segunda-feira, 14 de janeiro de 2019





NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas


Cabral, Alcindo, e Carla Gonçalves, pais do pequeno David, que faleceu no início de 2010, na sequência de maus tratos, começaram a ser julgados no dia 20 de novembro de 2011, no Tribunal de Alcobaça. 
O pai, que negou as agressões, estava acusado de homicídio qualificado e a mãe de omissão de auxílio.
Quando, em abril de 2010, o primeiro bombeiro chegou ao apartamento onde Alcindo Cabral e Carla Gonçalves viviam com o filho de seis meses, o bebé já não apresentava sinais vitais. Tinha sangue no nariz e vários hematomas, sendo os mais evidentes na zona dos olhos.
Os bombeiros tinham sido chamados para socorrer uma criança que teria caído de um carrinho de bebé, num apartamento a escassos metros do quartel.
A mesma versão foi dada aos profissionais de saúde do Hospital de Alcobaça, onde foi declarado o óbito. As duas médicas da Unidade de Saúde, que o atenderam, não ficaram satisfeitas com a explicação e alertaram a OSO que, por sua vez, chamou os Inspetores da Polícia Judiciária.
O arguido garantiu ao coletivo de juízes, presidido pelo Magistrado Alfredo Candeias, que não agrediu o filho e que este caiu do carrinho, tendo ele apenas feito respiração boca-a-boca, quando viu o bebé pálido e sem respirar. Telefonou à irmã, Elisana Cabral, que, chegada ao apartamento, se deparou com o bebé com apenas uma fralda vestida, deitado no sofá sobre uma toalha com manchas de sangue. Elisana declarou ao tribunal que o bebé ainda respirava.
A par das marcas de agressão no bebé, foram encontrados diversos vestígios de sangue em vários locais, como a casa de banho, o berço, a sala e o chão. Num contentor do lixo na rua, os inspetores encontraram um saco com toalhetes ensanguentados. A roupa que o bebé vestia quando a mãe saiu para trabalhar, tinha sido lavada e estava a secar no estendal.
Carla Gonçalves, não estava em casa quando o filho foi agredido até à morte, mas testemunhou ou teve conhecimento de outros episódios de violência, como disse ao tribunal. Garantiu não os ter denunciado por medo.
David nasceu a 27 de outubro de 2009. Em dezembro, o pai ter-lhe-á dado várias palmadas nas pernas. Em fevereiro, terá sido uma chapada na cara. Em março, terá atirado o bebé de forma violenta para o sofá, depois de o sacudir, o que lhe provocou inchaços e hematomas. Ainda antes de abril, Alcindo terá desferido uma dentada na face do filho.
-Perante um ato selvático e brutal, Alcindo Cabral foi condenado na segunda-feira de 21 de janeiro de 2011, a 25 anos de prisão, isdto é, a pena máxima prevista pelo Código Penal Português.
O homem recebeu 24 anos de prisão por homicídio qualificado, 4 anos por um crime de violência doméstica, três anos e meio por outro crime de violência. Feitas as contas, e em cúmulo jurídico, foi condenado a 25 anos de cadeia e recolheu ao Estabelecimento Prisional de Leiria, onde se encontrava em prisão preventiva desde que, em Abril de 2010, o bebé David Alexandre, morreu vítima de diversas agressões físicas.
David estava em casa com o pai, a 5 de abril de 2010, depois da mãe ter saído para trabalhar. Entre as 7 e as 10 horas daquela manhã, o bebé, que completaria seis meses de idade no final desse mês, foi espancado ao murro até perder a vida.
Matar alguém com as próprias mãos é o cúmulo da violência, disse o juiz presidente do coletivo, Alfredo Candeias, aquando da leitura do acórdão.
O magistrado sublinhou o distanciamento emocional do arguido relativamente aos factos e lembrou como Alcindo Cabral se referia a David, nunca dizendo que era seu filho e preferindo afirmar aquela criança. O juiz não teve dúvidas: Atuou com intenção de matar. Este tipo de crimes exige da sociedade uma resposta adequada, considerou Alfredo Candeias, que explicou que entre os aspetos que pesaram na decisão do coletivo está o facto de o arguido só ter chamado alguém quando o bebé já estava morto. Aliás, os bombeiros foram alertados horas depois do crime, quando o pequeno David já não apresentava sinais vitais.
-Carla Gonçalves, 21 anos, a mãe do bebé, não estava em casa quando o filho foi assassinado. Mas como David foi vítima de outros atos de violência antes de morrer, o tribunal entendeu que ela poderia ter pedido ajuda, apesar da violência a que foi sujeita e das ameaças de que foi alvo. Assim, embora tenha sido absolvida do crime de omissão de auxílio, Carla Gonçalves foi condenada a 2 anos e seis meses por violência doméstica, por omissão. A pena foi-lhe  suspensa.
Cabral, Manuel de Herédia Caldeira, nasceu em Lisboa, a 28 de Abril de 1968.
É um discreto Ministro da Economia (governo de António Costa), desde 26 de novembro de 2015 responsável por políticas na área da capitalização e reestruturação empresarial (programa Capitalizar), e políticas na área da inovação e do empreendedorismo (como os programas Indústria 4.0 e Startup Portugal), responsável pelo lançamento da estratégia de turismo para a próxima década, que inclui programas como o Portugal Destino Wi-Fi, Algarve 365, e o programa Revive, de recuperação de património histórico para o turismo. Na área da energia foi responsável pelo alargamento da tarifa social de 80 mil para mais de 600 mil beneficiários.
A nova unidade de produção de microalgas foi inaugurada, no dia 24 de outubro de 2016, na  Cibra/Pataias, pelo Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral. O grupo já investiu cerca de 15 milhões de euros, num projeto que se iniciou há quase uma década. O objetivo é capturar o dióxido de carbono ali emitido e transformá-lo num negócio rentável nas áreas alimentares, industriais e farmacêuticas.
Caetano, José Manuel Mateus, filho de Maria do Rosário Mateus Caetano, natural de Ribafria, Benedita e de José Caetano, natural da Mata da Loba, Juncal, nasceu em 28 de março de 1960.
Aos 4 anos, ingressou no Jardim Escola João de Deus, aos 9 na Escola Primária e aos 10 na Escola Técnica para fazer o ciclo, ainda a funcionar na Ala Sul do Mosteiro.
Frequentou a Escola Técnica, até aos 17 anos, tendo concluído do 7º ano dos liceus, apenas algumas disciplinas.
Em 1978, ingressou na Crisal, na secção de Lapidação, e foi requisitado pela Cooperativa de Consumo da Crisal, onde esteve alguns anos. De regresso à fábrica, passou pelas secções Escritório e Informática, de onde viria a sair em 1991.
A partir do final da década de 1970, começou a trabalhar aos fins-de-semana, à noite, na Discoteca Princess, como ajudante de Bar, Barmen e Porteiro.
O gosto pela música havia começado muito antes, através da escuta de rádio, e a adoração pelos discos cresceu com as festas de garagem, principalmente na Cave do Manel, mini clube privado.
Em 1980 foi convidado para ingressar na Discoteca Viamar ,em Alfeizerão, donde sairia em 1982 para substituir o Tó Cruz na cabine da Discoteca Sunset, Fervença.
Saiu em 1994, depois de cumprir um verão na Discoteca o Moinho, Castanheira, sendo convidado para assumir o comando da cabine da Discoteca Eurosol, Leira, embora nos anos finais da sua existência, mas uma das grandes discotecas de Portugal, graças ao conforto, equipamento de som, luzes e imagem.
Seguiu-se a cabine do Bar do Naice, e daí a Discoteca QR, em Alcobaça, agora na condição de sócio, com Gualberto Branco Marques e José Bernardes, quando esta  era uma das mais bonitas de Portugal. Foi uma aventura que durou 3 anos.
Em 2006 abriu em Alcobaça, o Keitas Bar, um pequeno bar que funcionou durante 4 anos e que a crise não perdoou.
O bichinho pela música e pela rádio, vem desde pequeno e, em 1985, desafiado por Rui Custódio num final de tarde de sábado em Évora de Alcobaça, efetuou a primeira emissão pirata da Rádio Cister, oficializada em 1985 como Rádio. Pertence aos quadros desta Rádio desde 1994 e integra a direção da Cooperativa.
Caldeira, Ana Maria Balbino, é natural do concelho de Alcobaça, aí  nasceu a 27 de julho de 1970, efetuou os primeiros estudos e vive.
Tem ligação à paróquia e já tinha trabalhado como jornalista num jornal de Alcobaça, entre 1998 e 1999. Começou em 2010 por colaborar em O Alcoa com artigos de opinião, e no ano seguinte foi convidada pelo pároco de Alcobaça, Padre Carlos Jorge (administrador por inerência), atualmente na paróquia da Amadora, para assumir funções de direção naquele jornal (diretora desde 23 de março de 2011), em substituição de Mário Vazão.
Ana Caldeira salienta que, em 2011, o jornal O Alcoa tinha alguma necessidade de reformulação e renovação. Teria que haver uma atualização. Havia a consciência de que teria de ser feita uma intervenção no jornal a nível da produção dos conteúdos jornalísticos e do grafismo. No fim desse ano 2011, na edição em que comemorámos o 66º aniversário, o jornal surgiu remodelado, conta, sublinhando o papel do então pároco de Alcobaça, O padre Carlos Jorge foi um dos grandes impulsionadores da reformulação do jornal, quer gráfica, quer na profissionalização, quer nas obras das instalações, quer na criação do site. A base do atual logotipo do jornal foi desenhada  por ele.
-Ana Caldeira, é licenciada em Relações Internacionais, com especializações em Turismo. Leciona na ESDICA.

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