NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Bernardes, Luís, natural de Alcobaça, velocista muito
regular, sem todavia atingir altos níveis e recordes, foi decisivo nas
equipas do Clube de Campismo e da AACD. Introduziu novidades no treino da
velocidade, estando ao corrente dos melhores conhecimentos da época.
Treinou
Mário Santos, Emanuel Manzarra, João Santos, Nuno Martins.
Mais
tarde, dedicou-se ao treino do andebol. Chefiou a comitiva de Alcobaça,
representante de Portugal nos populares Jogos
Sem Fronteiras, programa de entretenimento da RTP 1, muito popular na
década de 1990 tendo como apresentador Eládio Clímaco.
Bernardo, Mariana Carreira, nasceu a 5 de maio de 1999, no Hospital de Leiria, por não
haver maternidade em Alcobaça, embora a família resida desde sempre em
Alcobaça. Fez a escola primária no Carvalhal de Aljubarrota frequentando, hoje
em dia, o 12º ano na Escola Secundária Dona Inês de Castro/ESDICA, em Línguas e
Humanidades.
Trata-se
de uma boa aluna, que também ocupa o tempo em questões de âmbito social, fez
parte do Grupo de Jovens de Alcobaça (participação em atividades da paróquia) e
do Projeto Com Arte (grupo de jovens que se dedicavam à música e à
representação) e da Associação de Estudantes. Em part-time dá apoio a Fleming
de Oliveira, nomeadamente neste dicionário.
Questionada
sobre o que gostaria vir a ser um dia, esclareceu que o futuro é incerto e, nos tempos de hoje, nada (e absolutamente nada),
é garantido. Pensar numa profissão para toda a vida já é algo do passado: Tanto
podemos conseguir arranjar trabalho na nossa área como não. Aliás, as
probabilidades não estão a favor para quem acha que conseguirá trabalho fixo na
sua área para toda a vida.
Olhando para o mundo de hoje,
compreendemos que o mundo do mercado é rigoroso e que exige, muitas vezes, mais
do que os indivíduos estão dispostos a dar. O mundo do mercado evoluiu,
tornou-se mais rigoroso e, em certas partes, mais “comichoso”. Este mundo, ou
por outras palavras, os empregadores, buscam pessoas únicas; Pessoas que não se
atrapalham; Pessoas que, se não têm, arranjam; Pessoas que se não sabem,
aprendem. Pessoas que não se contentam com metade e que buscam a perfeição;
Pessoas que fazem a diferença; Pessoas que querem deixar uma marca positiva no
mundo e que o querem tornar mais rico. E, acredito plenamente, que neste mundo
do trabalho, só essas pessoas é que atingirão o verdadeiro sucesso. Por essa
razão, não considero adequado responder à questão “O que é que queres ser?” com
o nome de uma profissão pois o mundo está sempre a mudar e o que estou a fazer
hoje, posso não estar a fazer amanhã. Não só por essa razão, mas também pelo
facto de que o que eu quero ser não se limita a uma profissão pois considero
que uma pessoa é bem mais do que a profissão/ o trabalho que desempenha. Então,
nesta perspetiva, o que é que eu quero ser? Bem, eu tenho bem a noção da pessoa
que me quero tornar; Eu quero ser alguém humilde; Alguém corajoso. Alguém
viajado e, por isso, sábio. Eu quero ser alguém que dá tudo quando a vida
parece não querer dar nada. Eu quero ser alguém que transmita simpatia; Alguém
que transmita segurança. Eu quero ser alguém que inspire a mudança; Eu quero
ser alguém que cause uma mudança.
Não quero ser só uma pessoa de
palavras, mas também uma pessoa de ações; Desejo ser, não só uma pessoa que
desempenha profissão x, mas um ser humano completo; Justo, sincero e sábio.
Quero ser uma pessoa positiva; Uma pessoa sorridente; Uma pessoa persistente.
Quero ser uma pessoa dinâmica; uma pessoa “com pica”; Uma pessoa confiante.
Quero, acima de tudo, ser uma pessoa que “arrisca e petisca”.
Se me perguntarem “Qual a profissão que
gostarias de ter?” a minha resposta já irá ser diferente. E quanto a esta
pergunta, só me surge uma resposta: “Leitora de livros para sempre”. Como esta
profissão não existe, tentei arranjar uma idêntica e achei que, para quem ama
ler como eu, a profissão de editor de livros era perfeita. Mas sossegue quem
pensa que eu quero ser uma simples editora de livros: Pois bem, isso não é
verídico; Não quero ser uma profissional que se limita a fazer o mínimo do seu
trabalho. Eu quero mudar o mundo! Sim! Quero mudar o mundo! Não, não estou a
ser demasiado ambiciosa. Quero, pelo menos, mudar um pouco o mundo que me
rodeia. Quero deixar uma pegada de como estive e vivi neste mundo. Quero
mostrar que o mundo da literatura é um mundo fantástico! Que há tanto mais nos
livros do que simples letras, do que simples frases, do que simples textos.
Quero promover a leitura; Quero mudar mentalidades; Quero mostrar que certos
livros (a maioria, para ser mais exata) são bem mais interessantes que o Secret
Story, que o Facebook e que qualquer outra coisa que faz concorrência à
literatura! Tal como os grandes homens que foram (e são) Pessoa e Camões, tenho
o sonho de acordar os portugueses e de os fazer levar pela maravilha que é a
literatura.
Não quero só mudar mentalidades que não
leem, mas também mentalidades que leem mas que só leem o que é estrangeiro e
que têm na sua cabeça que o que é estrangeiro é que é bom! Tenho o sonho de que
Portugal, com isto quero dizer, a população portuguesa apoie o que é nacional e
que entenda que o que é português também é bom! Novamente, tal com os grandes
senhores, quero que Portugal valorize os seus “cantores”, os seus escritores;
Quero que a população da qual faço parte seja conhecida por uma população
sábia; Uma população talentosa; Uma população que se orgulha dos seus
escritores e que os valoriza. Quero que Portugal recupere aquela sua glória que
em tempos o distinguia. Quero que Portugal seja reconhecido como um povo com
caracter; Um povo original; Um povo corajoso. Quero que Portugal recupere a sua
glória.
Posso parecer sonhadora demais, mas,
como o grande John Lennon um dia referiu, não sou a única. Porque o que eu
“quero ser” passa por várias etapas. Porque eu não me quero limitar a ser só
mais uma no sistema. Não me quero limitar a ser como certas pessoas que se
limitam a existir e não a viver.
Porque o mundo pertence a quem se
atreve. E eu quero atrever-me a mudar o mundo.
-É uma das principais responsáveis pelo serviço de
secretariado a este Dicionário.
Bernardo, Paula Lúcia da Silva Batista Abrantes Duarte, que usa assinar Lúcia Duarte, nasceu em Lisboa a 2 de abril de 1964 e mora em
Aljubarrota.
Criou
a AAOTA/Associação de Artesanato e
Ofícios Tradicionais de Alcobaça, de que veio a sair para criar um grupo de
artesãos e mestres de ofícios de todo o País, projeto que consiste em dinamizar
e divulgar artesanato, usos e costumes tradicionais e fazer de Aljubarrota o
ponto de encontro desses valores.
É
oleira de profissão há mais de uma década, percorre feiras medievais com
produtos que representem diversos concelhos do País.
Os
seus gostos passam pela informática, história e leitura.
Nos
tempos livres, diz que só consigo dedicar-me à leitura pois trabalho no barro
cerca de 12h por dia.
Lúcia Duarte, foi uma das organizadoras da exposição Passado, Presente e Futuro, que
integrava as comemorações do 619.º aniversário da Batalha de Aljubarrota (2004)
e apresentou-se trajada a rigor, ostentando uma velha pá de forno.
As várias iniciativas que recriaram o ambiente medieval, em
que se destacava a feira e o torneio a pé, contaram com a participação de 200
figurantes e foram organizadas pela Câmara Municipal de Alcobaça e pelas Juntas
de Freguesia de S. Vicente e Prazeres de Aljubarrota.
A partir deste ano,
Aljubarrota quer ser o centro das comemorações, por ser a localidade que deu o
nome à Batalha, disse o presidente da Junta de Freguesia de S. Vicente,
Amílcar Raimundo, frisando que o primeiro passo está dado. A categoria destas comemorações, dirigidas ao povo, demonstram o que
somos capazes de fazer.
As palavras de Amílcar Raimundo vão ao encontro do pensamento
do presidente da Junta de Freguesia de Prazeres, José Lourenço Severino, que
acrescenta que fomos sempre
marginalizados pelos municípios vizinhos, mas agora estamos dispostos a
convidá-los, porque achamos que as comemorações devem ser abertas a todos.
Bernardo, Hermínio
Luís, nasceu em 30 de
maio de 1942, no lugar de Casal Leirião/Benedita.
Com
11 anos de idade e após completar a 4ª. classe, ingressou na construção civil,
onde veio a trabalhar como pedreiro durante 43 anos. Cumpriu o serviço militar
durante três anos em Angola, no enclave de Cabinda, entre 1964 e 1966.
Poeta
nas horas vagas, reformou-se por invalidez aos 55 anos, a partir dos quais se
dedicou por inteiro à poesia popular. É autor dos livros: A Bíblia e a Igreja de Adão a João Paulo II, e Os Párocos da Benedita (e os Padres do meu tempo na Benedita).
Bogalho, Joaquim Ferreira, nasceu
no Chamiço/Benedita em 18 de abril de 1898. Através de um tio de Turquel, que
residia em Lisboa, rumou para a capital com 6 anos, vindo a tornar-se com o
tempo sócio de uma casa de câmbios, na Rua do Ouro. Fez-se sócio do Sport
Lisboa e Benfica em 1914 e além de ter jogado como guarda-redes na terceira categoria e antes de ter
chegado a Presidente da Direção, desempenhou vários cargos no clube. Durante a
sua presidência, o Benfica ganhou 3 campeonatos nacionais de 1954/1955,
1956/1957, e 1959/1960 bem como 6 Taças de Portugal. Foi o grande impulsionador
da construção do Estádio da Luz, depois de ultrapassadas dificuldades com a
entrega dos terrenos e redigidos os contratos com a Câmara de Lisboa, então
presidida pelo Ten. Cor. Salvação Barreto. As obras iniciaram-se a 14 de junho
de 1953 e após de 50 anos sem campo próprio, o Benfica iria finalmente ter o
seu Estádio da Luz a 1 de dezembro de 1954, inaugurado pelo General Craveiro
Lopes. Águia de Ouro, desde 1938,
chegou à presidência com esse grande objetivo, construir o Estádio, com dois
anéis e 35 mil lugares. Nessa Epopeia do Estádio, galvanizou os adeptos para a
sua viabilização.
Foi o
responsável pela contratação de Fernando Caiado, ao Boavista, por 200 contos. A
Otto Glória ofereceu 200 contos por mês para restruturar o futebol do Benfica.
Era um homem
de convicções, apaixonado persistente e por vezes duro que só descansava,
depois de alcançado o objetivo proposto.
Faleceu a 30
de setembro de 1977.
-A Junta da Benedita está a preparar uma homenagem ao
beneditense Joaquim Ferreira Bogalho, com a colocação de um brasão na chamada
rotunda da zona comercial, entre os supermercados Intermarché e Lidl.
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