NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
-Rapisarda,
(Monsenhor) Alfio, Núncio Apostólico em Portugal, coadjuvado por uma dezena
de sacerdotes, entre os quais o Pároco de Alcobaça Fernando de Cima, veio no
dia 13 de junho de 2004 realizar no Mosteiro o batismo de Margarida Maria,
filha do alcobacense Paulo José Pereira Bernardino e sua mulher.
Esteve
presente um grupo coral de Lisboa composto por 40 elementos que atuou na nave
central.
-Salvador,
(Padre) Maximino, teve a cargo a paróquia do Vimeiro durante cerca de 11
anos, quando paroquiou Évora de Alcobaça.
Foi
no seu tempo, que se construiu e inaugurou a Casa Paroquial. No dia 9 de julho
de 2006, o Padre Maximiano, agora em Alvorninha, celebrou as Bodas de Ouro
sacerdotais (a ordenação ocorreu no dia 29 de junho de 1956, na Sé de Lisboa).
Presidiu à Missa, com enorme assistência de fiéis, muitos padres e autoridades
civis (vereadora da CM Caldas e Presidente da Junta de Alvorninha), o Cardeal
Patriarca D. José Policarpo, também natural desta freguesia, que manifestaram a
sua gratidão pelos bons serviços prestados por este sacerdote.
O
Padre Maximino, comemorou em Évora de Alcobaça no domingo dia 20 de novembro de
2016, o seu 60º aniversário de sacerdote. Na Missa de Ação de Graças, falou da
sua vida enquanto sacerdote. Seguiu-se almoço partilhado, onde foram recordados
factos e emoções vividos com o padre durante os 37 anos de serviço na Paróquia
de Évora.
-Santos,
(Padre) José Miguel Lourenço, nasceu
a 19 de março de 1981, em Caldas da Rainha, mas foi na Vestiaria que viveu e
cresceu.
De 1993 a 2002, fez formação
no Pré Seminário de Lisboa, no Seminário de São José de Caparide e no Seminário
de Cristo Rei dos Olivais. Em 2005 licenciou-se em Teologia na Universidade
Católica Portuguesa. Em dezembro de 2005, o Cardeal Patriarca D. José Policarpo
conferiu-lhe a ordem de Diácono, conjuntamente com mais dois ordinandos, entre
eles Tiago Miguel, do Vimeiro. Em julho de 2006, foi ordenado presbítero na
Igreja do Mosteiro dos Jerónimos e em 9 de julho celebrou Missa Nova, na Igreja
da Vestiaria. Neste dia, a festa foi preparada pelos pais e comissão coordenada
pelo Pároco Vasco Manuel de Oliveira, da Vestiaria. A população, sentindo a
festa como sua, empenhou-se com entusiasmo contribuindo com trabalho, ofertas
em dinheiro e géneros. A Câmara Municipal disponibilizou equipamento para o
recinto exterior e outros apoios, e a Junta de Freguesia cedeu as suas
instalações, assumindo a decoração e preparação do espaço.
-Serrazina,
(Cónego) José Mendes, nasceu na Moita do Gavião/Benedita, em 2 de julho de
1924, onde faleceu em casa no dia 12 de maio de 2010 (os últimos anos foram
marcados pela doença) durante a visita do Papa Bento XVI a Portugal. Foi
ordenado presbítero em 29 de junho de 1950.
Segundo
Acácio Catarino, caraterizou-se pela
capacidade para a ligação lúcida entre a doutrina, a teoria e a prática na
esfera humana e religiosa, e pela atualização permanente do seu saber,
preservando sempre as bases em que assentava.
Notabilizou-se
em quatro domínios da vida eclesial, a Ação Católica, a Pastoral Familiar, a
Pastoral Social e a Formação de Seminaristas.
Na
Ação Católica, foi assistente eclesiástico de organismos do meio rural, a nível
diocesano e nacional, durante vários anos, contribuindo decisivamente para a
dignificação do laicado católico.
Na
Pastoral Familiar, foi assistente eclesiástico do Conselho Diocesano da
Pastoral Familiar, criou o Movimento Familiar Casais de Santa Maria,
docente de Sociologia e Pastoral da Família, no Instituto de Estudos
Teológicos, cooperou com inúmeros casais, clarificou e apoiou o planeamento
familiar à luz da moral cristã.
Na
Pastoral Social, foi assistente eclesiástico da Cáritas Portuguesa e da Cáritas
Diocesana de Lisboa, bem como Diretor dos Secretariados Nacional e Diocesano de
Lisboa da Ação Social, durante décadas, e deu um contributo relevante à Cáritas
Europa e à Cáritas Internationalis. Figura entre os grandes pioneiros da
moderna pastoral social, através do seu trabalho diário, bem como de inúmeros
escritos e de outras atividades, incluindo a docência na Universidade Católica
Portuguesa.
Quanto
à Formação de Seminaristas, foi pioneiro na renovação pré-conciliar do
Seminário de Santarém, logo após a sua ordenação, e desempenhou um papel
relevante, extremamente delicado, como Vice-Reitor do Seminário dos Olivais, na
fase da transição pós-conciliar.
Vivia quase
permanentemente em deslocações de serviço por todo o país, e foi orador em
milhares de iniciativas. Por este motivo, não lhe foi possível dedicar-se
tranquilamente à escrita, de que tanto gostava e para que estava invulgarmente
dotado.
Apesar disso, é significativo o número de textos que legou, uns redigidos a
correr, nos intervalos das suas missões, outros elaborados com mais
disponibilidade e consulta de fontes, eles constituem um manancial de
informação, reflexão, abordagem teológica e praxeológica marcantes na sua época
e, ainda atuais, em larga medida.
Na
Benedita, na década de 1960 realizou uma ação contínua e determinante a favor
do desenvolvimento comunitário e na criação e desenvolvimento do Instituto
Nossa Senhora da Encarnação/ Cooperativa de Ensino e Cultura, mais conhecida
por Externato Cooperativo da Benedita.
Ponderada a
fecundidade e riqueza da sua vida, bem se compreende que o Cardeal José
Policarpo, Patriarca de Lisboa, tenha afirmado que de facto, o Cónego. Serrazina foi dos membros notáveis do presbitério
de Lisboa na segunda metade do século XX (in Prefácio do livro Cónego José M. Serrazina, edição da
Caritas Portuguesa em cooperação com a Paróquia da Benedita). A obra foi
apresentada no dia 8 de julho de 2012 no Centro Comunitário Pastoral da
Benedita, com a presença do Cardeal Patriarca, D. José Policarpo e o presidente
da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca.
Em
família era carinhosamente tratado por padrinho
padre.
Homem
criativo, disponível para ajudar, conciliador no seio da Igreja e um exemplo
vivo de paz e serenidade, são algumas características apontadas por quem
conheceu e lidou de perto com o Cónego José Mendes Serrazina.
-As
suas exéquias foram celebradas no dia 13 de maio de 2010, pelas 15h30,
presididas por D. Anacleto de Oliveira, Bispo Auxiliar de Lisboa, seguindo o
funeral, muito concorrido, para o cemitério da Benedita. Localmente é uma
persdonalidade de referência.
Em 1 de novembro de 2009,
celebraram-se 30 anos desde que ali chegou data
comemorada com um convívio no Mosteiro, onde se realizou um lanche em
que cada participante levou o seu, para partilhar.
-Silva, (Padre) Tiago Alexandre de Jesus, nasceu a 15 de agosto de 1987, em Cumeira de Baixo/
Aljubarrota. Foi ordenado diácono em 15 de novembro de 2015.
Referindo-se à sua infância e adolescência, diz numa entrevista ao jornal O Alcoa que foram bastante normais. Nasci numa família católica. Desde muito cedo que os meus pais me foram ensinando a conhecer Jesus e a Igreja. Aos cinco anos comecei a tocar órgão na missa, o que me fez ter um papel ativo na vida da igreja e isto foi criando em mim um tido de pertença a esta família alargada que é a comunidade cristã. Em miúdo a minha avó conta que eu queria ser padre, bombeiro e pedreiro. Mas foi com o convite para participar no Pré-Seminário aos 12 anos que a questão se colocou de forma mais séria.
O
diácono Tiago Silva, foi ordenado na Sé de Leiria, no dia 17 de abril de 2016.
O padre aljubarrotense celebrou na Igreja de São Vicente de Aljubarrota, no dia
24 de abril de 2016, a Missa Nova, participada e testemunhada por centenas de
pessoas. É uma maravilha muito grande
poder celebrar esta missa na igreja onde nasci, onde aprendi a ser cristão e
onde descobri a felicidade que é entregar tudo a Deus e onde aprendi a apreciar
a beleza da liturgia, confessou. Durante a homilia, o sacerdote sublinhou
que é Deus que nos dá a capacidade de
amar. Só necessitamos de deixar passar através de nós para os outros o dom que
já recebemos. Na vida do sacerdote a lei do amor não significa somente amar
como Jesus nos amou, mas também amar na própria pessoa de Jesus.
A realidade é o corpo
de Cristo,
foi o lema que escolheu para o ministério sacerdotal, que foi exercer na
Paróquia da Maceira. A liturgia foi participada pela mãe Dulce, e a irmã Sara.
A celebração contou com a presença de sacerdotes e diáconos da Diocese
Leiria-Fátima, do presidente da Junta de Aljubarrota e do líder do Agrupamento de
Escuteiros de Aljubarrota, que Tiago Silva já integrou.
A
Diocese de Leiria-Fátima quebrou o jejum
de quase dois anos sem qualquer ordenação sacerdotal, e com duas consagrações
(Tiago Silva e Armindo Rodrigues), ou seja, metade do número de ordenações registadas
desde 2010. O padre, de 28 anos, fez o estágio pastoral na Maceira, como
diácono. Jorge Guarda, vigário-geral da Diocese de Leiria-Fátima, defende que para a diocese, cada ordenação sacerdotal é
sempre um dom de Deus para o serviço do seu povo.
O
padre Tiago Silva foi nomeado vigário paroquial dos Marrazes, em Leiria,
deixando o serviço paroquial na Maceira. Nomeado pelo bispo de Leiria-Fátima,
D. António Marto, o aljubarrotense assumiu a sua missão no dia 18 de setembro
de 2016, durante a celebração da eucaristia dominical. O padre Rui Ribeiro, que
deixa o serviço paroquial da Barreira e das Cortes, será o novo pároco da
Paróquia de São Tiago dos Marrazes, da Diocese de Leiria-Fátima.
-Siopa,
(Padre) Alexandre, natural de Cabeço do Trigo/Vimeiro fez os estudos
primários com o mestre e padrinho, José Fernando de Almeida, indo depois para
Humanidades nos Seminários de Santarém e Almada, cursar filosofia no Seminário
dos Olivais e Teologia no Seminário de Évora.
Ordenado
padre em 1950, na Sé Patriarcal de Lisboa, foi servir por poucos meses como
coadjutor do Pároco de Peniche, onde fundou o Centro de Formação Cristã. Depois
foi Pároco de Alcobertas, sendo durante 11 anos Presidente da Junta de
Freguesia e durante 9 anos Membro do Conselho Municipal, de Rio Maior.
Posteriormente, foi Pároco do Cadaval, Peral e Vermelha, aí restaurando as
igrejas paroquiais em 14 anos de atividade, bem como Provedor da Santa Casa da
Misericórdia e reorganizador da casa agrícola, com o restauro do edifício.
Em
meados de 1971, foi solenemente instalado como Pároco de Alcobaça, função que
ocupou até quase ao fim do ano de 1999.
O
Padre A. Siopa foi durante largos anos e por inerência administrador do jornal
O Alcoa e até falecer continuou a gozar de geral simpatia e estima dos
alcobacenses.
Nasceu
a 9 de setembro de 1922 e faleceu a 21 de julho de 2009 (86 anos) em Alcobaça,
no Lar da Misericórdia.
Desde 15 de agosto de 1999 era Pároco Emérito de Alcobaça.
As
Bodas de Ouro sacerdotais do Padre Alexandre Siopa, foram assinaladas no
domingo, 22 de dezembro de 1996, com a celebração da missa e um grande jantar
convívio.
As
comemorações iniciaram-se às 16 horas com celebração de missa no Mosteiro de
Alcobaça. Para além das muitas pessoas que quiseram associar-se ao evento,
estiveram presentes o Bispo Auxiliar de Lisboa, responsável pastoral da zona
Oeste, D. António Vitalino Dantas, o reitor do Santuário de Fátima, o reitor do
Seminário de Santarém, o pároco de Alcobertas, vários padres da Vigararia de
Alcobaça e os padres José Augusto Traquina, Carlos Azevedo e João Pedro
Chantre, sacerdotes oriundos de Alcobaça e a trabalhar em Bombarral, Lourinhã e
Caldas da Rainha, respetivamente. A celebração ficou marcada pelo cortejo de
oferendas, onde se destacou a atribuição de lembranças ao padre Siopa que
dedicou 25 anos de atividade e vida pastoral a Alcobaça.
A
homenagem prosseguiu com um jantar que reuniu cerca de 200 pessoas no
refeitório do Mosteiro e que contou com a atuação do coro Cantabile, dos
professores das Escolas de Alcobaça e da solista Ana Maria Perdigoto.
No dia 21 de dezembro de
2006, fez 60 anos em que foi ordenado sacerdote.
Para relembrar efeméride, o
Padre Francisco Cosme, teve a ideia de celebrar uma missa de ação de graças na
residência do Padre Siopa, que com 84 anos de idade e com deficientes condições
de saúde, não tinha condições para ir à igreja mais próxima, a da Nª Srª da
Conceição. A eucaristia foi Presidida pelo Bispo Auxiliar de Lisboa D.
Anacleto, auxiliado pela quase totalidade dos padres da Vigararia e outros que
se quiseram associar, como o Cónego José Traquina. O Padre Siopa ficou muito
sensibilizado com a homenagem e declarou que nestes 60 anos de sacerdócio não tenho o mínimo remorso de algo que
tenha feito de mal. Preocupei-me sempre em seguir o caminho do bem, procurando
a boa harmonia entre todos. Agora nada me resta. Estou aqui à espera que o
Senhor me chame e estou preparado para isso.
P Padre A. Siopa, foi
personalidade marcante no meio social de Alcobaça.
O Padre Alexandre Siopa é referido aqui várias vezes, a
propósito de muitos assuntos.
Depois
de ter feito os primeiros estudos no Bárrio, seguiu a vida sacerdotal,
ingressando no seminário, sendo ordenado, com menos de 25 anos, em Lisboa a 29
de junho de 1950. Filho de uma família de gente humilde, que fazia uma pequena
agricultura, teve uma mãe muito religiosa, que aspirava um filho sacerdote, tanto mais que isso permitia uma subida na
escala social.
A
Missa Nova foi celebrada na terra natal, o Bárrio, a 9 de Julho seguinte. João
de Sousa, não demorou a ser nomeado Pároco do Bárrio, bem como da Cela e
Vestiaria, o que aconteceu a 8 de Setembro de 1951.
Na
história recente do Bárrio, o Padre João de Sousa foi uma figura (aliás
fisicamente interessante, segundo a apreciação feminina) incontornável, embora
polémica e poderosa, o que também lhe acarretou dissabores. Ativo e enérgico,
por vezes em excesso, nada havia ou se fazia no Bárrio e arredores em que não
participasse ou opinasse. A sua influência, inclusivamente política, chegou a
Alcobaça, onde foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia.
A
sua grande obra (material) foi a construção da Igreja Nova, que demorou alguns
anos. O Cardeal Patriarca Gonçalves Cerejeira, veio a 11 de maio de 1953
abençoar a primeira pedra, numa cerimónia a que foi conferida bastante pompa.
Para a construção da Igreja, numa terra de fracos recursos, João de Sousa
lançou mão de vários expedientes, festas populares, ofertas de mão-de-obra,
materiais, géneros alimentares (sacos de milho ou garrafões de vinho), cortejo
de oferendas e naturalmente dinheiro. Se alguém tivesse especiais dificuldades,
aceitava-se uma contribuição com ovos ou um animal criado em casa, para depois
ser vendido em proveito da obra. Famílias houve que se desfizeram de peças de
ouro e mesmo das alianças de casamento. Ninguém queria ficar de fora (havia
registo das ofertas), pois se isso acontecesse, essa pessoa era imediata e
irrevogavelmente marcado com um ferrete de censura. As crianças também eram
incentivadas a participar, tendo sido criada para elas a campanha da telha,
isto é, cada uma deveria arranjar uma telha ou 1$00 para a comprar. A obra
avançava devagar, mas avançava e a 29 de agosto de 1954, foi colocado o
Altar-mor, numa cerimónia em que esteve, (protocolarmente) presente, o
Presidente da Junta de Freguesia Joaquim Correia Marques. A 9 e 10 de outubro
de 1955, finalmente procedeu-se à bênção e inauguração da Igreja Nova, em
luzidia cerimónia onde não faltou comida (funcionou um restaurante que servia
comida com géneros oferecido pelo povo), uma quermesse, banda de música e boa
disposição, em que mais uma vez esteve presente Gonçalves Cerejeira, que a ela
presidiu.
O
Padre João de Sousa, foi responsável pela construção da Casa Paroquial e o
grande impulsionador do Círio do Bárrio, que em agosto de cada ano, em jeito de
procissão e liderado por um juiz com bandeira, muito concorrida, onde não
faltava banda de música, ia até Santa Suzana de Landal (Caldas da Rainha), onde
era recebido festivamente.
Em
1959, com os seus 34 anos, João de Sousa, além dos amigos que tinha e dele se
serviam, não evitava polémicas e receios de
maridos menos seguros, pelo que veio
a ser transferido para a Paróquia de Odivelas. Todavia vinha com alguma
regularidade ao Bárrio, num Volkswagen carocha
celebrar a missa dominical, altura em que a igreja se enchia, pois era um
excelente orador/pregador.
A
Junta de Freguesia na comemoração do cinquentenário da Igreja Nova, prestou-lhe
em 13 de julho de 1997 uma homenagem, que não obstante não ter colhido
unanimidade social, consistiu na construção de um monumento da autoria de
Fernando Pedro, na exterior daquela. Muito
e muito obrigado é a expressão mais simples e mais popular para agradecer.
Foi assim que o Padre João de Sousa agradeceu publicamente a festa de homenagem
que lhe foi prestada. Largas centenas de pessoas, incluindo uma numerosa
delegação vinda da paróquia dos Anjos, de Lisboa, na qual o Padre João de Sousa
era o pároco, compareceram na festa que se tornou num acontecimento
significativo. A festa começou com a celebração da missa na igreja paroquial,
no final da qual foi inaugurado um monumento da autoria de Fernando Pedro, que
evoca a figura do sacerdote, natural da terra de que foi grande impulsionador bem
como da criação da paróquia e o primeiro pároco.
Com
71 anos de idade, aparentando uma saúde frágil e emocionado, o homenageado
recordou a eira velha onde celebrou a primeira
missa em julho de 1950, no local onde mais tarde seria construída a igreja
paroquial.
Pregador
notável, a sua ação alastrou em defesa da terra e da população em favor da qual
desenvolveu uma ação notável. Contudo nos últimos tempos em que esteve à frente
da paróquia do Bárrio, viveu algumas incompreensões.
O
Padre Joaquim Búzio, pároco do Bárrio, haveria de considerar aquele acontecimento como a festa do triunfo da generosidade
em reconhecimento à ação desenvolvida pelo Padre João de Sousa.
A
esta homenagem, o Padre João de Sousa agradeceu ainda numa carta que enviou ao
cuidado de Orlando Marques Pereira (Presidente da Junta), datada de 12 de
agosto de 1997, que este guarda cuidadosamente e que se dispôs a dar
conhecimento público neste Dicionário.
Embora um pouco
atrasadamente não posso deixar de vos dirigir algumas palavras. Mas muito
cheias de carinho e gratidão. Eu nunca pensei receber no mundo homenagem tão
bela e ainda por cima, do povo da minha terra. Deus queira que as novas
gerações, à semelhança do que vós fazeis, reconheçam aquilo que os seus Pais e
Avós construíram. Pela minha parte aqui fica uma mensagem feita só de palavras,
mas que testemunham o amor que sempre consagrei ao povo da minha terra. Com
votos de maiores felicidades e bênçãos de Deus, para vós, para vossas famílias,
para a Junta de Freguesia, subscrevo-me com a maior dedicação a Cristo Jesus.
-João
de Sousa, faleceu em Lisboa em 29 de novembro de 2003 e encontra-se sepultado
na sua terra. Quando o corpo chegou de Lisboa, com um pequeno acompanhamento,
não tinha praticamente ninguém à espera, salvo uma representação da Junta de
Freguesia, chefiada por Orlando Pereira.
Embora
tenha sido Pároco no Bárrio durante relativamente pouco tempo, deixou marcas
ainda recordadas.
Entrou
para o Seminário de Santarém, a 2 de outubro de 1940, tendo completado o ensino
secundário em Almada. No ano de 1947, cursou Filosofia e Teologia no Seminário
dos Olivais. A Ordenação Sacerdotal ocorreu no dia 4 de outubro de 1953 e, a 22
desse mês, foi designado Coadjutor do Pároco de Muge e Benfica do Ribatejo,
aonde esteve até, em 3 de setembro 1956, ser transferido para a Paróquia de
Almargem do Bispo.
Substituiu
o padre Inácio Antunes na Paróquia da Benedita, a 25 de outubro de 1958.
Durante os 23 anos que esteve à frente desta paróquia, a principal intervenção
foi na área da pregação, retiro de casais de noivos, conferências para famílias
e sobre a família, bem como a orientação espiritual dos casais. O Santuário de
Fátima foi um dos seus púlpitos, sendo considerado um pregador popular, senhor
de linguagem simples e fluente. Foi
Diretor do Externato da Benedita e na sequência do seu pedido ao Cardeal
Patriarca, obteve a transferência para a Paróquia de Santa Catarina.
-Faleceu
a 13 de setembro de 1994.
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