NO
TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50
Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas
Barqueiro, Armando Pacheco, no dia 4 de agosto de 2005, faleceu no Canadá, com 75 anos
de idade.
Armando
Barqueiro foi, durante cerca de 40 anos, diretor do jornal em português A Voz de Portugal e proprietário da Agência de Viagens Lisboa. Tinha estado
em Alcobaça no dia 28 de maio de 2005, a propósito da festa de homenagem a José
António Crespo e, como disse, aproveitou para se despedir dos amigos.
Armando
Barqueiro estava doente sendo o desenlace há muito previsto. Em Montreal era
uma referência para os portugueses lá residentes, principalmente os da região
de Alcobaça.
-Nasceu,
oficialmente, no dia 13 de novembro de 1929, em Porto de
Mós, apesar das raízes serem nazarenas. Filho de um nazareno que sem explicação, nasceu em Lisboa, Armando Barqueiro
acabou por nascer em Porto de Mós, porque o
meu pai era pedreiro e quando houve uma crise de trabalho migrou para Porto de
Mós. Aos seis anos fui ter a Alcobaça, uma vez mais na sequência da
atividade profissional do pai.
No
entanto, não se pense que este vai e vem lhe gerou uma crise de identidade. Quando me perguntam de onde sou, respondo
imediatamente que sou de Alcobaça, pois sinto-me Alcobacense.
Foi
em Alcobaça que cresceu, estudou, casou e iniciou a carreira.
Quando conclui a quarta classe, ganhei
uma bolsa de estudo no Instituto Alcobacence, mas aos 10 anos, tive o
discernimento de saber que não poderia aceitar por razões económicas, visto que
não tinha livros, nem calçado, nem fatos para ombrear com os restantes alunos.
Contrariando
a vontade do pai, que era o homem mais
correto e mais verticalíssimo que vi na minha vida, Armando Barqueiro não
prosseguiu os estudos, apesar de ter
prometido a meu pai que, assim que pudesse, os retomava. Quando os estudos
de Armando Barqueiro prosseguiram, o meu
pai já tinha falecido.
Em
regime noturno, casado e pai de um filho, Armando Barqueiro completou o sexto
ano na Escola Técnica de Alcobaça.
Tecnicamente fui o primeiro graduado da
Escola Técnica de Alcobaça.
No
ano em que terminou o curso secundário, foi convidado para dar aulas na ETA.
Depois de alguns contratempos, Armando Barqueiro iniciou a carreira como
professor, descobrindo a verdadeira vocação. Eu amava ensinar Eu sabia que
aquela gente saía da aldeia de madrugada, muitas vezes a pé, malcomidos e no
final do dia estava fatigadíssimo. Eu sabia que muitos estavam lá, mas o
intelecto não estava.
Esta
paixão pelo ensino marcou a sua vida profissional de Armando Barqueiro até ao
dia em que decidiu emigrar.
Base Boy, foi a categoria com que iniciou o
percurso profissional, incumbido de assistir aos empregados de mesa de um
grande clube canadiano. Mais tarde, foi convidado para comandar os empregados
de mesa do clube.
Em
1967, recebeu um convite para sócio de uma loja de eletrodomésticos. O meu sócio que era russo era uma joia de
pessoa, mas tinha dois defeitos: era jogador e bebia vodka como eu bebo água,
pelo que só tive a loja até 1969, cansado
dos problemas.
Na
altura, decidiu dedicar-se ao turismo, fazendo uso da quota que detinha na agência de viagens Lisboa, à qual me
dediquei de corpo e alma. Desde então, tenho sido agente de viagens.
-Armando
Barqueiro, foi agraciado no dia 11 de outubro de 1996, com o grau de Comendador da Ordem de Mérito Agrícola,
Comercial e Industrial. A cerimónia de imposição das insígnias teve lugar
no Consulado Geral de Portugal, em
Montreal e foi presidida por José Lello, Secretário
de Estado das Comunidades. Participaram neste ato oficial, o Embaixador de Portugal,
em Otava, Fernando Silva Marques, o Diretor Geral dos Assuntos e Comunidades
Portuguesas, Domingos Garrido, entre outros convidados.
Barrão, Maria Joana,
nasceu a 8 de agosto
de 1920 em S. Romão/ Vila Viçosa.
Pensando
desde menina ser professora, iniciou os estudos em Portalegre e depois fez o
curso do Magistério Primário, em Leiria. Por alturas de 1950, foi colocada na
Escola dos Covões (onde obteve a efetividade na função), e esteve 20 anos,
tendo também lecionado em Casal dos Ramos e Venda das Raparigas. Seu marido,
Manuel Augusto da Cruz Fernandes, natural de Cantanhede, foi funcionário do Serviço
de Finanças de Alcobaça.
Maria
Joana Barrão, embora vivendo há cerca de 60 anos em Alcobaça, nunca ali exerceu
funções docentes.
Barreiro, Jaime
Henriques, natural de Castanheira/Coz, onde nasceu a 25 de dezembro
de 1942, é licenciado em Medicina pela Universidade de Coimbra com a ced. prof.
12466.
Fez
serviço militar em Moçambique, foi Diretor do Centro de Saúde de Alcobaça e
médico do Hospital Bernardino Lopes de Oliveira, além de atividade privada em
consultório próprio. Tinha a especialidade de Medicina Interna. Foi médico de
várias empresas da região, também com a especialidade de Medicina do Trabalho,
bem como do Ginásio Clube de Alcobaça na década de 1980.
Vítima
de doença grave, abandonou definitivamente a atividade profissional há alguns anos.
Profissional
competente e de bom trato, deixou saudade, recordações pessoais e profissionais.
Barreiro, Mário José Almeida Lopes, é natural de Póvoa/Coz, onde pertenceu
ao Corpo Nacional de Escutas, casado e pai de um filho.
Em
1991, concluiu a Licenciatura em
Organização e Gestão de Empresas, no Instituto de Ciências do Trabalho e da
Empresa e, em 1992, uma Pós-graduação em
Estratégias de Exportação, no Instituto Superior de Economia e Gestão.
Foi
Chefe da Secção Financeira do Campo de Tiro de Alcochete durante o Serviço
Militar Obrigatório.
De
1991 a 2005, desempenhou várias funções nas qualidades de gestor e de consultor
de gestão.
Em
2005, iniciou a atividade de Professor de Educação Moral e Religiosa Católica,
vindo a concluir um Mestrado em Ciências Religiosas, na Universidade Católica
Portuguesa, em 2010.
Enquanto
professor foi, de 2005 a 2010, assessor do Conselho Executivo do Agrupamento de
Escolas D. João II, das Caldas da Rainha, tendo desempenhado as funções de
Coordenação do Serviço de Educação e Formação de Adultos.
Para
além de colaborar na vida da Paróquia do Santíssimo Sacramento, de Alcobaça,
pertence à Associação Partilha Ajuda Solidária do Oeste, entidade responsável
pelo Banco Alimentar do Oeste.
É
Presidente do Conselho Fiscal da Caixa de Crédito Agrícola de Alcobaça, desde
Abril de 2010 e Presidente do Conselho de
Administração da Fundação Maria e Oliveira desde janeiro de 2014 (convidado
pela CMA), instituição a que muito se dedica.
Desde
1913 a Fundação Maria e Oliveira continua
a dar cumprimento ao sonho de Maria do Carmo Eliseu e Oliveira e de Manuel José
de Sousa e Oliveira.
No
serviço à infância, a Fundação inclui uma creche com berçário, um Jardim de
Infância e um Centro de Atividades de Tempos Livres. Para cuidar da população
sénior a Fundação Maria e Oliveira disponibiliza os serviços de Centro de Dia,
Apoio Domiciliário e Estrutura Residencial para Idosos, preparada para os
vários graus de dependência. O apoio ao envelhecimento ativo é concretizado
através de um Centro de Convívio e de uma Universidade Sénior/Usalcoa. A
Fundação conta ainda com 19 fogos destinados à habitação social, em complemento
da oferta municipal nesta área.
O CA
da Fundação Maria e Oliveira é um órgão colegial cuja secretária, Alcina Sousa,
foi nomeada pela Câmara Municipal de Alcobaça o tesoureiro, Eduardo Marques, pela
Santa Casa da Misericórdia de Alcobaça. O Presidente do Conselho de
Administração foi nomeado pelo Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça.
Durante o nosso mandato, procuramos
zelar por uma gestão adequada dos recursos, que promova a sustentabilidade da
Fundação e que permita uma permanente melhoria das condições de trabalho e de
prestação dos vários serviços aos muitos utentes e famílias que a ela recorrem.
Desta forma, visamos o reforço e a atualização do importante papel que a
Fundação Maria e Oliveira desempenha na economia social do concelho e da região
de Alcobaça, neste seu segundo século de serviço às populações mais
carenciadas.
-Mário
Barreiro gosta de ler, estar com a família e fazer caminhadas, ou pelo menos
gostava, até ter o tempo ocupado.
A sustentabilidade das valências
sociais é apontada como a minha grande preocupação.
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