NEM SEMPRE GALINHA, NEM SEMPRE RAINHA
Fleming
de Oliveira
Creio que muitos conhecem a expressão nem sempre galinha nem sempre rainha, embora não saibam a sua
origem. Segundo reza a História, é atribuída a D. João V, conhecido principalmente
com o cognome de Magnânimo, mas
também pelo de Freirático, dado o seu
apreço por freiras.
Ficou célebre o seu relacionamento com
Madre Paula, superiora do Mosteiro de Odivelas, de quem teve vários filhos que
educou cuidadosamente, os quais eram conhecidos por Meninos de Palhavã, em virtude de residirem na Palhavã, no palácio
onde funciona atualmente a Embaixada de Espanha.
A rainha era austríaca e muito feia, pelo
que por isso o nosso rei procurava outras companhias, bem mais interessantes e
comunicáveis. A rainha, sentindo-se preterida, foi queixar-se ao seu padre
confessor. Um dia, este chamou o rei à atenção para esse facto, o qual ordenou
ao cozinheiro que a partir desse daí, servisse todos os dias galinha ao padre,
De início, o este ficou agradado e deliciado com o menu. Mas passados uns dois
ou três meses, o homem andava enjoado e magro pelo, o que o levou a queixar-se
ao rei que o cozinheiro só lhe dava galinha.
Foi quando o rei, muito maliciosamente,
lhe retorquiu:
- Pois é senhor padre! Tem toda a razão, nem
sempre galinha, nem sempre rainha!
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