NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Bégin, Marc-Élian, engenheiro formado em mecânica aeroespacial, esteve em
fevereiro de 2012 em Alcobaça, para partilhar a sua experiência e
conhecimentos.
Com
46 anos, é um cientista de renome mundial, que trabalha no Centro Europeu de
Pesquisa Nuclear.
É
filho de Gerard Leroux, responsável pelo arquivo da Santa Casa da Misericórdia
de Alcobaça.
O seu
percurso profissional levou-o a várias paragens, mas foi em Genebra/ Suíça, que
se estabeleceu, não só para trabalhar em 2004, no Centro Europeu de Pesquisa
Nuclear, como também para gerir a empresa Sixq.com, que fundou em 2007.
Debruça-se
sobre o cloud computing, ou
informática em nuvem, método que permite simplificar os procedimentos
informáticos, desenvolve-los e torná-los mais ágeis e seguros. Trata-se, ao fim e ao cabo de ajudar as
organizações, os centros de investigação e os laboratórios a tornarem-se mais
eficientes e fiáveis, explicou Marc-Élian Bégin, que tem como objetivo
contribuir para um cloud europeu,
independente dos Estados Unidos.
A par
da empresa que dirige, o engenheiro de mecânica aeroespacial, que não esconde o
seu gosto por Portugal, dedica-se a investigação e formação, que tornam
frequente as viagens ao Vietname, França, Itália e Alemanha.
Belo Marques, José, nasceu em Leiria, em 1898.
Em
1918, tornou-se músico profissional nos paquetes portugueses das carreiras de
África, onde viajou até 1929, só nesse ano se tendo fixado em Lisboa, para iniciar
estudos musicais. Pelo meio, ia escrevendo obras sinfónicas, mas a dificuldade
de sobreviver com estas composições, levou-o a aceitar o convite da Emissora
Nacional, em 1935, para integrar os seus quadros.
Em
1938 foi para Moçambique, de onde regressou à Emissora Nacional em 1941, para
abraçar definitivamente a canção popular, formando a Orquestra Típica Portuguesa, dirigindo a Orquestra de Variedades (cuja direção passou a Tavares Belo em
1946) e o Centro de Preparação de
Artistas.
É,
contudo, posterior a toda esta carreira a sua composição mais conhecida, Canção de Alcobaça, com letra de João
Silva Tavares.
Muita
gente desconhece que, além da Canção de Alcobaça, existe uma outra, com o nome
de Velha Alcobaça, também da autoria de Silva Tavares e Belo Marques, destinada
a homem (tenor). Sendo bastante difícil, foi algumas vezes interpretada por
José António, Fernando Serafim e outros artistas. Esta música, que nunca teve a
divulgação da Canção de Alcobaça, dadas as caraterísticas menos populares, foi,
interpretada na festa de homenagem, realizada em Alcobaça, a Maria de Lurdes
Resende.
José
António Crespo facultou a letra:
Na pedra branca esculpida// Do Mosteiro
de Alcobaça// Vive a beleza e a vida// Da História da nossa raça.
E na pedra rendilhada// Desse tão velho
Mosteiro,// Vive a obra agigantada// De D. Afonso I.
Tens velha Alcobaça// Um altar
resplandecente,// Um padrão de raça// Para mostrares a toda a gente//Tens p’ra
seres mais bela// Um sorriso p’ra quem passa.
Os anos passam correndo// Sobre esta
Terra feliz,// E a Terra lá está dizendo//Aquilo que a história diz.
E p’ra ser bem Português// É sacrário
esse Mosteiro// Dos amores da linda Inês// E de D. Pedro I.
-J.
Belo Marques, faleceu em 1986.
Leia-se Fleming de Oliveira em No
Tempo de Salazar, Caetano e Outros.
Belo, José Ferreira, nasceu a 4 de fevereiro de 1950 na
Benedita e reside em Cabeço de Deus/Alcobaça.
É,
desde 1980, Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de
Lisboa, Advogado desde 22 de novembro de 1982. Professor do Ensino Secundário
(7º. Grupo) no ECB, desde 2 de dezembro de 1974 a 31 de março de 2012,
sócio-gerente da M2B-Novas Tecnologias da Informação, Ld.ª (que entre 1997 e
2009, editou e comercializou uma base de dados de legislação para as
freguesias).
Em
1976, fez parte da Comissão Instaladora do CEERIA, Membro dos seus Órgãos
Sociais nos primeiros anos de atividade, em 1985 Membro da Comissão Instaladora
da ADESO /Associação para o Desenvolvimento Sociocultural da Benedita, Membro
da Direção (vice-presidente e, mais tarde, presidente) em vários mandatos
seguintes.
Desde
1 de janeiro de 2002 é sem interrupção Presidente da Direção do CEERIA, o que
se tem revelado, como gosta de frisar, um desafio apaixonante, pela
consistência da sua ação, pela dedicação e competência dos seus colaboradores,
pelo reconhecimento do muito que falta fazer para levar a bom termo a sua
missão. A conclusão do Centro de Atividades Ocupacionais e Lar Residencial da
Quinta das Freiras, inaugurado em julho de 2014, constituiu um passo
importantíssimo no caminho da qualificação da instituição como prestadora de
serviços de alta qualidade. Mas há ainda um longo caminho a percorrer, quer ao
nível da reabilitação de algumas instalações da sua sede, quer na contínua
melhoria da qualidade dos serviços prestados, quer na sensibilização da
comunidade para que assuma a inclusão das pessoas com deficiência como uma
missão sua.
Para
além das questões relacionadas com o ensino e o exercício da advocacia, tem-lhe
suscitado especial interesse as respostas sociais à reabilitação e inclusão
social das pessoas com deficiência.
Ligado
ao CEERIA, desde a fundação, em 1976, a participação neste projeto tornou-se
mais intensa a partir de 2002, ano em que assumiu a presidência da direção.
-Gosto de ler e tenho um especial
apreço pelos autores portugueses, num leque muito variado que vai de Gil
Vicente e Camões a Vergílio Ferreira, Torga, Saramago e António Lobo Antunes.
Deleito-me com boa música, tanto a dita erudita como a mais popular, mas
rejeito profundamente a popularucha, brejeira e desprovida de qualidade, que
ocupa atualmente grande parte dos programas de televisão. Em matéria de
desporto, fui em tempos praticante de equitação e, apesar da idade não ajudar
muito, gosto ainda de me aventurar em percursos de BTT, desde que o nível de
exigência não seja elevado.
Como professor, agora aposentado,
preocupa-me a forma absolutamente desinteressada como grande parte dos jovens
encara a escola e o papel que ela deveria desempenhar na sua construção como
pessoas. Duma geração em que poder estudar era um privilégio de poucos, tenho
muita dificuldade em compreender que muitos dos nossos jovens se limitem a
“andar na escola” sem outro objetivo que não seja o de deixar passar o tempo.
Mas alegra-me que um número apesar de tudo significativo, de entre eles,
contrarie esta tendência e mostre compreender a importância do conhecimento nas
suas vidas.
Como advogado, sinto que a Justiça em
Portugal não corresponde àquilo que se deveria esperar dela. Tardia, afastada
da realidade do mundo atual, das pessoas e dos seus reais problemas, parece,
por vezes, mais interessada em justificar a sua forma anquilosada de funcionar
do que em contribuir para uma sociedade mais justa.
Rui
Pedro dirigiu, os colaboradores cantaram e a assistência aplaudiu um dia de
festa do CEERIA. Os sorrisos estampados nos rostos deixavam transparecer a
alegria e a felicidade da inauguração, no dia 26 de julho de 2014, das novas
instalações da instituição que, há quatro décadas, olha pelas crianças, jovens
e adultos com carências especiais da região. O novo Lar Residencial e Centro de
Atividades Ocupacionais do CEERIA, na Quinta das Freiras, é um sonho tornado
realidade, como testemunhou o presidente da Direção, José Belo. Esta obra, este sonho de 38 anos, só se
transformou em realidade por ter sido partilhado por muitos sonhadores.
Enaltecendo
a coragem e a resiliência com que a instituição soube enfrentar os desafios da
construção, o Ministro da Solidariedade Mota Soares salientou o ato heroico da
Direção, frisando o nome de José Belo. Nunca
perderam a fé e a força, olhando sempre para a frente. José Belo é um herói
anónimo, enalteceu Pedro Mota Soares. Sobre as instalações, que custaram
cerca de 1,6 milhões de euros, o ministro referiu que é certamente uma das melhores obras do País, bastante bem equipada. É uma
obra de excelência que orgulha Portugal. Pedro Mota Soares exemplificou que
são instituições como o CEERIA que entram na casa das pessoas e conhecem os
verdadeiros problemas.
-À
quarta-feira, é dia de andanças pelas
ruas de Alcobaça, mas desta vez o grupo de caminheiros passou pelo Cineteatro,
para se juntar à festa do 38º aniversário do CEERIA, no âmbito do seu VI Sarau Cultural. Houve teatro, música e
dança, pelo Grupo de Teatro do CEERIA,
pelo Projeto Com Arte, pelo Glee Club ECB e o Trava Línguas Duo. Momentos de
magia marcaram também a data em que se comemorava o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.
José
Belo agradeceu, especialmente, a participação da professora Carmelita Costa e a
presença de Ana Amaro, representante da diretora do Centro Social de Leiria.
-O
dia 3 de dezembro de 2016, agendado para as comemorações do 40 aniversário do CERRIA, começou cedo para os seus
responsáveis e nem a forte chuva que se fez sentir na cidade ameaçou as
celebrações. Os primeiros 40 anos
passaram depressa, brincou José Belo, durante a cerimónia de inauguração de
uma escultura, da autoria do alcobacense Bugalho Ferros. No interior das
instalações, o presidente da Direção sublinhou que o CEERIA foi criado com o objetivo de integrar pessoas com
deficiência. Mas se o objetivo tivesse sido atingido a instituição já não precisava de existir. Ainda assim, muito se
fez nestas quatro décadas para dar mais qualidade de vida a pessoas com
deficiência, nas empresas, nas escolas e até na cultura e no desporto.
Inês
Silva, vereadora da Câmara de Alcobaça, destacou o trabalho único que o CEERIA desenvolveu na região, graças ao exemplo e
valentia de muita gente que voluntariamente se esforçou para que a instituição
seja aquilo que é hoje.
O
vestiariense Nuno Santos, acompanhado pelo seu violino e um grupo de amigos do CEERIA protagonizou um momento musical
emocionante, Canta Ceeria, canta. O
mote ficou lançado para que a instituição cante durante mais 40 anos. À noite,
durante a gala da inclusão no Cineteatro, o CEERIA
prestou homenagem aos trabalhadores com 25 anos de serviço. Anabela Bento,
Arminda Silva, Cristina Terêncio, Engrácia Rafael, José Júlio Caldeira e Susana
Amado foram chamados ao palco do Cineteatro para receber uma peça de cristal,
personalizada. A Assembleia Geral do CEERIA
entendeu entregar diplomas de benfeitor a Teresa Conceição de Sousa e António
Tereso, naturais de Moniz/ Turquel, devido a uma doação à instituição. Por
outro lado, foram nomeados sócios honorários a Fundação Montepio, a Câmara de
Alcobaça e o contratenor Luís Peças.
A
animação musical do evento esteve a cargo dos alunos da Rock School, da
Academia de Música de Alcobaça. No intervalo da gala, os presentes puderam
tomar contacto com o livro 40 anos pela
inclusão, lançado recentemente e que passa em revista as quatro décadas de
uma instituição que muito tem dado à comunidade alcobacense e aos concelhos
vizinhos.
-José
Ferreira Belo foi reconduzido na Direção
do Centro de Educação Especial, Reabilitação e Integração de Alcobaça/CEERIA, nas
eleições que decorreram no início de dezembro de 2016.
Belo
vai liderar os destinos do Ceeria no quadriénio 2017-2020. João Carvalho
Teodósio e Rui Coelho continuaram a presidir ao Conselho Fiscal e à Mesa da
Assembleia Geral, respetivamente.
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