segunda-feira, 14 de janeiro de 2019


NO TEMPO DE PESSOAS “IMPORTANTES” COMO NÓS
50 Anos da História de Alcobaça Contada através de Pessoas


Barqueiro, Armando Pacheco, no dia 4 de agosto de 2005, faleceu no Canadá, com 75 anos de idade.
Armando Barqueiro foi, durante cerca de 40 anos, diretor do jornal em português A Voz de Portugal e proprietário da Agência de Viagens Lisboa. Tinha estado em Alcobaça no dia 28 de maio de 2005, a propósito da festa de homenagem a José António Crespo e, como disse, aproveitou para se despedir dos amigos.
Armando Barqueiro estava doente sendo o desenlace há muito previsto. Em Montreal era uma referência para os portugueses lá residentes, principalmente os da região de Alcobaça.
-Nasceu, oficialmente,  no dia 13 de novembro de 1929, em Porto de Mós, apesar das raízes serem nazarenas. Filho de um nazareno que sem explicação, nasceu em Lisboa, Armando Barqueiro acabou por nascer em Porto de Mós, porque o meu pai era pedreiro e quando houve uma crise de trabalho migrou para Porto de Mós. Aos seis anos fui ter a Alcobaça, uma vez mais na sequência da atividade profissional do pai.
No entanto, não se pense que este vai e vem lhe gerou uma crise de identidade. Quando me perguntam de onde sou, respondo imediatamente que sou de Alcobaça, pois sinto-me Alcobacense.
Foi em Alcobaça que cresceu, estudou, casou e iniciou a carreira.
Quando conclui a quarta classe, ganhei uma bolsa de estudo no Instituto Alcobacence, mas aos 10 anos, tive o discernimento de saber que não poderia aceitar por razões económicas, visto que não tinha livros, nem calçado, nem fatos para ombrear com os restantes alunos.
Contrariando a vontade do pai, que era o homem mais correto e mais verticalíssimo que vi na minha vida, Armando Barqueiro não prosseguiu os estudos, apesar de ter prometido a meu pai que, assim que pudesse, os retomava. Quando os estudos de Armando Barqueiro prosseguiram, o meu pai já tinha falecido.
Em regime noturno, casado e pai de um filho, Armando Barqueiro completou o sexto ano na Escola Técnica de Alcobaça.
Tecnicamente fui o primeiro graduado da Escola Técnica de Alcobaça.
No ano em que terminou o curso secundário, foi convidado para dar aulas na ETA. Depois de alguns contratempos, Armando Barqueiro iniciou a carreira como professor, descobrindo a verdadeira vocação. Eu amava ensinar Eu sabia que aquela gente saía da aldeia de madrugada, muitas vezes a pé, malcomidos e no final do dia estava fatigadíssimo. Eu sabia que muitos estavam lá, mas o intelecto não estava.
Esta paixão pelo ensino marcou a sua vida profissional de Armando Barqueiro até ao dia em que decidiu emigrar.
Base Boy, foi a categoria com que iniciou o percurso profissional, incumbido de assistir aos empregados de mesa de um grande clube canadiano. Mais tarde, foi convidado para comandar os empregados de mesa do clube.
Em 1967, recebeu um convite para sócio de uma loja de eletrodomésticos. O meu sócio que era russo era uma joia de pessoa, mas tinha dois defeitos: era jogador e bebia vodka como eu bebo água, pelo que só tive a loja até 1969, cansado dos problemas.
Na altura, decidiu dedicar-se ao turismo, fazendo uso da quota que detinha na agência de viagens Lisboa, à qual me dediquei de corpo e alma. Desde então, tenho sido agente de viagens.
-Armando Barqueiro, foi agraciado no dia 11 de outubro de 1996, com o grau de Comendador da Ordem de Mérito Agrícola, Comercial e Industrial. A cerimónia de imposição das insígnias teve lugar no Consulado Geral de Portugal, em Montreal e foi presidida por José Lello, Secretário de Estado das Comunidades. Participaram  neste ato oficial, o Embaixador de Portugal, em Otava, Fernando Silva Marques, o Diretor Geral dos Assuntos e Comunidades Portuguesas, Domingos Garrido, entre outros convidados.
Barrão, Maria Joana, nasceu a 8 de agosto de 1920 em S. Romão/ Vila Viçosa.
Pensando desde menina ser professora, iniciou os estudos em Portalegre e depois fez o curso do Magistério Primário, em Leiria. Por alturas de 1950, foi colocada na Escola dos Covões (onde obteve a efetividade na função), e esteve 20 anos, tendo também lecionado em Casal dos Ramos e Venda das Raparigas. Seu marido, Manuel Augusto da Cruz Fernandes, natural de Cantanhede, foi funcionário do Serviço de Finanças de Alcobaça.
Maria Joana Barrão, embora vivendo há cerca de 60 anos em Alcobaça, nunca ali exerceu funções docentes.
Barreiro, Jaime Henriques, natural de Castanheira/Coz, onde nasceu a 25 de dezembro de 1942, é licenciado em Medicina pela Universidade de Coimbra com a ced. prof. 12466.
Fez serviço militar em Moçambique, foi Diretor do Centro de Saúde de Alcobaça e médico do Hospital Bernardino Lopes de Oliveira, além de atividade privada em consultório próprio. Tinha a especialidade de Medicina Interna. Foi médico de várias empresas da região, também com a especialidade de Medicina do Trabalho, bem como do Ginásio Clube de Alcobaça na década de 1980.
Vítima de doença grave, abandonou definitivamente a atividade profissional há alguns anos.
Profissional competente e de bom trato, deixou saudade, recordações pessoais e profissionais.
Barreiro, Mário José Almeida Lopes, é natural de Póvoa/Coz, onde pertenceu ao Corpo Nacional de Escutas, casado e pai de um filho.
Em 1991, concluiu a Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas, no Instituto de Ciências do Trabalho e da Empresa e, em 1992, uma Pós-graduação em Estratégias de Exportação, no Instituto Superior de Economia e Gestão.
Foi Chefe da Secção Financeira do Campo de Tiro de Alcochete durante o Serviço Militar Obrigatório.
De 1991 a 2005, desempenhou várias funções nas qualidades de gestor e de consultor de gestão.
Em 2005, iniciou a atividade de Professor de Educação Moral e Religiosa Católica, vindo a concluir um Mestrado em Ciências Religiosas, na Universidade Católica Portuguesa, em 2010.
Enquanto professor foi, de 2005 a 2010, assessor do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas D. João II, das Caldas da Rainha, tendo desempenhado as funções de Coordenação do Serviço de Educação e Formação de Adultos.
Para além de colaborar na vida da Paróquia do Santíssimo Sacramento, de Alcobaça, pertence à Associação Partilha Ajuda Solidária do Oeste, entidade responsável pelo Banco Alimentar do Oeste.
É Presidente do Conselho Fiscal da Caixa de Crédito Agrícola de Alcobaça, desde Abril de 2010 e Presidente do Conselho de Administração da Fundação Maria e Oliveira desde janeiro de 2014 (convidado pela CMA), instituição a que muito se dedica.
Desde 1913 a Fundação Maria e Oliveira continua a dar cumprimento ao sonho de Maria do Carmo Eliseu e Oliveira e de Manuel José de Sousa e Oliveira.
No serviço à infância, a Fundação inclui uma creche com berçário, um Jardim de Infância e um Centro de Atividades de Tempos Livres. Para cuidar da população sénior a Fundação Maria e Oliveira disponibiliza os serviços de Centro de Dia, Apoio Domiciliário e Estrutura Residencial para Idosos, preparada para os vários graus de dependência. O apoio ao envelhecimento ativo é concretizado através de um Centro de Convívio e de uma Universidade Sénior/Usalcoa. A Fundação conta ainda com 19 fogos destinados à habitação social, em complemento da oferta municipal nesta área.
O CA da Fundação Maria e Oliveira é um órgão colegial cuja secretária, Alcina Sousa, foi nomeada pela Câmara Municipal de Alcobaça o tesoureiro, Eduardo Marques, pela Santa Casa da Misericórdia de Alcobaça. O Presidente do Conselho de Administração foi nomeado pelo Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça.
Durante o nosso mandato, procuramos zelar por uma gestão adequada dos recursos, que promova a sustentabilidade da Fundação e que permita uma permanente melhoria das condições de trabalho e de prestação dos vários serviços aos muitos utentes e famílias que a ela recorrem. Desta forma, visamos o reforço e a atualização do importante papel que a Fundação Maria e Oliveira desempenha na economia social do concelho e da região de Alcobaça, neste seu segundo século de serviço às populações mais carenciadas.
-Mário Barreiro gosta de ler, estar com a família e fazer caminhadas, ou pelo menos gostava, até ter o tempo ocupado.
A sustentabilidade das valências sociais é apontada como a minha grande preocupação.

Sem comentários: