segunda-feira, 14 de janeiro de 2019




NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas




Bonifácio, Carlos Manuel, nasceu em 25 de setembro de 1962, na Marinha Grande, tendo vindo trabalhar para Alcobaça em 1990, para o Registo Predial e Comercial de Alcobaça.
É Mestre em Estratégia, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade de Lisboa e licenciado em Gestão de Recursos Humanos, pelo Instituto Superior D. Dinis, consultor, formador, Presidente da Assembleia-Geral, do Alcobaça Clube de Ciclismo e antigo Presidente do Rotary Clube de Alcobaça, foi ainda Presidente da Assembleia-Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça.
Foi dirigente do CNE/Corpo Nacional de Escutas, de 1984 a 1988, Diretor da Campanha a Presidente da República, em 2001, no Distrito de Leiria, de Ferreira do Amaral, dirigente de várias associações e membro do Conselho Fiscal da Fundação Maria e Oliveira, de 1998 a 2001, Deputado da Assembleia Municipal de Alcobaça de 1994 a 2001, Presidente da Comissão Municipal de Economia do Concelho de Alcobaça de 2005 a 2009, Membro do júri do Prémio de Arquitetura Eugénio dos Santos em 2008, palestrante em conferências realizadas em Portugal e no estrangeiro.
Colabora em órgãos de imprensa.
De 2002 a 2009, foi Vice-Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça /Presidente Gonçalves Sapinho, com os Pelouros de Planeamento e Gestão Urbanística, Sistemas de Investigação Geográfica, Cadastro Imobiliários, Trânsito e Taxas e Licenças (eleito em lista do PSD) e de 2002 a 2005, Administrador dos Serviços Municipalizados de Alcobaça.
É (presentemente-2016) vereador da Câmara Municipal de Alcobaça (eleito como independente em lista do CDS/PP), embora se reclame social-democrata por formação..
-Carlos Bonifácio, é o autor do livro Afeganistão, Campo de Batalha das Grandes Potências – A Participação Portuguesa, que surgiu no âmbito da sua dissertação para a obtenção do grau de Mestre, em Estratégia, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade de Lisboa.
-Bonifácio, revela que o poder local sempre lhe despertou uma especial atenção, que pela sua natureza, por ser exercido junto das populações é o que o atrai, ainda que tenha a consciência que nem sempre as expectativas e os resultados são atingidos.
-Um dos seus gostos, prende-se com a investigação que tem feito na área das relações internacionais, e na compreensão da diversidade, histórica, cultural e religiosa, baseada na complexidade que constitui a sociedade internacional, com especial enfoque nas relações entre o Ocidente e o Oriente.
Borda de Oliveira, Artur, foi campeão nacional da Maratona, em 1985, em representação do Penichense, com uma marca de 2h20m,17s.
Artur Borda representou durante algumas épocas o Clube de Campismo de Alcobaça (1982, 1983 e 1984), equipa que seria desmantelada e transferida no ano seguinte e por inteiro para o Penichense. A ida para o Penichense, em 1985 e o título de campeão nacional da maratona por esse clube, teve como consequência a colocação de uma cobertura de saibro na pista no Estádio Municipal de de Alcobaça, um melhoramento que existia antes do tartan e que na altura foi muito bem visto.
Borda foi catapultado para grandes competições, prestigiadas maratonas na Europa e na América.
Lesões nos tornozelos e tendão de Aquiles, vieram todavia a determinar o fim prematuro da carreira..
Borges, Paulo Ferreira, nasceu em Pataias em 1961.
Estudou Direito, tendo por essa altura colaborado com o DN Jovem, onde publicou alguns dos primeiros poemas. Foram-lhe atribuídos os prémios de Revelação de Poesia Fernando Pessoa 2001, pelo livro A Água Materna dos Poentes, e de Revelação de Poesia da APE/IPLB 1999, pelo livro, Para Tentear a Desmesura.
O poeta, que apresentou a obra Do Tempo Sitiado, geopoemas s/d, que qualificou como um itinerário afetivo do Oeste, no dia 17 de maio de 2008, em Pataias, onde nasceu e viveu metade da vida, inspirou-se em lugares, como Paredes da Vitoria, Praia da Consolação, Peniche, Nazaré ou Caldas da Rainha.
O livro é o terceiro do autor, que recordou os cheiros da infância e juventude vividas em Pataias.
Há todo um memorial que está enraizado, reconheceu Paulo Ferreira Borges, dizendo assumir essas marcas na sua escrita.
Borges Garcia, Eduíno, de acordo com António Valério Maduro que, com ele conviveu muito de perto e trabalhou, no ano de 1946 ruma para o continente para estudar Farmácia em Coimbra, acabando por se licenciar na Universidade do Porto. Frequenta o curso de História e tira cursos de Jornalismo, Inglês e Espanhol. Participa na renovação do movimento literário açoriano, dedica-se à arqueologia e etnografia desenvolvendo, em particular, variados estudos na região dos antigos coutos de Alcobaça. Foi membro da Associação dos Arqueólogos Portugueses e da Associação Portuguesa de Museologia e como profissional ocupou lugares de direção no Instituto Pasteur de Lisboa.
Borges Garcia constituiu uma referência para alguns jovens de Alcobaça que, nos anos setenta (década de 1970) tiveram o privilégio de com ele conviver e criar sólida amizade. O 25 de abril ainda amanhecia e o país parecia querer ganhar um novo fôlego. Foi Leocádia Natividade que na sua própria casa teve a amabilidade de nos apresentar ao investigador, que era amigo do Professor Joaquim Vieira Natividade. Em breve calcorreávamos com a “Moby Dick”, nome fraterno para a cansada carrinha Volkswagen que servia de casa ambulante, o Concelho de Alcobaça de lés a lés.
A sua militância em prol da cultura, das raízes e identidade, aliava-se a uma postura pedagógica de proximidade. Longe de ser professoral, Borges Garcia pretendia transmitir-nos a paixão pelo seu caminho. A constituição de uma equipa de trabalho com jovens revela a sua abertura, o seu espírito cooperativo, o trabalho de sementeira que julgava crucial para modificar as mentalidades e comportamentos face ao património e à cultura coletiva.
Borges Garcia tinha por esta altura reorientado o seu programa de pesquisa.
A arqueologia (da Igreja Visigótica de S. Gião, das Anforetas, das Torres da Lagoa da Pederneira e do Castelo de Alfeizerão) dava lugar definitivamente a outra paixão, a da cultura popular das comunidades rurais, explorando a sua dimensão simbólica e material. É verdade que de vez em quando olhava o solo e detetava um biface, uma tegula, um peso de rede..., e que ensaiou a escavação da Igreja de Nossa Senhora da Conceição na busca da primeira guarida dos monges cistercienses, mas a arqueologia, como não se cansava de repetir, podia esperar.
A notável capacidade de estabelecer relações e contactos, de se familiarizar com vários níveis de cultura, permitiu-lhe um acesso fácil aos campos, franqueando o acesso às comunidades mais fechadas. As memórias associadas à sua passagem em tantos lugares resistem ao vendaval dos anos, como ainda há bem pouco tempo tive o prazer de testemunhar no Poço das Vinhas.
A dispersão que tomava a alma do bom doutor fazia-o interessar-se por múltiplas áreas e a investir em experiências socioculturais diversificadas. O projeto de medicina popular leva-o à Escola Técnica (atual Inês de Castro), envolvendo e cativando professores e alunos, filma os trabalhos e os dias das comunidades rurais e partilha estes registos com as populações provocando a reflexão dos próprios atores sobre a sua vida e obra, estuda os ciclos agrários, as oficinas de canastreiros, cesteiros e esteireiros, de navalhas, olaria, a gestão das águas, os círios e festas populares.
A sua reflexão cimentada na ação traduz-se nos seus textos literários e científicos, mas a investigação não era um fim em si mesmo, a cultura tinha de ser reapropriada pelos seus obreiros, tinha de ser dignificada. A eco museologia estava no seu espírito como instrumento de valorização e interpretação em rede do património, recordo a propósito as conversas travadas com Per-Uno Agren (que foi presidente do ICOM). A revitalização e musealização dos espaços arquitetónicos e monumentais leva-o a pensar o Mosteiro de Alcobaça. A museologia aberta ao território revela o divórcio com o conceito de museu tradicional e mostra em que medida tanto do que se pressupõe como novidade já foi objeto de reflexão. Participa na criação da ADEPA, ciente que o espírito associativo e o cruzamento de ideias é crucial para um progresso inteligente.
O fruto do seu labor incansável encontra-se ainda na coleção arqueológica do Museu Joaquim Manso (Nazaré), ou no Museu de Olaria de Barcelos que alberga a sua recolha de cerâmica açoriana.
Humanista e patriota, despojado o termo de fatiotas primárias, Borges Garcia será recordado não só pelo que fez, mas pela pessoa que era.
Parece que ainda hoje vamos subir para a Moby Dick a fim de, uma vez mais, nos deleitarmos com a leitura do picnic de burguesas de Cesário.
Parte do seu trabalho encontra-se no Museu Joaquim Manso, da Nazaré e no Museu de Olaria, de Barcelos.
-Nasceu a 22 de fevereiro de 1922, em Vila Franca do Campo/S. Miguel e faleceu, a 7 de janeiro de 1979, em Lisboa.
-Eduíno Borges Garcia foi homenageado no dia 8 de fevereiro de 1997, em Alcobaça com uma rua com o seu nome, junto ao mercado municipal, paralela à Rua Dr. Brilhante.
A homenagem constou do descerramento de uma placa toponímica com o seu nome, ao que assistiram diversos convidados. A proposta surgiu por parte da ADEPA e a cerimónia contou com a presença de Joaquim Pais de Brito, Diretor do Museu Nacional de Etnologia, que falou sobre a obra de Borges Garcia.
Branco, Ana, truculenta ativista,  e com pouca educação, foi cabeça de lista e candidata pelo BE às eleições autárquicas de 2009 em São Martinho do Porto, bem como para a Assembleia Municipal, de Alcobaça.
No seu manifesto eleitoral, propunha-se devolver dignidade à freguesia promovendo a construção de locais onde os jovens podem estar com prazer.
Atrair turistas na época baixa, foi outro dos seus grandes (e simplistas) propósitos pois que acredita que isso se consegue com a criação de infraestruturas como salas de congressos. Quanto ao restante concelho, dizia que está tudo abandonado e que nos dá uma sensação de sujidade. Ana Branco quer uma freguesia bonita, que tem de estar organizada e limpa.
-A reunião da Câmara Municipal de segunda-feira 14 de dezembro 2005, ficou marcada pelos insultos, em tom de gritaria, por parte de Ana Branco.
Pela segunda vez – a primeira tinha sido uma sessão da Assembleia Municipal - Ana Branco conseguiu exaltar Gonçalves Sapinho que pediu a intervenção da PSP.
Ana Branco interveio no tempo dedicado ao público, criticando as opções da autarquia quanto a obras efetuadas em São Martinho do Porto, sugerindo que Junta ou Câmara teriam mentido quanto ao abate de árvores.
Gonçalves Sapinho considerou tratar-se de uma opinião pessoal, pelo que não ia esclarecer a munícipe. Também não pedi nenhum esclarecimento. Mas teria de mo dar se o tivesse pedido, respondeu grosseiramente Ana Branco, que ouviu do autarca não, não teria. Vou fazer de conta que a senhora não esteve cá.
Estou-me nas tintas para o que o senhor diz, disse ainda de forma igualmente grosseira a munícipe, considerando que o presidente da Câmara devia ter vergonha. Nesse momento Gonçalves Sapinho pediu a intervenção da PSP, que se deslocou ao edifício, mas não chegou a intervir no Salão Nobre.
Antes de sair, Ana Branco ainda ouviu do autarca vá legalizar a casa onde mora antes de vir para aqui.
-Ana Branco, na sessão comemorativa do 25 de abril da Assembleia Municipal de Alcobaça, realizada no ano de 2010, declarou que o que me dói é que existam alguns portugueses que de tão pequenos seres que são, nos fazem sentir vergonha e fazem deste País um Portugal doente.
-Foi à estalada que Ana Branco, resolveu por sua vez uma discussão com Manuel Antunes Pereira, no decorrer de uma sessão pública da Assembleia de Freguesia de S. Martinho do Porto. Segundo aquela, tudo terá começado depois de ter solicitado que um documento que apresentou, ficasse apenso à ata. São questões que coloco há um ano em relação às quais não obtive resposta. Desta vez o Presidente também não quis responder. Disse-me que estava armada em peixeira. Acrescentou, que nesse momento se levantou, foi junto à mesa do executivo e ameaçou Antunes Pereira com duas chapadas se voltasse a repetir aquilo que tinha dito e que considerava uma ofensa. Foi para o seu lugar quando ouviu o Presidente da Junta dizer que foi para Alcobaça fazer peixeirada. Assim que o autarca acabou a frase, diz que nem se chegou a sentar, regressou à mesa e deu uma chapada na cara do autarca. Ele levou a mão atrás, à cintura, tresloucado, não sei para fazer o quê, se para tirar alguma coisa ou se com alguma intenção, garantiu Ana Branco. O Presidente da Junta terá sido travado pelo seu Secretário. Agentes da PSP foram chamados ao local e identificaram ambos os intervenientes. Antunes Pereira apenas disse e sem entrar em mais pormenores que após uma calorosa discussão foi agredido.
A agressora, levada a tribunal, veio a ser condenada no T.J. de Alcobaça, no dia 17 de março de 2009, ao pagamento de uma indeminização de 750 euros a favor do autarca e 90 dias de multa à taxa diária de seis euros.

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