NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
A.
M. Catarino (como usa normalmente e gosta de ser conhecido), define-se como sociólogo de formação, formador por vocação,
fotógrafo por paixão e escritor por natureza.
Licenciou-se
em Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova
de Lisboa, trabalhando na área da formação profissional, desde 1999.
Apaixonado
pela fotografia , adquiriu aos 28 anos a primeira máquina fotográfica tipo reflex, decidido a levar o hobby a
sério. Colaborar como formador freelancer
em diversos centros de formação da zona oeste, permitiu-me explorar
fotograficamente Nazaré, Peniche, Caldas da Rainha, entre outros, depois do
horário de trabalho. A passagem para a fotografia digital, em 2004, foi um
período de valiosas aprendizagens e rápida evolução. Desde então, participei em inúmeras exposições individuais e coletivas
e comecei a realizar cursos, workshops e passeios fotográficos, transmitindo
aos outros os conhecimentos e competências adquiridas.
A escrita aparece na minhavida como
consequência natural do meu gosto em entrelaçar a fotografia e a palavra.
Começou
por partilhar textos ilustrando fotografias em blogues, mas a boa reação incentivou-me a ir mais além. Publicou os livros Fragmentário em 2010 e Um em 2011, duas edições de autor. O seu
primeiro romance, intitulado Claridade,
foi editado em Novembro de 2012. Depois disso, apostou em duas edições de autor:
As crónicas de Hélio Meio Frasco em
2013 e Muitos anos sem ti em 2014,
antes de publicar um segundo romance, Antologia,
em Novembro de 2016. Tem participado em diversas antologias e coletâneas, do
qual se destaca Escrever Alcobaça –
Antologia de Contos e Escrever
Alcobaça – Antologia Poética, editadas por Edições Escafandro. O Fantástico, a Ficção Científica e o
Insólito exercem sobre si um fascínio muito especial, o que se reflete em tudo
o que escreve.
Participa ativamente nas associações Amigos das Letras (Alcobaça) e Terra Mágica das Lendas (Benedita).
Ao
nível de galardões, para além de várias distinções enquanto fotógrafo, venceu a
4ª edição do concurso literário Alves Redol, categoria conto, com a obra Outra Vez. O prémio, atribuído
anualmente pela Palavra Cantada -
Associação Cultural, foi entregue a 13 de Dezembro de 2015, na cerimónia em
que foi lançada a coletânea Palavras que
Contam, promovida pela mesma Palavra
Cantada, onde é possível ler o conto deste auitor A escola.
Catarino,
Acácio Ferreira, natural
do lugar de Casal da Estrada/ Benedita, nasceu a 19 de abril de 1935.
Casado,
pai de dois filhos e avô de cinco netos, é licenciado em sociologia pelo
Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa/ISCTE e diplomado em
política social pelo antigo Instituto de Estudos Sociais /IES.
A
vida profissional, muito diversificada, centrou-se, fundamentalmente, nas
questões do emprego e da formação profissional, trabalhando no âmbito do
Ministério responsável pelo Trabalho e Emprego.
Desempenhou
funções técnicas e de diretor (interino) do antigo Serviço Nacional de Emprego,
diretor de serviços de Promoção do Emprego, presidente da Comissão
Interministerial para o Emprego, diretor-geral do Emprego e Formação
profissional e presidente da Comissão Executiva do Instituto do Emprego e
Formação Profissional.
Foi
membro da Equipa-Piloto para o Planeamento da Investigação Científica e
Técnica, em Relação com o Desenvolvimento Económico (anos de 1960), Secretário
de Estado da População e Emprego, no III Governo Constitucional, consultor do
Presidente da República Jorge Sampaio, docente no antigo IES, no ISCTE, no
antigo Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa e na Universidade
Católica.
Em
regime de voluntariado, foi presidente da Cáritas Portuguesa durante cerca de
17 anos, presidente do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado,
membro da Comissão Nacional Justiça e Paz
e dos corpos sociais de várias instituições, nomeadamente, a Cooperativa de
Ensino e Cultura, Benedita, a Santa Casa da Misericórdia de Benedita e Amadora,
o CEERIA, a Associação Portuguesa de Psicogerontologia, e orador em
conferências e iniciativas
É coautor
de alguns livros, autor de artigos publicados em várias revistas e de bastante
mais de mil pequenos artigos publicados, sobretudo, na imprensa regional.
É
Comendador e Grande Oficial de Ordens honoríficas.
Ao
longo da sua vida norteou-se por três
orientações fundamentais: a erradicação da pobreza e o desenvolvimento
integral; a conciliação entre o bem-estar particular e o universal; e, na
perspetiva cristã, a conciliação entre o bem-estar terreno e o mistério da
bem-aventurança eterna.
-Trata-se de pessoa estimada e respeitadadíssima por quem
a Benedita tem natural orgulho.
Fez
o percurso normal dos Bombeiros, desde Subchefe, foi promovido a Ajudante de Comando, depois a Segundo Comandante, em 1995 retirou-se
do ativo por motivo de doença e foi promovido ao Quadro Honorário.
-Após
um ano e meio de prolongada doença e muito sofrimento, faleceu no dia 1 de
janeiro de 1996.
Fez
Licenciatura em Estudos Portugueses e Franceses pela Faculdade de Letras de
Lisboa e é Mestre em Linguística pela mesma Faculdade. Doutorando de
Linguística Computacional, concluiu a parte curricular. Foi Professor de
Português de 1975 a 2012, altura em que se aposentou.
É
autor de três romances Do lacrau e da sua
Picada (2005), Entre Cós e Alpedriz
(2007) e Um amor Inventado (2015),
bem como dois inéditos, um, que segundo diz, vai da crise de 1383/1385 à
Conquista de Ceuta/1415 e o outro da Maria da Fonte/1846 ao Regicídio/1908.
Recebeu
o Prémio Literário Irene Lisboa 2010,
Menção Honrosa no 11º. Concurso Literário
Dr. João Isabel 2010, 3º. Prémio no
13º. Concurso Literário Dr. João Isabel 2012, Menção Especial no Prémio Glória Marreiros 2013 (novela), 2º. Prémio no 15º. Concurso Literário Dr.
João Isabel 2015.
É
Cinto Negro (3º. dan), de Karaté.
-Diz
que soprou-me o vento sobre o barro,
assim fez o meu ser, pés colados à terra, cabeça acima das nuvens.
Cozeu-me à sua imagem — irascível, instável, amigo de larguezas e de solidões.
Deu-me por brinquedos imaginação e argila para os moldar — quase sempre aviões,
como os que sobrevoavam as vinhas por onde corria descalço, braços abertos como
asas tentando elevar-me da mediocridade terrena, e embalado nas descidas pulava
barreiras e silvados, e por instantes também eu voava, não tão alto como os
jatos que traçavam no céu linhas brancas, nem como os falcões que nele
planavam, nem sequer como as esquivas perdizes de voo curto — era antes
esvoaçar de melro de moita em moita, coisa de metros, depois, o preço de cada
sonho: trambolhão na realidade, amortecido pela terra mole sempre amiga, para
outra vez me levantar e acelerar ladeira abaixo, outra ribanceira, outro
salto, outra queda...
No seu soprar constante o vento
levou-me os cabelos um por um, metaforizou as minhas ribanceiras, os meus
silvados, os meus voos, só preservou a veleidade de querer
elevar-me acima da terra de que me fez, isolando-me daqueles que por todo o
lado protestam, resmungam, vociferam, insultam, ameaçam.
Torno-me suspeito pelo silêncio. A
minha linguagem é outra. Oiço as vozes, escuto as raivas, misturo-as, observo
as vidas, confundo-as, depois moldo-as no barro da minha escrita, sopro-lhes a
vida, na esperança de que se não esboroem tão depressa como o pó de que o vento me fez.
É economista, professor
universitário e político. Antigo líder do PSD (em meados de 1985 foi eleito
presidente do PSD), Primeiro-ministro (de 6 de novembro de 1985 a 28 de outubro
de 1995), foi o 19º. Presidente da República (desde 9 de
março de 2006, reeleito a 23 de janeiro de 2011), cujo mandato terminou em 2016.
--Na eleição presidencial
de 1996,Sampaio obteve 3.035.056 votos (53,91%) contra 2.596.131 (46,09%) de
Cavaco Silva. No círculo eleitoral de Leiria, Sampaio obteve 40,04% contra
59,6% de CS.
Na eleição presidencial
de 2006 CS obteve 2.773.431 votos (50,54%) e Manuel Alegre 1.138.297 votos
(20,74%) No círculo eleitoral de Leiria CS obteve 62,3% e MA 17,4%.
-Enquanto Primeiro-ministro e nessa qualidade, visitou Alcobaça em 1986,
depois de ali ter estado em outubro de 1985, em campanha eleitoral.
-Cumprindo
a promessa de Outubro de 1986 e aproveitando o período eleitoral, Cavaco Silva,
visitou o concelho de Alcobaça. Talvez já cansada de política, de campanhas e
promessas eleitorais, a população, mesmo a adepta dos sociais-democratas, não
reagiu da forma que se esperava, tendo em conta os resultados das eleições
anteriores. Não só a saturação, como também a hora a que o ex-Primeiro Ministro
esteve em Alcobaça, três e meia da tarde de sexta-feira dia 10 de julho de
1987, contribuíram para tal.
Apesar
da ser hora de trabalho, estiveram na Praça D. Afonso Henriques, num
minicomício, cerca de 500 animadas pessoas.
A
caravana estava deveras atrasada em relação aos horários previstos, não se
tendo, por isso, concretizado o programado almoço com Cavaco Silva, na Cela.
-Apesar
da chuva, Cavaco Silva teve uma boa receção em Alcobaça na segunda-feira, dia 9
de janeiro de 1996, com muitos simpatizantes a aguardarem a chegada.
O
candidato à Presidência da República chegou a Alcobaça com quase uma hora de
atraso em relação ao previsto (à boa moda portuguesa…), mas ninguém arredou pé
e em um dia de mercado a receção foi numerosa e calorosa. O espaço em frente a
Praça de Táxis, ficou repleto de chapéus e de gente que queria saudar Cavaco
Silva e ouvir o seu discurso.
O
Ex-Primeiro-ministro, agora candidato à Presidência da República, tal como tem
feito ao longo da campanha eleitoral, defendeu em Alcobaça que o melhor para Portugal é o equilíbrio da
distribuição de poderes e voltou a defender a teoria de que não é sensato colocar a carga toda do mesmo
lado do barco, pois acaba por tombar. Eu quero para Portugal um barco bem
equilibrado que vá para a frente no sentido do progresso, da justiça e da
solidariedade, afirmou.
Como
garantia da sua candidatura apresentou as suas origens humildes, e a experiência governativa. Numas eleições que nada têm a ver com partidos políticos
Cavaco Silva afirmou respeito por todos
os portugueses, quer tenham votado no Partido Comunista, no Partido Socialista,
no Partido Popular ou no Partido Social Democrata.
-Cavaco
Silva visitou em novembro de 2005 a Crisal/Atlantis,
no Casal da Areia.
À sua
espera estava apenas o Presidente da Comissão Política da Concelhia do PSD,
Gonçalves Sapinho. Candidato à Presidência da República (depois de ter perdido
uma eleição para Jorge Sampaio), no interior da fábrica, foi recebido por três
elementos da Administração, que lhe serviram de guia e aos acompanhantes.
Depois
de percorrer a área fabril, sem que os operários interrompessem a laboração,
demorou-se na sala de exposições. Aí teve ocasião de tecer considerações sobre
a empresa, que no seu entender se trata de um empreendimento de sucesso. Abriu
um novo Livro de Honra e enalteceu o valor do cristal da Crisal, que juntamente
com a Vista Alegre constitui um bom embaixador dos produtos de Portugal,
afirmando, creio que existe um exemplar
na Casa Branca.
-Alcobaça
foi palco, no dia 21 de dezembro de 2005, de um megajantar realizado no
Mercoalcobaça de apoio a sua candidatura à Presidência da República, na que foi
a primeira incursão do ex-primeiro ministro pelo distrito de Leiria.
Cavaco
Silva passou por Caldas da Rainha antes do jantar no Mercoalcobaça na presença
de muitas centenas de apoiantes de todo o distrito.
Para
Maria Helena da Bernarda, mandatária distrital de Cavaco Silva, o facto de Alcobaça receber uma das mais
importantes iniciativas da candidatura de Cavaco Silva é sintomática da
importância do concelho. Para além de Leiria, Alcobaça e Pombal são dois
concelhos que vão dar muitos votos. É um grande concelho e claramente apoiante
de Cavaco Silva. Sempre demonstrou isso em outros atos eleitorais. Faz todo o
sentido este jantar ser aqui, salientou a mandatária.
-Acompanhado da Esposa e pela Secretária de Estado Adjunta da
Reabilitação Idália Moniz, Cavaco Silva deslocou-se a 19 de dezembro de 2006 a
Alcobaça, numa visita no âmbito da Jornada
do Roteiro para a Inclusão de Pessoas com Deficiência, onde destacou a
ARFAI-IGM Faianças, Ld.ª, sediada em Aljubarrota, por ter empregado 3 pessoas
portadoras de deficiência, o que lhe valeu um prémio do Instituto do Emprego e
Formação Profissional.
-Cavaco
Silva, visitou a ICEL/Benedita em 2010 e durante essa visita agraciou João
Jorge (Presidente do CA) com a Comenda Ordem de Mérito Agrícola, Comercial e
Industrial/Classe Industrial, tornando-o assim o primeiro Comendador da
Benedita.
-Cavaco
Silva continuou a ser Presidente da República nos próximos cinco anos. O
candidato apoiado pelo PSD, CDS e MEP venceu as eleições realizadas no dia 23
de Janeiro de 2011, com 52,9% dos votos, seguido de Manuel Alegre com 19,8%,
Fernando Nobre, com 14,1%, Francisco Lopes, com 7,1%, José Manuel Coelho, com
4,5% e Defensor de Moura, com 1,6%. No distrito de Leiria, Cavaco Silva obteve
resultados acima da média nacional, obtendo 61,6%, contra 14,6% de Manuel
Alegre,14,5% de Fernando Nobre e 4,7% de Francisco Lopes. Pelo contrário,
no distrito de Santarém, Cavaco Silva obteve resultados abaixo da média
nacional, com 51,9%, seguido de Manuel Alegre com 19,4%, Fernando Nobre com
15,3% e Francisco Lopes, com 8,4%.
Comparativamente
à eleição presidencial anterior, Cavaco Silva obteve 2,2 milhões de votos
contra 2,7 milhões em 2006, registando uma perda de meio milhão de votos.
Também Manuel Alegre perdeu votos nesta eleição presidencial, obtendo 832
mil votos, contra o 1,1 milhão de votos há cinco anos.
Em
Alcobaça, Cavaco Silva obteve 59,8%, Manuel Alegre 15,5%, Fernando Nobre,14,9%,
Francisco Lopes 4,5%, José Manuel Coelho 4,1% e Defensor de Moura 1,2%.
-Samuel Delgado, empresário e Presidente do Conselho de Administração de
Solancis, empresa sediada na Benedita, foi condecorado por Cavaco Silva com o
grau de Comendador da Ordem do Mérito
Empresarial em cerimónia que decorreu no dia 17 de dezembro de 2015, no
Centro Cultural de Macieira de Cambra/Vale de Cambra, que marcou a conclusão
das Jornadas no Roteiro para uma Economia
Dinâmica.
-Cavaco Silva deixou a Presidência da República no meio de alguma
polémica, substituído por Rebelo de Sousa que tem cultivado um estilo diferente
e com grande aceitação popular.
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