segunda-feira, 14 de janeiro de 2019




NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas





Bégin, Marc-Élian, engenheiro formado em mecânica aeroespacial, esteve em fevereiro de 2012 em Alcobaça, para partilhar a sua experiência e conhecimentos.
Com 46 anos, é um cientista de renome mundial, que trabalha no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear.
É filho de Gerard Leroux, responsável pelo arquivo da Santa Casa da Misericórdia de Alcobaça.
O seu percurso profissional levou-o a várias paragens, mas foi em Genebra/ Suíça, que se estabeleceu, não só para trabalhar em 2004, no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear, como também para gerir a empresa Sixq.com, que fundou em 2007.
Debruça-se sobre o cloud computing, ou informática em nuvem, método que permite simplificar os procedimentos informáticos, desenvolve-los e torná-los mais ágeis e seguros. Trata-se, ao fim e ao cabo de ajudar as organizações, os centros de investigação e os laboratórios a tornarem-se mais eficientes e fiáveis, explicou Marc-Élian Bégin, que tem como objetivo contribuir para um cloud europeu, independente dos Estados Unidos.
A par da empresa que dirige, o engenheiro de mecânica aeroespacial, que não esconde o seu gosto por Portugal, dedica-se a investigação e formação, que tornam frequente as viagens ao Vietname, França, Itália e Alemanha.
Belo Marques, José, nasceu em Leiria, em 1898.
Em 1918, tornou-se músico profissional nos paquetes portugueses das carreiras de África, onde viajou até 1929, só nesse ano se tendo fixado em Lisboa, para iniciar estudos musicais. Pelo meio, ia escrevendo obras sinfónicas, mas a dificuldade de sobreviver com estas composições, levou-o a aceitar o convite da Emissora Nacional, em 1935, para integrar os seus quadros.
Em 1938 foi para Moçambique, de onde regressou à Emissora Nacional em 1941, para abraçar definitivamente a canção popular, formando a Orquestra Típica Portuguesa, dirigindo a Orquestra de Variedades (cuja direção passou a Tavares Belo em 1946) e o Centro de Preparação de Artistas.
É, contudo, posterior a toda esta carreira a sua composição mais conhecida, Canção de Alcobaça, com letra de João Silva Tavares.
Muita gente desconhece que, além da Canção de Alcobaça, existe uma outra, com o nome de Velha Alcobaça, também da autoria de Silva Tavares e Belo Marques, destinada a homem (tenor). Sendo bastante difícil, foi algumas vezes interpretada por José António, Fernando Serafim e outros artistas. Esta música, que nunca teve a divulgação da Canção de Alcobaça, dadas as caraterísticas menos populares, foi, interpretada na festa de homenagem, realizada em Alcobaça, a Maria de Lurdes Resende.
José António Crespo facultou a letra:
Na pedra branca esculpida// Do Mosteiro de Alcobaça// Vive a beleza e a vida// Da História da nossa raça.
E na pedra rendilhada// Desse tão velho Mosteiro,// Vive a obra agigantada// De D. Afonso I.
Tens velha Alcobaça// Um altar resplandecente,// Um padrão de raça// Para mostrares a toda a gente//Tens p’ra seres mais bela// Um sorriso p’ra quem passa.
Os anos passam correndo// Sobre esta Terra feliz,// E a Terra lá está dizendo//Aquilo que a história diz.
E p’ra ser bem Português// É sacrário esse Mosteiro// Dos amores da linda Inês// E de D. Pedro I.
-J. Belo Marques, faleceu em 1986.
Leia-se Fleming de Oliveira em No Tempo de Salazar, Caetano e Outros.
Belo, José Ferreira, nasceu a 4 de fevereiro de 1950 na Benedita e reside em Cabeço de Deus/Alcobaça.
É, desde 1980, Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Advogado desde 22 de novembro de 1982. Professor do Ensino Secundário (7º. Grupo) no ECB, desde 2 de dezembro de 1974 a 31 de março de 2012, sócio-gerente da M2B-Novas Tecnologias da Informação, Ld.ª (que entre 1997 e 2009, editou e comercializou uma base de dados de legislação para as freguesias).
Em 1976, fez parte da Comissão Instaladora do CEERIA, Membro dos seus Órgãos Sociais nos primeiros anos de atividade, em 1985 Membro da Comissão Instaladora da ADESO /Associação para o Desenvolvimento Sociocultural da Benedita, Membro da Direção (vice-presidente e, mais tarde, presidente) em vários mandatos seguintes.
Desde 1 de janeiro de 2002 é sem interrupção Presidente da Direção do CEERIA, o que se tem revelado, como gosta de frisar, um desafio apaixonante, pela consistência da sua ação, pela dedicação e competência dos seus colaboradores, pelo reconhecimento do muito que falta fazer para levar a bom termo a sua missão. A conclusão do Centro de Atividades Ocupacionais e Lar Residencial da Quinta das Freiras, inaugurado em julho de 2014, constituiu um passo importantíssimo no caminho da qualificação da instituição como prestadora de serviços de alta qualidade. Mas há ainda um longo caminho a percorrer, quer ao nível da reabilitação de algumas instalações da sua sede, quer na contínua melhoria da qualidade dos serviços prestados, quer na sensibilização da comunidade para que assuma a inclusão das pessoas com deficiência como uma missão sua.
Para além das questões relacionadas com o ensino e o exercício da advocacia, tem-lhe suscitado especial interesse as respostas sociais à reabilitação e inclusão social das pessoas com deficiência.
Ligado ao CEERIA, desde a fundação, em 1976, a participação neste projeto tornou-se mais intensa a partir de 2002, ano em que assumiu a presidência da direção.
-Gosto de ler e tenho um especial apreço pelos autores portugueses, num leque muito variado que vai de Gil Vicente e Camões a Vergílio Ferreira, Torga, Saramago e António Lobo Antunes. Deleito-me com boa música, tanto a dita erudita como a mais popular, mas rejeito profundamente a popularucha, brejeira e desprovida de qualidade, que ocupa atualmente grande parte dos programas de televisão. Em matéria de desporto, fui em tempos praticante de equitação e, apesar da idade não ajudar muito, gosto ainda de me aventurar em percursos de BTT, desde que o nível de exigência não seja elevado.
Como professor, agora aposentado, preocupa-me a forma absolutamente desinteressada como grande parte dos jovens encara a escola e o papel que ela deveria desempenhar na sua construção como pessoas. Duma geração em que poder estudar era um privilégio de poucos, tenho muita dificuldade em compreender que muitos dos nossos jovens se limitem a “andar na escola” sem outro objetivo que não seja o de deixar passar o tempo. Mas alegra-me que um número apesar de tudo significativo, de entre eles, contrarie esta tendência e mostre compreender a importância do conhecimento nas suas vidas.
Como advogado, sinto que a Justiça em Portugal não corresponde àquilo que se deveria esperar dela. Tardia, afastada da realidade do mundo atual, das pessoas e dos seus reais problemas, parece, por vezes, mais interessada em justificar a sua forma anquilosada de funcionar do que em contribuir para uma sociedade mais justa.
Rui Pedro dirigiu, os colaboradores cantaram e a assistência aplaudiu um dia de festa do CEERIA. Os sorrisos estampados nos rostos deixavam transparecer a alegria e a felicidade da inauguração, no dia 26 de julho de 2014, das novas instalações da instituição que, há quatro décadas, olha pelas crianças, jovens e adultos com carências especiais da região. O novo Lar Residencial e Centro de Atividades Ocupacionais do CEERIA, na Quinta das Freiras, é um sonho tornado realidade, como testemunhou o presidente da Direção, José Belo. Esta obra, este sonho de 38 anos, só se transformou em realidade por ter sido partilhado por muitos sonhadores.
Enaltecendo a coragem e a resiliência com que a instituição soube enfrentar os desafios da construção, o Ministro da Solidariedade Mota Soares salientou o ato heroico da Direção, frisando o nome de José Belo. Nunca perderam a fé e a força, olhando sempre para a frente. José Belo é um herói anónimo, enalteceu Pedro Mota Soares. Sobre as instalações, que custaram cerca de 1,6 milhões de euros, o ministro referiu que é certamente uma das melhores obras do País, bastante bem equipada. É uma obra de excelência que orgulha Portugal. Pedro Mota Soares exemplificou que são instituições como o CEERIA que entram na casa das pessoas e conhecem os verdadeiros problemas.
-À quarta-feira, é dia de andanças pelas ruas de Alcobaça, mas desta vez o grupo de caminheiros passou pelo Cineteatro, para se juntar à festa do 38º aniversário do CEERIA, no âmbito do seu VI Sarau Cultural. Houve teatro, música e dança, pelo Grupo de Teatro do CEERIA, pelo Projeto Com Arte, pelo Glee Club ECB e o Trava Línguas Duo. Momentos de magia marcaram também a data em que se comemorava o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.
José Belo agradeceu, especialmente, a participação da professora Carmelita Costa e a presença de Ana Amaro, representante da diretora do Centro Social de Leiria.
-O dia 3 de dezembro de 2016, agendado para as comemorações do 40 aniversário do CERRIA, começou cedo para os seus responsáveis e nem a forte chuva que se fez sentir na cidade ameaçou as celebrações. Os primeiros 40 anos passaram depressa, brincou José Belo, durante a cerimónia de inauguração de uma escultura, da autoria do alcobacense Bugalho Ferros. No interior das instalações, o presidente da Direção sublinhou que o CEERIA foi criado com o objetivo de integrar pessoas com deficiência. Mas se o objetivo tivesse sido atingido a instituição já não precisava de existir. Ainda assim, muito se fez nestas quatro décadas para dar mais qualidade de vida a pessoas com deficiência, nas empresas, nas escolas e até na cultura e no desporto.
Inês Silva, vereadora da Câmara de Alcobaça, destacou o trabalho único que o CEERIA desenvolveu na região, graças ao exemplo e valentia de muita gente que voluntariamente se esforçou para que a instituição seja aquilo que é hoje.
O vestiariense Nuno Santos, acompanhado pelo seu violino e um grupo de amigos do CEERIA protagonizou um momento musical emocionante, Canta Ceeria, canta. O mote ficou lançado para que a instituição cante durante mais 40 anos. À noite, durante a gala da inclusão no Cineteatro, o CEERIA prestou homenagem aos trabalhadores com 25 anos de serviço. Anabela Bento, Arminda Silva, Cristina Terêncio, Engrácia Rafael, José Júlio Caldeira e Susana Amado foram chamados ao palco do Cineteatro para receber uma peça de cristal, personalizada. A Assembleia Geral do CEERIA entendeu entregar diplomas de benfeitor a Teresa Conceição de Sousa e António Tereso, naturais de Moniz/ Turquel, devido a uma doação à instituição. Por outro lado, foram nomeados sócios honorários a Fundação Montepio, a Câmara de Alcobaça e o contratenor Luís Peças.
A animação musical do evento esteve a cargo dos alunos da Rock School, da Academia de Música de Alcobaça. No intervalo da gala, os presentes puderam tomar contacto com o livro 40 anos pela inclusão, lançado recentemente e que passa em revista as quatro décadas de uma instituição que muito tem dado à comunidade alcobacense e aos concelhos vizinhos.
-José Ferreira Belo foi reconduzido na Direção do Centro de Educação Especial, Reabilitação e Integração de Alcobaça/CEERIA, nas eleições que decorreram no início de dezembro de 2016.
Belo vai liderar os destinos do Ceeria no quadriénio 2017-2020. João Carvalho Teodósio e Rui Coelho continuaram a presidir ao Conselho Fiscal e à Mesa da Assembleia Geral, respetivamente.

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