NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Bento da Silva, José,
nasceu em Alcobaça a
27 de Dezembro de 1926, de pais com boa situação económica, proprietários de um
estabelecimento comercial afreguesado, sito na Rua Alexandre Herculano (no
espaço correspondente ao Café Portugal), por muitos, considerado o melhor da
época no género, que vendia mercearias e tecidos a metro.
Filho
único, teve possibilidade de ir cursar Direito na Universidade de Coimbra, onde
conheceu a namorada com quem veio a casar, filha de um conhecido médico e com
quem teve dois filhos, José Carlos (licenciado em Direito, que vive em Macau e
chegou a exercer advocacia com o pai) e Maria Ester (funcionária
municipal que vive em Alcobaça).
A
antiga funcionária Manuela Silva, com quem aliás trabalhou muitos anos,
qualifica-o como advogado estudioso,
íntegro e honesto, absolutamente liberal.
Bento
da Silva, nunca teve intervenção política, tendo sido Notário na Nazaré, numa
altura em que era possível acumular com a advocacia. Foi Presidente da Direção
dos Bombeiros Voluntários. Reformado há anos, era o decano dos advogados da
comarca.
-Faleceu
vítimsa de doença prolongada em 9 de julho de 2016.
Bento, Mary Dolores Ribeiro, nasceu na Venezuela, a 12 de março de 1965, e é licenciada
em Serviço Social.
Sobre
si, origens e família diz que, Clemência
da Conceição Bento, assim se chamava a sua avó materna. Das suas origens nada
se sabe a não ser que foi abandonada à porta de um grémio em Lisboa onde
decorria um baile e que depois foi entregue à Stª. Casa da Misericórdia onde
foi criada. Na cestinha onde se encontrava com bonitas roupinhas, um papel com
a palavra CLEMÊNCIA.
Mais tarde a Clemência foi acolhida por
uma família de Pragança na Serra de Montejunto. Foi aí que conheceu o Eduardo
com quem casou. Ele era motorista das camionetas de passageiros e foi destacado
para trabalhar em Alcobaça, trazendo assim a sua família. Nessa altura tinham 3
filhos. A mãe dela Felicidade de seu nome, foi a felicidade da primeira
filha….depois nasceram os outros filhos, alguns em Alcobaça, a Brígida, Arlete,
Adventino, Hernâni, Fernanda e Jilda. A maior parte dos seus descendentes
permanece em Alcobaça.
A mãe casou tardiamente, com João
Ribeiro dos Santos, da zona de Viseu (Moimenta da Beira) que se encontrava
emigrado na Venezuela. Conheceram-se através de uma amiga comum que os colocou
em contato. Trocaram cartas durante 1 ano até que ele a veio conhecer
pessoalmente. Chegou com trajes sul-americanos tecido
fino, fato muito largo e chapéu na cabeça. Foi uma risota para os irmãos da
Felicidade, ao ver aquele homem a chegar. Mas ela gostou dele e passado um mês
casaram. De seguida foram para a Venezuela. Após um aborto espontâneo e um nado
morto aos 9 meses de gestação, nasceu então a Mary de cesariana já a sua mãe
tinha quase 40 anos.
Nasceu, num país de clima tropical,
onde aprendeu as primeiras palavras em castelhano.
Com 2 anos e meio veio para Portugal
integrar a família materna. Aqui em Alcobaça os pais estabeleceram-se com o
Café Roda, situado por trás do Cinema. O pai tinha uma linguagem e pronúncia
característica da sua zona de origem, por isso as alcunhas entre ele e clientes
era uma rotina.
Mary Bento, fez os primeiros amigos no
Jardim-Escola João de Deus, na Escola Primária, no Ciclo (ainda no Mosteiro),
na Escola Secundária. Levou, segundo conta, algumas reprimendas dos pais porque
roubava rebuçados no café para partilhar com os colegas.Tendo ido estudar Serviço Social para Coimbra aí descobrindo o significado das palavras Liberdade, Responsabilidade, Determinação e Saudade. Mergulhou nos estudos e nos afetos, descobriu o que é o Amor e o Desamor.
De seguida foi trabalhar para Pombal, em Reabilitação de Pessoas com Deficiência (sua área de eleição), onde permaneceu 10 anos. Casou e quase de seguida teve o primeiro rude golpe, perdeu o pai.
Passados poucos anos viveu o período mais feliz da sua vida, a maternidade. Sentir o filho dentro de si, mimar, cuidar, amamentar, ajudar a crescer foi a mais feliz aventura.
Depois sentiu-se fora do seu caminho, pois como diz era hora de mudar.
Divorciou-se, regressou a Alcobaça e continuou a trabalhar com as pessoas que lhe são especiais no CEERIA.
Esteve algum tempo mais perto, mas depois perdeu a Mãe. Ficou sem as suas duas asas.
Aos altos e baixos continuou o seu caminho.
Escreveu um pequeno livro História do Quadro Branco, rodeou-se dos amigos, família e outros que são o seu alicerce.
Chegou aos 50 anos, o que reputa como privilégio. Continua a ser a mesma mulher ativa e dinâmica, na busca de uma constante aprendizagem e compreensão do sentido da vida.
Independente, autónoma, adora viajar, ler, dançar (fez parte de grupo etnográfico), cantar (fez parte da Orquestra Típica e Coral de Alcobaça), ouvir musica, praia, trabalhos manuais, costura, conviver. Frequenta cursos com frequência, nomeadamente de Massagista e Francês.
Faz parte dos Amigos das Letras com quem reúne mensalmente, do grupo Contadores de histórias, é colaboradora na iniciativa All Creative que decorre anualmente, encontra-se a realizar um sonho de infância, participar numa peça de teatro.
Bernard,
Pierre, Embaixador da Bélgica em Portugal, encerrou no dia 19 de
outubro de 2013 no Mosteiro de Alcobaça, a Semana da Bélgica em Portugal.
Pelo segundo ano consecutivo, Alcobaça, integrou a
programação deste evento, que trouxe ao Mosteiro a exposição Azulejos Anjos
Azuis, da pintora Griet Baeyene.
-No âmbito da Semana da Bélgica,
novamente em iniciativa da Embaixada da Bélgica em Portugal, foi inaugurada no
Mosteiro de Alcobaça, no dia 5 de maio de 2014, a exposição de artistas belgas
residentes em Portugal intitulada Obras de artistas belgas dos anos 40 à atualidade,
em Portugal. A cerimónia contou com a presença do Embaixador.
Sem comentários:
Enviar um comentário