segunda-feira, 14 de janeiro de 2019




NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas

Bernardes, Luís, natural de Alcobaça, velocista muito regular, sem todavia atingir altos níveis e recordes, foi decisivo nas equipas do Clube de Campismo e da AACD. Introduziu novidades no treino da velocidade, estando ao corrente dos melhores conhecimentos da época.
Treinou Mário Santos, Emanuel Manzarra, João Santos, Nuno Martins.  
Mais tarde, dedicou-se ao treino do andebol. Chefiou a comitiva de Alcobaça, representante de Portugal nos populares Jogos Sem Fronteiras, programa de entretenimento da RTP 1, muito popular na década de 1990 tendo como apresentador Eládio Clímaco.
Bernardo, Mariana Carreira, nasceu a 5 de maio de 1999, no Hospital de Leiria, por não haver maternidade em Alcobaça, embora a família resida desde sempre em Alcobaça. Fez a escola primária no Carvalhal de Aljubarrota frequentando, hoje em dia, o 12º ano na Escola Secundária Dona Inês de Castro/ESDICA, em Línguas e Humanidades.
Trata-se de uma boa aluna, que também ocupa o tempo em questões de âmbito social, fez parte do Grupo de Jovens de Alcobaça (participação em atividades da paróquia) e do Projeto Com Arte (grupo de jovens que se dedicavam à música e à representação) e da Associação de Estudantes. Em part-time dá apoio a Fleming de Oliveira, nomeadamente neste dicionário.
Questionada sobre o que gostaria vir a ser um dia, esclareceu que o futuro é incerto e, nos tempos de hoje, nada (e absolutamente nada), é garantido. Pensar numa profissão para toda a vida já é algo do passado: Tanto podemos conseguir arranjar trabalho na nossa área como não. Aliás, as probabilidades não estão a favor para quem acha que conseguirá trabalho fixo na sua área para toda a vida.
Olhando para o mundo de hoje, compreendemos que o mundo do mercado é rigoroso e que exige, muitas vezes, mais do que os indivíduos estão dispostos a dar. O mundo do mercado evoluiu, tornou-se mais rigoroso e, em certas partes, mais “comichoso”. Este mundo, ou por outras palavras, os empregadores, buscam pessoas únicas; Pessoas que não se atrapalham; Pessoas que, se não têm, arranjam; Pessoas que se não sabem, aprendem. Pessoas que não se contentam com metade e que buscam a perfeição; Pessoas que fazem a diferença; Pessoas que querem deixar uma marca positiva no mundo e que o querem tornar mais rico. E, acredito plenamente, que neste mundo do trabalho, só essas pessoas é que atingirão o verdadeiro sucesso. Por essa razão, não considero adequado responder à questão “O que é que queres ser?” com o nome de uma profissão pois o mundo está sempre a mudar e o que estou a fazer hoje, posso não estar a fazer amanhã. Não só por essa razão, mas também pelo facto de que o que eu quero ser não se limita a uma profissão pois considero que uma pessoa é bem mais do que a profissão/ o trabalho que desempenha. Então, nesta perspetiva, o que é que eu quero ser? Bem, eu tenho bem a noção da pessoa que me quero tornar; Eu quero ser alguém humilde; Alguém corajoso. Alguém viajado e, por isso, sábio. Eu quero ser alguém que dá tudo quando a vida parece não querer dar nada. Eu quero ser alguém que transmita simpatia; Alguém que transmita segurança. Eu quero ser alguém que inspire a mudança; Eu quero ser alguém que cause uma mudança.
Não quero ser só uma pessoa de palavras, mas também uma pessoa de ações; Desejo ser, não só uma pessoa que desempenha profissão x, mas um ser humano completo; Justo, sincero e sábio. Quero ser uma pessoa positiva; Uma pessoa sorridente; Uma pessoa persistente. Quero ser uma pessoa dinâmica; uma pessoa “com pica”; Uma pessoa confiante. Quero, acima de tudo, ser uma pessoa que “arrisca e petisca”.
Se me perguntarem “Qual a profissão que gostarias de ter?” a minha resposta já irá ser diferente. E quanto a esta pergunta, só me surge uma resposta: “Leitora de livros para sempre”. Como esta profissão não existe, tentei arranjar uma idêntica e achei que, para quem ama ler como eu, a profissão de editor de livros era perfeita. Mas sossegue quem pensa que eu quero ser uma simples editora de livros: Pois bem, isso não é verídico; Não quero ser uma profissional que se limita a fazer o mínimo do seu trabalho. Eu quero mudar o mundo! Sim! Quero mudar o mundo! Não, não estou a ser demasiado ambiciosa. Quero, pelo menos, mudar um pouco o mundo que me rodeia. Quero deixar uma pegada de como estive e vivi neste mundo. Quero mostrar que o mundo da literatura é um mundo fantástico! Que há tanto mais nos livros do que simples letras, do que simples frases, do que simples textos. Quero promover a leitura; Quero mudar mentalidades; Quero mostrar que certos livros (a maioria, para ser mais exata) são bem mais interessantes que o Secret Story, que o Facebook e que qualquer outra coisa que faz concorrência à literatura! Tal como os grandes homens que foram (e são) Pessoa e Camões, tenho o sonho de acordar os portugueses e de os fazer levar pela maravilha que é a literatura.
Não quero só mudar mentalidades que não leem, mas também mentalidades que leem mas que só leem o que é estrangeiro e que têm na sua cabeça que o que é estrangeiro é que é bom! Tenho o sonho de que Portugal, com isto quero dizer, a população portuguesa apoie o que é nacional e que entenda que o que é português também é bom! Novamente, tal com os grandes senhores, quero que Portugal valorize os seus “cantores”, os seus escritores; Quero que a população da qual faço parte seja conhecida por uma população sábia; Uma população talentosa; Uma população que se orgulha dos seus escritores e que os valoriza. Quero que Portugal recupere aquela sua glória que em tempos o distinguia. Quero que Portugal seja reconhecido como um povo com caracter; Um povo original; Um povo corajoso. Quero que Portugal recupere a sua glória.
Posso parecer sonhadora demais, mas, como o grande John Lennon um dia referiu, não sou a única. Porque o que eu “quero ser” passa por várias etapas. Porque eu não me quero limitar a ser só mais uma no sistema. Não me quero limitar a ser como certas pessoas que se limitam a existir e não a viver.
Porque o mundo pertence a quem se atreve. E eu quero atrever-me a mudar o mundo.
-É uma das principais responsáveis pelo serviço de secretariado a este Dicionário.
Bernardo, Paula Lúcia da Silva Batista Abrantes Duarte, que usa assinar Lúcia Duarte, nasceu em Lisboa a 2 de abril de 1964 e mora em Aljubarrota.
Criou a AAOTA/Associação de Artesanato e Ofícios Tradicionais de Alcobaça, de que veio a sair para criar um grupo de artesãos e mestres de ofícios de todo o País, projeto que consiste em dinamizar e divulgar artesanato, usos e costumes tradicionais e fazer de Aljubarrota o ponto de encontro desses valores.
É oleira de profissão há mais de uma década, percorre feiras medievais com produtos que representem diversos concelhos do País.
Os seus gostos passam pela informática, história e leitura.
Nos tempos livres, diz que só consigo dedicar-me à leitura pois trabalho no barro cerca de 12h por dia.
Lúcia Duarte, foi uma das organizadoras da exposição Passado, Presente e Futuro, que integrava as comemorações do 619.º aniversário da Batalha de Aljubarrota (2004) e apresentou-se trajada a rigor, ostentando uma velha pá de forno.
As várias iniciativas que recriaram o ambiente medieval, em que se destacava a feira e o torneio a pé, contaram com a participação de 200 figurantes e foram organizadas pela Câmara Municipal de Alcobaça e pelas Juntas de Freguesia de S. Vicente e Prazeres de Aljubarrota.
A partir deste ano, Aljubarrota quer ser o centro das comemorações, por ser a localidade que deu o nome à Batalha, disse o presidente da Junta de Freguesia de S. Vicente, Amílcar Raimundo, frisando que o primeiro passo está dado. A categoria destas comemorações, dirigidas ao povo, demonstram o que somos capazes de fazer.
As palavras de Amílcar Raimundo vão ao encontro do pensamento do presidente da Junta de Freguesia de Prazeres, José Lourenço Severino, que acrescenta que fomos sempre marginalizados pelos municípios vizinhos, mas agora estamos dispostos a convidá-los, porque achamos que as comemorações devem ser abertas a todos.
Bernardo, Hermínio Luís, nasceu em 30 de maio de 1942, no lugar de Casal Leirião/Benedita.
Com 11 anos de idade e após completar a 4ª. classe, ingressou na construção civil, onde veio a trabalhar como pedreiro durante 43 anos. Cumpriu o serviço militar durante três anos em Angola, no enclave de Cabinda, entre 1964 e 1966.
Poeta nas horas vagas, reformou-se por invalidez aos 55 anos, a partir dos quais se dedicou por inteiro à poesia popular. É autor dos livros: A Bíblia e a Igreja de Adão a João Paulo II, e Os Párocos da Benedita (e os Padres do meu tempo na Benedita).
Bogalho, Joaquim Ferreira, nasceu no Chamiço/Benedita em 18 de abril de 1898. Através de um tio de Turquel, que residia em Lisboa, rumou para a capital com 6 anos, vindo a tornar-se com o tempo sócio de uma casa de câmbios, na Rua do Ouro. Fez-se sócio do Sport Lisboa e Benfica em 1914 e além de ter jogado como guarda-redes na terceira categoria e antes de ter chegado a Presidente da Direção, desempenhou vários cargos no clube. Durante a sua presidência, o Benfica ganhou 3 campeonatos nacionais de 1954/1955, 1956/1957, e 1959/1960 bem como 6 Taças de Portugal. Foi o grande impulsionador da construção do Estádio da Luz, depois de ultrapassadas dificuldades com a entrega dos terrenos e redigidos os contratos com a Câmara de Lisboa, então presidida pelo Ten. Cor. Salvação Barreto. As obras iniciaram-se a 14 de junho de 1953 e após de 50 anos sem campo próprio, o Benfica iria finalmente ter o seu Estádio da Luz a 1 de dezembro de 1954, inaugurado pelo General Craveiro Lopes. Águia de Ouro, desde 1938, chegou à presidência com esse grande objetivo, construir o Estádio, com dois anéis e 35 mil lugares. Nessa Epopeia do Estádio, galvanizou os adeptos para a sua viabilização.
Foi o responsável pela contratação de Fernando Caiado, ao Boavista, por 200 contos. A Otto Glória ofereceu 200 contos por mês para restruturar o futebol do Benfica.
Era um homem de convicções, apaixonado persistente e por vezes duro que só descansava, depois de alcançado o objetivo proposto.
Faleceu a 30 de setembro de 1977.
-A Junta da Benedita está a preparar uma homenagem ao beneditense Joaquim Ferreira Bogalho, com a colocação de um brasão na chamada rotunda da zona comercial, entre os supermercados Intermarché e Lidl.

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