Manuel Ângelo da Silva, Governador Civil de Aljubarrota (de quem se fala neste Dicionário), que considerava como segundo pai, tanto assim que ainda hoje se encontra com uma filha, com vem almoçar de vez em quando à Adega Oceano/Nazaré. Também criou uma relação de proximidade com Luís Graça, da Ataíja de Cima, pois que este de uma forma extremamente solidária e magnânima, tem oferecido importantes verbas para instituições públicas, bem como para os Bombeiros da região.
O passatempo do Padre Portela é, no seu dizer, o trabalho embora, durante muitos anos tenha sido um entusiasta jogador de sueca, que praticava com mais três parceiros usuais (o Padre Gregório, o Major Maurício e o Padre Luís Henriques). O jogo começava de manhã, era interrompido para o almoço no restaurante e retomado até por volta das 17h, sendo este um excelente pretexto para conviverem e porem a conversa em dia. Mas o seu passatempo também se pode traduzir no cuidado que tem com as contas das duas paróquias de Aljubarrota, que segue muito de perto.
O Padre Ramiro tem muito orgulho na Residência Paroquial, construída em 1962, onde também funciona o Cartório, bem como no Centro Pastoral onde é lecionada a catequese (para cerca de 100 crianças e com 17 catequistas), se efetuam retiros, reuniões, missas, dormitório para grupos (36 camas para peregrinos normalmente para Fátima e outros interessados) e aos escuteiros. Este apoio ao peregrino ocorre especialmente nos meses de abril, maio, julho e outubro durante os dias de maior afluência a Fátima. Nos últimos anos houve uma média anual de 1000 peregrinos apoiados neste centro.
Além das celebrações e do serviço de cartório, o Pe. Ramiro Portela dedica-se ao estudo dos vários lugares da sua paróquia. A história dos Monges de Cister e a descoberta dos legados cistercienses é outra das suas paixões. A este nível, a menina dos seus olhos é, nos últimos tempos, o Museu de Arte Sacra de Aljubarrota, cuja criação foi por si impulsionada e inaugurado em 11 de novembro 2013, instalado na igreja de São Vicente, museu com uma exposição permanente de 40 peças, cuidadosamente selecionadas pela equipa responsável. Mas o Pároco Portela destaca ainda a riqueza das pessoas, entende que o povo de Aljubarrota é gente boa, a melhor de Portugal e bem melhor que o da sua terra, que trazem à comunidade uma forte dinâmica, como o grupo de Acólitos, os Ministros extraordinários da Comunhão, o Grupo Coral, o Apostolado da Sagrada Família, o apoio aos peregrinos e os conselhos pastoral e económico. Além destes movimentos, outros dão conta de uma paróquia bastante madura na fé e na espiritualidade, os Escuteiros, os grupos Catequéticos e o Centro Pastoral.
Há trinta anos ao serviço das paróquias de S. Vicente e Prazeres de Aljubarrota, o Padre Ramiro Portela, foi homenageado pelos seus paroquianos, no domingo dia 30 de outubro de 1996, dia em que completava 60 anos de idade.
A união entre grupos e movimentos paroquiais, juntas de freguesia e coletividades fizeram desta festa um acontecimento invulgar, como há muito não se via nas terras da Padeira.
Com 30 anos, Ramiro Portela chegava ao concelho de Alcobaça. Mais precisamente a Aljubarrota. Nesta vila, cumpria o sonho de ser padre, pelo que ao fazer 80 anos a comunidade agradeceu-lhe a dedicação dos últimos 50 anos. Para que a memória perdure, à porta da Igreja de São Vicente, foi colocado um busto que perpetua a sua história.
Ramiro Portela foi ordenado padre em 1961. A 7 de agosto de 1965, começou a semear em Aljubarrota a sua vocação. A data foi assinalada, na presença de centenas de fiéis e de D. Serafim Ferreira e Silva, bispo emérito de Leiria/Fátima. Noémia Vicente foi a primeira menina que batizou, há 50 anos. Esteve presente.
Com apenas 14 anos, Ramiro Portela entrou no seminário. Na ânsia de ser padre, tudo deixava para trás, afirmou. E, assim, aconteceu. Foi ordenado no contexto do Concílio Vaticano II, que encarou como tempos de graça especial, de mudança na liturgia, no estilo da Igreja, no modo de ser e de vestir dos padres.
Quando chegou a Aljubarrota a preocupação do padre Ramiro Portela foi remodelar os lugares de culto e construir outros. Ao longo do último meio século, as obras nunca mais pararam.
Para a comunidade, o padre Ramiro tem sempre as melhores palavras, afirmou, durante as comemorações, Maria do Céu Guerra.
José Lourenço, presidente da Junta de Aljubarrota, agradeceu o trabalho de padre junto da comunidade.
Paulo Inácio, salientou que, quando Ramiro Portela chegou à vila não imaginaria que iria estar ligado, e em exclusivo, a esta comunidade ao longo de 50 anos.
Luís Rosa, de Aljubarrota, elogiou o trabalho do padre Ramiro Portela, que tem tido a sabedoria e habilidade de gerir esta comunidade tão dispersa, tornando todos os lugares como se fossem um só.
Um dos momentos mais tocantes coube ao diácono Fábio Bernardino, da Ataíja de Cima, que referiu que foi com Ramiro Portela que aprendeu a ser padre.
Terminada a cerimónia religiosa, o padre Ramiro deixou um abraço apertado a toda a comunidade.
Sempre que vai ao café, tem o seu cafezinho pago. Isto só prova o quanto é bom viver entre amigos. As atitudes quando partilhadas de coração são gratificantes, testemunhou o prior, que tem um busto à entrada da Igreja de São Vicente. A obra tem a assinatura de António Vidigal, à semelhança da estátua do Contestável.
-Em entrevista a O Alcoa declarou que ss pessoas da Paróquia são de índole muito boa, podem estar mal e zangaram-se com o Padre, mas depois voltam e tornam-se pessoas amigas. É gente de índole boa, não há dúvida nenhuma como nunca encontrei.
Eu já sou do tempo da mudança, ordenado no tempo do Concílio Vaticano II, sendo o que se alterou essencialmente foi a maneira de viver o Cristianismo.

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