terça-feira, 4 de abril de 2017

EM ALCOBAÇA TEMOS SAUDADES DO ANTIGAMENTE-


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Saudades do antigamente?
Às vezes, há muita saudade do tempo em que as mulheres eram donas de casa e os homens chefes de família.
Sabe-se não ser possível andar para trás, e nem se defende que o caminho seja esse, mas é possível considerar algumas coisas boas que existiam e, quem sabe, adaptá-las na medida do possível aos nossos dias.
Presentemente, a mãe quase não tem tempo para os filhos (coisa que as avós têm sempre…), pois precisa trabalhar fora de casa. A sua correria mal lhe permite momentos de descontração em família.
Muitas vezes estão todos juntos, embora cada qual numa sala. A mãe na cozinha, o pai na sala, o filho no quarto a mexer no computador.
Antigamente não era assim. Havia, aparentemente pelo menos, mais proximidade e calor nos lares. As mulheres (e então que dizer das avós?) sabiam cozinhar e fazer coisas apetitosas. O pai, filhos e genros adoravam os seus petiscos e visitas familiares chegavam por vezes sem avisar, para almoçar atraídos pelo aroma embriagante que se sabia vir da cozinha.
As mulheres costuravam as roupas da família e os maridos trabalhavam para angariar o sustento aos seus. Ambos tinham orgulho em possuir uma família equilibrada e feliz e faziam os possíveis (e impossíveis) para que os filhos pudessem estudar, tivessem brinquedos e boas memórias.
Hoje em dia, por mais que se esforcem, não lhes sobra tempo (e dinheiro), pois todo faz falta. Ambos trabalham como loucos, dormem mal, comem correndo, vivem ansiosos e com medo do futuro. Parece que todos lhes exigem mais e depois ainda mais.
A esposa insatisfeita, os filhos consumistas, o patrão ávido por lucro. Já não se sabe onde buscar refúgio nos momentos de desolação.
Nos dias que correm muitos jovens casais constroem casas, mas não de forma empenhada na edificação do lar, porto seguro para a criação dos filhos e convívio em família.
E sofrem pelos desencontros que poderiam ser evitados, se a visão não estivesse obstruída pelo hedonismo, onde cada qual busca somente o seu prazer.
Temos saudades das bolachinhas, biscoitos ou compota de amoras da Avó ou da Mãe, dos passeios com o Pai, das reuniões em família, … das cantigas de roda.
Quem não se lembra da infância e das cantigas de roda, das cantigas de ninar que se aprendiam?
Aprendiam-se em casa com os avós, com as mães, na escola com o professor primário e era sempre uma alegria quando alguém sugeria cantar uma música.
Atualmente, as cantigas de roda não são cultivadas, foi hábito que se perdeu em casa.



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