sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

-O APOIO RELIGIOSO NA I GUERRA. OS CAPELÃES MILITARES DE ALCOBAÇA-

-O APOIO RELIGIOSO NA I GUERRA.
OS CAPELÃES MILITARES DE ALCOBAÇA-


Fleming de Oliveira


Logo que Portugal entrou na Guerra, a imprensa católica iniciou uma campanha no sentido de incorporar no CEP, um Corpo de Capelães Voluntários, que acompanhasse os soldados e lhes prestasse apoio religioso. Os governos da República entendiam que a religião dizia respeito ao foro íntimo de cada um, devendo estar afastada de instituições, tal como a Escola e o Exército. Porém, numa conjuntura como esta, era difícil ao Governo incorrer no desagrado da maioria da população em matéria tão sensível, pelo que os católicos conseguiram ter na frente de batalha, como voluntários, os seus Capelães. No enorme caldeirão da guerra, debateram-se livres-pensadores, que viviam a descrença com um fervor nada inferior a militantes crentes, capelães católicos e protestantes, o que permitiu que militares portugueses e ingleses rezassem em conjunto ou que capelães portugueses oficiassem junto de civis franceses, ao lado do clero local.
Só após a partida do primeiro contingente do CEP, o Corpo de Capelães foi organizado, sendo estes graduados em Alferes, sem direito a soldo, situação que se manteve até que Sidónio Pais, determinou que fossem abonados com o soldo correspondente ao posto. Para suprir esta situação, foi constituída uma Comissão de Assistência Religiosa/CCAR, presidida pelo Cardeal Patriarca, D. António Mendes Belo, a fim de angariar fundos para subsidiar os capelães e custear as despesas de culto e assistência.
A CCAR pediu a intervenção do Papa Bento XV, para os Capelães Militares, que a concedeu em conjunto com outras faculdades, para exercerem o seu múnus, enquanto durasse a guerra, nomeadamente no respeitante às confissões, à celebração da Missa, às bênçãos, à récita do ofício e apoio psicológico.
A CCAR ainda solicitou ao Papa, no seguimento dos combates de Abril de 1918, em que muitos portugueses foram feitos prisioneiros e levados para a Alemanha, que interviesse a favor da sua sorte. Refira-se que existiram campos de prisioneiros para oficiais e outros para praças, campos disciplinares para oficiais e outros para praças, mas muito da vida dos prisioneiros de guerra portugueses, não decorria nesses campos, outrossim em trabalhos pesados como mão de obra barata, operários fabris, mineiros, ou em trabalhos agrícolas, se bem que os oficiais não eram obrigados a prestar trabalho. Os soldados na I Guerra estavam, em teoria, protegidos pela Convenção de Haia de 1907, que continha as primeiras regras internacionais de tratamento de prisioneiros de guerra. A 12 de Abril de 1918, encontravam-se em Lille, cerca de 3.000 prisioneiros portugueses, dos quais 230 eram oficiais, a aguardar o envio para campos na Alemanha e, aquando do armistício, cerca de 6.500. Os prisioneiros de guerra portugueses admitiram, quando libertados, que,  no momento da captura, pensaram que iriam morrer. Este receio decorria, em parte, das informações sobre a prática de atrocidades cometidas pelo alemão sobre soldados e civis, criando-se a consciência que a sobrevivência dependia da boa vontade daquele. A sobrevivência dos prisioneiros internados em campos, deveu-se em muito à ação da Cruz Vermelha Internacional, que lhes fazia chegar encomendas, com comida, tabaco e agasalhos. Em Portugal, o envio dessas encomendas, dependeu de iniciativas desenvolvidas pela Associação Cruzada das Mulheres Portuguesas, Cruz Vermelha Portuguesa, Triângulo Vermelho Português ou O Século. O Governo Português criou o Comité de Socorro aos Militares e Civis Portugueses Prisioneiros de Guerra, como forma de organizar as iniciativas, e coordenar ações humanitárias com as estruturas dos Aliados.
Em Alcobaça, a Sub-Comissão da Cruzada das Mulheres Portuguesas, sob a orientação genérica de senhoras conotadas com o Centro Republicano, vinha distribuindo alguns pequenos fundos pelas famílias mais necessitadas de mobilizados do concelho, com pensões que variavam de 1$000 a 5$000 mensais, bem como fornecia alguns materiais doados para confeção de roupa quente.
De um modo geral, o público que não tinha familiares na Guerra, graças à forte censura ignorava a penosa vivência por que passavam os prisioneiros portugueses, sujeitos a maus tratos físicos e psicológicos. Se a grande maioria, passou por um período médio de nove meses de cativeiro, muitos estiveram mais de um ano detidos até voltarem a Portugal. Os prisioneiros eram forçados a depender da comida fornecida pelos guardas, o que acarretava um estado permanente de carência alimentar. A fome causava nos prisioneiros depressão física e psicológica, que por vezes levava a que se confrontassem entre si, além de acarretarem doenças intestinais e de estômago. Em 1918, a Alemanha alimentava com dificuldade a sua tropa e população civil, o que deixava muito pouco  para os prisioneiros. A capacidade de resistência da população civil, começava a sofrer grande desgaste, com efeitos na coesão interna, apesar dos apelos nacionalistas do Kaiser e de alguns militaristas oficiais superiores. Houve também Capelães Militares portugueses feitos prisioneiros, o que viabilizou alguma assistência religiosa aos militares. Para o ofício da Missa faltava, porém, o vinho branco, terá comentado o Pe. Manuel Caetano quando regressado a Portugal, embora não tivesse passado por essa situação de prisioneiro.
Se é possível afirmar que os Capelães Militares não estiveram de facto tanto tempo nas trincheiras como os demais soldados portugueses, viveram, todavia, as mesmas condições, não só nos longos períodos de espera, como situações de combate. Aquando da Batalha de La Lys pelo menos 6, encontravam-se na primeira linha de trincheiras, o que justificou que viessem a ser louvados e condecorados, pelo espírito de desinteresse, abnegação e sacrifício com que se tem dedicado ao desempenho da sua missão.
-OS VALOROSOS CAPELÃES MILITARES (ALCOBACENSES)-
Manuel Rodrigues Silvestre, filho de José Rodrigues Silvestre e de Marcelina da Piedade, nasceu a 17 de Janeiro de 1869, tendo no dia 6 do mês seguinte sido batizado na igreja de S. Simão da Brogueira/Torres Novas (embora em certos registos militares apareça, identificado como Manuel Roiz da Silveira, seguramente por lapso). A partir de Outubro de 1882, iniciou estudos preparatórios e prosseguiu depois com o curso teológico, no Seminário de Santarém. Neste contexto, recebeu a tonsura e as ordens menores a 21 de Dezembro de 1889, o subdiaconado a 21 de Fevereiro de 1891 e o diaconado a 14 de Março do mesmo ano. A sua ordenação para presbítero ocorreu a 19 de Setembro de 1891. É recordado na Cela por, ainda novo, ter começado a sentir o peso da vida, reconhecendo que necessitava de lutar sem o auxílio estranho, sem cruzar armas, sem se entregar ao desânimo. Foi corajoso, trabalhou e… venceu. O Pe. Manuel Rodrigues Silvestre desempenhou o cargo de pároco, nomeadamente em Serra do Bouro e Tornada, Eira, Bucelas e Cela/Alcobaça, aqui falecendo a 15 de Junho de 1936. O Pe. Silvestre, adepto da República que se ofereceu em 2 de Fevereiro de 1917 para acompanhar o CEP, conjuntamente com outros capelães militares, criticou severamente o comando português, pelo facto de os cadáveres de militares nacionais estarem a ser cobertos com a bandeira inglesa, o que contribuiu para ser alterado esse estranho procedimento, que causava mal estar, bem como o que reputava de alguma indiferença ou incompreensão pelo seu trabalho e sacrifício no front. Valente, esforçado e abnegado, sofreu ao lado dos militares, e como eles, o esforço da guerra, tendo sido ferido no abdómen e braço na explosão de um engenho. Embora não gaseado, foi abatido em 14 de Janeiro de 1918, ao Corpo de Capelães Militares, o que muito o entristeceu. Regressado a Portugal, continuou a sua missão sacerdotal na Cela, sem que o governo da República, haja feito por ele mais que lhe prestar alguma assistência hospitalar, em Lisboa. Faleceu a 15 de Junho de 1936, encontrando-se sepultado em campa rasa, no cemitério da Cela, ao lado dos pais de Francisco Leonardo Eusébio que, por sua vez, informou que foi ainda por ele batizado em 1935. Ao que consta, o Pe. Manuel Silvestre, nunca se deu bem com o conservador e regressado Pároco de Alcobaça/Ribeiro d’Abranches, os Párocos da Benedita/Manuel dos Santos Canastreiro, de Aljubarrota/José António de Campos Júnior e de Caldas da Rainha/José Augusto Rosário Dias, a quem imputava não se terem oferecido como capelães militares.
Manuel dos Santos Canastreiro, nasceu a 14 de Abril de 1882. Com treze anos, ingressou no pequeno Seminário do Patriarcado de Lisboa e, mais tarde, cursou teologia no Pontifício Seminário Romano e Colégio Português em Roma. Na Pontifícia Universidade Romana obteve a licenciatura em filosofia, teologia e direito canónico. Foi ordenado em Lisboa, no dia 17 de Dezembro de 1910 pelo Bispo D. António Mendes Belo, ficando incardinado nesta diocese. O Pe. Manuel dos Santos Canastreiro, que não gozava de muita saúde, foi pároco encomendado na Benedita a partir de 1916 até 1930. Posteriormente paroquiou em Alcobaça e Maiorga. Esteve ainda à frente da paróquia da Pederneira, tornou-se vigário da Vara de Alcobaça e ocupou o cargo de Reitor do Santuário de Nª. Sª. da Nazaré. Enfim, era um inteletual e gostava de se assumir como tal. Faleceu subitamente no dia 5 de Agosto de 1944 em Lisboa, sendo pároco do Campo Grande.
José António de Campos Júnior, natural da freguesia de Alcobaça, era filho de José António de Campos, ferreiro de profissão, e de Gertrudes de Campos. Frequentou o seminário de Santarém e após a sua ordenação paroquiou em S. Vicente de Aljubarrota, entre 1908/1920. José António de Campos Júnior acumulou Pároco de Nª. Sª. dos Prazeres, em Aljubarrota entre 1919/1920. Gostava de ir à caça, mas afirmava-se radicalmente contra a guerra, inclusivamente com a participação portuguesa e Afonso Costa, que classificava como vendedor de carneiros, mesmo a partir do púlpito.
Por sua vez, José Augusto Rosário Dias, nasceu a 11 de Novembro de 1882. Com 14 anos, ingressou no seminário de Coimbra para efetuar os cursos preparatórios e de teologia. Com vinte e dois anos, foi ordenado presbítero e no mês seguinte admitido no Patriarcado de Lisboa. Nesta diocese, foi capelão no Hospital de Caldas da Rainha, coadjutor e pároco encomendado na paróquia das Caldas da Rainha, chegando a ser vigário da Vara. Dizia que a sua grande vocação era o ensino e que gostaria de ser professor se não fosse sacerdote. Também se assumia como contrário à intervenção de Portugal na Guerra, o que lhe acarretou alguns problemas com as autoridades civis. Faleceu a 29 de Novembro de 1939.
O Pe. Manuel Silvestre foi Presidente da Junta de Freguesia da Cela, tendo nessa qualidade mandado restaurar a igreja e subir a torre sineira, aonde existe uma placa alusiva. F. Leonardo Eusébio pretende vir a ser sepultado ao lado dos pais e do Pe. Silvestre, tendo já comprado o espaço necessário. Este, pela sua extraordinária afabilidade, deixou muitas e interessantes lembranças, nomeadamente quanto à forma de se deslocar. Numa altura em que já era relativamente vulgar as pessoas, com certo estatuto, deslocarem-se de carro ou mesmo de bicicleta, o Pe. Silvestre persistia em faze-lo de mula. Era proprietário da Quinta da Laranjeira, que explorava com a colaboração da governanta Joaquina Santa, vulgarmente conhecida por Joaquina Cebola. Esta, por vezes, não tinha dinheiro para pagar ao pessoal assalariado da quinta ou para fazer compras na mercearia pois o Padre, segundo lhe dizia, tinha gasto o dinheiro com pessoas carenciadas, pelo que lhe sugeria que pedisse fiado na venda, o que nunca foi recusado. A sua bolsa, que não seria provavelmente muito grande, apesar de se reclamar de ter o espaço do razoável, era um campo aberto a cobiças e não havia na Cela ou Bárrio, caloteiro de boa fama ou parodista na penúria, que não fosse à sua procura em busca de o enganar ou comover. Ele olhava a pessoa, que se lhe dirigia e só sabia perguntar, puxando de um rolinho onde trazia dinheiro: Quanto é ?
De Alcobaça, ofereceu-se ainda em 25 de Fevereiro de 1917 como Capelão Militar o destemido e republicano Pe. Manuel Caetano, Pároco de Coz, tendo o Ministro da Guerra deferido o requerimento para ir prestar, como padre católico, os socorros espirituais aos nossos soldados que em França vão combater contra os nossos inimigos. Foi este sacerdote, quem tomou a iniciativa de tornar público via jornais, os nomes dos eclesiásticos do Concelho de Alcobaça, que se ofereceram para acompanhar os soldados portugueses que à admirável França vão defender a liberdade e a civilização contra o despotismo boche. À data da Batalha de La Lys, assegurava assistência religiosa à 6ª Brig. Inf.6 onde tinha o posto de Capitão Militar, na 2ª. Divisão, que era constituída pelo Batalhão Inf.1-Lisboa, Batalhão Inf.2-Lisboa, Batalhão Inf.5-Lisboa e Batalhão Inf.11-Évora, sem prejuízo de fazer serviço de socorrista debaixo de fogo. Na sequência da Batalha de La Lys e no cumprimento de uma arriscada missão de que fora encarregado, encontrou um oficial português gravemente ferido no rosto, inanimado, sem dar acordo. Conseguindo estancar-lhe o sangue, foi cumprir a missão cometida, pelo que depois, voltando ao local onde deixara o ferido, que continuava inanimado, carregou-o às costas até ao Posto de Socorros, aliás bastante distante, enquanto ia dentro do possível ajudando outros camaradas em dificuldades. O dito oficial veio a recuperar, embora tivesse ficado para o resto da vida com uma profunda e feia cicatriz que lhe marcava o rosto todo. Quando procurou saber a quem devia a vida, apenas apurou que se tratava de um capelão militar, e só muito mais tarde o respetivo nome. O oficial em questão, era o Alf. Jaime Trancoso Leote do Rego, filho do Comandante da Marinha de Guerra, Daniel Leote do Rego. Quando a guerra acabou o Pe. Caetano foi colocado em Alcanena, onde a perseguição e o ódio à igreja chegaram ao ponto de queimar a igreja paroquial e o prender. Mal a notícia chegou à Escola Prática de Torres Novas, onde o agora Ten. Leote do Rego fora colocado, este deslocou-se imediatamente a Alcanena, com um esquadrão de cavalaria[FdO1] , abraçou-o e soltou-o, perante o espanto popular. A partir deste incidente, o Pe. Caetano passou a ser visto de maneira muito diferente, nomeadamente por parte dos que o haviam perseguido rudemente e encarcerado. O Pe. Manuel Caetano foi louvado em Ordem de Serviço do CEP, de 5 de Junho de 1918, condecorado com a Cruz de Guerra de 2ª Classe e feito Cavaleiro do Ordem de Cristo com Palma. Foi este sacerdote quem promoveu a colocação de uma lápide na fachada do Mosteiro de Coz, contendo o nome dos militares da freguesia que combateram na Guerra, distinguindo entre eles os que sobreviveram e os que faleceram. O Pe. Manuel Caetano, filho de João Caetano e de Maria de Jesus Noiva, nasceu a 2 de Outubro de 1885, tendo sido batizado no dia 15 desse mês. Recebeu a primeira tonsura e as ordens menores a 16 de Março de 1907, a 6 de Novembro de 1909 efetuou a habilitação de genere e no dia imediato tomou a ordem de sub diácono. A 12 de Março de 1910, ascendeu ao diaconado e a 25 de Junho de 1911, pelas mãos do Bispo (futuro Cardeal Patriarca) D. António Mendes Belo, foi ordenado presbítero, ficando ao serviço da diocese de Lisboa. Exerceu o cargo de pároco em diversas freguesias do País, como Santa Eufémia de Coz, Lapas, Alcanena, Cem Soldos/Tomar, Santa Madalena de Tomar, Atalaia, Barquinha, Tancos, Praia do Ribatejo e Azeitão. Veio a falecer a 8 de Março de 1958, em Mira de Aire, terra de onde era natural.
O Pe. Caetano esteve em França ao mesmo tempo que o seu conterrâneo sold. Francisco Amadeu Soares, que foi ferido em combate. De volta à vida civil, Soares veio a fixar-se em Lisboa, e numa vida errática acabou a viver numa barraca nos arredores da cidade. Durante a década de 1950, sofreu um AVC e tendo sido hospitalizado, foi aproveitada a ausência para a mesma ser ocupada e mais tarde demolida. Sem pouso para viver, acabou por ser recolhido no Asilo de Mendicidade de Lisboa/Lar Residencial de Alcobaça, tendo aí sido visitado pelo Pe. Caetano. Em Dezembro de 1911, diziam os republicanos através do Semana Alcobacense que em Coz o povo da freguesia estava a sofrer um castigo aplicado pelos Patriarca de Lisboa e Vigário da Vara, porque tendo sido mandado retirar o pároco, que recolhia muita simpatia popular, a população não quis aceitar o outro que para ali foi mandado. Também diziam, que depois desta reação, não virá tão cedo outro padre para Coz, pelo que continuava a não haver missa no Mosteiro, para castigo do povo. Todavia, comentavam, embora sem graça e com acinte, que o Patriarca e o Vigário da Vara são excelentes cristãos ao darem ao povo castigos tão bons, pois que ao não haver missa, as pessoas almoçam melhor e com mais descanso, pelo que faziam votos porque sejam estes afinal os maiores males que venham à freguesia e aos seus habitantes.
Também se ofereceu em 11 de Fevereiro de 1917, para acompanhar o CEP com a 4ª Brigada de Infantaria coim quem seguiu em 27 de Abril de 1917, o Pe. Martim/Martinho Pinto da Rocha, Pároco de Alpedriz (nascido a 2 de Maio de 1877 em Proença a Velha), repatriado em Agosto seguinte, por motivos de saúde dado ter sido gaseado (foi julgado incapaz em 17 de Setembro de 1917), o que o não impediu de viver alguns anos, embora com sérias dificuldades pulmonares e sem apoio do Estado.  O Capelão Martim/Martinho Pinto da Rocha, ao ser repatriado em 1 de Agosto de 1917 foi substituído pelo Capelão António Tavares de Pina, o qual, voluntário em 29 de Jan. de 1917, seguiu em Junho para França. Em telegrama do comandante do CEP, endereçado ao Chefe da assistência religiosa Pe. José do Patrocínio Dias, cónego da Sé da Guarda, que à data da Batalha de La Lys,  assegurava assistência religiosa no Hospital de Sangue n.º 2, datado de 22 de Novembro de 1918,  indicava que os Pes. Ângelo Pereira Ramalheira (à data da Batalha de La Lys assegurava a assistência religiosa à 5ª. Brigada de Infantaria), e António Tavares de Pina ficavam adidos à tripulação de navios que evacuavam doentes.

Se a participação dos Capelães Militares foi, em geral, notável honrando o Igreja e o Exército, outros houve, embora em número reduzido, que não mereceram estes qualificativos. Em Outubro de 1917, o Capelão Militar Pe. Alexandre Pereira de Carvalho, foi expulso do CEP, na sequência de troca de correspondência, alegadamente, menos respeitosa. Realmente, mesmo então  incomodava, ver penalizado gravemente, um ministro da religião católica, homem a quem competiria seguir uma vida de virtudes, de mansidão e de paz, de obediência e tolerância. Só nessa condição pode o sacerdote atrair e conservar o respeito devido à sua elevada missão e obstar a escândalos, por mais breves que sejam, desvirtuar a sua classe. 

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