segunda-feira, 14 de janeiro de 2019







NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas


Bento da Silva, José, nasceu em Alcobaça a 27 de Dezembro de 1926, de pais com boa situação económica, proprietários de um estabelecimento comercial afreguesado, sito na Rua Alexandre Herculano (no espaço correspondente ao Café Portugal), por muitos, considerado o melhor da época no género, que vendia mercearias e tecidos a metro.
Filho único, teve possibilidade de ir cursar Direito na Universidade de Coimbra, onde conheceu a namorada com quem veio a casar, filha de um conhecido médico e com quem teve dois filhos, José Carlos (licenciado em Direito, que vive em Macau e chegou a exercer advocacia com o pai) e  Maria Ester (funcionária municipal que vive em Alcobaça).
A antiga funcionária Manuela Silva, com quem aliás trabalhou muitos anos, qualifica-o como advogado estudioso, íntegro e honesto, absolutamente liberal.
Bento da Silva, nunca teve intervenção política, tendo sido Notário na Nazaré, numa altura em que era possível acumular com a advocacia. Foi Presidente da Direção dos Bombeiros Voluntários. Reformado há anos, era o decano dos advogados da comarca.
-Faleceu vítimsa de doença prolongada em 9 de julho de 2016.
Bento, Mary Dolores Ribeiro, nasceu na Venezuela, a 12 de março de 1965, e é licenciada em Serviço Social.
Sobre si, origens e família diz que, Clemência da Conceição Bento, assim se chamava a sua avó materna. Das suas origens nada se sabe a não ser que foi abandonada à porta de um grémio em Lisboa onde decorria um baile e que depois foi entregue à Stª. Casa da Misericórdia onde foi criada. Na cestinha onde se encontrava com bonitas roupinhas, um papel com a palavra CLEMÊNCIA.
Mais tarde a Clemência foi acolhida por uma família de Pragança na Serra de Montejunto. Foi aí que conheceu o Eduardo com quem casou. Ele era motorista das camionetas de passageiros e foi destacado para trabalhar em Alcobaça, trazendo assim a sua família. Nessa altura tinham 3 filhos. A mãe dela Felicidade de seu nome, foi a felicidade da primeira filha….depois nasceram os outros filhos, alguns em Alcobaça, a Brígida, Arlete, Adventino, Hernâni, Fernanda e Jilda. A maior parte dos seus descendentes permanece em Alcobaça.
A mãe casou tardiamente, com João Ribeiro dos Santos, da zona de Viseu (Moimenta da Beira) que se encontrava emigrado na Venezuela. Conheceram-se através de uma amiga comum que os colocou em contato. Trocaram cartas durante 1 ano até que ele a veio conhecer pessoalmente. Chegou com trajes sul-americanos tecido fino, fato muito largo e chapéu na cabeça. Foi uma risota para os irmãos da Felicidade, ao ver aquele homem a chegar. Mas ela gostou dele e passado um mês casaram. De seguida foram para a Venezuela. Após um aborto espontâneo e um nado morto aos 9 meses de gestação, nasceu então a Mary de cesariana já a sua mãe tinha quase 40 anos.
Nasceu, num país de clima tropical, onde aprendeu as primeiras palavras em castelhano.
Com 2 anos e meio veio para Portugal integrar a família materna. Aqui em Alcobaça os pais estabeleceram-se com o Café Roda, situado por trás do Cinema. O pai tinha uma linguagem e pronúncia característica da sua zona de origem, por isso as alcunhas entre ele e clientes era uma rotina.
Mary Bento, fez os primeiros amigos no Jardim-Escola João de Deus, na Escola Primária, no Ciclo (ainda no Mosteiro), na Escola Secundária. Levou, segundo conta, algumas reprimendas dos pais porque roubava rebuçados no café para partilhar com os colegas.
Tendo ido estudar Serviço Social para Coimbra aí descobrindo o significado das palavras Liberdade, Responsabilidade, Determinação e Saudade. Mergulhou nos estudos e nos afetos, descobriu o que é o Amor e o Desamor.
De seguida foi trabalhar para Pombal, em Reabilitação de Pessoas com Deficiência (sua área de eleição), onde permaneceu 10 anos. Casou e quase de seguida teve o primeiro rude golpe, perdeu o pai.
Passados poucos anos viveu o período mais feliz da sua vida, a maternidade. Sentir o filho dentro de si, mimar, cuidar, amamentar, ajudar a crescer foi a mais feliz aventura.
Depois sentiu-se fora do seu caminho, pois como diz era hora de mudar.
Divorciou-se, regressou a Alcobaça e continuou a trabalhar com as pessoas que lhe são especiais no CEERIA.
Esteve algum tempo mais perto, mas depois perdeu a Mãe. Ficou sem as suas duas asas.
Aos altos e baixos continuou o seu caminho.
Escreveu um pequeno livro História do Quadro Branco, rodeou-se dos amigos, família e outros que são o seu alicerce.
Chegou aos 50 anos, o que reputa como privilégio. Continua a ser a mesma mulher ativa e dinâmica, na busca de uma constante aprendizagem e compreensão do sentido da vida.
Independente, autónoma, adora viajar, ler, dançar (fez parte de grupo etnográfico), cantar (fez parte da Orquestra Típica e Coral de Alcobaça), ouvir musica, praia, trabalhos manuais, costura, conviver. Frequenta cursos com frequência, nomeadamente de Massagista e Francês.
Faz parte dos Amigos das Letras com quem reúne mensalmente, do grupo Contadores de histórias, é colaboradora na iniciativa All Creative que decorre anualmente, encontra-se a realizar um sonho de infância, participar numa peça de teatro.
Bernard, Pierre, Embaixador da Bélgica em Portugal, encerrou no dia 19 de outubro de 2013 no Mosteiro de Alcobaça, a Semana da Bélgica em Portugal.
Pelo segundo ano consecutivo, Alcobaça, integrou a programação deste evento, que trouxe ao Mosteiro a exposição Azulejos Anjos Azuis, da pintora Griet Baeyene.
-No âmbito da Semana da Bélgica, novamente em iniciativa da Embaixada da Bélgica em Portugal, foi inaugurada no Mosteiro de Alcobaça, no dia 5 de maio de 2014, a exposição de artistas belgas residentes em Portugal intitulada Obras de artistas belgas dos anos 40 à atualidade, em Portugal. A cerimónia contou com a presença do Embaixador.

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